30 de novembro de 2014

Daniel 9.1-14

“A Justiça de Deus e o Coração do Homem”
Daniel 9.1-14

Foco da Nossa Condição Decaída
Daniel 9, um dos capítulos mais belos da Escritura, fala sobre a justiça de Deus e a esperança de que ela cumpra todo o papel para a qual foi planejada e determinada: levar o coração do povo da aliança de volta ao Senhor. Precisamos aprender a respeito deste aspecto harmonizador da justiça de Deus para que  possamos vivenciar seus atos de justiça e crescer. Pois toda a disciplina e correção do Senhor tem o santo propósito de moldar nosso caráter conformando nossa vida àquela vida preciosa do Filho Unigênito de Deus.

Introdução
Meus caros irmãos, a profecia de Daniel, como já disse algumas vezes em outras mensagens desta série no profeta, aponta para o governo de Deus sobre todas as coisas. Nela, vemos os reinos se sucedendo e o servo de Deus, Daniel, sempre firme e mantido em elevada posição, mesmo nos dias de perseguição contra a sua fé.
Capítulo 9.1-3
O capítulo 9, aponta para o primeiro ano do Reinado de Dario, já sob os poderes da corte medo-persa. Dario governava em nome de Ciro, o grande conquistador e deu à cidade da Babilônia um grande destaque, uma vez que a conquistou sem destruí-la.
Daniel, guiado pela palavra de Deus, o profeta Jeremias, via naquele reinado o fim de um prazo prometido por Deus: os setenta anos de cativeiro. Então, também se ocupou em entender o que todo aquele período deveria significar para o povo da aliança e como deveriam ter reagido, estando tanto tempo sob a disciplina do Senhor.
Os três primeiros versos deste capítulo são uma espécie de introdução para estas reflexões que são pontuadas em termos de sua grande súplica a Deus, por causa dos pecados de Israel.
O que Daniel está fazendo aqui no capítulo 9 é elevar a Deus uma prece, nascida de sua percepção dos propósito de Deus com seus atos de justiça sobre a vida do seu povo. Daniel, buscou a face de Deus, por ter compreendido que os atos de justiça de Deus eram necessários para moldar o coração de Israel.
Semelhantemente, eu e você precisamos conduzir a nossa vida por uma percepção mais bíblica do que está acontecendo em nossa vida e ao nosso redor. Poucos estão se ocupando nessa vida de perceber sua realidade e o que Deus está fazendo, porque estão vivendo seus exílios. Por isso, muitos passam pelas mais duras reprovações de Deus e o máximo que o seu coração sente é uma frustração pessoal, sem jamais se aproximarem de Deus e usufruírem o melhor da graça que é ser corrigido pelo Senhor.
Enquanto você experimenta os atos de justiça de Deus com uma consciência cauterizada ou morta pelos desejos pecaminosos do seu coração, posso afirmar com segurança que você não está se aproximando de Deus. Porque os atos de justiça de Deus visam fazê-lo ver, quão pecaminoso é o seu coração e , por isso, estimulá-lo a lançar-se diante de Deus quebrantado.
Quero convidá-lo a aprender nesse texto separado quais os efeitos esperados dos atos de justiça de Deus sobre o seu coração pecaminoso e o que Deus espera que aconteça de mudanças na sua vida.

