15 de julho de 2018

1 Samuel 2.1-11

Decisões Baseadas no Caráter de Deus 
1 Samuel 2.1-11

Introdução
O canto de gratidão de Ana é uma declaração de sua preciosa fé no Senhor. Por muito tempo sofreu as dores da rejeição por ser uma mulher estéril e pediu ao Senhor um filho. Deus, em sua graça lhe concede um filho, retira seu opróbrio e lhe restaura a alegria, mas ela se dispõe a oferecer a Deus seu filho para servir na casa do Senhor. 
Ela cumpre um voto feito a Deus e essa importante decisão foi tomada por que ela sabia quem era o Deus ao qual servia e compreendeu claramente a vida numa perspectiva teorreferente. 
A bênção de um filho alcança verdadeiro valor no coração de Ana à luz da sua visão de que antes importa que vivamos para a glória de Deus. Ela se alegra sobremaneira não em ter um filho, mas em que seu Deus se levanta para dela cuidar. 
Então, orou Ana e disse: O meu coração se regozija no Senhor a minha força está exaltada no Senhor; a minha boca se ri dos meus inimigos porquanto me alegro na tua salvação (1 Samuel 2.1). 
O filho que ela devolvia ao Senhor era o preço que ela estava disposta a pagar por gratidão e reconhecimento ao amor de seu Deus. A maturidade de sua fé tem uma única razão, a clara noção do caráter e das obras do Deus a quem ela servia. 
Acredito irmãos que tenhamos perdido muito de consistência na nossa fé e estejamos nos tornando crentes que se arrastam pela vida cristã com pouca ou nenhuma envergadura de fé para decisões desta monta, porque temos perdido referências do caráter do Deus a quem servimos e para quem existimos. 
Neste cântico tão rico e profundo sobre o caráter e as obras de Deus vou destacar três realidades de quem é e o que faz Deus que deveriam nos oferecer elementos e força para quaisquer decisões difíceis e nos impulsionasse a perder tudo se for preciso, mas jamais perder o mais importante: a fé que pode nos levar a agradar a Deus. 

Decisões Difíceis Precisam Ser Tomadas à Luz de Um Conhecimento Claro da Perfeição e Absoluta Confiança no Caráter de Deus

Não há santo como o Senhor– Primeiramente, Ana está disposta a confiar claramente a sua vida a Deus e a entregar tudo ao seu Senhor porque sabe que Deus é inigualavelmente santo. Ela reconhece a pureza dos intentos e dos atos do seu Deus. Ela não pretende reclamar diante de Deus pelos anos perdidos na sua esterilidade. Afinal, Deus poderia tê-la feito fértil logo na sua primeira oração e logo na primeira vez em que se sentiu triste e atribulada de alma. Mas ela compreende que este Deus que a manteve estéril por tanto tempo é um Deus santo e ninguém poderia ter escolhido melhor caminho porque não há ninguém com a santidade de Deus. 
Não há outro além de ti– Ana não consegue compreender a vida doutra forma e não consegue imaginar outra realidade ou outra maneira mais adequada de se viver, porque não há outro deus além do Senhor. Irmãos, essa mulher tinha com clareza de que não há nenhuma outra forma de se viver senão confiando em Deus e nele esperando, não importando o tamanho da dor que sentimos e vivenciamos. 
Rocha não há, nenhuma como o nosso Deus– esse é o maior desafio da vida cristã, a confiança absoluta em Deus. Em geral essa é a razão pelas quais Deus prova a nossa fé e nos coloca em situações onde nosso coração é testado, provado e lapidado. Durante a caminhada do povo no deserto, disse Deus a Moisés: 
Recordar-te-ás de todo o caminho pelo qual o Senhor, teu Deus, te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, para te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias ou não os seus mandamentos. Ele te humilhou, e te deixou ter fome e te sustentou com o maná, que tu não conhecias, nem teus pais o conheciam, para te dar a entender que não só de pão viverá o homem, mas de tudo o que procede da boca do Senhor viverá o homem (Deuteronômio 8.2-3). 
Por isso é que ela está disposta a repreender qualquer um que se rebele ou se volte contra Deus. 
Não multipliqueis palavras de orgulho nem saiam coisas arrogantes da vossa boca (1Samuel 2.3). 
Porque o Senhor é o Deus da sabedoria e pesa todos os feitos na balança-  Por fim, Ana é forte para tomar decisões difíceis e continuar confiando no Senhor, porque suas decisões são lastreadas na segurança que ela tem em um Deus que é sábio, cujas resoluções sobre a sua vida e sobre a vida de todos os homens não são fruto de mero capricho ou vontade passageira, mas de uma perfeita escolha e determinação, avaliação de todas as coisas. Seu Deus, sabia Ana, é justo e confiável. 
Isso muda tudo! Porque percebemos como somos crianças que apenas querem que seu pai compre e dê um brinquedo novo sem medir as consequências mais profundas da vida. Contudo, quando começamos a pensar e a viver essa fé que se lastreia no caráter e na perfeição completa de Deus, nos sentiremos mais seguros para decisões difíceis e entregas absolutas a Deus. 
Comece a repensar sua vida à luz do caráter perfeito de Deus e experimente a força que emana da fé em Deus. 

Decisões Difíceis Precisam Ser Tomadas à Luz de Um Conhecimento Claro da Justiça Absoluta Que Conduz os Atos da Providência Divina

