25 de agosto de 2013

Êxodo 20.15

“Não Furtarás”
Êxodo 20.15

Introdução
Quando Deus incluiu nas suas Dez Leis Morais eternas o mandamento “não furtarás”, com certeza não estava apenas propondo um valor ético. Deus desejava que algo se apegasse ao nosso coração quanto à nossa forma de entender a nossa relação com as coisas que temos e com o nosso sustento. Com certeza é na esteira dessa mesma intencionalidade que as palavras “o pão nosso de cada dia nos dá hoje” devem ser consideradas também.
O oitavo mandamento deve ser, portanto, considerado em uma esfera de consciência que vai além da simples ordem social. Devemos pensar esse mandamento, no que tange ao nosso relacionamento de amor a Deus e o modo como esse amor deve se manifestar na nossa relação com o nosso próximo e com as coisas que nos cercam e que fazem parte do nosso viver neste mundo.
Nosso convite ao irmãos é que estejamos prontos a perceber em que “temos roubado”, em que temos nos “tornado em furtadores”, de que maneira o nosso coração precisa aprender a pensar para que nossa vida seja de íntegra relação com Deus, com o próximo e com os bens dessa vida.
Vamos refletir nesse mandamento orientados por duas premissas fundamentais. O amor último a Deus é a principal busca nos Dez Mandamento, então relacionaremos esse mandamento com esse propósito divino para a nossa vida. Em segundo lugar, veremos que o amor último a Deus só pode ser experimentado e conhecido verdadeiramente pelo fruto visível do nosso amor ao próximo. Assim, a graça de amar o próximo é a revelação de que amamos a Deus.
Essas duas premissas fundamentais deverão orientar nossa meditação nesse mandamento e em todos os demais dessa chamada “segunda tábua da Lei”, que apresentam os mandamentos que implicam em relações diretas com as outras pessoas.

Não Furtarás - Um Mandamento que Previne o Pecado de Intentar Contra o Sustento do Nosso Próximo
Deus é o Senhor de todas as coisas e dos seres vivos também, quer sejam ou não crentes na existência de Deus. O Senhor é quem supre de bênçãos o justo, mas também o ímpio, tudo vem do Senhor, ele cuida de todos.
Quando alguém toma posse do que pertence a outro está privando aquela pessoa daquilo que Deus designou para o seu sustento e para a sua vida. Deus destinou tudo o que precisamos para a nossa vida e a sua medida é perfeita para cumprir o seu propósito providente para cada um, quando violamos essa medida, estamos violando a própria vontade de Deus e retirando do próximo aquilo que havia sido destinado a ele para o abençoar.
Deus acusou os líderes políticos de Israel de pecados deste tipo, quando desviavam aquilo que deveria ser para o sustento dos mais pobres e agregavam aos seus bens pessoais, ainda que de maneira aparentemente legal.
Anunciai isto na casa de Jacó e fazei-o ouvir em Judá, dizendo: Ouvi agora isto, ó povo insensato e sem entendimento, que tendes olhos e não vedes, tendes ouvidos e não ouvis. Não temereis a mim? Diz o SENHOR; não tremereis diante de mim, que pus a areia para limite do mar, limite perpétuo, que ele não transpassará? Ainda que se levantem as suas ondas, não prevalecerão; ainda que bramem, não o traspassarão. Mas este povo é de coração rebelde e contumaz; rebelaram-se e foram-se. Não dizem eles mesmos: temamos agora ao SENHOR, nosso Deus, que nos dá chuvas, a primeira e a última, que nos conserva as semanas determinadas da sega. As vossas iniquidades desviam estas coisas, e os vossos pecados afastam de vós o bem. Porque entre o meu povo se acham perversos; cada um anda espiando, como espreitam os passarinheiros; como eles, dispõem armadilhas e prendem os homens. Como a gaiola cheia de pássaros, são as suas casas cheias de fraude; por isso, se tornaram poderosos e enriqueceram. Engordam, tornam-se nédios e ultrapassam até os feitos dos malignos; não defendem a causa dos órfãos, para que prospere; nem julgam o direito dos necessitados (Jeremias 5.20-28).
Todas as vezes que privamos as bênçãos e provisões de Deus para o nosso próximo, não importando o modo como o fazemos estamos quebrando o oitavo mandamento e sendo condenados pelo furto, pela falta de amor e respeito para com o próximo.
Os líderes de Israel estão sendo condenados na Palavra de Jeremias por intentarem contra a segurando da vida das pessoas mais fragilizadas socialmente. Eles faziam isto, usando o que eles chamavam de “direito”, mas só produziam injustiça. O verso 31 deste capítulo, nos informa que os profetas, falsamente davam sustento “moral” a essa prática e os sacerdotes faziam o serviço sujo.
Deus deseja ser amado e que os seus filhos aprendam a cuidar daqueles que ele colocou em seu caminho. Cumprir essa função social de cuidar dos mais frágeis é um projeto de Deus para que aprendamos a amá-lo e demonstremos isso na lealdade do uso de nossos bens em favor dos outros. Paulo, escrevendo sobre o cumprimento deste mandamento diz o seguinte:
Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado (Efésios 4.28).
Neste aspecto, espero que este exemplo seja suficiente, devemos pensar que não estamos falando apenas de bens materiais, porque há outras bênçãos e providências que Deus dispõe ao nosso próximo e que muitas vezes nós interferimos e roubamos. Somos roubadores e quebramos o oitavo mandamento quando interferimos na paz que Deus destinou a outra pessoa, transtornando-a propositadamente, levando-a a viver insegura, ou assustada.
Pense em alguém que, sem nenhum motivo liga para outra pessoa para levantar suspeitas infundadas, sem comprovações sobre a seriedade do seu cônjuge e da solidez do seu casamento, esta pessoa está roubando a paz e a alegria do desfrute de um lar. Estou dando um exemplo, mas muitas outras possibilidades de ações que podem ser fruto da quebra do oitavo mandamento
Quando o objetivo de uma ação é tornar a vida de outra pessoa um lugar de desestímulo e desordem, ou quando, com nossas ações privamos o próximo de desfrutar da providência e bênção de Deus para a sua vida, quebramos o oitavo mandamento.
Portanto, o oitavo mandamento é uma grande trava contra este espírito egolátrico, autocentrado que nos induz a buscar a felicidade, tirando o que é próprio do outro.

