27 de setembro de 2015

Salmo 118.22-29

Preparando o Coração Para Construir
Um Futuro Próspero
Salmo 118.22-29


Foco da Nossa Condição Decaída
Nesta porção da palavra, vamos buscar levantar os elementos que podemos introduzir em nosso modo de pensar a vida para que aprendamos e estejamos prontos para receber o futuro com uma atitude inclinada a ser positiva ou próspera.

Introdução
O que viveremos amanhã é um mistério que não podemos desvendar. As Escrituras nos mostram que precisamos descansar quanto ao nosso futuro e confiar que Deus no-lo irá trazer da melhor maneira possível. Por outro lado, é constante na Escritura a ideia de que devemos viver uma “fé escatológica”, isto é, que construamos uma relação com Deus cheia de esperança futura, o que indica que é pensando e descansando em Deus quanto ao nosso futuro que devemos desenvolver o nosso coração e nos preparar para o que virá.
O nosso futuro pertence a Deus e viver ansioso quanto a isso não é uma coisa boa, devemos nos lembrar dos conselhos de Jesus quanto à ansiedade pelo dia de amanhã. Mas existem algumas coisas que podemos fazer que positivamente poderão contribuir para construir o nosso futuro, uma espécie de preparação do nosso coração para receber as coisas do futuro com mais tranquilidade.
Esta última parte do Salmo 118 é muito conhecida. Ela leva nossa mente à entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, já que os homens e mulheres cantavam a Jesus este Salmo, enquanto o jumentinho o levava para as portas da cidade e estendiam suas vestes para que ele passasse. O Salmo como um todo é uma grande celebração ao amor de Deus, por ser  ele bom e por que sua misericórdia dura para sempre. O salmista celebra que Deus sempre vai ao seu socorro, mesmo quando os inimigos são mais poderosos e ferozes, que Deus o resgata das armadilhas do mal e até mesmo quanto levanta o justo castigo, não deixa de amar aqueles que são seus.
Na parte final do Salmo, o salmista, baseado no fato de que Deus é bom e sempre misericordioso, mais uma vez clama pelo seu socorro e coloca a esperança de um futuro próspero nas mãos do Altíssimo:
Oh! Salva-nos, Senhor, nós te pedimos; oh Senhor, concede-nos prosperidade! (Salmo 118.25).
Em nossos dias, a ideia de prosperidade cristã foi  deturpada por uma promíscua teologia materialista  que constrói um relacionamento completamente interesseiro com Deus, baseado na vontade e desejo do homem. Mas a prosperidade cristã não é uma ideia estranha à Escritura. A Bíblia sempre nos falou de que Deus haveria de abençoar o nosso futuro. Aliás, a fé escatológica não é uma crença no pior, mas no melhor de Deus. Não podemos, por causa da falsidade da prosperidade pregada em nossos dias, deixar de crer e confiar que Deus tem preparado o  melhor para nós.
O Salmista clamava pela prosperidade que vem do Senhor. Por isso, elevava a Deus este cântico de reconhecimento. Vamos nos aproximar dessas palavras esta noite buscando entender quais as atitudes positivas que nosso coração deve ter para encaminhar uma boa recepção do futuro de Deus para a nossa vida.
Em outras palavras, vamos primordialmente pensar que um futuro próspero não depende exatamente de como será o nosso amanhã, mas de como estaremos para recebê-lo. . .


Para Receber de Forma Próspera o Seu Futuro
Prepare o Coração Para Entender
Que Tudo Revela Que Deus Tem um Amor Particular Pelo Seu Povo

