16 de outubro de 2016

1Crônicas 21.18-27

Uma Avaliação do Coração Adorador

(IP Vila Formosa - Outubro de 2016)
1 Crônicas 15. 18 a 27

Foco da Nossa Decaída
Deus deve ocupar o lugar mais alto na nossa escala de coisas preciosas. Ele deve ser o único tesouro a ser guardado em absoluto. Deus é a riqueza que dá valor e sentido a todas as outras riquezas. Este texto é uma exortação a valorizar o Senhor, a fazer refletir em atitudes práticas o amor que acalentamos no coração. Um coração adorador precisa ser recomposto diante de Deus assim como o de Davi precisou ser modelado por meio de uma crise com Deus.

Introdução
Essa passagem impressionante da vida de Davi é um daqueles episódios bíblicos de grande significado prático para a nossa vida, que dificilmente não marca a nossa memória.
A nossa relação com Deus é fundamentalmente doxológica, ou seja, fomos criados para GLORIFICAR A DEUS. Quando este relacionamento doxológico está permeado de desvios, nos tornamos frios, insinceros diante de Deus e altamente volúveis.
Diante da passagem desta noite, desejamos olhar para nós mesmos e procurar compreender de que maneira poderemos caminhar na direção de uma relação doxológica madura, profunda e sadia com o Senhor.
Vejamos a partir do exemplo de Davi, como a nossa vida pode ser transformada. Façamos um CARDIOGRAMA DOXOLÓGICO, ou seja, uma leitura do nosso próprio coração, a partir da sua necessidade de ser um CORAÇÃO ADORADOR.

O Coração Adorador Caminha Para Além do Arrependimento
Nem sempre é fácil encarar o fato de que somos pecadores e pecamos contra o Senhor. É muito comum acomodarmo-nos com a facilidade de simplesmente receber a punição de Deus e achar que isto é o  suficiente para que tudo esteja bem, entre nós e Ele.
Davi, sem dúvida alguma, como ele mesmo admitiu, agiu  mui loucamente:
Então disse Davi a Deus: Muito pequei em fazer tal coisa; porém, agora, peço-te que perdoes a iniquidade de teu servo, porque procedi mui  loucamente (1Crônicas 21.8).
O resultado deste arrependimento de Davi foi a mão pesada de Deus ceifar 70 mil homens por meio de uma peste devastadora. O Anjo do Senhor, trouxe seu juízo sobre Davi e este sentiu fortemente o peso da mão de Deus, e seu arrependimento se aprofundou no coração:
Disse Davi a Deus: Não sou eu o que disse que se contasse o povo? Eu é que pequei, eu é que fiz muito mal; porém estas ovelhas o que fizeram? Ah,  Senhor, meu Deus, seja, pois, a tua mão contra mim e contra a casa de meu pai e não para castigo do teu povo (1Crônicas 21.17).
Davi vira Deus ceifando a vida do seu povo, seu  coração estava arrependido, mas continuava disposto a oferecer a Deus o que este lhe pedia. Precisamos considerar o  fato de que UM CORAÇÃO ADORADOR ESTÁ DISPOSTO A RECONHECER SUA DÍVIDA COM DEUS SEM ACALENTAR REVOLTAS.
Então o Anjo do Senhor disse a Gade que mandasse Davi subir para levantar um altar ao Senhor, na eira de Ornã, o jebuseu (1Crônicas 1.18).
Deus tinha exigências para com o Davi arrependido e este estava disposto a lhe obedecer. O que precisamos notar no modo como Deus trabalha o nosso coração adorador é moldando-o e, muitas vezes, as exigências de Deus nos fazem caminhar para além do  arrependimento.
Sem dúvida alguma, Deus valoriza o arrependimento de Davi e estava disposto a perdoar o seu filho. Mas o melhor modo de moldar o coração do HOMEM DE DEUS, RESPONSÁVEL PARA SER O LÍDER DOXOLÓGICO DE UMA NAÇÃO, era conduzi-lo para ALÉM DO ARREPENDIMENTO.
Subiu, pois, Davi, segundo a palavra de Gade, que falara em nome do Senhor (1Crônicas 21.19).
A obediência de Davi  à Palavra do Senhor é um dos pontos centrais  deste trecho. A sua disposição em caminhar na direção certa e servir a Deus de todo o coração estava atrelada à um censo de dever para com o que Deus lhe dizia.
Nem sempre é fácil admitir nossos pecados e aceitar que Deus exija de nós além do arrependimento. O coração de Davi estava sendo moldado e levado a um patamar que o tornaria o maior responsável pela implantação de uma consciência de adoração, porque foi neste episódio que Davi deu início ao ponto final do seu reinado doxológico: A ESCOLHA DO LUGAR PARA O TEMPLO DE DEUS foi resultado de um aprimoramento da relação de Davi com Deus.
Um coração adorador não se revolta contra Deus, mas se dispõe a caminhar para além do arrependimento, propondo-se a ser moldado por Deus de forma mais profunda.