Não Furtarás - Um Mandamento que Previne o Pecado de Tentar Viver Sem Deus
Quando o pecado foi inserido no coração do homem este passou a viver segundo um padrão EGOLÁTRICO. Ou seja, o coração humano passou a pensar e a existir em torno de si mesmo com o fito de agradar a si mesmo. Como tenho repetido demais esse conceito vou me limitar agora a apenas dizer isto.
O oitavo mandamento é um alerta e uma prevenção contra a nossa forte inclinação em rejeitar a vontade de Deus para a nossa vida e tentarmos viver por nós mesmos. Esse foi o ponto central da proposta da serpente: “como Deus”...
A rebeldia do coração do homem o impulsiona a viver alheio a vida de Deus e muitas vezes sem reconhecer de onde vem o seu sustento. Para muitos, todas as suas realizações tem uma única fonte: sua própria força. O salmo 10 é um alerta contra a loucura ímpia de viver como se Deus não existisse:
Pois o perverso se gloria na cobiça de sua alma, o avarento maldiz o seu SENHOR e blasfema contra ele. O perverso, na sua soberba não investiga; que não há Deus são todas as suas cogitações (Salmo 10.3-4).
O oitavo mandamento é uma trava à nossa inclinação natural para descrer na providência divina. Todos nós, em alguma medida, temos inclinações para o viver sem Deus, alheios à vida de Deus, como diz Paulo. Não podemos subestimar isso. Disto decorre também a nossa tendência de tentar viver usufruindo de bênçãos que não nos pertencem, numa tentativa de tentar garantir por meios próprios a nossa sobrevivência.
Deus designou a porção que nos é necessária para a nossa felicidade nesta terra e na eternidade. Contentar-se com o que temos é o propósito final deste mandamento que se o cumprirmos seremos levados ao patamar de pessoas que confiam no Senhor, isso faz crescer o nosso amor e admiração por Deus, faz crescer o nosso amor pela vida que temos recebido e nosso amor pelo próximo e o cuidado com o bem estar do mesmo e o cuidado com aquilo que pertence ao outro.
Esse é um outro lado dessa vida que se dispõe a viver na dependência de Deus. Ou seja, estou falando de reconhecermos que os outros também precisam daquilo que lhe foi outorgado pelo Senhor e, portanto, este mandamento nos induz a cuidar do que é dos outros.
Infelizmente, vivemos em uma cultura em que somos incutidos de que devemos defender nossos direitos e precisamos revisar esse premissa e incutir a ideia de valorizarmos os nossos deveres e compromissos.
Nosso compromisso para com o nosso próximo, segundo este mandamento, se estende ao ideal de protegermos o que é do outro e não somente o que é nosso.
Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros (Filipenses 2.4).

Nosso Catecismo Maior diz o seguinte:
Pergunta 140
Quais os deveres exigidos no oitavo mandamento?

Os deveres exigidos no oitavo mandamento são: a verdade, a fidelidade e a justiça nos contratos e no comércio entre os homens, dando a cada um o que lhe é devido; a restituição de bens ilicitamente tirados de seus legítimos donos; a doação e a concessão de empréstimo, livremente conforme as nossas forças e as necessidades de outrem; a moderação de nossos juízos, vontades e afetos em relação às riquezas deste mundo; o cuidado e empenho providentes em adquirir, guardar, usar e distribuir aqueles coisas que são necessárias e convenientes para o sustento de nossa natureza e que condizem com a nossa condição; o meio lícito de vida e a diligência no mesmo; a frugalidade; o impedimento de demandas forenses desnecessárias e fianças, ou outros compromissos semelhantes; e o esforço por todos os modos justos e lícitos para adquirir, preservar e adiantar a riqueza e o estado exterior, tanto de outros como o nosso próprio.