Você já passou por alguma situação incerta e preocupante em sua vida que algum cristão lhe falou: “Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nEle e o mais Ele fará”. Ou ainda, usando o mesmo Salmo, a pessoa lhe diz: “Agrada-te do Senhor, e ele satisfará os desejos do seu coração” (Salmo 37.4-5). Em geral as pessoas nos dizem que devemos descansar em Deus.
Bem, a questão quase sempre caminha para o cenário que revela o seguinte: realmente sabemos que é assim e que não adianta a gente se desesperar e que devemos descansar. Mas, quando vamos para casa, e nosso filho está doente no hospital, ou temos de enfrentar os graves problemas da nossa família, toda a calma e paz que as palavras dos irmãos parecem produzir dão lugar, novamente, à incerteza e à preocupação. 
Acontece que nosso coração, o centro de nossa vida pensante está sobrecarregado. Ele está tentando encontrar caminhos para a solução ou simplesmente vivenciando agudamente seus insolúveis problemas e prevê um futuro desolador para seu caso. O mundo dos nossos pensamentos é onde a mudança que nos levará a receber o futuro de forma próspera deverão primeiramente acontecer. É importante que a questão não está na forma como o futuro acontece ou a realidade em si, mas o modo como cada um de nós está pronto para recebe-la.
Apenas para citar, há algo no Novo Testamento que sempre me chama a atenção sobre a vida de Pedro. Ele negou a Cristo por que tinha medo do que poderia lhe acontecer. Ele não tinha certeza, mas estava inseguro e preocupado em ser identificado como um dos discípulos do Mestre.
No entanto, quando se reencontra com Jesus numa praia, junto ao Mar de Tiberíades, o mestre lhe provoca o mundo dos pensamentos, o coração. Ele pede a Pedro que reafirme o que o seu coração pensa sobre “amar a Cristo”. Mas, me chama a atenção o que Jesus diz depois:
Em verdade, em verdade te digo que, quando eras mais moço, tu te cingias a ti mesmo e andavas por onde querias; quando, porém, fores velho, estenderás as mãos, e outro te cingirá e te levará para onde não queres (João 21.18).
João completa a ideia dizendo que isto apontava para o modo como Pedro experimentaria a sua morte. Você não acha que tenha sido cruel da parte de Jesus dizer que o futuro de Pedro não seria dos melhores? Você não acha que seria melhor não ter dito nada? Mas, Jesus, a esta altura, já sabia que o coração de Pedro poderia muito bem receber esta realidade com um sentimento de prosperidade. Mais tarde, já velho e vendo o seu destino se aproximar, Pedro encoraja a todos os irmãos a enfrentarem os seus problemas com fé e alegria, mesmo em meio às tribulações.
Ora, tendo Cristo sofrido na carne, armai-vos também vós do mesmo pensamento; pois aquele que sofreu na carne deixou o pecado, para que, no tempo que vos resta na carne, já não vivais de acordo com as paixões dos homens, mas segundo a vontade de Deus (1Pedro 4.1-2).
Este que encoraja os homens a viverem e prepararem o mundo dos pensamentos para enfrentar o sofrimento é sim o mesmo que foi repreendido por Jesus por cogitar das coisas dos homens e não das de Deus e o mesmo que temeu ser denunciado por uma das empregadas da casa de Caifás.
O que aconteceu com Pedro? Uma mudança no seu coração. Essa é a mudança que devemos procurar e o Salmo 118, nos versos 22 a 24 nos ajudam mostrando algumas atitudes que precisamos ter. Neste caso, destaco a ATITUDE DE PREPARAR O CORAÇÃO PARA ENTERDER QUE TODO O QUE ACONTECE REVELA QUE DEUS TEM UM AMOR ESPECIAL POR AQUELES QUE SÃO SEUS. 
A Pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular; isto procede do Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos. Este é o dia que o Senhor fez; regozijemo-nos e alegremo-nos nele (Salmo 118.22-24).
O próprio Pedro viu nessas palavras um amor particular demonstrado por Deus ao seu povo. Na sua primeira carta, no capítulo 2, versos 6 a 10, ele se reporta à essa Pedra rejeitada pelos construtores e o contraste que ele aponta é para o modo como, apesar dos principais líderes do mundo religioso de Israel ter rejeitado a Cristo, ele nos é dado por que o Pai tem uma apreço diferenciado por aqueles que são dele:
Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz (1Pedro 2.9).
A Pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular - Para o salmista é razão de júbilo e alegria que a realidade do nosso relacionamento com Deus revela um amor particular por aqueles que são do Senhor, afinal, mesmo ele tendo sido rejeitado pelas autoridades do povo, não deixou de ser uma Pedra Angular para aqueles que nEle confiam e não os deixou sem direção neste mundo.
Isto procede do Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos - Ele vai além e conclama o povo a perceber a maravilha deste amor, um amor que procede primordialmente de Deus. Por isso, enfatiza que a origem dessa maravilhosa realidade é o desejo do Senhor, Jehovah, o Deus da Aliança, aquele que age em favor do seu povo por amor. É preciso ter uma percepção dessa realidade, por isso, ele usa a ideia de “olhos” que contemplam no sentido muito mais de mentes que refletem sobre essa verdade.
Este é o dia que o Senhor fez; regozijemo-nos e alegremo-nos nele - Para o salmista a alegria, o regozijo a felicidade, entendam aqui os elementos constituintes de como o coração recebe com atitude de prosperidade o “dia que o Senhor fez”. Em outras palavras, o salmista afirma que para quem compreende o amor particular de Deus, todos os dias são dignos de serem considerados bons e fruto de sua misericórdia. Isso pode mudar muito até mesmo os dias sofridos da nossa vida. 