O Coração Adorador Busca Um Relacionamento Pessoal Mais Profundo Com Deus
Já ouvi algumas mensagens neste texto e eu mesmo já preguei neste texto e, com certeza, ela aponta para a valorização de Deus como AQUELE QUE MERECE O MELHOR DE NOSSA PARTE. Nem de longe eu discuto esta verdade. Mas, na palavra desta noite, desejo olhar para algo mais ligado ao coração de Davi e ao modo como está reagindo aqui.
Davi era o Rei e um homem de elevada importância para todo o Reino de Israel. O contraste que vejo neste texto com o capítulo 21.4 é que, diante do conselho de Joabe, o general, Davi fez prevalecer a sua palavra. Ou seja, quando ele não tinha direito de fazer prevalecer a sua Palavra, a soberba que estava dominando o seu coração o levou  a fazer valer as prerrogativas de Rei.
Entretanto, diante de Ornã, o jebuseu, dono da Terra onde estava o Anjo do Senhor, Davi não faz prevalecer os seus privilégios de Rei.
Virando-se Ornã, viu o Anjo, e esconderam-se seus quatro filhos que estavam com ele. Ora, Ornã estava debulhando trigo. Quando Davi vinha chegando a Ornã, este olhou, e o viu e, saindo da eira, se inclinou diante de Davi, com o rosto em terra. Disse Davi a Ornã, Dá-me este lugar da eira a fim de edificar nele um altar ao Senhor, para que cesse a praga de sobre o povo, dá-mo pelo seu devido valor. Então, disse Ornã a Davi: Tome-a o rei, meu senhor, para si e faça dela o que bem lhe parecer; eis que dou os bois para o holocausto, e os trilhos, para a lenha, o trigo para oferta de manjares, dou tudo. Tornou o rei Davi a Ornã: Não, porém pelo seu inteiro valor a quero comprar; porque não tomarei o que é teu para o Senhor, nem oferecerei holocausto que não me custe nada (1Crônicas 21.20-24).
Ornã Se inclinou diante de Davi - Ornã reconhece o seu rei e sabe do problema que está enfrentando. Ornã está honrando Davi como Rei, e como é seu direito de Rei receber esta reverência.
Ornã oferece tudo para o Rei - o jebuseu sabe que Davi é um vitorioso e se quisesse poderia lhe arrebatar aquelas terras. Mais que isto, Ornã, está disposto a reverenciar o seu Rei oferecendo a terra, e tudo o que for necessário para ajuda-lo como Rei. Esta é uma prerrogativa de Davi, ser ajudado pelos seus súditos.
Não tomarei o que é teu - Meus irmãos, sabemos muito bem que não se trata de orgulho por parte de Davi. Sabemos que ele está disposto a agradar a Deus e entregar a Deus o melhor. O melhor que Davi quer entregar a Deus passa por mais um elemento de MODELAÇÃO DO SEU CORAÇÃO DE ADORADOR: DAVI DESEJAVA INVESTIR PESSOALMENTE NESTE ATO DE RELACIONAMENTO COM DEUS.
Não oferecerei holocausto que não me custe nada - Este é um ponto elevado desta passagem. Sem dúvida alguma, Deus estava sendo valorizado no coração de Davi. Mas, olhando do ponto de vista do coração do Rei de Israel, seu CORAÇÃO ADORADOR ESTAVA SENDO MOLDADO E DESCOBRINDO A NECESSIDADE DE UMA ENVOLVIMENTO PESSOAL ELEVADO COM DEUS. A ideia de oferecer algo que tenha custo, não era uma forma de compra do perdão, mas uma espécie de reconhecimento prático e a busca de fazer a sua própria mente aprender a valorizar a Deus.
Irmãos, este é um momento alto da passagem e precisamos refletir sobre isto. Ou seja, sobre a nossa disposição de PAGAR OS PREÇOS PARA UM RELACIONAMENTO MAIS INTENSO COM O SENHOR.
Enquanto nosso envolvimento com Deus estiver subjugado às nossas possibilidades mais confortáveis, poderemos até nos sentir bem, mas dificilmente conseguiremos vencer a barreira do superficial e, às vezes, do artificial. Você pode ter boas ideias e saber fazer boas críticas a tudo o que fazemos no momento de Adoração. MAS NÃO TERÁ UM RELACIONAMENTO PROFUNDO COM DEUS ENQUANTO SEU PREÇO NÃO FOR PAGO NO NÍVEL DO PESSOAL E ELEVADO.
Davi deu a Ornã por aquele lugar a soma de seiscentos siclos de ouro (1Crônicas 21.25).
Não vou me alongar neste ponto. Neste caso, o valor pessoal elevado que Davi pagou, a título de curiosidade foi e aproximadamente: US$ 1.124.585,00. Não sei se esta é uma conta correta ou não, este não é o fato mais importante. 

