29 de junho de 2014

Hebreus 3.1 a 6

“Razões Cristocêntricas Para Crescer na Fé”

 (Congregação do Parque da Flores)

(Hebreus 2. 1 a 6)

 Introdução

O escritor desta carta aos Hebreus está grandemente interessado em oferecer aos seus irmãos de fé uma razão para seguirem em frente. Ele reconhece que seus irmãos de fé estão enfrentando grande dificuldade, devido às pressões desta vida e lhes propõe ferramentas para que insistam em viver pela fé em Cristo Jesus.
O ponto central desta carta é olhar para Cristo e considerá-lo enquanto caminhamos neste mundo. Um entendimento cada vez mais completo de Cristo será vital para que jamais desistamos. Isso era o que pensava o escritor e ensinava aos seus contemporâneos e essa é a chave para cristãos do século XX.
No texto desta noite, da mesma forma olhar para Jesus Cristo é o ponto central de uma fé que não se deixa envolver pelo caminho perigoso da apostasia. O exemplo do perigo que corremos, quando nos afastamos da fé, está descrito nos versos 7 a 19, quando o autor recorre ao exemplo dos fiéis do dias de Josué, que resistiram a Deus e não puderam entrar no descanso final.
A marca central daqueles que realmente estão salvos e a sua inclinação para se apegar a fé. Ele reconhece que podem ter a até momentos de fragilidade, mas insiste em dizer que estes, de alguma forma, sempre terão os olhos prontos para olhar para Jesus Cristo.
Começamos a nossa meditação desta noite, olhando para o fato de que Jesus Cristo assumiu o controle da nossa salvação. Ele é o autor e consumador da nossa fé, ele é o Senhor da nossa salvação. 

Cristo Jesus é o Sumo Sacerdote e o Apóstolo da Nossa Fé
O ponto central da visão do escritor aos Hebreus é que Jesus assumiu o controle da salvação do povo de Deus, por isso, ele destaca no verso primeiro duas das funções prioritárias de Jesus como nosso salvador.
Jesus é o nosso Sumo Sacerdote
A figura é do velho testamento. O sumo sacerdote era aquele que dirigia o templo, a Casa de Deus. O sumo sacerdote oferecia sacrifício pelo povo de Deus e este sacrifício purificava o povo. O sumo sacerdote era o responsável por toda a ligação do povo de Deus com o seu Deus.
Jesus Cristo assumiu o papel de nos ligar a Deus. Quando olhamos para ele, devemos pensar e deixar o nosso coração se inundar com a certeza de que ele é quem proporciona a nossa relação vital com Deus.
Muitas vezes, quando um crente se desvia da fé, ele vive a tristeza espiritual de achar que Deus não irá recebê-lo. Mas, quando olhamos para Cristo e vemos nele um sumo sacerdote perfeito e eterno, como a Carta aos Hebreus irá nos explicar, devemos receber no nosso coração a confiança de que nossa salvação está em Cristo e não em nós, no sacrifício dele e não no nosso.
Cristo o apóstolo da nossa fé
O escritor aos hebreus privilegia o termo “apóstolo” a usar a figura mais vétero testamentária dos “profetas”. Acredito que as suas razões são óbvias, pois escrevia para cristãos que estavam ouvindo os apóstolos como continuadores do trabalho de pregação dos profetas.
Dar ouvidos à mensagem da salvação era uma das ferramentas mais importantes da fé cristã. É dando ouvidos à voz de Deus, a partir da mensagem dos discípulos de Cristo, os apóstolos, que temos registradas nas Escrituras do Novo Testamento e que dão continuidade ao trabalho dos profetas uma das figuras de importância central para o autor da espístola aos Hebreus.
Quando estamos dispostos a ouvir Deus através da sua palavra, nossa fé é fortalecida. A fé vem pelo ouvir e da mesma forma é assim que ela se fortalece. Um crente que confia no sacrifício de Jesus, completa a sua fé aprendendo a respeito deste Senhor Eterno por meio da pregação da sua palavra.