Para Receber de Forma Próspera o Seu Futuro
Prepare o Coração Para Entender
Que Ele é o Único Que Pode Alterar a Principal Condição da Nossa Miséria - o Pecado

O coração do homem está naturalmente longe de Deus e não pode entender a sua bondade contínua todos os dias, porque é um coração pecador. Como nosso coração se tornou ególatra, centrado apenas em seus interesses e não consegue se alegrar naturalmente senão for com as coisas que sirvam a estes interesses e propósitos, então não será capaz de se satisfazer com o plano de Deus.
Voltando um pouco ao texto do Salmo 37, que citei anteriormente, preciso propor uma interpretação para o verso 4. Já o fiz antes em algumas oportunidades, mas retornarei a este comentário.
Agrada-te do Senhor, e ele satisfará os desejos do teu coração (Salmo 37.4).
Vou tentar explicar o que acredito ser uma boa interpretação para estas palavras com uma ilustração. Num dia de muito calor, depois de um jogo ou uma corrida no parque, você chega em casa morto de sede, abre a geladeira e... Não encontra sequer uma garrafa de água fria; pode ser uma grande decepção não é? Mas, você olha de lado e tem uma jarra cheinha de limonada, deliciosa, então você se alegra porque, apesar de não tomar um belo copo de água gelada, você tem a oportunidade de tomar uma boa limonada gelada.
A ideia é que se você se agradar de tomar limonada, isso satisfará os desejos de sua sede. Tente entender este versículo desta forma: quando você aprender a ter prazer no Senhor, você aprenderá que Ele satisfaz todos os teus desejos, ele mata sua sede, sua fome, Ele substitui qualquer coisa que poderia lhe causar alegria, porque Ele é a verdadeira alegria. Isso só acontece quando nosso coração aprende a se contentar em Deus.
Oh! Salva-nos, Senhor, nós pedimos - No salmo 118, o salmista trabalha com a nossa necessidade de Deus como elemento que nos prepara para receber o futuro. Ele usa o verbo hebraico “HOSHIAHC”, este verbo é “salvar”, “libertar” etc. A ideia do salmista é que o povo deveria receber o seu Senhor como o ÚNICO CAPAZ DE LHE CONDUZIR PARA FORA DA SUA SITUAÇÃO DE MISÉRIA. Só estamos preparados para receber bem o futuro quando identificarmos no Senhor como a nossa única possibilidade de mudança.
Concede-nos prosperidade - Portanto, é importante que entendamos o contexto de “prosperidade” não nos termos mundanos que tem sido tratado muitas vezes nos púlpitos da atual doutrina da prosperidade. Prosperidade aqui é liberdade existêncial para receber o Senhor. Por isso é que ele continua o texto incentivando a recepção do Senhor de forma efusiva.
Bendito o que vem em nome do Senhor. A vós outros da Casa do Senhor nós vos abençoamos - Isto é prosperidade, saber receber Deus e a realidade na qual ele se manifesta de maneira satisfeita. Essa é a grande bênção, a morada de Deus com seu povo. Nenhuma alegria deste mundo pode ser maior, mas valiosa que viver na presença de Deus. Neste sentido é que a bênção está com aqueles que habitam com o Senhor. 
Precisamos entender que o único que pode transformar a nossa miséria, solidão e desprezo é Deus e isto acontece quando sua presença é sentida, vivenciada, experimentada verdadeiramente por nós. Podemos pensar que cada dia que passa na nossa vida e a cada circunstância o que Deus planeja é nos dar a sua comunhão e nos fazer mais próspero.
Para Receber de Forma Próspera o Seu Futuro
Prepare o Coração Para Entender
Que Ele Conduz a Nossa Vida Para Revelar Em Nossa História Quem Ele é Para Que o Glorifiquemos
O salmista olha de forma positiva para o futuro de Israel e este é um futuro baseado em Deus. Ele elege a bondade e misericórdia de Deus como os fatores de sua maior confiança no futuro.
Rendei graças a Senhor, porque ele é bom, porque a sua misericórdia dura para sempre (Salmo 118.29).
Curioso como este salmo trabalho com as tríades de repetição e ênfase. Veja os versos 2 a 4, os versos 10 a 12. Nos versos 2 a 4, todos deveriam provar essa esperança, a esperança da misericórdia de Deus. O profeta Jeremisas viveu em dias muito difíceis e buscou algo para alimentar o seu coração para que não perdesse totalmente as esperanças, então, encontrou as misericórdias do Senhor, que se renovam a cada manhã.
No fundo é o caráter de Deus quem realmente deve conduzir o nosso coração à segurança quanto ao futuro. Com as coisas que faz ele irá nos mostrar seu amor, sua misericórdia, revelará seu caráter magnifico, sua santidade etc.
O Senhor é Deus Ele é Nossa Luz - O salmista então aponta para o ser de Deus, para sua essência. Uma tradução ainda mais literal seria: Deus é Jehovah e luz para nós. Para este salmista os homens deveriam pensar em dias iluminados porque onde Deus está morando, onde há habitação de Deus será sempre um lugar iluminado. Um lugar onde as trevas que escurecem nossa percepção não podem resistir. Jeremias,  em sua luta, diz que Deus o levara a andar em trevas e não na luz, mas quando contemplou o ser e o caráter misericordioso de Deus, sua alma voltou a descansar iluminada (Lamentações 3.2;21-24.
Adornai a festa com ramos até as pontas do altar -  As pontas do altar era o lugar onde um homem pecador, fugitivo deveria se apegar para não ser destruído pelos seus perseguidores. Quando Salomão foi constituído rei de Israel, Adonias, um inimigo do rei, temeu ser morto. Estava em um banquete e quando soube da notícia da entronização de Salomão correu ao templo e agarrou-se às pontas do altar.
Porém, Adonias, temendo a Salomão, levantou-se, foi e pegou nas pontas do altar. (...) Jura-me, hoje, o rei Salomão que não matará a teu servo à espada (1Reis 1.50).
A figura que o salmista alimenta na nossa mente é que Deus revelará o seu amor e nosso coração deve se alegrar porque ele nos conduz a um caminho de paz e o nosso futuro, seja ele qual for, revelará o amor de Deus na maior de todas as dimensões: CRISTO FARÁ COM QUE VIVAMOS EM PAZ COM DEUS. O Altar é o sacrifício justificatório de Cristo.
Tu és o meu Deus - Este é o real motivo de todo o nosso descanso e de todo o nosso louvor, Deus é o nosso Deus. O Salmista olha e percebe essa relação pessoal como o fato de maior segurança para tudo o que há de vir.
Precisamos saber que Deus é o nosso Deus, ele é nossa luz. Nele podemos confiar e nosso coração haverá de receber tudo o que vier, porque o futuro de quem pertence a Deus é viver na presença dele para todo o sempre.