Não Furtarás - Um Mandamento que Previne o Pecado de Não se Alegrar na Providência de Deus
Deus preparou todo o jardim para a felicidade do homem. De toda a árvore do jardim comereis livremente, Deus reservou para si a árvore do conhecimento do bem e do mal. Ela simbolizava o limite de Deus e o respeito e honra obediente ao SENHOR. O problema daquela árvore não era o que ela daria ao homem, mas o que ela roubaria do homem: a confiança em Deus e a alegria de descansar na suficiência e sabedoria da providência divina.
A Escritura é uma manual sobre a suficiência de Deus. Ela nos conduz a viver e confiar na sua vontade soberana e na sua capacidade de cuidar de nós e nos garantir tudo o que precisamos. São realmente desafiadoras as palavras do autor aos Hebreus:
Seja a vossa vida sem avareza. Contentai-vos com as coisas que tendes; porque ele tem dito: De maneira alguma, te deixarei, nunca jamais te abandonarei (Hebreus 13.5).
Muitas vezes, Deus reservou coisas para si e ordenou os seus filhos a respeitarem esse limite. Um bom exemplo disto é o que aconteceu na entrada na terra prometida. Deus ordenou que Jericó fosse destruída e que nenhum dos bens materiais fossem tomados pelo seu povo. Mas Acã os cobiçou, tomou para si o que Deus não lhe tinha destinado e por isso, ele e a sua casa sucumbiram (veja em Josué capítulo 7).
Deus sabe o que precisamos. Ele com muito amor designou tudo o que é necessário para que a nossa existência alcance o mais elevado grau de felicidade e a felicidade do nosso próximo. É roubar também o guardar apenas para si mesmo e, tendo recursos deste mundo, não considerar que Deus tenha escolhido você para ajudar o próximo, portanto, parte do que você tem, está em seu poder, mas foi destinado ao seu próximo. Quem tem maturidade para isto, viva.
Não receber de bom grado o que Deus tem dado e não contente, procurar violar o que pertence a outro é desconfiar de Deus e declará-lo incapaz de prover o que lhe é necessário.
Por outro lado, quando nos contentamos na providência de Deus e aprendemos a viver contente com o que ele nos dá, descobrimos um novo significado para cada uma das coisas que possuímos e, por isso, usufruímos melhor destes recursos, porque usufruímos com alegria.
Aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura, como de fome; assim de abundância como de escassez; tudo posso naquele que me fortalece (Filipenses 4.12-13).
O mesmo apóstolo completa sua exortação à alegrai com a seguinte palavra:
E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma das vossas necessidades. Ora, a nosso Deus e Pai seja a glória pelos séculos dos séculos. Amém (Filipenses 4.19-20).
Não há nada errado nas riquezas materiais, devemos considerá-las como fruto da providência de Deus. Mas, o princípio bíblico da riqueza é que a providência de Deus é dada a cada segundo a vontade de Deus, não para fazer distinção social entre nós, para duplamente fortalecer o nosso amor a Deus.
Aos que são chamados ricos deste mundo, é ordenado não terem as riquezas apenas como tendo significado para si mesmos. Eles devem considerar a necessidade de ajudarem os mais pobres e serem gratos por poderem agir como instrumentos da providência de Deus sobre a vida do seu próximo. Ricos, egoístas, que tudo guardam para si mesmos estão quebrando o oitavo mandamento, pensem nisto.
Por outro lado os pobres, os que precisam de outros para viver e que precisam ser socorridos em suas necessidades. Deus os coloca em uma condição em que as grandes providências de Deus se mostrarão ainda mais gloriosas, pois Deus usará meios para o seu sustento, como alguém, que sente no coração o desejo de ir à casa de outro e levar uma cesta de alimentos, como eu mesmo já fui agraciado assim. Louvado seja o Senhor!
Não resmungar e proferir blasfêmias contra Deus por não termos tudo à mão, mas glorificar o seu nome, porquanto, percebendo e agradecendo pelos ricos caminhos da providência amaremos mais a Deus.
CONCLUSÃO
Não é a riqueza ou a pobreza que nos garantem a felicidade, mas o amar a Deus acima de tudo e receber tudo dele com gratidão. Lutemos contra todo o pecado que nos assedia para vivermos em quebra deste oitavo mandamento. Não permita, meu caro irmão, que em nada você seja levado a um tipo de vida egocêntrica.
Procure exercitar os valores que a Palavra ordena de cuidado com o próximo e gratidão com o que você tem recebido. Não roube o que é do seu próximo e não deixe ser instrumento do maligno para interferir no processo de providência divina na vida das outras pessoas.
Sobretudo, pense sempre no quanto Deus te ama e tem lhe dado o que você precisa para uma existência completa na sua presença, quer nessa esfera, quanto na eternidade, sobretudo lá.
Cristo Jesus é a grande obra da providência derramada sobre os filhos de Deus. Ele é o grande valor e por causa dele tudo passa a ter um valor menor. Por isso, o crente deve ser, antes que os demais, uma pessoa satisfeita na Providência Divina.
 