A Justiça de Deus Exerce o Seu Papel Restaurador Com o Objetivo de Ensinar o Nosso Coração a Reconhecer a Elevada Estatura de Deus e Sua Palavra
Depois de tantos anos no cativeiro babilônico, uma das primeiras coisas que conduz Daniel à presença de Deus é o santo temor. Ele entendeu que o Altíssimo tem poder para exaltar e derrubar, isso já ficou claro nos capítulos antecedentes e em toda a profecia.
O versículo 4, aponta para este temor, assim como outros deste trecho. O modo como ele se refere a Deus neste trecho, que diferencia de todo o restante da profecia.
Orei ao Senhor, meu Deus, confessei e disse: Ah! Senhor! Deus grande e temível, que guardas a aliança e a misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos (Daniel 9.4)
Orei ao Senhor - JEHOVAH - Daniel não tinha usado esse nome de Deus ainda na sua profecia e, nesta oração, irá repeti-lo algumas vezes. Este é o santo e terrível nome de Deus, que os judeus preferiam não pronunciar, pois se tratava do nome, pelo qual Deus revelava a sua santidade e o seu amor pactual. Daniel mostra que entende que os pecados de Israel são uma transgressão contra a santidade de Deus.
Meu Deus - Elohim - Ele chama Deus de Elohim e diz que, apesar de ser santo e puro, mesmo assim, era o seu Deus. Sua elevada grandeza de Criador e Altíssimo Senhor, não o distanciava do profeta e entendia que o pecado era mais insidioso por causa disto, era contra o seu Deus, o que Deus que se fez, “seu Deus”.
Ah! Senhor! - Adonai - Daniel destaca o poder de Deus e clama em reconhecimento do fato de que reconhece que todas aquelas coisas eram possíveis porque Deus era poderoso e nada poderia impedir o seu braço de agir e exercer justiça.
Deus grande e temível - El hagadol Uhanora - encerrando a cessão em que ele aponta para quem está do outro lado da corda que une Deus e o homem, ele fala do grande Deus temível. Essa expressão primeiramente destaca que os seus golpes são mais duros que os dos reis que haviam subjugados os reinos humanos, basta a gente ler a visão da estátua que é derrubada por um poder não humano. Ele encerra dizendo que este Deus é digno de ser reverenciado, essa é a ideia de “uhanora” - temível.
Que guardas a aliança e a misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos - Este grande e temível Deus deveria ser escutado, ele está do outro lado de uma corda que nos une a Ele e esta corda é a Lei de Deus. Daniel diz que o trabalho contínuo de Deus está ligado à guarda da aliança.
Ele faz uma referência direta ao terceiro mandamento. O qual une os mandamentos, que devem nos conduzir a amar a Deus sobre todas as coisas e o seu nome, que é santo: Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão...
Em outras palavras, as palavras de invocação desta oração nos mostra o entendimento de Daniel a respeito dos atos de justiça de Deus. Ele está nos ensinando que deveríamos olhar para Deus e enxergar sua elevada santidade, poder, amor misericordioso, mas deveríamos tremer diante daquilo que ele fala, pois Deus jamais diz coisas que se deva desconsiderar.
A justiça de Deus tem como parâmetro a sua própria palavra. Deus nos observará segundo a palavra que nos ensina e coloca em nosso coração. Deus está compromissado com sua palavra e pactua conosco que também nos compromissemos com ela.
A justiça de Deus, baseada nos mandamentos da sua palavra, nunca voltará vazia para Deus, mas sempre cumprirá os seus propósitos. Foi assim com Adão e Eva, foi assim com Moisés e a rocha, foi assim com Davi e com Judá e Israel, será assim com você!
A justiça de Deus quer que o seu coração se conforme com o de Cristo, levando-o a reconhecer a elevada condição do nosso Deus e de sua palavra.