Conclusão
No fundo, no fundo, o que sabemos sobre o nosso futuro tem tudo a ver com o que sabemos sobre o amor de Deus para conosco. Ele nos ama particularmente e cuidará de nós de maneira a nos conduzir a experimentar sua presença e seu amor, a partir dos acontecimentos da vida.
Comece a manter no seu coração essa nova maneira de receber a realidade. Pense em ser próspero no sentido não do que acontece, mas no modo como você recebe tudo o que te acontece e se você tiver um coração realmente transformado, tudo se tornará em motivo de verdadeiro louvor ao Senhor.
Deus é quem é e por isso é que somos felizes e somos capazes de receber tudo com alegria. Caros irmãos: RENDEI GRAÇAS AO SENHOR, PORQUE ELE É BOM, PORQUE A SUA MISERICÓRDIA DURA PARA SEMPRE.
Aplicação
Irmãos, precisamos nos aplicar em ajudar uns aos outros na direção de nos ajudarmos a ter vida realmente próspera. Quando vocês pensarem em bênçãos, pensem antes de qualquer coisa, nas coisas que trarão a vocês o sentimento aumentado de que pertencem a Deus, que ele é o único capaz de mudar sua miséria e que o conduzam a verdadeiramente louvar a Deus pelo que Ele é, por ser o seu Deus.
Não se deixem levar pela propaganda mundana de bênçãos materiais como sinal de Deus. Não somos contra e até pedimos dias melhores para a vida de todos os crentes, mas a maior prosperidade que podemos pensar e esperar nessa vida é uma maior comunhão com Deus e uma vida que consegue viver em qualquer situação.
Vocês precisam ensinar isso a seus filhos e trabalhar para que eles tenham a mesma expectativa e fé em Deus. É necessário que, como igreja, estejamos prontos para um modelo superior de comportamento cristão. Isso é o que os homens e mulheres de nosso tempo precisam ver em nós.
Talvez você esteja hoje aqui carregando muitas preocupações no seu coração. Então, eu quero lhe convocar a fazer uma mudança profunda do seu coração. Entregue neste momento o seu futuro a Deus e esteja pronto a descansar o coração para receber tudo o que vier de uma maneira que sua alma ainda consiga glorificar a Deus, mesmo quando não for atendida em suas expectativas.
Lembre-se que um dia o Senhor virá dos céus. Ele trará o verdadeiro galardão, ele nos dará a vitória completa sobre todas as coisas e o tesouro mais precioso que ele nos dará naquele Dia é Ele próprio e a possibilidade de vivermos juntos para sempre. Este é o Dia preparado para mim e para você, clamemos que o Senhor nos traga essa VERDADEIRA PROSPERIDADE, POIS ESTE É O FUTURO DE QUEM PERTENCE A DEUS.
Oração
Senhor Deus, ajuda-me a ter um coração plenamente descansado em ti. Conduza meus pensamentos para que jamais eu me perca nas minhas cirucunstâncias ou duvide do teu amor, ou me esqueça de que o Senhor é a única solução para minha miséria e solidão. Ajuda-me, eu te peço, para que sempre os meus pensamentos estejam em paz para eu te glorificar. Em nome de Jesus, amém.