Aplicação para a Igreja Presbiteriana de Vila Formosa
A igreja pode e deve agir com benevolência para com os mais pobres. Atentar para as necessidades dos necessitados deve ser um compromisso para com aquilo que o Senhor tem proposto.
Portanto, em nosso convívio, é necessário ter mais atenção para com os irmãos. Não devemos falar e pensar apenas em bens materiais, olhe para o fato de que os seus dons são providências de Deus para que o próximo cresça, quando você os recolhe só para si é como se roubasse o seu próximo daquilo que lhe pertence.
Não seja instrumento para tirar a paz de ninguém. Não saia da sua boca uma palavra depreciativa, que roube a honra ou a alegria de outrem. Não podemos permitir que certos comportamentos se instalem, não fechem o coração para o próximo.
Um outro problema em nosso meio: não roubem o perdão que você deve a alguém. A paz do seu irmão não te pertence, não o deixe esperando, não quebre este mandamento e não se torne, portanto, condenável diante de Deus.
Eu exorto que a boa prática de uma vida que pense realmente no bem estar o outro esteja presente em nossas ações e que haja grande disposição entre nós para cuidar do crescimento espiritual uns dos outros.
Se Deus lhe ofereceu riquezas deste mundo, não deixe de ser generoso e cuidadoso para com a causa dos necessitados. Pessoas de coração pronto a dar são necessárias, principalmente em um contexto de tanta necessidade como a do nosso país. Se Deus lhe conceder galgar cargos mais elevados, não permita que o orgulho com isso, roube o seu amor.
Oração
Que os filhos da tua Igreja sejam teus imitadores e sejam generosos uns para com os outros. Amém.


18 de agosto de 2013

Êxodo 20.14

“Não Adulterarás - A Escola do Amor”
Êxodo 20.14

Introdução
O sétimo mandamento “não adulterarás” nos chama a viver a vida conjugal como uma profunda e constante demonstração de serviço e entrega a Deus.
O adultério fora descriminalizado na maior parte dos países Ocidentais e de maioria cristã. De certa forma, a relação extraconjugal foi  banalizada na cultura ocidental do final do século XX. Entretanto, os valores produzidos pela fidelidade conjugal extrapolam as necessidades sociais e produz efeitos espirituais de um relacionamento que nos conduz a Deus.
Nesta mensagem, teremos em tela este mandamento e as implicações de sua quebra para a vida com Deus, procurando avaliar a sua importância para o crescimento de nossa capacidade de amar a Deus, amando ao próximo.
Antes de começar a considerar o mandamento em si, caminhemos um pouco na Escritura, até Mateus, no Sermão da Montanha. Ouçamos o que Jesus tem a dizer sobre o adultério:
Ouvistes o que foi dito: Não adulterarás. Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela (Mateus 5.27-28).
Evidentemente, o adultério não é apenas uma circunstância que se consuma em um ato físico, mas um pecado que se realiza dentro do coração e tem relação com as intencionalidades, muito mais que com as ações em si.
Por isso, começamos a considerar que estamos diante da necessidade de trabalhar com mais profundidade em nossa alma para vasculhar os cantos mais escondidos da nossa natureza a fim de investigar se de fato nós também temos pecado contra Deus e pecado pela quebra do sétimo mandamento.

Adultério - Um Pecado Que Corrói o Amor Pela Pessoa Mais Próxima
O cumprimento da Lei de Deus é o amor. Amar é viver no padrão que Deus exige dos seus filhos (Romanos 13. 8 a 10). Amar não é apenas uma escolha por um caminho melhor que outro, amar é escolher o caminho de viver para Deus, refletindo o desejo de Deus para aqueles que o seguem.
O Decálogo (Dez Mandamentos) nos foram deixados com a finalidade de nos mostrar a nossa dificuldade de viver o padrão do Deus de amor. E o modo como ele parece se estruturar nos faz pensar que Deus deseja que avaliemos o modo como nós deixamos de amar as pessoas que estão mais próximas de nós.
Depois do amor aos pais, que fazia a transição entre o amor a Deus e ao próximo. O sexto mandamento nos conduziu a pensar que o amor ao próximo, seria antes de tudo, respeito ao doador da vida, pois matar e deixar de manifestar amor ao próximo é algo completamente indesejável.
O adultério é a face mais terrível da falta de amor, pois é, um pecado contra a pessoa que se torna mais próxima de nós, nossa própria carne. A Bíblia fala que amar o cônjuge é como amar a si mesmo e cuidar dele é como cuidar de nós mesmos (Efésios 5.28 e 29).
O adultério é um pecado que afeta não somente o cônjuge, mas os filhos. Pais equilibrados amam os seus filhos. Os filhos conquistam o nosso amor de uma maneira tão profunda que é, por assim dizer, inexplicável. O adultério é um pecado contra a família e afeta diretamente as relações de amor mais espontâneas e intensas, afinal os filhos e o cônjuge são pessoas mais próximas de nós.
Um Mandamento Contra o Egocentrismo
Amar a pessoa mais próxima de nós, a despeito de seus defeitos e erros, é um aprendizado para amar qualquer pessoa. O mandamento contra o adultério é um estímulo a vencer as barreiras ao amor. A principal barreira é o do egocentrismo.
O egocentrismo é o principal mal do coração humano e os mandamentos do Decálogo estão focados em nos mostrar este perigo. Neste sétimo mandamento somos provocados a pensar no fato de que o adultério é a busca de uma satisfação carnal que ocorre por meio de um pecado que machuca as pessoas mais próximas.
Decorre disto a nossa percepção de que o adultério tem sido tão normal em nossos dias, justamente porque vivemos em meio uma sociedade completamente egocêntrica. Portanto, é por isto que o adultério é recebido de uma maneira quase natural.

