29 de março de 2020

Marcos 4.33-34

Por que Ele Quer Falar Conosco? 
(Culto da Noite – Março 2020 – IP Tatuapé)
Marcos 4.33-34


Introdução
Você já se perguntou: Por que Deus quer falar comigo? Você tem ideia? Deus falou na criação: haja luz! Façamos o homem! Certamente morrerás! A voz aterradora de Deus foi ouvida no alto do Monte Sinai, quantos ouviram ficaram amedrontados. A Bíblia nos exorta a não negligenciarmos Aquele que fala. Ela também nos diz: nestes últimos dias nos fala pelo seu Filho. 
Bem, que Deus fala: Ouve ó Israel... Eu e você sabemos, mas por que Ele deseja falar comigo e com você é a pergunta. 
No texto desta noite, vemos que a PALAVRA DE DEUS tem uma função didática. Deus fala, para nos ensinar, mas o que o move em nossa direção? O texto pode nos dar pistas sobre esse motivo de Deus falar e eu quero, junto com você, olhar para este texto com essa pergunta e pedir a Deus que fale comigo. 

Deus Fala Para Que a Palavra nos Conceda Uma Mente Capaz de Compreender o Processo de Redenção Que se Opera em Nós

Meus irmãos, notem que Marcos está redigindo um texto explicativo. Ele não está repetindo as palavras de Jesus, mas está propondo uma reflexão sobre tudo o que havia acontecido. Aquele moço, que havia se permitido deixar a viagem missionária com Paulo e Barnabé, agora, mais amadurecido é capaz de refletir sobre quem foi e o que desejava Jesus. 
Com muitas parábolas semelhantes lhes expunha a palavra
Muitas parábolas semelhantes – estas parábolas que foram alistadas aqui tinham uma ligação clara com o Reino dos Céus, a Palavra de Deus e a vida dos crentes. Marcos está nos dizendo, portanto, que ele tinha interesse forte em construir em nossas mentes uma convicção a respeito destas três coisas.
AS parábolas eram um instrumento de ensino fantástico, elas, quando compreendidas, levavam os ouvintes a compreenderem de forma prática os ensinos, fazendo ligações claras para a sua mente. 
Jesus deseja que nossas mentes construam uma relação clara e importante sobre o valor do Reino dos Céus, a Palavra ordenadora de Deus e a nossa vida como resultado disto tudo. 
Há muitos crentes que não percebem o que realmente está acontecendo na sua relação com Deus. Há muitos crentes que não prestam atenção no que Deus está dizendo. 
ELE ESTÁ SEMPRE FALANDO! ELE ESTÁ FALANDO QUANDO A PALAVRA É PREGADA, MAS TAMBÉM ESTÁ FALANDO COM A SUA VIDA. DEIXE A PALAVRA SER O ÓCULOS PELO QUAL VOCÊ INTERPRETA A SUA VIDA. 
Muitos que ouviram as parábolas não entenderam, porque achavam que Ele falava de outros, de coisas... mas no fundo tudo o que Ele te fala tem a ver com VOCÊ. Este é o ponto: MAS ÀS VEZES, VOCÊ NÃO QUER OUVIR. 
Não queremos ouvir as coisas que nos contrariam, que nos indicam nossos erros e quebram as nossas certezas e convicções que construímos sozinhos. De vez em quanto ele rompe essas nossa seguranças, nos põe nus e desprotegidos, então ELE NOS FALA. Para que você compreenda que Ele está interessado em você! Em você e na sua vida. Ele quer que o Reino se construa em você e usa a sua Palavra para isso. 
Isso não é maravilhoso de se pensar? 