A Justiça de Deus Exerce o Seu Papel Restaurador Com o Objetivo de Ensinar o Nosso Coração a Abominar o Pecado
Nos versos 5 a 10, veremos uma repetição da afirmação de pecados do povo da aliança. Estes versos, que compõem a maior parte desta oração, funcionam como uma espécie de coração pulsante, dando o tom de toda a suplica:
Temos pecado e cometido iniquidades, procedemos perversamente e fomos rebeldes, apartando-nos dos teus mandamentos e dos teus juízos e não demos ouvidos aos teus servos, os profetas, que em teu nome falaram aos nossos reis, nossos príncipes e nossos pais, como também a todo o povo da terra (Daniel 9.5-6).
Daniel faz uma profunda reflexão sobre a malignidade do povo da aliança e encontra estes designativos para os seus atos impuros:
Pecado (Catah) - Iniquidade (Awah) - Perversidade (rashah) - Rebeldia (Marah) - Daniel não despreza nenhum dos aspectos negativos do pecado do povo. Não existe desculpa, erramos o alvo, escolhemos a sujeira para amar, fomos imprudentes, incoerentes e rebeldes contra o Senhor.
Daniel, mais uma vez diz que o problema central é que tudo isto aconteceu porque se recusaram a ouvir a voz de Deus, anunciada pelos profetas. Ele diz que esse foi um erro geral, não isenta os reis, os príncipes os pais, nem o povo. AS razões por estarem no cativeiro são muito claras, este povo se tronou desprezível diante de Deus.
Meus irmãos, Daniel usará forte e repetidamente uma expressão: o povo de Deus deveria se envergonhar do seu pecado.
A Ti, ó Senhor, pertence a justiça, mas a nós, o corar de vergonha (Daniel 9.7) - Esse contraste entre o Deus justo e o povo pecador é repetido nas estruturas que se seguem até o verso 10. Nela o que percebemos é que o profeta conduz o povo a reconhecer o seu pecado e reconhecer que ele destruiu sua comunhão com Deus.
É muito difícil reconhecer o pecado e admiti-lo como a razão da nossa ruína. Em Oséas 14.1, vemos uma repreensão semelhante, quando Deus diz: volta Israel, pois é pelos teus pecados que estas caído.
Precisamos admitir o nosso pecado pessoal e repudiar o caminho do pecado. Isso é o que Deus quer produzir na sua vida, por meio dos seus atos de justiça. Ele não somente visa puni-lo, mas intenta poderosamente corrigi-lo, limpá-lo, purifica-lo, ainda que para isso precise lhe ferir o orgulho, como fez com Israel.
Aprenda a odiar e abominar o pecado, cada vez que o Senhor te corrigir. Isso é o que ele deseja que aconteça em seu coração, quando exerce sobre sua vida a sua justiça.

A Justiça de Deus Exerce o Seu Papel Restaurador Com o Objetivo de Ensinar o Nosso Coração o Verdadeiro Arrependimento
Quando nosso coração se volta para reconhecer a grandeza de Deus e a abominação dos nossos pecados, resta-nos algo ainda. Precisamos aprender a voltar para o Senhor. Precisamos aprender a nos arrepender.
O arrependimento, para muitas pessoas deveria ser uma emoção: eu deveria sentir-me arrependido. Na verdade, o arrependimento ensinado na Bíblia tem dois aspectos: primeiro, é uma ação mental de reconhecimento objetivo do erro; segundo, é resultado de uma nova mente, ou novo coração, que só Deus pode te dar.
Não se trata apenas de sentir um remorso, ou uma tristeza emocional qualquer. O arrependimento é uma tristeza, fruto de uma clara percepção de que estamos errados, tomamos a direção e errada e fizemos o que é mal diante de Deus. Para Daniel, o povo estava sofrendo aquele mal, como fruto de suas malignidades.
Sim, todo o Israel transgrediu a tua lei, desviando-se, para não obedecer a tua voz, por isso, a maldição e as imprecações que estão escritas na Lei de Moisés, servo de Deus, se derramaram sobre nós, porque temos pecado contra ti (Daniel 9.11)
Destruímos nossa vida de comunhão com Deus e muitas vezes da nossa família e podemos dar o nome e a justificativa que quisermos, mas nada mudará o fato de que erramos. Caros irmãos, é essa consciência que Deus espera produzir em nosso coração e nos ensinar a mudar de rota.
Daniel diz que nunca Deus havia feito aquilo debaixo do céu (Daniel 9.12), mas o seu propósito é despertar nossa mente para uma conversão, uma mudança no nosso procedimento. Daniel nos diz que esse era o propósito de Deus e que o povo ainda não havia entendido isto.
Como está escrito na Lei de Moisés, todo este mal nos sobreveio; apesar disso; não temos implorado o favor do Senhor, nosso Deus, para nos convertermos das nossas iniquidades e nos aplicarmos a tua verdade. Por isso, o Senhor cuidou em trazer sobre nós o mal e o fez vir sobre nós, pois justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as suas obras que faz, pois não obedecemos a sua voz (Daniel 9.13-14).
O povo poderia ter se arrependido antes, mas não o fizeram apenas por um reconhecimento mental do seu erro. Deus tem dado a Israel tempo para se arrepender e Daniel sabe que aqueles setenta anos profetizados por Jeremias estão se cumprindo e se o povo não se arrepender? Daniel teme por isso, portanto, chama o povo ao arrependimento por meio de sua própria oração de confissão.
Daniel está dizendo a todos, não estão vendo o que Deus quer: quebrantamento e humildade confessante diante do trono da graça? Pois bem, apesar de tudo o que Deus faz, o que entristecia o profeta é que o povo se mantinha de coração duro e distante de Deus.
O que está acontecendo na história? Deus está batalhando pelo coração dos seus filhos para torná-lo SEU. Renda-se a Deus! Este é o clamor da Palavra: filho meu, dá-me o teu coração.
Os atos de justiça de Deus tem como propósito conduzir o seu coração para Deus e isto acontecerá quando você aprender a confessar o seu pecado e a buscar o verdadeiro e profundo arrependimento. Esse arrependimento é fruto da verdade em seu coração, acontece quando o Espírito Santo faz você ouvir a voz de Deus e transforma sua maneira de pensar.