Adultério - Um Pecado que Destrói a Escola de Amor Prático
Quando casamos com alguém somos levados a viver em uma condição muitíssimo particular de aprendizado. Depois de algum tempo de namoro e noivado, onde algum conhecimento sobre a outra pessoa pode ser desenvolvido, passamos ao casamento.
No casamento, o conhecimento que temos um do outro passa a um nível muitíssimo mais profundo. Passamos a conviver e dividir tudo com outra pessoa, muitíssimo diferente de nós mesmos.
O lar é um lugar onde primeiramente aprendemos a amar o próximo. Os pais e os irmãos são os nossos primeiros desafios de “outros seres humanos” para amar. Gente diferente de nós e que aprendemos com elas o equilíbrio de um amor que quebra o egocentrismo. Entretanto, amar familiares como o pai, a mãe e os irmãos conta com um elemento que nos ajuda: é um amor que se desenvolve de forma mais natural e espontâneo. Afinal, trata-se  de amar pessoas que têm o nosso sangue, as quais acompanharam e influenciaram nossa vida desde os primeiros dias. O amor se constrói por coisas muito comuns.
No entanto, quando casamos, vamos para casa com uma pessoa com a qual não convivemos a infância, não conhecemos completamente e temos diferenças grandes de muitos tipos.
O que destacamos aqui é que a vida conjugal é a continuidade do aprendizado do amor em uma situação mais concreta amor que devemos ter pelo nosso próximo, no casamento entramos na escola de aprender a amar alguém muito diferente de nós. O casamento será a escola do amor do resto de sua vida, pois, para o resto da sua vida, conviveremos com situações em que as diferenças precisarão ser vencidas pelo amor.
No casamento aprendemos a perdoar, a cuidar do próximo e a zelar pelo crescimento dos outros no contexto do casamento, mais que em qualquer outro lugar.
É no contexto do casamento que somos desafiados a ver a face mais transparente do próximo. Porque, o relacionamento com as outras pessoas é sempre parcial e debaixo de certas “máscaras”. Mas, no casamento, não conseguimos esconder quem somos por muito tempo, tampouco o nosso cônjuge.
Amar não é apenas o resultado de um desejo, mas a construção de um hábito. Você precisa treinar a sua mente (coração) para viver em amor em situações práticas. Em outras palavras, devemos destacar que o casamento é a escola mais oportuna para a aquisição destes bons hábitos de amor.
A quebra do sétimo mandamento destrói essa oportunidade é a reprovação na principal escola do amor, que é a mais importante matéria da escola da vida. Quando você abandona o amor conjugal pelo adultério, você está se lançando para fora do ambiente em que Deus te ensina a pós-graduação, o pós-doutorado do amor.