6 de setembro de 2015

Salmo 2b

A Igreja Numa Nação Sem Cristo
Salmo 2

Foco da Nossa Condição Decaída
O salmista apresenta a rebeldia dos ímpios contra o Senhor, mas exalta o fato de que  no final de todas as coisas é a vontade do Senhor que prevalecerá. Nesta mensagem, tomaremos este texto por base para discutir como deve proceder a igreja em um mundo que a hostiliza, porque é inimigo do seu Deus. Este é um dos aspectos da nossa peregrinação que precisa ser seriamente considerada, se queremos de fato cumprir nosso papel.

Introdução
Caros irmãos, acredito que os tempos atuais sejam de grande importância para o evangelho. A questão que estamos tratando nesta noite tem a ver com o fato de que vivemos em uma nação que caminha de costas para Deus e sua Palavra.
Enquanto o Brasil era um país fortemente cristão, a luta dos evangélicos era por conseguir purificar o cristianismo da idolatria e superstição que controlava a religião cristã. Hoje, entretanto, devemos perceber com clareza que nossa luta é muito maior ainda. O final do século XX e nessas primeiras décadas do século XI houve um crescente enfraquecimento da religião cristã na sociedade brasileira. Até mesmo os poderosos bispos católicos, antes tão importantes como palavra de influência social, estão ficando cada vez mais isolados.
A exemplo do que ocorreu na Europa e já acontece a bom tempo na América do Norte, o cristianismo brasileiro não notou o rápido desenvolvimento da visão secularista de mundo e a sua crescente influência na sociedade brasileira. O resultado disto é um país fortemente secularizado e uma população que passou a enxergar a fé cristã como algo do âmbito estritamente pessoal e particular.
Não se trata apenas de uma questão política de um ou outro partido, mas de uma maneira de pensar fortemente influenciada por uma visão completamente secularizada e antiteocêntrica de mundo.
O antiteocentrismo é a marca padrão do modo como as grandes forças sociais se desenvolvem no nosso país. O ponto de exemplo mais direto sobre isso está no fato de que as opiniões cristãs sobre economia, desenvolvimento sustentável, família, etc são consideradas de menor importância, sem importância ou, muitas vezes, tomadas como posições irracionais.
Mesmo o crescimento da participação de pessoas eleitas na política, ancoradas em plataformas de credos, não está garantindo que o pensamento cristão bíblico para as questões cruciais da vida do país. No fundo, lamento dizer, mas as regras que regem a participação política dos cristãos ainda são dominadas pelo pensamento secularista.
Olhando para o Salmo 2, vemos o desenvolvimento de um tema interessante: a postura dos ímpios diante de Deus. O que percebemos neste salmo é que ele descreve inicialmente como é o relacionamento dos ímpios com Deus. Aspecto que o Salmo 1 já havia tratado, sem muitos detalhes. NO fundo, o saltério, de uma forma geral, parece observar o comportamento do justo e do ímpio, procurando sempre propor uma reflexão sobre ambos.
A sentença do Salmo 1: o Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá. Parece tomar forma e receber maior desenvolvimento no Salmo 2.
Para nós, este Salmo servirá como um guia sobre nossa atuação em meio a uma sociedade sem Cristo, que se rebela contra Deus e busca viver livre de sua influência. Não podemos seguir em frente e cumprir bem o nosso papel se não compreendermos bem alguns aspectos dessa nossa relação com esta sociedade hostil à nossa fé.