É muito comum notar a inquietação de algumas pessoas sobre a justiça de Deus. Não poucos são os que estão inconformados que haja tantas distorções na realidade. Pense você em Ana e no seu longo sofrimento ao lado de Elcana, uma vez que sua rival, Penina era uma mulher fértil e lhe causava tantas dores na alma. 
Até mesmo o grande Asafe, questionou Deus, quando observou a aparente tranquilidade de homens muito ímpios e o sofrimento de homens piedosos. 
Quanto a mim, porém, quase me resvalaram os pés; pouco me faltou para que se desviassem os meus passos. Pois eu invejava os arrogantes, ao ver a prosperidade dos perversos (...) Com efeito, inutilmente conservei puro o coração e lavei as mãos na inocência (Salmo 73.2-13). 
Sim, inquietações como esta não são raras, aliás são mais comuns e frequentes. Mas para pessoas que confiam no caráter de Deus é um segundo passo a ser dado, qual seja, descansar também no fato de que Deus sabe tratar com justiça os seus. 
O arco dos fortes é quebrado, porém os débeis, cingidos de força– você verá nos versos seguintes uma sequência de contrastes que indicam que os arrogantes, os que vivem da própria força serão levados ao fracasso, enquanto Deus trabalha para sustentar os que nele confiam. 
O arco dos fortes é quebrado, porém os débeis, cingidos de força; os que antes eram fartos hoje se alugam por pão, mas os que andavam famintos não sofrem mais fome; até a estéril tem sete filhos e a que tinha muitos filhos, perde o vigor (1 Samuel 2.4-5). 
Estes versos são dados como uma constatação de vida, diante da realidade que ela vive e vê acontecendo, contudo, essa constatação é baseada nos versos seguintes, na certeza de que quem age na história para que essas realidades de justiça venham à luz é o próprio Senhor. 
O SENHOR é quem tira a vida e a dá, faz descer à sepultura e faz subir. O Senhor empobrece e enriquece, abaixa e também exalta (1Sm 2.6-7). 
Do Senhor é a terra– Uma absoluta consciência de que Deus e o Senhor da realidade é quem pode mover essa mulher a confiar tão insistentemente em Deus e esperar que a vontade do Senhor estabeleça justiça para sua vida. Ela confia no agir de Deus e decidiu que haveria de tomar decisões de vida baseadas no fato de que pode sempre esperar em Deus, porque ele é Senhor de todas as coisas. 
Ele guarda os pés dos santos– Mais uma vez ela revela que estava disposta a confiar nos atos de justiça de Deus, baseada no fato de que Deus prometeu ser justo para com seus filhos, para com os que definem sua vida pela santidade e não pela arrogância. Não é o homem que fará algo, mas Deus é quem dá a todos o que precisam. 
Ele guarda os pés dos seus santos, porém os perversos emudecem nas trevas da morte; porque o homem não prevalece pela força (1Sm 2.9). 
Mais uma vez esta mulher cheia de fé mostra que tira forças para viver retamente de sua confiança absoluta no caráter e na justiça perfeita do seu Deus. Ela sabe e está disposta a pautar a sua vida por isto, sabendo que Deus olha com cuidado para os que são seus e neles faz cumprir sua boa vontade sempre. Por isso, ela sabe que só precisa confiar e esperar. Isso distingue claramente pessoas maduras na fé daqueles que andam em busca de ilusionismo cristão.
Penso que este é um dos fatores mais necessários quando precisamos tomar decisões difíceis e somos colocados diante de uma realidade onde o que precisamos é apenas esperar que Deus seja misericordioso. Isso não é loteria ou esperança vazia, mas fé, isto é, algo que se lastreia na força e na absoluta justiça com que Deus julga e age no mundo. 

Decisões Difíceis Precisam Ser Tomadas à Luz de Um Conhecimento Claro de Que Deus Estabelece Seu Reino e não o Nosso

O contexto histórico em que a esse episódio está localizado nos mostra Deus levantando em Israel um Rei. Já vimos no outro domingo, quando vimos o capítulo 1, que essa história vivida por Ana era parte de uma metanarrativa mais abrangente de como Deus traria Israel para viver debaixo de um Rei segundo o seu coração, sendo Samuel, o filho de Ana, um dos mais importantes nomes deste período de grande transição. 
Deus estava moldando o seu povo por uma história de mais de 400 anos sem rei, sob o comando dos juízes, mas na vida de Ana estava agora afiando os instrumentos desta história e usou a vida dessa mulher piedosa e sua luta pessoal. Isso só nos mostra uma coisa, que Deus não estava apenas preocupado com Ana e suas lutas pessoais e ela sabia disto, na verdade, Ana, Samuel, Eli, Elcana, Penina e todos os outros, eram apenas peças de um grande quadro de como ele está trazendo à terra o SEU REINO. 
Os que contendem com o Senhor serão quebrantados; dos céus troveja contra eles. O Senhor julga as extremidades da terra, dá força ao seu rei e exalta o poder do seu ungido (1Sm 2.10). 
Dos céus troveja contra eles – O poder que comanda o mundo não está na terra, está nos céus. Não está na força dos homens, mas no poder de Deus. Isso está claro para Ana, por isso, ela insiste em exaltar a Deus e se regozijar no fato de que sobre a sua vida essa verdade se revelou e a moveu a confiar ainda mais em Deus. Um importante fator é a sua visão de que este poder vem dos céus, isso indica a superioridade da vontade e do poder de Deus sobre todos os seus inimigos e todos os que se levantam contra Ele. 
O Senhor julga a terra– a ideia de julgar a terra aqui é estabelece sua ordem sobre as coisas e conduz o mundo. Ana sabia que poderia descansar nessa visão de Deus e de seu agir sobre o mundo dos homens, de quais lugar. A mais pequena vila em algum lugar desconhecido na Guiné ou na Amazônia, Deus estabelece a sua vontade e ordem sobre o mundo dos homens. 
Dá força ao seu rei– para o escritor do texto, o homem que inspirado por Deus nos contou essa história à luz de sua percepção teológica da monarquia de Israel, esse é um dado importante: na verdade Deus trabalha para estabelecer o seu Reino e não o reino dos homens. 
Mais tarde, na história deste próprio filho de Ana, o grande Samuel, leremos um episódio em que o profeta e juiz se diz triste porque os homens de Israel queriam um reino humano. Deus mesmo diz que eles estavam rejeitando não a Samuel, mas a Ele mesmo. NO entanto, apesar de pedirem Saul, Deus conduz a historia para trazer ao trono o homem segundo o seu coração. 
Assim, fez passar Jessé os seus sete filhos diante de Samuel; porém Samuel disse a Jessé: O Senhor não escolheu estes. Perguntou Samuel a Jessé: acabaram-se os teus filhos? Ele respondeu: ainda falta o mais moço, que está apascentando as ovelhas. Disse, pois, Samuel a Jessé: Manda chama-lo, pois não nos assetamos à mesa sem que ele venha. Então, mandou chama-lo e fê-lo entrar. Ele era ruivo, de belos olhos e boa aparência. Disse o Senhor: Levanta-te e unge-o, pois este é ele (1Sm 16.10-11). 
Vejam irmãos, se isto faz você perceber o peso da última frase deste cântico belíssimo: E EXALTA O PODER DO SEU UNGIDO. 
Ana sabia muito bem que sua vida deveria ser direcionada pelo foco de Deus na realidade e não os seus planos pessoais e individuais. Ela conseguiu converter a sua história de vida à história do Reino de Deus. Esse e o grande segredo para tomar decisões difíceis e fazer da melhor forma, buscar a vontade de Deus acima das nossas e permitir que nossas escolhas sejam parte da construção do grande Reino de Deus. 

Conclusão
Sabemos que Davi era apenas um tipo do VERDADEIRO REI DE ISRAEL: Jesus, o filho encarnado. Esse é um ponto que faz toda a diferença para mim e para os irmãos. Afinal, é para este Reino que devemos voltar os nossos olhos e nossas escolhas de vida. 
Claro que tomar decisões é algo corriqueiro, que fazemos com grande frequência. Decisões importantes, que podem mudar coisas grandes, assim como decisões pequenas, que aparentemente nada mudam. Todas elas precisam ser tomadas à luz do que sabemos e como vivemos a nossa relação com Deus. 
Devemos ter a disposição de alma de amadurecer nossa fé e tornar nossa vida um ato de fé e adoração. Essa deve ser a postura com que devemos realmente enfrentar a vida e fazê-la tomar rumo. Nunca se esqueça de que Deus é SANTO E PURO, tudo o que ele faz emana deste seu caráter absolutamente perfeito. Nãos e esqueça também que ELE AGE COM JUSTIÇA e olha para os seus santos com especial atenção. Deus nunca deixará de cuidar dos seus filhos. Mas por fim, muito importante, não se esqueça de que DEUS BUSCA ESTABELEER O SEU REINO como prioridade absoluta. 
BUSCAI POIS EM PRIMEIRO LUGAR O REINO DE DEUS E A SUA JUSTIÇA E TODAS ESTAS COISAS VOS SERÃO ACRESCENTADAS. 