Adultério - Um Pecado Que Revela Um Coração Corroído Pelo Egoísmo
Jesus Cristo, no Sermão da Montanha (Mateus 5.17 a 32), nos deixa muitas preciosas lições sobre o que é o adultério. Em destaque, Jesus pontua que o olhar para alguém com intenções impuras comete adultério.
Jesus localiza o pecado no nível das próprias intenções. Ser alertado sobre isto é importante para que saibamos que não podemos brincar, nem um pouco com os nossos pecados. É muito importante que tenhamos a noção da força do pecado e treinemos muito nosso coração para não cairmos em tentação.
O mandamento contra o adultério é um forte apelo de Deus para lutarmos contra o egocentrismo o autoamor idolátrico. Quando Jesus nos chama a pensar o adultério como partindo das intenções do coração ele está propondo a seriedade e importância de se lutar com todas as forças para dominar os nossos desejos. Podemos dizer que o sétimo mandamento nos alerta contra o perigo de vivermos de forma autocentrada.
Não haverá crescimento espiritual e uma relação completa com Deus enquanto em nosso coração ainda estivermos buscando a nós mesmos como razão final de tudo. Ao contrário, precisamos e somos chamados por Cristo a viver de uma forma peculiar de vida: a vida de amor (Mateus 5.43-48).
Eu porém vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai Celeste (...) Porque, se amardes os que vos amam, que recompensas tendes? Não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os gentios também o mesmo? Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai Celestial (Mateus 5.43-48).
A vida conjugal é a maior escola do amor. Mais que o lar dos nossos pais, onde aprendemos os primeiros passos do amor, no casamento somos lançados nas condições mais reais de amor ao próximo.
O amor a Deus só pode ser visto na medida de nosso amor ao próximo vence todas as barreiras, a ponto de que o desafio de Cristo aqui no Sermão da Montanha seja vencido. Não venceremos enquanto não vencermos a nós mesmos e este é o grande desafio: aprender a abandonar o autoamor idolátrico o egocentrismo.
CONCLUSÃO
Os que são casados sabem como é difícil decidir viver para outra pessoa, na maior parte das vezes tão diferente de nós. Os primeiros anos da vida conjugal acredito que sejam os mais difíceis, porque neles empreendemos todos os ajustes da nossa mente.
Mas, conforme o tempo vai passando e que vamos nos adaptando, vão surgindo diferenças maiores. As principais é que nossos erros carregam o peso dos anos que se passaram e que deveríamos já ter aprendido algumas coisas. Acho que alguns anos de casamento, principalmente quando os filhos veem e começam a necessitar de nossa atenção e cuidado, bem como ensino prático, somos forçados a aprender a lutar uma verdadeira e ampla guerra contra o autoamor idolátrico, sofrendo tiros de todos os lados. De vez em quando, dá vontade de dizer: ei... Vocês perceberam, eu também existo! Mas não há tempo...
Temos de continuar amando aquelas pessoas tão próximas de nós. Neste momento é que o adultério tem o seu poder mais destrutivo, mais que nos primeiros anos, porque oferece a ilusão de uma saída, escondendo o fato de que está destruindo a nossa maior chance de aprender a amar como Deus nos amou.
Caros irmãos e irmãs. Quando vencemos essa luta contra o autoamor idolátrico, estamos preparados para a vida adulta madura e prontos para mostrar em algo grau o verdadeiro amor que vem de Deus. Bom é quando aprendemos isso em um tempo mais cedo, quando ainda podemos deixar o nosso exemplo para os nossos filhos, antes que eles se casem.
 
Aplicação para a Igreja Presbiteriana de Vila Formosa
Como igreja, precisamos investir na família. Precisamos investir nas ações que fortalecem os lares e nos ajudam a manter lares vitoriosos.
Lares vitoriosos existem em um contexto em que o autoamor é vencido pela liberdade de amar uma pessoa mais que amamos a nós mesmos e cuidamos de uma pessoa mais que cuidamos de nós mesmos.
Valorize seu cônjuge, valorize o seu lar e lute contra a sua mente quando as intenções do seu coração quiserem te trair. O adultério não deve ser considerado apenas como a busca de uma outra pessoa, mas a busca desequilibrada por si mesmo.
Não somos uma igreja de familiar perfeitas, mas acho que temos muitas famílias que estão dispostas a aprender. Quero convidar a todas essas famílias a usufruírem das grandes oportunidades que temos de aprender melhor, mas principalmente a usufruírem das grandes oportunidades que possuem dentro do seu próprio lar. O seu lar é uma grande oportunidade e uma grande escola, a pessoa que Deus lhe deu por cônjuge é o seu professor/professora do amor, aprenda com ela/ele e, ensine a seus filhos.
Oração
Que nossas famílias sejam conhecidas como famílias benditas de Deus. Amém!