Ele Fala Conosco Por que Nos Conhece e Sabe Como Falar Para Que Ouçamos
Nosso bom Senhor nos conhece bem. Ele sabe como falar conosco. Ele sabe qual é a linguagem que entendemos. Por isso, é Ele quem fala conosco. 
Um dos princípios de comunicação mais básicos e ter uma clara noção de quem são os seus ouvintes. Ele, sabe muito bem quem somos e sabe como falar com o nosso coração. 
Conforme permitia a capacidade dos ouvintes
A capacidade dos ouvintes – Marcos deve ter ouvido algumas vezes Jesus falar. Ele era somente um jovem, talvez ainda não pudesse compreender todo o significado das Palavras que lhe eram oferecidas. Mas, agora, ele compreende que sempre que Ele havia falado, estava lá: o significado estava lá. Era possível compreender, foi o meu coração, talvez tenha pensado Marcos, que não quis ouvir. 
Devemos lembrar que Jesus afirmou que muitos ouviam e não compreendiam. Na verdade, o significado da Palavra está lá, ele sabe falar para que o ouçamos, mas muitas vezes, não deixamos que essa voz nos conduza. Várias vezes no Apocalipse, ele repetiu o que disse aqui também na parábola do semeador: QUEM TEM OUVIDOS OUÇA. 
O que Ele diz ao nosso coração, saibam todos, que temos condições de ouvir, temos capacidade para ouvir. O que precisamos avaliar é se temos disposição para permitir que a compreensão deste ouvir altere nossos pensamentos sobre nós mesmos, sobre a vida e tudo o mais. 
Não resista à voz do que lhe fala! Ele te fez lembrar de quem você é? Ouça... não negligencie. Não lance aos porcos a pérola que lhe foi dada. Não deixe os espinhos sufocar a palavra, não permita que o inimigo a roube de você. Deixe ela fazer você morrer e te fazer nascer de novo. 
Ele fala conosco porque sabe o que falar e como falar para que a vida nasça e renasça todo dia em nós. Não importa as circunstâncias é sempre possível ser um novo homem, uma pessoa melhor, alguém que se parece mais com o que Ele espera que sejamos. 

Ele Fala Conosco Porque Somos Seus

Tente imaginar o coração de João Marcos ao chegar a estas conclusões e pensar sobre sua própria vida. Imagine como aquele filho de Deus, reagiu ao pensar sobre o fato de que, embora, por um tempo, ele também tivesse ferido o Senhor, agora estava ali, pondo para fora tudo o que aprendera de Cristo. OU imagine, Pedro, em suas reminiscências pensando do mesmo modo. Agora pense em você: APESAR DE QUEM VOCÊ É, E DE COMO, MUITAS VEZES, NÃO O VÊ E SE ESCONDE DA SUA VOZ, ELE FALA CONTIGO PORQUE VOCÊ É DELE. 
E sem parábola não lhes fala; tudo, porém, explicava em particular aos seus próprios discípulos 
Explicava tudo em particular – um amor pessoal, que o leva até o quarto do seu coração, onde ele, que te conhece muito bem, fala com você. Ele prega para a multidão, espalha a mensagem, lança semente em vários corações, mas para os seus filhos, para as suas ovelhas, ele as coloca dentro do coração. 
Seus próprios discípulos – parece redundante, mas é uma forma proposital de se escrever no Koinê, o grego dos apóstolos, sob influencia da mente judaica: repetir palavras de sentido próximo para construir a ideia ênfase: meu, meu próprio. Seus, seus próprios. 
De fato somos dEle e Ele tem esse sentimento. Marcos identifica isso em Jesus, o seu senso de cuidado com os seus, com aqueles que o Pai havia lhe dado. João Marcos está pronto para admitir que Ele lhe falou ao coração, porque Ele o comprou na Cruz e não o deixaria longe. 
Assim eu e você podemos pensar sobre isso. Ele está nos falando porque somos dele. Ele se deu por nós, Ele se fez homem por nós; Ele morreu e ressuscitou por nós! Ele FALA CONOSCO!  