Cristo é o Construtor da Verdadeira Casa de Deus
Os versos 2 a 5, trabalha com uma comparação entre Moisés e Jesus Cristo. E os relaciona com a construção da Verdadeira Casa de Deus.
Nestes versos, o que aprendemos acerca de Cristo e de Moisés é que Cristo é superior a Moisés. Este tema da superioridade de Cristo será apresentado na carta por diversas vezes e aqui, o ponto central é mostrar que assim como Moisés foi obediente a Deus na construção do povo de Deus na antiga dispensação do Sinai, agora Cristo Jesus assume o papel superior de Construir a Verdadeira Casa de Deus, a Igreja, que somos cada um de nós.
O ponto a que devemos considerar principalmente nos versos 2 a 4 é que Cristo Jesus estabeleceu a Casa de Deus, o que é o mesmo que dizer que ele lançou os alicerces da nossa fé. Sobre este alicerce é que devemos construir nossa vida.
Quando alguém constrói uma casa, duas coisas deve assumir o controle de suas atividades construtivas. Considerar o projeto final, por isso, deve obedecer o projeto, feito para que a construção seja sólida e adequada. Assim é a nossa vida, se consideramos o importante projeto de Deus.
O outro ponto que devemos nos preocupar é seguir o projeto quanto ao tipo de material que iremos empregar. Paulo também usou este tipo de metáfora da vida, dizendo que não podemos construir com qualquer material, pois o tempo ou até mesmo a vinda do construtor irá denunciar se construímos com material de qualidade ruim.
No caso da construção da nossa vida, uma coisa é muito importante para ser considerada: o construtor, no final de tudo é Deus. OU seja, Cristo Jesus é o construtor que segue um projeto aprovado pelo próprio Deus.

Cristo é o Mensageiro Fiel da Verdadeira Esperança
A fidelidade de Moisés era uma das mais conhecidas qualidades do grande legislador. Todos os hebreus, ou judeus, conheciam Moisés como um homem que foi fiel a Deus e se tornou, então, um modelo definitivo de obediência a Deus.
Moisés, obedeceu a Deus pela esperança na promessa do Senhor de que iria conduzir o povo de Deus ao descanso final. Este é o ponto que se seguirá no texto.
Eu e você somos chamados a considerar que Cristo Jesus não somente é considerado obediente tanto quanto Moisés, mas superior a este. Ou seja, a qualidade da obediência de Cristo é mais definitiva que a de Moisés, pois Jesus Cristo é o próprio Filho de Deus, vivendo em obediência em nosso favor.
As coisas que haviam de ser anunciadas
A mensagem de Moisés era escatológica, isto é, tinha haver com promessas que ainda iriam se concretizar na vida dos filhos de Deus. Da mesma forma, o ponto central para quem deseja permanecer firme na fé em Cristo deve desenvolver uma mente escatológica, isto é, viver na expectativa da concretização de todas as promessas de Cristo Jesus.
Somos a Casa de Deus se guardamos a esperança
O verso 6, aponta para a esperança que deve conduzir a nossa vida. Guardar a esperança é um dos mais evidentes sinais de que pertencemos a Cristo e que estamos na fé.
Uma pessoa deixa de andar na fé, exatamente no momento em que perdemos de vista o fato de que temos uma vida eterna e que este mundo não é o fim. Quando nos envolvemos nos projetos deste mundo e nos esquecemos de que ainda iremos descansar com Deus sinalizamos para nós mesmos que não repousamos nossa esperança em Deus.
Ousadia e Exultação
Estes são os dois qualificativos que são apresentados pelo escritor para a nossa esperança. Isto é, nossa fé deve causar uma esperança que nos leve a viver ousadamente um padrão de vida que nos qualifica como quem espera coisa maior do que aquilo que vemos aqui. Esta ousadia deve marcar nossa vida, com coragem e disposição para fazer coisas não comuns para Deus neste mundo.
A exultação é a marca da alegria que devemos experimentar neste mundo, ainda que muita tribulação desafie a nossa fé. O que significa dizer que vivemos pela alegria que nos foi proposta por Cristo Jesus, o qual nos repassou a mensagem da esperança que deve nos motivar e animar a viver em santa alegria enquanto o aguardamos em sua volta.

Conclusão
Meus irmãos, amados. Sei que a vida tem muitos desafios para a nossa fé e por isso é urgente que nos voltemos a olhar para Cristo, para o seu sacrifício, sua vida e as promessas que nos fez de vida eterna.
Quando você perceber que, por algum motivo está perdendo o foco da sua fé. Volte-se para ele e não despreze a sua palavra. Ela sempre te fará voltar para Cristo Jesus.
Precisamos desenvolver uma mente escatológica, isto é, uma maneira de pensar que promova uma visão de mundo em que todas as coisas que fazemos nos conduzam a viver para Deus. Fique sempre firme na sua fé e volte o seu olhar para o Autor e consumador da sua fé.


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