O Coração Adorador Sabe Que o Que Importa é Agradar a Deus e Não a Si Mesmo
No último domingo estive na IP Filadélfia Jd Eliane e fui o pregador daquela ocasião. Tive a oportunidade de compartilhar com os irmãos ali uma parte desta mensagem, baseando todo o sermão apenas no versículo 26. Vocês podem imaginar como eu acredito que este é um versículo riquíssimo para ser conhecido e para nele meditarmos. Mas, hoje trataremos as ideias deste verso de uma forma mais geral.
Edificou ali um altar ao Senhor, ofereceu nele holocaustos e sacrifícios pacíficos e invocou o Senhor, o qual lhe respondeu com fogo do céu sobre o altar do holocausto (1Crônicas 21.26). 
Os irmãos que tem nos acompanhado nas mensagens em 1Crônicas observaram que o ponto central das exposições é o PROJETO DOXOLÓGICO, ISTO É, A IDEIA DE QUE DAVI FOI ESCOLHIDO PARA SER O GUIA DO POVO DE ISRAEL PARA TRANSFORMAR ESTA NAÇÃO NUMA NAÇÃO DE ADORADORES.
Na última mensagem que preguei há dois domingos, olhamos para o episódio em que Davi levanta o censo de Israel e como isto foi mal aos olhos de Deus. Pois bem, este verso 26 é um reflexo do verso 7:
Tudo isto desagradou a Deus, pelo que feriu a Israel (1Crônicas 21.7).
O autor faz uma nota e mostra que Deus não se agradou da dureza do coração de Davi e por isto feriu a Israel. Agora, Davi, arrependido, está de novo diante de Deus e ele busca agradar ao Senhor.
Davi ergueu um altar e ofereceu nele holocausto - O holocausto era uma prescrição bíblica de reaproximação do povo pecador com um Deus santo e perfeito. Quando um dos filhos de Israel desejava ter comunhão com Deus no tabernáculo, a primeira coisa que ele encontrava ao entrar na Tenda da Congregação era o altar do sacrifício.
Em Levítico, são inúmeras as passagens que indicam que o relacionamento de Deus com o seu povo acontecia por meio do sacrifício e a resposta era sempre considerada com as seguintes palavras: AROMA AGRADÁVEL A DEUS.
Davi sabia que tinha desagradado a Deus quando DESEJOU FAZER A SUA VONTADE PESSOAL, AGORA, PORÉM, RESOLVE FAZER CONFORME DEUS PRECREVIA QUE DEVERÍA SER AGRADADO.
Davi Invocou o Senhor - a invocação do Senhor não é um mero ato de despertamento de Deus, mas uma ação humana de chamar Deus para o relacionamento pessoal. É como se Davi estivesse dizendo assim: DEUS ESTOU AQUI DISPOSTO A TER UM RELACIONAMENTO SEGUNDO O SEU PADRÃO.
UM CORAÇÃO ADORADOR SABE QUE O QUE IMPORTA É AGRADAR A DEUS E NÃO A SI MESMO.
O qual lhe respondeu com fogo do céu - a resposta de Deus vem em termos de purificação. A ideia de fogo tomando o holocausto, ainda mais um fogo não de natureza humana, mas vindo da parte de Deus era um sinal de um relacionamento restaurado por completo e aprofundado. VIVER PARA AGRADAR A DEUS É O PADRÃO DE VIDA QUE SE ESPERA DE TODOS OS QUE SE CHAMAM ADORADORES DE DEUS.