11 de julho de 2018

Ezequiel 43.18-27 - IP Tatuapé

As Medidas Para Quem Ministra no Altar e a Vida Cristã – Princípios Para Um Relacionamento Verdadeiro Com Deus 
Ezequiel 43.18-27
(Sermão Pregado na IP Tatuapé em Julho de 2018 – Por Ocasião da Minha Participação no Processo Seletivo Para o Pastorado de 2019)

Introdução
Preciso repetir um pouco do que já disse pela manhã para que todos estejam bem situados em nosso texto. O profeta Ezequiel viveu em um período extremamente difícil da vida do povo de Deus. O juízo do Senhor havia recaído sobre a nação santa, que havia abandonado a fidelidade ao seu Deus e agora estava exilada na Babilônia. 
O profeta Ezequiel está entre os filhos exilados que foram transportados para regiões interioranas do império Babilônico, às margens do Rio Quebar. Ali, Ezequiel teve um série de gloriosas visões e ele compreendeu duas coisas muito importantes. A primeira delas é que Deus estava no controle da história, mesmo em meio a tempos tão turbulentos e difíceis. As visões de Ezequiel revelam o controle soberano e sobrenatural de Deus sobre todos os acontecimentos, por isso, suas visões incluem seres gloriosos e cenas supranaturais.
A segunda coisa importante que Ezequiel destaca em suas visões era a centralidade do problema entre Deus e o seu povo: a adoração. Ele percebeu que o coração do problema estava no mais íntimo relacionamento de Deus com o seu povo, que se realizava no coração do povo, que era o verdadeiro culto a Yahweh e que havia sido maculado, com a insinceridade do coração do povo de Deus. 
Por isso, dentre as gloriosas visões do profeta, o livro nos revela a mais dura de todas as realidades a ser encarada: a Glória de Deus havia deixado o templo e isto significa o fim da proximidade e o fim da comunhão entre Israel e o seu Deus. 
O profeta considera que todo o exílio era fruto do juízo de Deus por que seu povo não amou Yahweh de coração e o trocou por outros amores. Ele deixou de ser importante e significativo para o seu povo e, por isso, Deus os havia deixado e os levado para o cativeiro para experimentarem a vida longe e sem comunhão. Isso é muito duro e esta é a realidade de muitos crentes. 
O profeta, a partir do capítulo 40, tem uma nova visão sobre o templo e agora a sua restauração. Neste novo grupo de visões, o profeta vê uma mudança de tom na profecia, que havia começado no capítulo 37, quando profetizando sobre os ossos secos, o profeta os viu se levantar e começou a perceber a intenção de Deus de jamais abandonar o seu povo para sempre. 
No capitulo 43, dentro do templo, o profeta é levado a olhar a parte mais interior do Templo, o lugar mais sagrado e importante, o lugar onde está o ponto primordial e mais absoluto do relacionamento entre Deus e o seu povo: o altar do sacrifício. Esse foi o nosso ponto nesta manhã, nos versos 10 a 17. 
Essa primeira parte se encerra com uma atenção especial para o lugar do sacrifício, mostrando a centralidade do altar, a LAREIRA DE DEUS, o lugar onde as ofertas eram completamente queimadas em holocausto ao Senhor. 

Nesta parte do texto, o profeta é convidado não mais para o olhar o lugar do sacrifício, mas para pensar a respeito de quem faz o sacrifício, o sacerdote. Na verdade, irmãos, precisamos considerar atentamente que Deus não busca cultos, mas adoradores, Deus não está interessados em canções, mas em corações que amem a Deus. 
Um dos erros que Israel permitiu construir ao longo do tempo na sua relação com Deus foi a de se esquecer de que Deus o amava e buscava dele amor e não apenas rituais. Deus pedia a Israel o seu coração e isso foi justamente o que ficou longe de Deus. 
Este povo me honra com seus lábios, mas seu coração está longe de mim (Is 29.13). 
Filho meu, dá-me o teu coração e os teus olhos se agradem dos meus caminhos (Pv 23.26).
 Considere a respeito do seu amor a Deus e considere o quanto Deus está disposto e interessado em que você o ame e o quanto você se distancia e não permite que este amor se aprofunde. Este é o ponto que precisamos considerar diante deste texto. 

A Medida do Nosso Relacionamento Com Deus Tem o SENHOR Como Ponto de Partida
E o SENHOR me disse (...) Eu lhe serei propício, diz o SENHOR DEUS. (Ezequiel 43.18a e 27c). 
Os primeiros capítulos da profecia são um grande desafio para os pregadores e para os leitores. Em geral, os crentes desistem da leitura nos primeiros capítulos. Seu forte conteúdo enigmático assusta ao leitor e afugenta os pregadores, sem dúvida. Veja o capítulo 1, versos 4 a 7; 15-19 etc. 
Nestes capítulos, estas visões espetaculares revelam que a vida humana não acontece meramente como resultado de uma realidade material, biológico, físico-química, mas aponta para o fato de que existe uma realidade espiritual, tão presente e tão real quando estes bancos e cadeiras que podemos tocar, pegar e neles sentar. A realidade de um Deus vivo, presente, atuante, conduzindo todas as coisas é a verdade sobre a vida e sobre tudo. Deus é tudo em todos, nele existimos e nele nos movemos. 
O profeta Ezequiel foi chamado a conhecer esta realidade e a anunciar esta realidade. O exílio babilônico não era um acaso, um resultado da política de sua época, mas uma realidade trazida à existência por Deus. E por que Deus fez isto eu fez? Porque Deus ama o seu povo! Porque Deus desejava fazer este povo aprender amá-lo. Isso é o que o Senhor faz, isso é o que o Senhor produz com a história que nos dá. Deus quer o seu coração e como diz o pastor Max Lucado: ele insistirá em mudar você.
O nosso texto é mais uma destas demonstrações da ação primeira de Deus. Ao longo de toda esta seção das visões do templo, Ezequiel é guiado por um “homem de bronze” é ele quem conduz o profeta e revela as medidas do templo, os caminhos da casa de Deus. Mas, aqui, Deus assume a direção deste momento. 
Veio a mim a palavra do Senhor- Toda a estrutura da visão é conduzida pelas ações e descrição do homem de bronze