11 de agosto de 2013

Êxodo 20.13

“Amor à Vida - Não Matarás”
Êxodo 20.13

Introdução
O sexto mandamento é um chamado ao amor à vida. Nele, o Senhor nos convoca a valorizar a vida do nosso próximo e fazendo isso, valorizar o doador da vida.
Precisamos considerar essas palavras, principalmente olhando para o propósito maior dos mandamentos que é nos conduzir a “amar a Deus sobre todas as coisas” e “demonstrar este amor, amando o próximo”.
Nossa meditação neste mandamento se tornará ainda mais profunda quando considerarmos o modo como o próprio Jesus o ensinou, ao nos mostrar que o “não matarás” não é um mandamento que apenas proíbe o homicídio, mas o também coíbe o ódio.
O que precisamos inicialmente é de uma capacidade de auto avaliação para não cairmos diante deste mandamento. Jesus, nos concita a pensar que o mandamento nos acusa contra qualquer atitude que nos afaste do próximo.
Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não matarás; e: Quem matar estará sujeito a julgamento. Eu, porém, vos digo que todo aquele que sem motivo se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo (Mateus 5.21-22).  
Meus irmãos não podemos minimizar a seriedade deste mandamento de Deus. Ele não pode ser considerado como algo distante de cada um de nós. Ao contrário, devemos, com seriedade, considerar o fato de que é muito possível que caiamos diante deste mandamento.
O que acontece quando caímos diante deste mandamento? Em geral, devemos pensar que, nossa relação com Deus fica comprometida e não podemos realmente nos relacionar com o Altíssimo de maneira livre. Convido você a deter-se por alguns momentos nos alertas deste mandamento a fim de que sua vida seja construída de tal forma que glorifique e ame a Deus. 
“Não matarás” é um alerta contra a nossa inclinação para mostrar rebeldia contra Deus, agindo contra o próximo
O primeiro caso de homicídio relatado nas Escrituras tem no seu contexto um coração que estava irado e revoltado contra Deus. Estamos falando da história de Caim e Abel, quando o mais velho dos filhos de Adão tirou a vida de seu irmão.
O texto bíblico nos apresenta um Caim irado e revoltado contra Deus. Ele estava irado e descontente com Deus. Não podendo acender a sua ira e matar o próprio Deus, levantou-se contra Abel.
Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho e da gordura deste. Agradou-se o Senhor de Abel e de sua oferta, ao passo que de Caim e de sua oferta não se agradou. Irou-se, pois, sobremaneira Caim, e descaiu-lhe o semblante. Então, lhe disse o Senhor: Por que andas irado, e por que descaiu o teu semblante? Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo. Disse Caim a Abel, seu irmão: Vamos ao campo. Estando eles no campo, sucedeu que se levantou Caim contra Abel, seu irmão e o matou (Gênesis 4.4-8).
Pensando melhor nessa história, o que fez Abel à Caim? Por que Caim se levantou contra o seu irmão, que, a julgar pelo texto, nada percebeu de estranho em seu irmão? Por que planejou a emboscada, levando-o para longe da visão de seus pais e talvez de outros irmãos?
Nosso coração é potencialmente assassino. Em nossas mentes é que os assassinatos nascem. Dizem que certos crimes contra a vida são motivados por forte emoção, mas devemos considerar que eles não nascem no nada, mas em pensamentos revoltados contra a vida e, ainda que não conscientemente, pensamentos que nos fazem revoltados contra Deus.
Porque de dentro do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem (Marcos 7.21-23).
Ainda que isso se mostre bastante duro e as palavras pesadas. Todos nós devemos considerá-las como um grande alerta de Deus para nós.
Um mandamento contra o homicídio e contra o ódio em relação ao próximo é resultado do conhecimento que Deus tem de nossa natureza e de como precisa ser freada para nosso próprio bem.
O homicídio de Caim não nasceu do nada, mas de um alimentar constante de sua mente com sua revolta, sua ira. Fruto de um desejo de auto afirmação que o dominava e que o impulsionava ao ódio contra Deus, que se consumou no assassinato de seu irmão.
Meus irmãos, pecados que nos fazem rejeitar o nosso próximo e nos conduzem a atitudes que “matam” o nosso próximo em nosso coração (lembre-se das palavras de Mateus 5.21-22) são fruto de nossa impaciência para com a vontade de Deus, para com aquilo que ele determinou para nós e nosso próximo.
Devemos nos lembrar que todos os seres humanos, sem exceção, não importando quem sejam ou o que façam, como pensem, ou o que amam, foram criados à imagem e semelhança de Deus. Matar alguém é diminuir a importância dessa imagem.
Se alguém derramar o sangue do homem, pelo homem se derramará o seu; porque Deus fez o homem segundo a sua imagem (Gênesis 9.6).
Toda a inclinação do nosso coração contra Deus se levantará de forma prática contra o nosso próximo. Devemos repreender o nosso coração quando ele se levantar contra o próximo. Atitudes que nos afastam das pessoas são condenadas nesse mandamento.
O alerta de Deus no “não matarás” é um alerta contra esse potencial de revolta que existe em nosso coração e, que se materializará em um incapacidade de conviver em paz e harmonia com aqueles que nos rodeiam.

“Não matarás” é um alerta contra a nossa inclinação para o autoamor idolátrico
O autoamor idolátrico é o princípio fundamental de todo o comportamento pecaminoso.  Trata-se da substituição no fundamento de nosso propósito existencial.
Em outras palavras, com o pecado, o coração do homem passou a viver para si mesmo. O ser humano passou a entender e pensar nas coisas a partir de sua vontade, suas necessidades, de si mesmo. Somos fortemente inclinados a tomar nossas decisões baseadas em um autoamor idolátrico, que nos torna a prioridade máxima de nós mesmos.
Ao nos dar um mandamento em que exige a valorização da vida do próximo, Deus nos propõe uma visão que repele esse autoamor idolátrico. Deus começa a agir em um patamar primordial, que é a nossa relação com aquelas pessoas que nos são iguais.
Voltando aos exemplos bíblicos, veremos o primeiro comportamento de desamor ao próximo. Aconteceu antes mesmo do primeiro assassinato, quando existiam apenas duas pessoas na face da terra. Estamos falando de Adão e Eva, logo depois que tomaram do fruto proibido e foram descobertos por Deus.
Perguntou-lhe Deus: Quem te fez saber que estavas nu? Comeste da árvore de que te ordenei que não comesses? Então, disse o homem: a mulher que tu me deste por esposa, ela me deu da árvore e eu comi (Gênesis 3.11-12).
O autoamor idolátrico já havia se instalado no coração humano, quando Eva tomou o fruto com a proposta de que seria conhecedora do bem e do mal, também Adão, da mesma forma, pecou e abraçou ao amor idolátrico. Mas, foi aqui, quando Adão acusou Eva, depois de mostrar sua rebeldia contra Deus, que ele deixou o seu autoamor idolátrico levá-lo a matar Eva em seu coração.
Precisamos de toda a atenção contra este intruso em nossa vida. O autoamor idolátrico nos impele e rejeitar Deus e também a rejeitar as pessoas ao nosso redor, as quais nos foram dadas para que amemos e cuidemos delas.
“Não Matarás” é o ponto de partida para o cumprimento de “amar o próximo como a nós mesmos”. Ele exigirá a morte do autoamor idolátrico. Devemos nos exortar com essa palavra a não nos considerar em grau de maior importância que os outros.
Em geral, é por causa da falta de percepção de que nos inclinamos ao autoamor idolátrico que pecamos tanto contra o nosso próximo e deixamos nosso coração andar a largos passos para o desamor.