Conclusão
No fundo não há nada de novo neste sermão. Nenhuma informação nova, nenhuma exortação inédita e não há nada que não saibamos verdadeiramente sobre o fato de que:

Adoradores devem ir além do arrependimento e buscar um relacionamento mais profundo com o Senhor;
Adoradores são pessoas que buscam um relacionamento pessoal elevado com Deus;
Adoradores devem viver segundo o padrão de Deus e agradar a Deus e não si mesmos.

Nada de novo está presente nestas frases. O que há de novo neste sermão somos nós e o nosso momento! Você e o seu momento! Quem você é hoje e o que você irá fazer, isso é o que há de novo neste ajuntamento e na palavra que ouvimos.
O ponto não é sair daqui com uma ou outra frase que lhe ajude a postar pensamentos no FAcebook, mas sair daqui conversando com Deus sobre O SEU CORAÇÃO ADORADOR. O ponto é se perguntar sobre quem realmente é você como um adorador do Senhor e quem é o Senhor para você?
Portanto, a única coisa nova esta noite é a melhor de todas: DEUS FALANDO COM VOCÊ HOJE E PROPONDO A VOCÊ HOJE QUE REPENSE COMO ESTÁ A SUA VIDA.
Acho que você tem elementos para novamente trazer a memória tantas coisas que Deus já tem te falado e a partir de tudo isto que ouviu hoje e que vem ouvindo do Senhor, OFERECER O MELHOR AO SENHOR.





2 de outubro de 2016

1 Crônicas 21.1-6


O Poder Que Corrompe a Fé
1 Crônicas 21.1-6

Foco da Nossa Decaída
Este texto é um alerta para que homens e mulheres de fé, realmente dedicados a Deus, podem cair na tentação e desviar a sua vida do real e verdadeiro propósito da existência.

Introdução
A Escritura tem uma afirmação que deveria ser considerada de forma muito séria por todos nós: Quem pensa estar em pé, veja que não caia (1Coríntios 10.12).
O texto que temos adiante de nosso coração esta noite é um relato que mostra como um homem de Deus, pode ter a sua fé corrompida e a sua caminhada com Deus marcada pelo pecado.
Davi, o grande Rei de Israel, teve importantes vitórias no campo de batalha e uma delas muito significativa: a vitória sobre os gigantes, levada à cabo por seus importantes gibborins, os valentes de Davi, uma espécie de tropa de elite de seus exércitos (1Crónicas 20.4-8).
Houve ainda outra guerra em Gate. Havia ali um home de grande estatura, tinha vinte e quatro dedos, seis em cada mão e seis em cada pé, também ele descendia dos gigantes. Quando ele injuriava a Israel, Jônatas, filho de Siméia, irmão de Davi, o feriu. Estes nasceram dos gigantes em Gate e caíram pela mão de Davi e pela mão de seus homens (1Crônicas 20.6-8).
Após estas vitórias, o que percebemos no texto bíblico é que houve uma certa mudança no comportamento de Davi em relação ao grande projeto de estabelecer uma nação doxológica, isto é, centrada na glória de Deus.
O que percebemos é que foi necessário mostrar como foi alterado o propósito do coração da principal peça de construção desta mentalidade, o rei de Israel, Davi.
Apesar de ter estruturado o seu governo sob este excelente projeto doxológico. O líder, o homem segundo o coração de Deus, um dos grandes idealizadores do projeto de nação centrada na glória de Deus, caiu. Ele se achou em pé, mas caiu.
Sem dúvida alguma, este é um texto de alerta para todos nós. Porque precisamos da clareza de pensamento, a fim de não sermos conduzidos por poderes ocultos na nossa natureza pecaminosa a fugir dos caminhos do Senhor e ter a nossa fé corrompida.
Quais os poderes ocultos da nossa natureza pecaminosa que precisamos atentar para que não corrompam a nossa fé? Vamos, por meio desta passagem, os inquirir acerca dos internos potenciais da nossa velha natureza para nos levar à queda e a ter a nossa fé corrompida.