Então, o homem me levou à porta, à porta que olha para o oriente (Ez 43.1).
O SENHOR ME DISSE: Agora, entretanto, uma nova maneira dinâmica é introduzida no texto. Ela começou no verso 6, mas é aqui no verso 18 que se torna definitiva: O SENHOR ME DISSE. 
E o Senhor me disse: Filho do homem, assim diz o Senhor Deus: São estas as determinações do altar, no dia em que o farão, para oferecerem sobre ele holocausto e para sobre ele aspergirem sangue (Ez 43.18).  
DIZ O SENHOR DEUS- Da mesma forma, notamos um recurso literário importante no verso 27, que é o fechamento do texto com a expressão. DIZ O SENHOR DEUS. Este recurso é uma espécie de quiliasmo hebraico, isto é, o uso de capsulas de assunto, fechadas por expressões semelhantes. O que destacamos aqui é que existe uma força neste texto apontando para o fato de que Yahweh Adonai, o Senhor Deus, intentava que o profeta compreendesse que neste momento estamos diante de uma palavra direta do Senhor, que desejava que seu povo fosse restaurado. 
Irmãos, precisamos compreender o que está por detrás deste recurso, que é algo tão importante que consideremos: DEUS ESTÁ PESSOALMENTE INTERESSADO EM QUE TENHAMOS UM RELACIONAMENTO ÍNTIMO E VERDADEIRO COM ELE 
Nós o amamos porque Ele nos amou primeiro (1Jo 4.19). 
A restauração deste profundo relacionamento tem em Deus o seu principal interessado. Isto deveria ser significativo para mim e para você e deveria comunicar muito sobre a importância das coisas que fazemos com este propósito. 
Precisamos considerar com mais seriedade o fato de que Deus trabalha para que o amemos profunda e verdadeiramente. Isso muitas vezes se perde no emaranhado de coisas que acontecem na nossa vida e o no modo como deixamos Deus de lado e nos interessamos muito mais por outras coisas que pelo Senhor
Algumas vezes, parecemos lutar contra Deus e desejar muito mais a vida sem ele. Muitas vezes, parecemos ter mais prazer na vida quando Deus não está nela, do que quando nos lembramos de que existimos e fomos comprados para pertencer somente a Ele. 
Não obstante, a verdade permanece e você não pode e não consegue muda-la: DEUS ESTÁ PRIMORDIALMENTE INTERESSADO EM RESTAURAR O RELACIONAMENTO COM O SEU POVO E A NOS FAZER AMÁ-LO, PARA O NOSSO PRÓPRIO BEM. 
Dar-vos-ei coração novo, porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne. Porei dentro de vós o meu Espíito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis (Ez 36.26-27).   

A Medida do Nosso Relacionamento Com Deus Precisa Seguir o Projeto de Deus 
Assim como no passeio pelo templo o homem de bronze apontou para as medidas do templo, agora, o próprio Senhor aponta as medidas, desta vez para o serviço dos seus sacerdotes. Isso é muito importante, Deus está pessoalmente interessado em moldar seus sacerdotes.
São estas as determinações do altar, no dia em que o farão para oferecerem sobre ele holocausto e para sobre ele aspergirem sangue. Aos sacerdotes levitas, que são da descendência de Zadoque, que se chegam a mim, diz o Senhor Deus, para me servirem, darás um novilho para oferta pelo pecado (Ez 43.18-19). 
Determinações do altar– (Hucovith) – Estas determinações são as leis, os estatutos, que conduzem a vida do sacerdote. Mais uma vez, Deus nos chama a atenção para o fato de que as coisas são do jeito dele e não do nosso.  Isto é dado para todos os sacerdotes que irão entregar a Deus o que Deus quer seja entregue, do jeito que Deus quer seja entregue. 
Uma das histórias mais marcantes das Escrituras tem a ver com os filhos de Arão, Nadabe e Abiú. Estes ofereceram a Deus fogo estranho no altar e Deus os fulminou porque não era isso que Deus requeria de seus sacerdotes. 
Nadabe e Abiú, filhos de Arão, tomaram cada um o seu incensário, e puseram neles fogo, e sobre estes, incenso e trouxeram fogo estranho perante a face do Senhor, o que lhes não ordenara. Então, saiu fogo de diante do Senhor e os consumiu, e morreram perante o Senhor. E falou Moisés a Arão, Isto é o que o Senhor disse: Mostrarei a minha santidade naqueles que se cheguem a mim e serei glorificado diante de todo o povo. Porém Arão se calou (Lv 10.1-3). 
Irmãos, precisamos olhar para isto com muito cuidado e com muito interesse. O profeta Ezequiel diz que Deus porá em nós o seu Espírito e nos fará andar na sua lei. Caros irmãos, não podemos menosprezar este fato de que somos chamados para viver para Deus do jeito de Deus e este é o papel que Deus quer cumpramos. Para isto ele nos moldará. 
Para me servirem– (Lesharetenih) – A ideia aqui é que Deus busca alguém que o sirva, que lhe devolva o que ele dá. Aquele que serve a Deus não pode dar a Deus algo que Deus não tenha lhe dado antes. Por isso é que estes precisam seguir o padrão de Deus, porque o que oferecem é aquilo que o próprio Deus lhes dá para que sirvam. 
Claro que há muitos detalhes que não vamos poder tratar em nossa mensagem desta noite. Estes versos são muito ricos e suas descrições apontam para princípios importantíssimos para que nossa vida realmente agrade a Deus e desfrute de intimidade. Uma das coisas importantes aqui é dizer que Deus deseja que este relacionamento verdadeiro e íntimo seja permanente e receba sua constante atenção e preparo. 
Os sacerdotes que se chegam a mim– aqui o profeta usa um tempo verbal importante: sacerdotes que se chegam e não param de se achegar a mim. Esta intenção do texto aponta para ideia de que este trabalho deveria ser ininterrupto. 
Assim farás purificação e expiação- Eles deverão ser puros e purificados, por isso a ideia de que o sangue seja aspergido em toda as partes do altar, sobre os quatro chifres, sobre os quatro cantos, na bora ao redor daquela grande mesa de sacrifício. 
Note que este gestual aponta para ideia de totalidade, sacralidade total. Precisamos desta visão de vida completa consagrada ao Senhor. Precisamos redescobrir a sacralidade da vida e a inteireza de nosso relacionamento com Deus como um ponto central de nossa relação viva com ele. 
Sim, entre os elementos que precisamos trabalhar melhor é o conceito de que sacralidade da vida toda. Como dizia o grande Abraham Kuyper, não existe um centímetro quadrado de todo o universo que Deus não diga: me pertence. Da mesma forma, nem um minuto sequer da vida do crente, pode ser vivido para outro que não para aquele que é o dono da nossa vida. 
Porque nenhum de nós vive para si mesmo, nem morre para si mesmo. Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos e se morremos para o Senhor morremos, quer pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor (Romanos 14.7-8). 