A Igreja Precisa Reconhecer a Realidade da Rebeldia do Sistema do Mundo Contra Deus
Tem sido comum considerar esse Salmo 2 como uma unidade literária que complementa o Salmo 1. Há bons motivos para essa consideração e esses versos iniciais nos ajudam a pensar assim.
No Salmo 1, o homem bem-aventurado recusa-se a andar segundo a direção do coração dos ímpios, não andam segundo o seu conselho, não desejam sua companhia nem compartilham com as suas ações ou fazem qualquer tipo de aliança com eles.
Podemos incluir nessa compreensão de unidade temática dos dois salmos o fato de que o Salmo 1, começa com a expressão da bem-aventurança e o Salmo 2 encerra com essa expressão. A diferença entre o justo e o ímpio é que o caminho do justo o conduzirá à bem aventurança e do ímpio à destruição pelo poder de Deus.
O ímpios estão em franca rebeldia contra Deus e os justos amam andar na Lei de Deus e cumprir-lhe a vontade. Destes exemplos, meus caros, devemos desde início perceber que estamos falando de perspectivas de vida totalmente diferentes.
O Salmo 2, foi escrito possivelmente no período do Reinado de Davi. O tema da monarquia santa, como está apresentado no verso 6, e o destaque para o  Monte Sião, nos fazem pensar assim. O reino messiânico apresentado no Salmo é apresentado dentro de uma paisagem de confronto contra os reinos da terra.
Os versos iniciais do Salmo 2 apontam para o caminho dos ímpios e sua unidade em torno da conspiração contra Deus. O comportamento ímpio é sempre associado à loucura dentro da Escritura (Salmo 10.4; Salmo 53.1; Salmo 14.1).
A loucura é sempre uma característica da fuga da realidade, por isso, os loucos são conhecidos como “lunáticos”. Talvez porque se cria que o seu comportamento era influenciado pelas forças gravitacionais da lua, ou porque se mantinham com os pensamentos no mundo da lua, em uma visível fuga da realidade.
Negar a existência de Deus é uma fuga à realidade. Na verdade, conforme vemos nas passagens dos Salmos, esse é mote dos pensamentos do insensato. No Salmo 2, essa negação vem noutro caminho, o da compreensão equivocada sobre o governo de Deus sobre suas vidas. Por isso, o salmista descreve esse tipo de pensamento como “coisas vãs”.
“Por que se enfurecem os gentios e os povos imaginam coisas vãs?

Enfurecem e Imaginam coisas vãs (Rhagashuh - Ihagau—Riqh) - O salmista inicia o seu Salmo falando sobre como os ímpios se opõem a Deus. Eles começa utilizando expressões que denotam comportamentos internos do coração. A palavra Rhagashuh (enfurecer ou tumultuar) aponta para a ideia de que no seu íntimo os homens não conseguem permanecer impassíveis, eles possuem dentro de si mesmos o estímulo contra Deus. Da mesma forma, a palavra Ihagau (Imaginar), aponta para o fato de que permitem trabalhar dentro o seu coração o pensamento contra Deus. O salmista define este tumulto e pensamentos contrários a Deus como “vazio” (Riqh). A ideia é que o salmista questiona, como podem se deixar controlar por algo que não é verdadeiro e que não se sustenta. Pois, na verdade, o salmista está apontando para este comportamento como sendo o comportamento louco, pois tenta viver uma realidade que nunca vai existir.
Reis e Princípes conspiram contra Deus e o seu Ungido - As palavras deste verso apontam principalmente que os reis, os príncipes estão unidos na sua louca tentativa de viverem sem Deus. É importante notar que a força de sua postura não vem do fato de lutarem pela verdade, mas de se apoiarem na causa da mentira contra Deus.
O que precisamos considerar neste caso, meus irmãos, é que vivemos em um mundo que se une contra Deus e o seu governo.
Rompamos os seus laços e sacudamos de nós as suas algemas - O que o mundo busca é negar a existência de Deus para simplesmente não se sentir governado por Deus. As leis de Deus e os seus propósitos, bem como as estruturas que criou para fazer o mundo funcionar não são bem vindas na mente do mundo em geral.
Nós precisamos saber que vivemos em um mundo que rejeita a verdade de Deus e que não se dispõe a viver sob o governo de Deus. Neste sentido, vivemos em um mundo hostil à nossa fé e à nossa postura de que vivemos sob o Reinado de Cristo, o Messias do Texto.
Não podemos considerar este mundo como um lugar amistoso. Suas estruturas não caminham para favorecer a nossa fé, nem o modo como aprendemos nas Escrituras que devem funcionar. Precisamos entender que nossa luta é grande dentro deste contexto.
Quando pensamos em termos de nossa pátria, devemos lembrar que todas estas lutas, especialmente dentro daqueles ambientes intelectuais e formadores de opinião, nossa sociedade está declarando que deseja SACUDIR AS ALGEMAS E ROMPER OS LAÇOS.