Conclusão
Daniel sabia que o tempo de Deus haveria de se cumprir e o tempo que Deus havia dado para o povo também. Daniel estava buscando a presença de Deus para que este lhes concedesse o perdão de seus pecados, antes que fosse tarde demais.
Ele reconheceu a grandeza do seu Deus e a abominação do seu pecado e do povo. Ele sabia que era necessário se posicionar diante disto e o fez em uma luta pelo verdadeiro arrependimento.
Eu peço a você, meu amado irmão, que não negligencie o tempo que Deus tem te dado. Não se permita brincar com o Senhor, nem deixe sua vida e até de sua família ser afetada pela sua falta de comunhão com Deus.
Hoje ainda, tenha em seu coração palavra de arrependimento. Reconheça que você precisa de Deus e avalie sua vida pela Lei de Deus. Ela é o parâmetro, pelo qual tudo deve ser medido e avaliado. Não deixe seu coração perverso conduzir você pelo que ele pensa: obrigue-se a pensar com a Escritura e busque a Deus, enquanto se pode achar.

Conclusão Para a Igreja Presbiteriana de Vila Formosa
Não desejo me prolongar em uma conclusão para a IPBVF. Pretendo apenas dizer que reconheço que temos pecado e há pecados entre nós e precisamos buscar a Deus.
Somos uma igreja que precisa ocupar um espaço no Reino, fazer a sua obra, mas temos dedicado muito tempo para projetos pessoais. Em geral, pecamos nisso e nos tornamos falhos em priorizar o reino de Deus.

Oração
Confessamos, Senhor, Deus da aliança, grande e temível, todo poderoso, Criador, que nossa prioridade tem sido a nossa vida. Perdoe-nos e nos ajude a olhar para Ti, conceda-nos o coração reto diante de Ti e nos mova na direção certa, Senhor!
Amém!


9 de novembro de 2014

Daniel 7.9-14

Cristo Nosso Rei Eterno
e as Implicações do Seu Reino
Daniel 7.9-14

Foco da Nossa Condição Decaída
Ter uma visão da glória e poder do reino de Cristo deve nos conduzir à segurança e paz, mesmo em tempos de aparente descontrole, principalmente quando o mal parecer maior que o bem.