A Medida do Nosso Relacionamento Com Deus Precisa Ser Constante 
Algumas vezes, parecemos desprezar a importância da cotidianidade da manutenção da fé e quase sempre nos tornamos crentes de momentos. Momentos de devoção, momentos de adoração e momentos de arrependimento. Ao contrário desta vida interrompida e fracionada, o que lemos nas Escrituras é a ideia de constância, permanência e rotineira atenção. 
Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes o seu prazer está na lei do Senhor e na sua Lei medita de dia e de noite (Salmo 1.1-2).
Há outros aspectos de inteireza apontados no texto, dos quais destacamos alguns: 
a)    A palavra holocausto– indica a queima total das partes do sacrifício, exceto o que era imundo; 
b)    Sete dias– a totalidade do siclo semanal, que era um conceito temporal muito importante para os judeus, isto é, eles sabiam que todos os dias precisavam de vida com Deus. 
Do dia oitavo em diante – aqui, o profeta está falando de algo importante aqueles homens e mulheres, que aguardavam voltar para sua terra e desejavam a restauração. Esta expressão liga o compromisso de se consagrar a Deus com a idei de continuidade da aliança. 
Isto aponta para a percepção de que Deus deseja uma continua realidade de comunhão com os seus filhos. Isto precisa estar na sua mira vivencial! Precisa fazer parte da sua ambição de vida e assumir protagonismo em seus planos. 
A atitude de fidelidade a Deus é vista em nossa constância. Pelo profeta Oséias Yahweh acusou seu povo de ter um amor passageiro, pouco apegado à constância: 
Que te farei, ó Efraim? Que ter farei, ó Jacó? Porque o vosso amor é a nuvem da manhã e como o orvalho da madrugada, que cedo passa (Os 6.4). 
Se a constância na fé, a perseverança e cotidiana busca de Deus há uma profunda fenda na sua vida e a qualquer momento ela poderá te arrebentar. Você precisa buscar na cotidianidade da relação com Deus um completo relacionamento com Ele. Portanto, isto não é só falta de maturidade e não é um problema menor de falta de tempo, mas pode ser um sinal grave de uma grande enfermidade espiritual que pode se alastrar. 
Deus está interessado em que sua relação com ele seja VERDADEIRA E PERMANENTE. 

A Medida do Nosso Relacionamento Com Deus é a Comunhão Que Nasce Como Fruto do Nosso Relacionamento - Paz
Tendo eles cumprido estes dias, será que, ao oitavo dia, dali em diante, prepararão os sacerdotes sobre o altar os vossos holocaustos e as vossas ofertas pacíficas; e eu vos serei propicio, diz o Senhor Deus. (Ezequiel 43.27). 
Precisamos compreender o objetivo final de Deus. Ele não deseja ser atendido, não é esse o seu objetivo, não é isso que motiva o Senhor. Deus deseja nos SER PROPICIO. Isto é, Deus deseja estar com seu rosto voltado para nós e ter um relacionamento de paz conosco. O apóstolo Paulo escreveu sobre este conceito em Romanos 5.1: 
Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo (Rm 5.1).
Holocaustos e ofertas pacíficas – estes dois atos de sacrifício apontam para a queima total pelos pecados e a manutenção de nossa vida cotidiana, como já tratamos antes. Mas eles apontam também para um relacionamento de aceitação da parte de Deus. Deus não somente nos assiste realizar atos e julga se estão corretos, ele está interessado em recebe-los e se alegra nisto. 
Eu vos serei propício– isto indica a intenção de Deus de ser favorável em nos receber, por meio do cumprimento das leis do altar. Isto é, Deus deseja que acertemos o caminho, porque deseja nos receber em sua casa. O caminho é Cristo e o altar é a cruz, mas precisamos nos preparar para andar neste caminho e para carregar a cruz e as suas marcas. 
A propiciação era o alvo principal do sacrifício e do próprio altar, da Lareira e do derramar do sangue. Tudo o que Deus objetivava ao dar ao profeta esta visão não era a reconstrução do Templo, mas a restauração desta relação de paz entre ele e o seu povo. 
Todo o texto foi estruturado para mostrar a Ezequiel e a todo o povo de Deus que eles precisavam grandemente focar nesta relação com Deus. O problema em geral que os levou ao exílio é que eles buscavam uma paz falsa,  baseada na força do homem, quando so reis fizeram aliança com Egito e não confiaram no Senhor. Agora, entretanto, quando Deus retirou deles este orgulho e esta presunção egocentrada, ele lhes promete ser o Senhor e fazê-los andar na sua lei. Deus trabalhará para nos libertar de nós mesmos e nos tornar seus filhos absolutamente seus... 
Livrar-vos-ei de todas as vossas imundícias, farei vir o trigo, e o multiplicarei, e não trarei fomo sobre vós. Multiplicarei o fruto das árvores e a novidade do campo, para que jamais recebais o opróbrio da fome entre as nações. Entao, vos lembrareis dos vossos maus caminhos e dos vossos feitos que não foram bons; tereis nojo de vós mesmos por causa das vossas iniquidades e das vossas abominações. Não é por amor de vós, fique bem entendido, que eu faço isto, diz o Senhor Deus. Envergonhai-vos e confundi-vos por causa dos vossos caminhos, ó casa de Israel. Assim diz o Senhor Deus: No dia em que eu vos purificar de todas as vossas iniauidades, então, farei que sejam habitadas as cidades e sejam edificados os lugares desetor.  (...) Como um rebanho de santos, o rebanho de Jerusalém nas suas festas fixas, assim as cidades desertas se encherão de rebanhos de homens, e saberão que eu sou o Senhor (Ez 36.29-38). 
Este é o mundo que Deus deseja nos dar, cheio de shalom, completamente harmônico e repleto de pessoas que amam o Senhor, este é o foco de sua vida com Deus, busque isto como um ideal. 

Conclusão
Esta é o propósito desta visão: A RESTAURAÇÃO DA NOSSA VIDA ÍNTIMA COM DEUS, EM VERDADE, CONTINUIDADE E PAZ. Veja a descrição da bem aventurança que Deus deseja nos dar em Ezequiel 47.6 a 12. 
A beleza desta visão é a restauração que Deus deseja fazer na nossa vida. Precisamos de uma atitude positiva em relação a isto e precisamos nos lembrar das regras de pureza e dedicação do altar.
Recupere urgentemente o seu amor por Deus, aplicando à sua vida de relacionamento com ele estes três princípios: Submissão à vontade dele; contidianidade e alvo. 
Busque desenvolver uma vida com Deus que lhe permita realizar tudo com uma clara atenção para o que realmente agrada a Deus ou não; tente agilizar sua vida diária para incluir nela, mais do que leitura bíblica e oração, mas um compromisso de promover a glória de Deus em tudo e sempre; por fim, não se esqueça de que você não existe apenas para si, mas para fazer parte de algo grande, de um mundo shalomico da paz de Cristo, que um dia voltará justamente para consolidar estas coisas. 

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Ezequiel 43.10-17 - IP Tatuapé

Uma Igreja Segundo As Medidas de Deus 
Ezequiel 43.10-17
(Sermão Pregado na IP Tatuapé em Julho de 2018 – Por Ocasião da Minha Participação no Processo Seletivo Para o Pastorado de 2019)


Caros irmãos, temos diante de nós um desafio maior esta manhã. Primeiro, porque temos o dever de nos conhecer e o fazemos neste momento de contato. Claro que estou muito feliz de estar aqui com os irmãos e um tanto desconcertado, pois para mim, sem dúvida alguma, uma situação diferente. 
Mas nosso maior desafio não é este. Nosso maior desafio é que estamos aqui, com todo este processo de sucessão pastoral nos abraçando nesta hora, mas temos o dever de honrar a Deus acima de tudo e fazer desta hora, um momento oportuno para ouvirmos a voz do Criador. 
Meu compromisso maior aqui não pode ser o de apresentar a mim mesmo para os irmãos, meu compromisso é o de ser portador da mensagem de Deus e apresentar a vontade do Senhor aos irmãos. O compromisso dos irmãos não é o de me ouvir e eu peço que todos se dominem muito bem nisto. Os irmãos vieram para ouvir o Senhor e Ele deve ser o centro de sua atenção nesta hora. 
Vamos pedir ao Senhor que nos guarde de errarmos o alvo neste momento e nos proteja de nós mesmos, para que ouçamos sua voz e somente a Ele glorifiquemos nesta hora. 