“Não matarás” é um alerta contra a nossa falta de atitude em prol do bem do nosso próximo
O mandamento não deve ser exclusivamente entendido em seu aspecto proibitivo. Devemos pensar nos mandamentos de Deus também de forma positiva, como nos estimulando a atitudes de valorização e promoção da vida do nosso próximo.
Muitos evangélicos pensam a sua fé apenas em termos de comportamentos estritamente religiosos e se esquecem de que fomos chamados para sermos luz para os homens. A Bíblia diz que a Igreja de Cristo deve iluminar e não pode ficar escondida. Ela é o sal da terra e não deve se omitir.
O compromisso com o bem estar do nosso próximo é tão importante quanto a nossa decisão de uma crença bíblica não herética. Em outras palavras, seguindo o que disse Tiago, irmão do Senhor: “...a fé sem obras é morta”.
A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo (Tiago 1.27).
O Novo Testamento nos conclama a este amor prático e sempre nos conclama a fazê-lo em favor do nosso próximo. Mas essa não um tema exclusivo do Novo Testamento, pois o Antigo Testamento está recheado de muitas acusações contra Israel no que diz respeito ao fato de que perderam o ideal de serem a nação da justiça de Deus. ´
Bem aventurado o que acode o necessitado (Salmo 41.1)
Meus irmãos, estaremos caindo diante do sexto mandamento se negligenciarmos nosso potencial para ajudar as pessoas e nos tornarmos refratários às ações que promovem o bem estar do próximo, especialmente dos necessitados.
“Não Matarás” é um alerta contra o comodismo e nossa inclinação natural para negligenciar atitudes que promovem a vida dos nossos irmãos.
Pensem em que deveríamos colaborar para o crescimento dos outros. Para a construção de uma sociedade onde o mais pobre pudesse viver dignamente e que não houvesse entre os nossos irmãos pessoas passando necessidades básicas.
Não acredito que essas coisas acontecerão pela via das políticas públicas, embora elas devam existir e colaborar para isso. Acredito muito mais que isso acontecerá a partir de atitudes pessoais, baseadas em atitudes de amor e promoção do próximo que vive ao nosso lado.
Acho que a Igreja desempenha o papel de estímulo e ser um ambiente dessa prática. Promova a vida dos que estão ao seu redor, construa a carreira dos outros, trabalhe para que os outros cresçam. Isso é amar o próximo como a nós mesmos. Esse é o desafio do “não matarás”.

CONCLUSÃO
Percebemos que este mandamento é um profundo alerta contra o nosso coração. No final de todas as contas o resultado é que o coração do homem tem dificuldade em amar a Deus sobre todas as coisas.
Para promover esse amor, Deus nos conclama a amar o nosso próximo, fazendo morrer o deus intruso: o autoamor idolátrico. Isso acontece de duas maneiras: a intenção de não fazer mal ao próximo e a promoção da vida do próximo.
A queda diante deste mandamento pode ser um dos fatores mais responsáveis por um tipo de igreja tão vazia de comunhão com Deus e a restauração da Igreja passará necessariamente por uma observação deste mandamento.
 
Aplicação para a Igreja Presbiteriana de Vila Formosa
Insisto com os irmãos que a nossa igreja tem recebido muitas bênçãos de Deus e que devemos não negligenciar tudo o que o Senhor nos proporcionou.
Primeiramente devemos urgentemente aprender a nos perdoar e a nos amar, valorizando o nosso irmão e jamais promover em nosso coração qualquer sentimento de desafeto. O que, às vezes, é tão comum entre nós.
Por outro lado, acho que nossa igreja deveria aceitar mais claramente a missão de sal da terra e luz do mundo de uma forma mais prática. Acho que ainda somos muito devedores à sociedade que nos cerca. Eu os conclamo a pensar e trabalhar para fazer a nossa fé ser prática e vivida em atitudes mais claras em favor do próximo.
Coloque em oração e disponha a sua vida para tal.
Oração
Ajuda-nos a amar com Cristo nos amou e a si mesmo se deu por nós. 
Amém!