Introdução
Neste ponto uma mudança no tom da profecia pode ser mais claramente identificado. Até o capítulo 6, o que temos uma rápida descrição histórica da evolução de Daniel nas cortes babilônicas e medo. O final do capítulo 6, nos mostra este clímax:
Daniel, pois, prosperou no reinado de Dario e no reinado de Ciro, o persa (Daniel 6.28).
A ênfase desta descrição histórica é apontar para o fato de que Daniel testemunhara que a mão de Deus havia estabelecido reis e os destituído, segundo o seu querer.
No capítulo 7, dá-se início a uma etapa da profecia mais voltada para as revelações de Deus aos seu profeta. Agora, então, a profecia deixa o seu aspecto mais genérico de descrição histórica e passa a ter uma característica de mensagem mais pastoral para o povo da aliança, que estava em cativeiro nas terras babilônicas.
Essa mensagem pastoral para o povo da Aliança visava mostrar a todo o povo da Aliança um certeza: Deus estava no controle dos reinos e a paciência da espera era uma virtude que deveria ser cultivada no coração dos filhos do pacto.
O trecho que separamos para esta meditação age nesta direção ao apresentar ao povo da Aliança a visão do profeta sobre o que viria acontecer na plenitude dos tempos, quando poderosos reinos teriam passado e o Reino do Filho do Homem seria iniciado pelo  poder de Deus.
Imagine que esta mensagem foi entregue ao povo da aliança nos dias em que tinham perdido casas, pátria, seus reis estavam cativos, e tudo isso, porque haviam desobedecido a Deus  e deixado de andar nos seus caminhos.
Alguns pensavam que Deus os havia abandonado, outros que ele tinha sucumbido às forças malignas da Babilônio ou dos impérios medo e persa. Enfim, o profeta vem alentar o povo de Deus e mostrar que deveriam se manter firmes, porque estes reinos estavam passando e o Reino do Senhor iria se estabelecer.
Eu e você precisamos ouvir essa mensagem hoje. Precisamos ter discernimento para os dias mais sombrios, quando todas as coisas parecem caóticas, sem controle, sem direção, parecendo esconder Deus de nossos olhos.
Assim como o  salmista, clamava ao dizer: até quando, Senhor? Podemos descansar como o próprio salmista que orava e confia na graça do Senhor. Assim como Asafe não entendia como o mal podia prosperara tanto, mas descansou quando lhe foi revelado que Deus está no controle do poder dos ímpios e os destruirá.
O compositor, em excelência disse: O reino deste mundo já passou, a ser de nosso Senhor e de seu Cristo!
Descanse e considere o que é necessário pensar em dias confusos, sob o domínio do mal.

Quando Tudo Parecer Confuso e Sob o Domínio do Mal Confie Na Justiça de Deus
Os versos 9 e 10, apontam para uma nova cena na profecia. Até aqui ele descreveu, por meio de imagens vivas de quatro grandes animais, a sucessão de poderosos reinos. Mas, agora, uma nova cena domina o cenário: um trono é posto diante de Daniel e nele estava sentado uma figura chamada “Ancião de Dias”.
Continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e o Ancião de dias se assentou; sua veste era branca como a neve, e os cabelos da cabeça, como a pura lã; o seu trono eram chamas de fogo, e suas rodas eram fogo ardente. Um rio de fogo manava e saia diante dele; milhares e milhares o serviam, e miríades de miríades estavam diante dele, assentou-se o tribunal, e se abriram os livros (Daniel 7.9-10).
Continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e o Ancião de dias se assentou - fica notória a mudança da cena e é proposital essa mudança. Em meio à descrição dos reinos humanos e seu poder, abruptamente Deus leva Daniel a ver o que realmente está acontecendo, enquanto os reinos da terra se sucedem: ele está no seu santo monte, ele está no trono.
Ancião de Dias com vestes brancas, cabelos brancos perfeito - Deus é descrito pela figura de um ancião de dias de vestes brancas e cabelos brancos. A sabedoria, a santidade e a eternidade se destacam nessa descrição. Deus deve ser considerado segundo essas qualidades para que o povo da aliança repouse sua segurança em algo sólido (eterno), puro (santo) e justo (sabedoria).
Fogo no trono, rio de fogo - O fogo carrega justamente essa ideia de justiça implacável e a ideia de umrio de fogo que sai do trono, aponta para uma justiça ativa, que flui do trono sobre todos.
Milhares de miríades - os exércitos celestiais, sob as ordens de Deus, com certeza sobrepujam todas as forças dos caldeus, medos, persas, gregos, romanos e qualquer outro grande exército que marchar sobre a face da terra.
Essa cena visava contrastar com a turbulência e violência de todos os reinos que se sucederam nas primeiras cenas, inclusive com aquele último animal, feroz que devorava tudo.
Quando todas coisas parecem estar fora do controle e você se perde, às vezes, até mesmo diante do progredir do mal, confie na justiça que sai do trono do nosso Deus. Ele está no seu santo trono, ele está no controle absoluto de todas as coisas. Enquanto as coisas  parecem incontroláveis nesta terra, Deus está regendo com justiça os povos.