Introdução
O profeta Ezequiel viveu em um tempo bastante difícil da história do povo de Israel, o exílio babilônico. A principal mensagem da sua profecia está ligada ao tema da “glória de Jehovah” que havia abandonado o templo (Ez 10.18-20). Esta visão foi a mais terrível que o sacerdote Ezequiel poderia ter tido, porque ela indicava o mais alto grau de repúdio que Deus tinha para como os pecados do seu povo, deixa-lo. 
O mais significativo do exílio babilônico, portanto, não foi o fato de serem deportados para uma terra estranha, mas o saberem que o seu Deus deixado o lugar onde se revelava vazio. O Templo não somente foi destruído, mas tornado completamente sem sentido e isto indicava que o próprio povo de Israel era um povo vazio, uma videira estéril e inútil (Ez 15.1-8). 
Eles tinham se tornado um povo vazio e cultivaram uma relação estéril com o Senhor, porque haviam perdido o ponto central de sua relação com Deus. Eles haviam deixado que sua realidade de comunhão com Deus se tornasse apenas uma parte de sua vida. Eles elevaram outras prioridades e perderam a percepção da importância da sua relação com Deus. 
Vejam alguns textos de mais tarde procurem os próprios irmãos para que percebam qual era a prioridade do profeta Ezequiel nesta mensagem (Ez 5.13; 6.10, 13, 14; 7.4, 9, 27; 12.15,16, 13.9, 14, 21, 23; 14.8; 15.7 etc...). Até o capítulo 39, temos quase 40 citações da expressão: SABERÃO QUE EU SOU O SENHOR, ou semelhante a esta. 

Muitas vezes, nas Escrituras Deus mostra a seu povo que ele perde a sensibilidade e a percepção da verdade sobre a sua própria existência como criação de Deus. Eles perderam, muitas vezes, a percepção de que sua principal tarefa na vida era a amar a Deus sobre todas as coisas. O profeta Isaías e outros profetas acusaram essa situação: 
Criei filhos e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim. O boi conhece o seu possuidor, e o jumento o dono da sua manjedoura, mas meu povo não tem conhecimento, o meu povo não entende (Is 1.2-3). 
Jesus Cristo exortou seus discípulos a manter a relação com Deus em alta prioridade. Ele lhes ensinou que é impossível amar a dois senhores e neste contexto declarou: 
Buscai, pois, em primeiro lugar o meu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas (Mt 6.33).
Este é o problema enfrentado pelo profeta Ezequiel, o problema de um povo que acha que sabe tudo de Deus, tudo de templo e que confiava que tinha sua relação com Deus em um bom lugar na sua vida, mas tinham, há muito perdido o mais importante e não perceberam, como estavam vazios, cegos, pobres e nus. 
A segunda parte da profecia de Ezequiel, apontava para essa desolação e isso está principalmente ilustrada no capítulo 37, na visão do “Vale de Ossos Secos”. Deus quer que seu povo reconheça esse vazio e este sentimento de completa impotência que a falta de Deus provoca em nossa vida. Neste ponto a profecia sofre uma mudança de foco e caminha guiada por uma pergunta: “Filho do homem, acaso, poderão reviver estes ossos?” (Ez 37.3). 
A partir do capítulo 40, vinte anos após o início do exílio, o profeta tem uma visão da “Restauração do Templo” e indica um tempo em que a comunhão entre Deus e o seu povo seria completamente renovada. Uma descrição detalhada das formas e medidas do templo foram dadas ao profeta até chegar ao ápice da profecia: “A glória do Senhor entrou no templo, pela porta que olha para o oriente (...) e eis que a glória do Senhor enchia o templo” (Ez 43.4-5).
Claro que nós irmãos, não podemos nos esquecer de que precisamos olhar para estas realidades com as lentes aumentadas do Novo Testamento e a percepção não das sombras, mas das verdades realizadas em Cristo Jesus. Claro que o Templo descrito nestas passagens tem um sentido muito maior do que uma grande construção na Cidade de Jerusalém, mas o verdadeiro templo, a verdadeira morada de Deus é a vida do Crente. 

Como estarei com os irmãos por dois momentos hoje, agora pela manhã e à noite, escolhi esta passagem justamente porque ela nos remete a compreensão do que é ser Igreja de Cristo. 

Dos versos 10 a 17, Ezequiel nos fala do templo e de sua estrutura geral, vamos pensar nesta parte como estivéssemos olhando para a Igreja em sua cena coletiva. Dos versos 18 a 27, percebemos que o foco da passagem muda e sai das estruturas físicas do templo e recai sobre a obra do sacerdote, aqui, nossa cena será um enfoque para a individualidade do nosso sacerdórcio real. 

Na cena geral, o ponto central desta visão era o altar do sacrifício. O lugar onde o nome do Senhor era principalmente honrado com o seu povo, por meio da entrega completa do mais puro sacrifício. Devemos considerar que o profeta esta tendo uma visão gloriosa de que Deus não abandona o seu povo, mas esta reaproximação só acontecerá nos termos de Deus e não nos do homem. Esta lição precisa ficar clara! Não podemos imaginar que sabemos tudo de vida com Deus, que somos especialistas em comunhão com o Altísismo, se nossa percepção não é humilde e comandada pelos critérios de Deus. Não é à toa que muitas vezes nossas orações são vazias, que nossa vida com Deus é burocrática e que não há poder em nossa relação como Senhor. Porque as medidas que estamos levando em consideração não são as medidas dele para nós, mas ao contrário, nós estamos impondo medidas a Deus. 

A Nossa Realidade Como Igreja de Deus é Estabelecida e Balizada Segundo o Padrão de Deus e Não o Nosso