O Poder Que Corrompe a Fé Está Dentro do Seu Coração
O texto se inicia com uma particular citação à figura de Satanás, o acusador. Ao usar este nome, que só aparece nas Escrituras do Velho Testamento outras duas vezes, no caso de Jó de Josué, aqui, diferente dos dois outros casos, mas num certo sentido pela mesma razão, Satanás aparece como sendo a ferramenta de “incitação do coração”.
Então, Satanás se levantou contra Israel e incitou a Davi a levantar o censo de Israel (1Crônicas 21.1).
Incitou (Suth) – O termo suth é usado para dizer que o modo como Satanás agiu foi o de inclinar o desejo de Davi. Na verdade, Satanás simplesmente foi usado para fazer aparecer o que já estava dentro do próprio coração do rei.
Sempre as pessoas perguntam porque o texto de 2Samuel 24 é diferente do texto de Crônicas. Afinal em Samuel, o texto diz que Deus foi o incitador de Davi, aqui, no entanto, o cronista deixa claro que Deus o fez, pela instrumentalidade de Satanás.
O problema, portanto, não é se foi ou não Deus. Foi Deus, e ele usou um meio, no caso, o Escritor das Crônicas deixou  claro: foi Satanás o instrumento. O ponto é: porque o cronista deixou claro que foi Satanás?
Aparentemente, o relato do cronista tem como objetivo deixar claro que Davi se tornou reprovável. Nos outros dois textos do Velho Testamento em que Satanás é citado, Jó e Zacarias, Satanás, o acusador, aparece diante de Deus, acusando a indignidade de Jó e do Sacerdote Josué. Neste sentido, o que temos adiante de nós é acusação da “indignidade de Davi”.
Levantar o censo – Portanto, o levantamento do censo não foi o pecado, mas as razões do coração de Davi. O escritor, ao  descrever isto como um resultado da acusação de Satanás, deixa claro que se tratou de uma motivação baseada no orgulho, na vaidade e em um senso negativo em relação à glória de Deus, porque Davi, começou a se tornar autoconfiante, porque seu exército era muito bom.
PRECISAMOS CONSIDERAR O FATO DE QUE TEMOS UM POTENCIAL DESTRUTIVO DENTRO DE NÓS E ESTE PODER PODE CORROMPER A NOSSA FÉ.

O Poder Que Corrompe a Fé Obscurece a Visão do Seu Coração
Uma das temáticas do cronista sobre como a nação doxológica seria construída é que ela seria construída por uma coalização de forças entre o Rei e os grandes líderes de Israel e todo o povo. Na verdade, o projeto de uma nação para a glória de Deus não seria o resultado do trabalho de Davi, mas um grande trabalho de todos.
Disse Davi a Joabe e aos chefes do povo. Ide, levantai o censo de Israel, desde Berseba até Dã; e trazei-me a apuração para que eu saiba o seu número (1Crônicas 21.2).
Joabe e os chefes do povo - Davi, entretanto, usa esta mesma liderança para trair o projeto de todos. É tão egoísta sua intenção, que aqueles mesmos que o haviam apoiado é que ele convoca para agora, trazer à luz o seu plano de poder pessoal. JOabe, representando os valentes de Davi e todo o seu exército, e os chefes representando toda a sociedade civil de Israel. Uma ausência interessante deste quadro é que ele não chamou desta vez os sacerdotes e levitas. Na verdade, houve uma séria mudança na visão do coração de Davi.
Trazei-me a apuração para que eu saiba – A palavra usada para saber é “Iadah” que indica mais que apenas tomar conhecimento, mas carrega a ideia de “apreciar”, “desfrututar”, considerar o número como quem deseja, a “cifra” (Sipru) o número é o valor para que eu “valorize” o resultado.
Este verso mostra como o CORAÇÃO DE DAVI ESTAVA VOLTADO PARA UM INTERESSE PESSOAL E ISTO SERÁ RESSALTADO NO VERSO 3.
Então, disse JOabe: Multiplique o Senhor, teu Deus, a este povo cem vezes mais, porventura, ó rei, meu senhor, não são todos servos do meu senhor? Por que requer isso meu senhor? Por que trazer assim, culpa sobre Israel? (1Crônicas 21.3).
Joabe era o grande general de Davi e o responsável direto por grandes vitórias do Rei, um dos homens mais leais de todo o reino, um homem realmente de confiança.
Por que requer isso meu senhor – certamente Joabe, conhecendo bem o seu rei, o seu senhor, identificou com bastante clareza o problema e o egocentrismo do rei. Joabe sabia que Deus era quem batalhava pelos exércitos de Israel, por isso, dize ele que Deus haveria de dar cem vezes mais, que não se tratava do  poder do exército, mas da vontade de Deus dar a vitória. Deus daria a Davi tudo que precisava, porque os súditos que tinha, eram um presente de Deus. Joabe se tornou um conselheiro do rei.
UM PODER OBSCURO ESTAVA CEGANDO O CORAÇÃO DE DAVI. O conselho sábio de Joabe sequer arranhara a convicção do rei e ele seguiu em seu intento.
Porém a palavra do rei prevaleceu contra Joabe. Pelo que saiu JOabe e percorreu todo o Israel, então, voltou para Jerusalém (1Crônicas 21.4).
Contra Joabe – esta expressão dá contorno ao fato de que o conselho de JOabe foi resistido pelo Rei. Como já dissemos, o conselho de JOabe sequer arranhou a convicção egoísta de Davi. Convicção que mais tarde Davi vai dizer que foi uma grande loucura o seu coração (1Cr 21.7-8).
O PODER QUE CORROMPE A FÉ, REALMENTE SEGA O CORAÇÃO.