Quando Tudo Parecer Confuso e Sob o Domínio do Mal Confie No Controle de Deus Sobre Todos os Acontecimentos
Isto nos leva aos versos 11 e 12. Eles fazem uma ligação entre o que Daniel vira e ouvira antes no quarto animal e o que estava acontecendo diante do trono de Deus.
Então estive olhando, por causa da voz das insolentes palavras que o chifre proferia; estive olhando e vi que o animal foi morto, e o seu corpo desfeito e entregue para ser queimado. Quanto aos outros animais, foi-lhes tirado o domínio; todavia, foi-lhes dada prolongação de vida por uma prazo e um tempo (Daniel 7.11-12).
Por causa das isolentes palavras - Esse ponto faz a ligação. Na verdade, isto aponta para o fato de que as coisas que os imperadores, governantes, reis, presidentes, autoridades fazem contra o Senhor e o seu povo não passarão impunes.
O poderoso reino descrito na figura do quarto animal, geralmente apontado como sendo o grande Império Romano, teria um dos seus líderes agindo insolentemente contra o povo de Deus e, naturalmente, contra o próprio Deus. 
A questão que importa ao povo que ouvira essa  mensagem não era qual seria este império, mas que Deus estava no controle dos acontecimentos e pronto a vingar o seu povo e agir coibindo qualquer insolência. Mesmo os mais insolentes abusos, como nos dias atuais, contra o povo de Deus, estão pesando na balança de Deus, assim como o foi o Império Caldeu e tantos outros. Deus pode ter limites largos para a sua paciência, mas em tempo sua justiça se voltará contra a insolência. Lembro-me do famoso episódio do Titanic: “Nem Deus afunda este navio”.
O corpo desfeito, entregue para ser queimado, foi lhes tirado do domínio - Todas essas expressões apontam para o fato de que o caminho dos ímpios perecerá. Precisamos cuidar de não andarmos na impiedade, pois mesmo que pareçam os ímpios estarem em dianteira ou vencendo a batalha, Deus é quem está no controle de todas as coisas e quando ele quer, despedaça estes reinos, como é possível fazer com um graveto seco.
Desfazer o corpo é uma maneira de destacar que, a força daquele animal e a sua confiança nos seus músculos, no poder de sua força muscular, pouco representa para Deus, que pode desfazê-lo em cinzas. Curiosamente, devemos nos lembrar do próprio incêndio em Roma e do declínio deste império ímpio.
Prolongação de vida por um prazo - mesmo que Deus esteja contando os dias destes impérios e planejado dar cabo a cada um deles, Deus controla o prazo que ainda se mantém no poder e o povo da aliança deveria saber que este prazo, sob o controle de Deus, é sempre menor do que imaginam os homens.
Jeremias havia predito 70 anos de cativeiro, e o povo poderia confiar nisto. Mas, quando eles olhavam os gigantesco poder que lhes havia conquistado, nem dava para acreditar que se desfaria em tão pouco tempo. Deus apenas estava lhes garantindo que deixassem, que mesmo o grande poder dos maus, pode em um pequeno segundo desmoronar, como hoje, lembramos a queda do muro de Berlim, com o fim de um dos mais duros governos ditatórias da Europa (09 de novembro de 1989).
Abriram-se os livros - Esta cena é repetida no  livro de Apocalipse, capítulo 20. Aqui, o juízo equilibrado de Deus é o ponto mais confiável desta existência. O Senhor está pesando todas as coisas na balança do seu juízo.
Quanto todas as coisas parecem fora do controle, quando o agir dos inimigos da cruz parecer incontrolável, quer na sua maldade ou na sua insolência. Lembre-se que Deus está no controle direto dos acontecimentos e não deixará impune os seus inimigos.