Tu, pois, ó filho do homem, mostra à casa de Israel este templo, para que ela se envergonhe das suas iniquidades; e meça o modelo (Ezequiel 43.10).
Meus irmãos estamos com o profeta Ezequiel olhando para dentro do interior do Templo, do lugar do relacionamento de Deus com o seu povo. Agora, estamos olhando para o centro desta relação, o lugar do grande holocausto, o lugar do sacrifício o altar interior, o grande lugar onde a oferta que entregamos a Deus atinge o ponto culminante do significado do nosso relacionamento com Deus. 
O que temos diante de nós é uma descrição do altar interno, mas devemos pensar além da ideia de uma descrição de uma construção, para um símbolo do relacionamento de Yaweh com seus filhos, uma ilustração do que Deus espera de nós. 
Aqui, neste verso 10, destacamos especialmente o fato de que Deus quer que Israel saiba qual é o seu projeto e que o siga. Porque o relacionamento que Yahweh quer ter com seus filhos não pode ser baseado na estética de seus filhos, mas no seu padrão. 
Tu, pois, o filho do homem, mostra à casa de Israel este templo – Beith Habbayti – Templo – Literalmente, lugar da convivência, lugar onde a família mora ou CASA DA MORADA, casa do relacionamento. O profeta é convocado a tornar exposta a vontade de Yahweh  e o padrão desta morada. Claro que Deus não está preocupado com tamanho físico do templo, aliás, jamais esteve, Deus usou a construção templo e todo os seus detalhamentos sempre como uma ilustração da sua vontade para a vida do seu povo. 
Para que ela se envergonhe de suas iniquidades – o templo era uma construção que tinha por finalidade expor, em sua arquitetura, a polaridade díspare entre a “santidade de Deus” e a “pecaminosidade humana”. Asafe percebe a santidade de Deus e a pecaminosidade do homem no salmo 73, quando ele atenta para a verdade quando é impactado pela construção do templo. 
Em só refletir para compreender isso, achei mui pesada tarefa para mim; até que entrei no santuário de Deus e atinei com o fim deles (Sl 73.16-17). 
 Deus precisa que atentemos para a grandiosidade da sua santidade, se queremos que nosso relacionamento com ele seja perfeito. Precisamos balizar nosso relacionamento com Deus pela santidade dele e não pela nossa própria percepção de pureza. Porque a pureza de Deus é absoluta e a sua simples presença revela nossas contaminações. Como naquelas propagandas de alvejantes, que os autores das propagandas, apresentam uma roupa branca e depois colocam uma alveja com o seu produto e você percebe que aquele branco primeiro, não é tão branco assim! Yahweh está dizendo ao profeta, fala para eles do meu templo para que reflitam sobre sua própria pecaminosidade. 
Meça o modelo – de fato, tudo o que precisamos pensar sobre nosso relacionamento com Deus precisa desta profunda reflexão, que tem como medida a própria santidade de Deus. Irmãos, em geral erramos muito, tendo como ponto de partida nós mesmos. Somos tão presunçosos! Somos tão arrogantes!! Quase sempre estamos contentes conosco mesmos e tentamos medir a vida com Deus por bases medíocres de nossa própria santidade. Por isso, é que a Escritura nos acusa de cegueira e nudez. 
Pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu (Ap 3.17).
O PROFETA CHAMA O POVO A PENSAR NO SEU RELACIONAMENTO COM DEUS BALIZANDO-O PELAS MEDIDAS DO SENHOR E NÃO PELAS SUAS PRÓPRIAS. 

A Nossa Realidade Como Igreja de Deus Aponta Para a Influencia Que Precisamos Estabelecer Com Tudo ao Nosso Redor 

Envergonhando-se eles de tudo quanto praticaram, faze-lhes saber a planta desta casa e o seu arranjo, as suas saídas, as suas entradas e todas as suas formas; todos os seus estatutos, todos os seus dispositivos e todas as suas leis; escreve isto na sua presença para que observem todas as suas instituições e todos os seus estatutos e os cumpram. Esta é a lei do templo; sobre o cume do monte, todo o seu termo ao redor será santíssimo; eis que esta é a base do altar (Ezequiel 43.11-12). 
Nestes versos, ao profeta é proposto uma outra atitude. Veja, no verso 10, eles deveriam tomar a medida de Deus para perceber sua própria pequenez, sua falta diante de Deus, sua carência... Aqui, nos versos 11 e 12, especialmente no 11, a proposta é diferente. Eles deveriam partir de sua percepção e pequenez para uma atitude de adequação. 
Envergonhando-se eles de tudo quanto praticaram – (Nicklemu – calam) Serão envergonhados pelo que praticaram e estarão aptos para olhar ao redor. Esta é a expectativa de Yahweh, que seu povo seja conduzido para fora de si, percebendo-se tão sujo e desejem se adequar para servir a Deus. Desta forma, o próximo passo é o conhecimento da expectativa de Yahweh. Por isso, o profeta é conclamado a fazer conhecida a planta do templo. 
Faze-lhes saber a planta desta casa – Dar conhecimento da planta, de toda a estrutura, todos os caminhos do templo, como entrar, como sair, o que ele possuir de dispositivos para o seu uso – toda esta linguagem arquitetônica é usada para falar do modo de relacionamento que o Senhor quer desenvolver entre ele e seu povo. Por isso, estas descrições também são dadas como uma “Torah” (Instrução – Lei). 
Escreve isto para que observem e cumpram – Esta linguagem é tomada do Pentateuco, do Deuteronômio e do livro de Êxodo e Levítico... Uma linguagem de lei que fornece o padrão para a vida de relacionamento com Yahweh. Irmãos, estamos diante de um texto não de descrição física da construção o templo, mas de um chamado para adequar a vida ao padrão de santidade de Yahweh. A GLÓRIA deixou o templo quando o pecado do povo se agravou, ela agora volta ao templo nos seus termos e não nos termos dos homens.
Esta é a lei do templo todo o seu termo ao redor será santíssimo – Não existe relacionamento com Deus se ele não for estabelecido e balizado pelas medidas de Deus, o sinal de que estamos vivendo com Deus é que estamos dispostos a santificar tudo que está ao nosso redor. 
Eis que esta é a lei do templo – nesta repetição, podemos entender que ele esteja então apontando para o assunto que vem a seguir, mas também podemos imaginar que o texto deseja reafirmar que este padrão divino é sério e portanto, faz os leitores, compreenderem a seriedade do que Deus está requerendo. 
Tudo ao redor da vida do filho de Yahweh precisa refletir e ser atingido pela santidade do nosso relacionamento com o Pai. Lembre-se de Moisés, todas as vezes que descia do Monte de Deus. Ele resplandecia e as pessoas sequer conseguiam olhar para o seu rosto, porque a glória de Deus era vista fisicamente no brilho que ele carregava deste contato com Yahweh. Obviamente não devemos pensar que a glória de Deus possa ser vista fisicamente nos mesmos termos, mas a glória de Deus precisa ser vista na santidade que permeia a vida do crente e tudo o que está ao seu redor. O modo santo com que nos relacionamos com a vida, em tudo o que fazemos e como vivemos. 
Muitas vezes irmãos, a marca que imprimimos na realidade que está ao nosso redor, revela muito mais a nossa pecaminosidade que a glória santa do Deus a quem servimos. Isto é só um sinal de que nosso relacionamento não está sendo vivido nos termos de Deus. Trata-se de uma consequência natural, viva a vida nos termos de Deus e tudo o seu redor será impregnado por isto! Pense muito sobre o que você vê a partir de como você vive, quando não está aqui, onde supostamente sua vida é santa. Pense no que está ao redor e pense sobre o que está no interior do seu coração. 