A Igreja Precisa Reconhecer a Realidade da Soberania de Deus e da Superioridade do Governo de Cristo
Se por um lado, precisamos de fato considerar que o  mundo se une contra Deus e o seu Ungido, não podemos nos perder ou deixar a nossa fé se enfraquecer, porque Deus não se abala diante da rebeldia do mundo.
Ri-se aquele que habita nos céus; o Senhor zomba deles.
O salmista apresenta a rebeldia dos homens contra Deus e o seu Ungido e mostra a reação de Deus diante da rebeldia dos homens. Como um pai que  brinca de luta com o seu filho pequeno e que acha que pode dominar o Pai, Deus se ri, como se considerasse a postura dos homens, como uma postura infantil diante da Sua realidade.
Ele o descreve como habitando no céus. Literalmente, ele diz “aquele que se assenta nos céus”. A ideia é de apontar para o governo de Deus sobre todas as coisas e por isso, ele vê os filhos dos homens como formigas que  tentam fugir ao poder de um jardineiro que está disposto a destruir seu formigueiro.
Na sua ira, a seu tempo, lhes há de falar e no seu furor os confundirá - O salmista afirma que o tempo dos homens está contado pelo  Senhor. Deus é quem controla o  tempo dos homens e haverá de corrigi-los a seu tempo, manifestando sua ira contra a sua rebeldia.
Eu, porém, constituí o meu Rei sobre o monte Sião - Ainda olhando para as atitudes de Deus, quando este contempla a rebeldia dos homens, ele afirma que o governo do Ungido é garantido por sua soberania sobre todas as coisas.
Devemos perceber que para o salmista é preciso considerar que Deus não se abala com a rebeldia dos homens. Ele não é incomodado pela força da unidade dos homens ímpios, mas segue dentro do querer para o estabelecimento do seu Reino.
O ponto mais importante a considerarmos aqui é que, nós também devemos descansar nessa verdade. Afinal, mesmo que os homens se unam contra a verdade de Deus, Ele prevalecerá! O Reino de Cristo é certo, porque Deus o estabelece.
Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei. Pede-me, e eu te darei as nações por herança e as extremidades da terra por tua possessão. Com vara de ferro as regerás e as despedaçarás como um vaso de oleiro.
A partir do verso 7, o salmista da voz ao próprio Messias, o  Ungido. Uma vez que a rebeldia dos homens é contra Deus e o seu Ungido, o salmista mostra como ambos consideram a rebeldia dos homens.
Proclamarei o decreto do Senhor - O Messias diz que trabalha segundo a vontade e determinação de Deus. Ele cumpre as suas ordens e estabelece o seu reino, fruto do desejo de Deus.
Pede-me e eu te darei - O Messias, Rei Ungido, sabe que seu reino é obra da vontade soberana de Deus e não se importa com os reis e sua rebeldia, afinal ele é Senhor sobre todas as cosias, pois todas as nações lhe foram dadas. Trata-se, evidentemente, de um Salmo messiânico, que aponta para o próprio Jesus e esta fala está contida também naquilo que Jesus disse quando subiu aos céus: toda autoridade me foi dada nos céus e na terra.
Com vara de ferro as regerás e as despedaçarás como vaso do oleiro - Tomando o governo de todas as coisas, novamente a expressão da Ira do Cordeiro de Deus é levada em conta como o tratamento final para a rebeldia dos homens. O que o salmo 1 já preanunciava: o caminho do ímpio perecerá. No caso aqui, ele completa que esta luta final não será entre iguais, mas de um Senhor contra a sua obra: o vaso e o oleiro. O oleiro, com certeza domina o  vaso que só pode fazer o que o oleiro quer.
A igreja precisa saber que Deus é o Senhor e está no controle de todas as coisas. Não podemos nos amedrontar diante da rebeldia dos homens e do crescer de sua unidade contra Deus. A pregação do Evangelho deve levar em consideração que Cristo e o seu Reino é mais poderoso que qualquer governo humano. Nada poderá resistir à vontade de Cristo.