Quando Tudo Parecer Confuso e Sob o Domínio do Mal Confie em Jesus a Quem Foi Dada a Glória Sobre Todas as Coisas

Nos versos 13 e 14, entra em cena uma nova personagem: um como o Filho do Homem. Que espetacular visão: o Filho do Homem! Daniel  vira antecipadamente o Dia de Cristo e glória do seu poder.
Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu um como o Filho do Homem, e dirigiu-se ao Ancião de Dias, e o fizeram chegar até ele. Foi-lhe dado domínio, e glória, e o reino, para que os povos, nações e homens de todas as línguas o servissem, o seu domínio é domínio  eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído (Daniel 7.13-14).
Eu estava olhando e eis - Novamente uma mudança de cena que da mesma forma apresenta uma inclusão inesperada. Agora, desta vez, tudo acontece diante do próprio trono de Deus. Ou seja, tudo era a parte gloriosa do plano do Deus Vivo.
Vinha nas nuvens um como o Filho do Homem - O Novo Testamento consagrou o uso desta expressão para se referir à Cristo. O próprio Jesus Cristo usou a passagem de Daniel para se referir a si próprio e ao dia de sua segunda vinda: O Filho do homem virá nas nuvens.
O ponto inicial da visão do Filho do Homem é que tudo o que ele recebe, o recebe das mãos do próprio Ancião de Dias. O governo de Cristo é derivado do governo de Deus.
Foi-lhe dado domínio e o glória - Às vezes, não percebemos o que está acontecendo aqui. Estamos tão acostumados com a nossa fé, nossos louvores, nossas pregações etc e não percebemos o que realmente está acontecendo.
Daniel viu e anteviu a glória de Cristo. Ele conheceu o poder que o Filho do Homem recebeu do Pai. A glória, o domínio, o reino. Precisamos desta visão para nós, ainda hoje, ainda esta noite. Precisamos nos lembrar de quem é aquele que hoje é o Senhor entronizado.
Para que os povos o servissem - infelizmente, em nossos dias, perde-se a visão da glória de Cristo e consequentemente nosso único e soberano Senhor está sendo negado. A Igreja que hoje canta tanto a glória de Cristo, pouco se importa com a verdade desta glória, a ponto de não compreender que o seu  papel é servir e não ser servido.
É lamentável que isso esteja acometendo nossas igrejas e nos levando a um tipo de vida que nada tem a ver com aquela que deveria realmente ser. 
O seu domínio é eterno - meus irmãos, muitas vezes, ficamos encantados com este mundo e com suas glórias. Por isso, muitas vezes, perdemos de vista o reino que está sendo trazido em Cristo e escolhemos o  que é transitório.
Assim como aqueles reinos antigos passaram, este século e suas filosofias irã passar. Somos chamados a viver o padrão de Cristo e aguardar a manifestação do seu Reino. Somos chamados para esperar neste poderoso Senhor.
O reino de Jesus não será destruído, mas permanecerá para sempre. Então pense, isso faz muita diferença!
Quando todas as coisas parecerem confusas, o mal parecer vitorioso, o pecado parecer estar dominando as coisas, nossos olhares devem ser despertados para olhar para Cristo e confiar, descansar e esperar nele.

Conclusão   
Muitas coisas podem parecer fora de controle, mas jamais devemos pensar que isso seja verdade. Em toda a história da humanidade, Deus tem revelado o seu braço poderoso.
A destruição dos impérios antigos e a vinda de Jesus em meio ao Império Romano e o modo como um poderoso império perseguiu a igreja e Deus a preservou, devem nos fazer pensar no governo do Senhor.
Devemos buscar a Jesus e à sua presença. Podemos descansar e esperar nele sempre. Ele é poderoso  para nos guardar e guardará sua Igreja essa é a nossa certeza.
Mas, há algo importante a pensar. Você está agindo como alguém que espera em Cristo. Você está se submetendo a Cristo? Este é um ponto de equilíbrio que precisamos buscar.
Hoje, Cristo pode nos pesar em sua balança, como seria nossa situação. Aproveite o seu prazo, diante de Deus e recolha  sua vida nas mãos do único que pode lhe dar vida eterna.