A Nossa Realidade Como Igreja de Deus Exige Uma Elevada Consciência de Entrega Total e Absoluta da Vida a ELE

São estas as medidas do altar, em côvados, sendo o côvado de côvado comum e quatro dedos; a base será de um côvado de altura e um côvado de largura, e a sua borda, em todo o seu contorno, de quadro dedos; está a base do altar. Da base, na linha da terra, até a fiada do fundo, dois côvados, e de largura, um côvado; da fiada pequena até à fiada grande, quatro côvados, e a largura um côvado. A lareira, de quatro côvados de altura; da lareira para cima se projetarão quatro chifres. A lareira terá doze côvados de comprimento e doze de largura, quadrada nos quatro lados. A fiada terá catorze côvados de comprimento e catorze de largura, nos seus quatro lados a borda ao redor dela, de meio côvado e a base ao redor do altar se projetará um côvado. (Ezequiel 43.13-17). 
Nesta última parte do texto, encontramos uma narrativa descritiva do altar. Até aqui, ele trabalhou conceitualmente e agora passa a dar uma descrição da sua visão em termos completamente práticos e narrativos. Isso nos confunde um pouco, porque em geral, temos a tendência de considerar que estes textos não têm muita importância, afinal, não vamos construir um altar, nem precisamos mais. Contudo, esta descrição está carregada de significado importante e precisamos encontra-los. Claro que em textos de natureza descritiva que precisam ser interpretados conceitualmente, podemos perder alguma coisa pelo empobrecimento ou o exagero. Vamos, portanto, atentar ao prático e o mais simples. 
Côvados e altura – minha principal preocupação não é com a medida em si, como disse, não pretendemos e não precisamos construir este altar, então, não vou entrar no mérito sobre o que é côvado, de côvado comum. Ele está apenas dizendo que a medida era a mais simples que eles conheciam.  O mais importante deve ser visto no fato de que a construção do altar deve receber um especial destaque, porque se trata de algo que deve ficar elevado e centralizado.
Esta construção está em destaque na arquitetura do prédio, ela nasce do chão e se eleva à quatro côvados de altura. Ela é observada como algo importante, especial que deve chamar a atenção. Esta construção central na entrada do templo é um ponto de passagem que não pode passar despercebido, isto é o que texto indica descritivamente. Esta é a intenção desta obra e de sua descrição. 
Uma lareira para o sacrifício – Neste altar, chama-se a atenção para o fato de que em destaque está a função de lareira do altar e não tanto para a função de lugar da morte do animal. Lembrando que o animal sacrificado era oferecido a seguir em holocausto, isto é, a oferta era totalmente queimada. Ariel – isto é – Lareira de Deus, ou o Altar de Deus. Nesta descrição, o que Yahweh primordialmente coloca em destaque é a entrega total de seu povo a ele próprio. 
O texto descritivo da Lareira do Sacrifício aponta para a necessidade de um relacionamento centralizado na entrega completa da vida a Deus. O profeta está nos conduzindo a pensar sobre o fato de que somos filhos de Deus porque pertencemos a Ele. No Novo Testamento, este entendimento se tornou ainda mais profundo pelo ensino de que Deus nos comprou para si mesmo pelo derramamento do SANGUE DO CORDEIRO. Afinal, todas as sombras que Ezequiel e Moisés descreveram sobre o templos, apontavam para um verdadeiro templo, feito não de pedras e argamassa, mas de vidas compradas pelo sangue de Jesus. Veja a união destes conceitos em 1 Coríntios 6.19-20: 
Acaso não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo (1Co 6.20). 
Isso me faz pensar no sermão que ouvimos a semana passada, baseado em Romanos 12.1-2 – Ofereceis o vosso corpo por sacrifício, vivo, santo e agradável a Deus. 
ESTE É O PONTO, em sua visão, Deus conduz Ezequiel a percorrer os caminhos da volta da sua glória ao templo e diz que esta glória repousa sobre o relacionamento santo que ele quer ter com o seu povo, segundo o seu padrão santo e impregnando tudo ao redor por esta santidade. Mas isto, deve ser considerado a prioridade total, baseada em uma entrega total da nossa vida. 
NÃO PERTENCEMOS A NÓS MESMOS, MAS SOMOS DELE E VIVEMOS PARA ELE. 

Conclusão
Não sei o quanto você consegue perceber a seriedade do que chamamos de VIDA COM DEUS e o quanto isto exige compromisso de nós. Infelizmente, nossa medida de vida com Deus, quase sempre é baseada em nossas percepções e intenções pessoais, quando deveriam ser norteadas pelas instruções de Deus primordialmente. 
Não podemos impor nossas medidas a Deus, temos de estar prontos a permitir que ELE nos molde e nos adeque às suas medidas. Isto é central para que nossa relação de amor a Deus produza o efeito da verdadeira comunhão. Podemos dizer, que as frases que norteiam o pensamento de Ezequiel tomarão forma: SABERÃO QUE EU SOU DEUS. 
Você precisa estar mais disposto a OUVIR AS PRESCIÇÕES DE DEUS em lugar de ficar tentando impor a Deus as suas vontades, pequenas, egocentradas e sujas na maior parte do templo. ESTA É A LEI DO TEMPLO, está a LEI QUE COORDENA A VIDA DE QUEM PERTENCE A DEUS. 
Mas você pode se deparar com sua realidade e notar que você é realmente incapaz desta construção. Talvez, como diz no texto, você realmente, quando olha Deus cara a cara, você se envergonhe de sua iniquidade e isto produz um sentimento de tristeza e impotência. Lembre-se, é Deus quem volta ao Templo e não o Templo que busca a Deus. 
Os seus degraus olharão para o oriente – Note, porém como é que o texto termina. Eles apontam para o Oriente e o que isto significa? Bem, no capítulo 10, foi na direção do oriente que a GLÓRIA DE DEUS DEIXOU O TEMPLO, no capitulo 40, é PELO ORIENTE É QUE A GLÓRIA RETORNA AO TEMPLO. O lado oriente, em si, nada significa, senão que aqui no texto aponta para os atos de Yahweh, isto é, tudo caminha, segundo a vontade de Yahweh. 
Mas o Oriente tem um valor profético e escatológico importante na Escritura: Jesus vem do Oriente. Todas as promessa do Messias, dizem que ele viria do Oriente. 
DO EGITO (ORIENTE) CHAMEI MEU FILHO – Kadim – É O lugar de onde vem a Salvação. Você e eu não conseguimos ser este altar de entrega, de santidade, de influencia, sem Cristo, por isso, o ALTAR E SEUS DEGRAUS SÓ PODEM APONTAR PARA CRISTO, NOSSO ORIENTE. 
Não há verdadeiro relacionamento com Deus se as medidas que usamos para nos regular não forem as de Deus. Se você insiste em viver segundo o seu padrão, o que você colherá é que sua vida não será percebida no altar de Deus, ele não a receberá como um sacrifício. As medidas do altar são de Deus, assim, também as medidas do verdadeiro templo do Espírito Santo, que é a vida do crente, assim, o Senhor nos será propício (Ez 43.27).
Como igreja, somos uma coletividade com o compromisso de deixar nossa coletividade na medida de Deus, influenciar o mundo ao nosso redor, tudo o que tocarmos precisa refletir quem somos, como a cidade e o bairro ao nosso redor. Assim como no texto, também precisamos oferecer a Deus o melhor dos nossos esforços e esta deve ser a prioridade da nossa vida. 
Esta é uma cena que olha primordialmente para nossa tarefa como coletividade santa. Hoje, no final do dia, vamos olhar para a nossa realidade pessoal e nosso sacerdórcio. Vamos focar em como eu e você, damos a nossa contribuição pessoal para que esta comunidade e família da fé glorifique a Deus.