A Igreja Precisa Saber Que o Seu Papel é Convocar os Homens a se Voltarem a Cristo
Podemos pensar que agora sim, podemos nos tranquilizar, afinal, os versos iniciais que nos davam conta da rebeldia dos homens contra Deus, pareciam nos dizer que tudo está ruim. Os versos seguintes, por sua vez, nos tranquilizam, pois o salmista estabelece que, embora os homens se unam contra Deus e o seu Ungido, Deus é o soberano sobre todas as nações e o governo do Messias é certo e poderoso.
Mas, dentro desta condição, o que devemos fazer como igreja em meio a uma nação que está rebelde contra Deus? Acredito que nossa reposta deve ser encontrada nos versos finais.
Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos advertir, juízes da terra. Servi ao Senhor com temor e alegrai-vos nele com temor. Beijai o Filho para que não se irrite e não pereçais pelo caminho, porque dentro em pouco se lhe inflamará a ira.
Deixai-vos advertir - A mensagem do Salmo é uma advertência para os rebeldes, trata-se de um contive da graça para que  os rebeldes se deixem advertir, um convite ao arrependimento.
Servi ao Senhor e alegrai-vos nele - o convite não se trata apenas de uma chamada ao arrependimento, mas para uma conversão completa, uma mudança de atitude e de coração. Ele os convida ao verdadeiro contentamento, que só pode ser encontrado em Deus.
Beijai o Filho para que não se irrite, porque o tempo está próximo - usando o hábito antigo de beijar o anel  de um rei em sinal de rendição, o salmista propõe uma mudança de atitude para os ímpios rebeldes. Agora ele os convida a se submeterem ao  governo do Messias, especialmente para que não sofram a Ira que está anunciada e que levará os ímpios a perecerem.
Diante deste quadro, devemos pensar sobre o que deve fazer a igreja de Cristo. Esta não pode apenas assistir de camarote a destruição dos ímpios. O próprio Senhor não o faz, é o que salmo nos diz. Ele conclama os ímpios ao arrependimento. Quem faz este apelo aos homens é a IGREJA.
SE vivemos em uma nação que não se submete a Deus, como igreja o nosso papel é conclamar os ímpios ao arrependimento, à verdadeira conversão e a se submeter aos preceitos da Palavra de Deus.
A sociedade secularizada consegue perceber que está fracassando. A violência só aumenta, a pobreza e a miséria não são erradicadas e quando algumas conquistas a gente tem em algumas áreas, perdemos em outras. A sociedade sem Cristo, embora não reconheça que é fruto do seu pecado este estado de coisas, sabe que nada disso é bom.
Nosso papel é aproveitar nossas oportunidades para mostrar a verdade, conduzir a sociedade a um viver que estruturalmente obedeça aos princípios de Deus.
NO salmo, o próprio Deus convoca os ímpios a essa mudança. Assim, a missão da Igreja é fazer o mesmo. Não importa como os ímpios se comportam, como são corruptos em suas ações, nas leis que propõem. É Missão da igreja se ocupar da transformação destas coisas.
Conclusão
O salmo 33 afirma que feliz é a nação cujo Deus é o Senhor. O ponto que quero destacar é que essa é uma afirmação que está em consonância com o Salmo 2, no sentido de que isso combina com a última expressão do Salmo 2: Bem aventurado todos os que nele se refugiam.
Caros irmãos, precisamos saber que vamos encontrar resistência para trazer nossa visão de mundo para que nosso país reencontre os rumos, mas não podemos desistir desta missão, porque devemos reconhecer que Deus é quem governa todas as nações e Cristo estabelecerá o seu Reino.
Quando estamos falando em termos de país, devemos pensar nisso em termos práticos do meio onde vivemos. Na empresa, na família, entre os colegas de escola, na vizinhança etc. Tudo ao nosso redor deve contar com o nosso interesse em que a estrutura de Deus comande o ambiente.
Meus caros irmãos, nosso desafio é muito grande. Nossa influência política, educacional, social em todos os níveis não é apenas uma opção que gostariamos, mas uma absoluto dever de que fomos encarregados por Deus, quando nos enviou e nos fez nascer nesta nação.
Aplicação para a Igreja Presbiteriana de Vila Formosa
Nossa igreja, irmãos, pode ser muito mais efetiva neste aspecto. Existem muitas coisas que podemos fazer. Uma das principais é a de nos tornarmos numa igreja mais corajosa para alcançar os perdidos.
Podemos ter uma atuação mais efetiva também em outras esferas. Somos cercados de escolas, um hospital será reinaugurado aqui na vizinhança, existe um grande comércio ao nosso redor e temos muitas famílias arroladas como membros e distruibuídas em vários bairros. Irmãos, precisamos nos ocupar de cuidar melhor dos nossos amigos não crentes e apresentar-lhes o Evangelho. Precisamos alcançar a nossa família.
O Dia deCristo virá logo e a Ira do Filho também virá. Por outro lado, podemos dizer às pessoas que se refugiem em Deus e serão bem aventurados.
Oração
Ajuda-nos a cumprir o nosso papel e a fazer diferença, principalmente, em levar os perdidos a Cristo. Amém