O Poder Que Corrompe a Fé Desvia Seu Coração do Propósito Principal da Sua Vida
Uma das mais importantes marcas da vida de Davi era a sua centralidade e confiança em Deus. Desde o dia em que ele enfrentou e venceu Golias, o texto bíblico vem nos mostrando o quanto o Rei de Israel era um homem dependente do Senhor e que vivia para a glória do Senhor, os seus salmos revelam esta vida de Davi.
O Senhor é a minha força e o meu escudo, nele o meu coração confia, nele fui socorrido, por isso, o meu coração exulta e com o meu cântico o louvarei (Salmo 28.7).
Davi, manda fazer o censo de Israel e quer saber o tamanho do seu poder e o potencial de Israel para guerra e quer ter prazer e conforto nisto. Embora não esteja tão claro, o que Satanás está fazendo aqui é mostrando que no coração de Davi também existe a sede de buscar sua própria glória.
Deu Joabe a Davi o recenseamento do povo; havia em Israel um milhão e cem mil homens que puxavam a espada; em Judá eram quatrocentos e setenta mil homens que puxavam da espada (1Crônicas 21.5).
Homens que puxavam a espada – o número do exército de Israel revelava um poderia militar impressionante. Acredito que, devido o propósito do cronista ser diferente do de Samuel e querer enfatizar este poderio para explicitar a vaidade de Davi é que o número em Crônicas é bem maior que aquele que Samuel apresentou. Mas, o ponto aqui é a ideia da força.
Mas o verso 6, nos revela algo importante. Afinal, Joabe não quis contar os levitas, nem os de Benjamim, a menor das tribos.
Porém os de Levi e Benjamim não foram contados entre eles, porque a ordem do rei foi abominável a Joabe (1Crônicas 21.6).
Foi abominável – O que é relevante nesta passagem é que Davi havia mandado contar todos os possíveis soldados de Israel e mandou também contar os levitas. Com certeza, foi isto tão abominável que JOabe, mesmo sendo um general obediente e leal ao Rei não conseguiu compactuar com o pecado do Rei.
Os levitas, os sacerdotes não podiam ser contados como homens de guerra e tentar coloca-los nesta condição era uma profunda mudança no projeto de uma nação doxológica.
O CORAÇÃO DE DAVI ESTAVA PERDENDO A CENTRALIDADE DO PROJETO DOXOLÓGICO E BUSCANDO UMA NOVA MATRIZ PARA SUA VIDA.
O PODER QUE CORROMPE A NOSSA FÉ DESVIA NOSSO CORAÇÃO DO VERDEIRO PROPÓSITO DA NOSSA VIDA.
Conclusão
Meus irmãos, com certeza esta passagem fala muito sobre nós mesmos. Fala sobre nosso coração e como nos movemos neste mundo.
Mesmo que sejamos pessoas com as boas intenções de verdadeiramente glorificar a Deus e amá-lo acima de tudo, precisamos tomar muito cuidado, porque algum poder oculto, vindo de nossa velha natureza, do pecado que habita em nós, pode nos confundir e nos fazer viver noutra direção.
Não podemos só nos proteger do que vem de fora, PRECISAMOS NOS DEFENDER DE NOSSO PRÓPRIO CORAÇÃO. Também precisamos lembrar que PODEMOS ESTAR CEGOS e achando que estamos fazendo o que é certo, mesmo em um caminho errado.
Também e principalmente precisamos cuidar para AVALIAR QUAL O PROJETO DE VIDA ESTÁ REALMENTE DIRECIONANDO NOSSAS AÇÕES. Afinal, podemos pensar estar vivendo para A GLÓRIA DE DEUS, mas construindo ações que BUSCAM APENAS A NOSSA PRÓPRIA GLÓRIA.
Por isso, eu compreendo: QUEM PENSA QUE ESTÁ EM PÉ, pode CAIR.