Conclusão
Claro que o que eu preciso me perguntar agora é: O QUE ELE ESTÁ FALANDO COMIGO?
Lembre-se: Ele sempre procurará construir na sua mente uma clara visão do REINO, DA PALAVRA e DE VOCÊ MESMO. Procure sempre ouvir o que tudo o que Ele diz, quer na Palavra, quer sem Palavras, a você sobre uma destas coisas. 
Não se esqueça, VOCÊ IRÁ COMPREENDER, basta agora, permitir que seu coração se quebrante, que não se eleve. A soberba nos faz ouvir só o que queremos e deixamos de ouvir a sua voz. Os fariseus erraram assim... acharam que não poderiam aprender nada com um carpinteiro. Bem, mas aqueles que ouviram, disseram: ninguém jamais falou como ele. Ele tem autoridade. 
Você é dEle e Ele sempre falará a você. Ele sempre te buscará e o melhor é se render a Ele. Renda-se ÀQUELE QUE DOS CÉUS TE FALA. 


Oração
Desejamos ouvir a sua voz e fazer o que Senhor quer. Que nos use para sermos um instrumento da tua palavra para redenção do mundo ao nosso redor. Que possamos viver como Igreja do Tatuapé para espalhar essa mensagem que nos foi falada, porque Aquele que é tudo em todos. 

8 de março de 2020

1 Pedro 2.18-25

Efeitos Sociais da Salvação em Cristo Jesus
1 Pedro 2.18-25

Introdução
Logo que começou a sua carta, Pedro advertiu os crentes que a jornada neste mundo, na expectativa da volta de Cristo e a recepção de nossa herança celestial exigiria da nossa peregrinação o desenvolvimento de uma fé paciente em meio a várias provações: 
Nisto exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado no fogo, redundo em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo (1Pe 1.6-7).  
O viver cristão neste mundo envolve o enfrentamento das mazelas sociais geradas pelo pecado e isto principalmente se revela na maldade e no egoísmo humano. A injustiça dos homens são uma espécie de fogo que Deus usa quando nos depura e nos sacode como a peneira do aluvião, procurando lavar as impurezas que nos cercam, para revelar nossa nova natureza em Cristo Jesus. 
Precisamos compreender a sociedade ao nosso redor e todas as suas injustiças do ponto de vista deste que exerce seu poder depurador em nós. Pedro nos convoca a um viver corajoso, ousado e paciente. Na vida social, exemplificada pelo mundo do trabalho nesta passagem, precisamos de uma fé que se fortalece, se desenvolve e se torna firme como o aço para seguir adiante e agradar a Deus. 
Sobretudo, nosso chamado aqui é para tirar do nosso coração quaisquer amores e dedica-lo totalmente a Deus, que nos amou em Cristo Jesus. Neste texto, somos chamados, portanto, ao enfrentamento complexos da vida social para revelar quem somos em Cristo Jesus.     

Os Enfrentamentos Complexos da Vida Social Promovem o Desenvolvimento de Nossa Fé Aumentando a Nossa Consciência da Salvação em Cristo Jesus

Servos, sede submissos, com todo temor ao vosso senhor, não somente se for bom e cordato, mas também ao perverso, porque isto é grato, que alguém suporte tristezas, sofrendo injustamente, por motivo de sua consciência para com Deus (1Pe 2.18-19)

Servos sede submissos com todo temor ao vosso senhor – Pedro toma para exemplo de vida em meio à sociedade, o exemplo de muitos irmãos convertidos a Cristo, mas que eram “servos” ou “escravos” em casas romanas e deviam obrigações para com os seus senhores. Ele os convoca a cumprirem as suas obrigações dentro do estamento social de forma exemplar. 
Não somente se for bom e cordato, mas também ao perverso – claro, ele se vale da pior condições dentro desta relação social, isto é a condição de ser servo de um homem que age com perversidade. Portanto, ele já começa ensinando que nossa jornada neste mundo e o cumprimento de nossas tarefas neste mundo, não podem ser dirigidas pelo mundo, ou pelas circunstâncias. Não se trata de fazer o bem quando tudo é favorável, mas também de fazê-lo quando as circunstâncias e as relações complexas da vida social não forem favoráveis a nós. 
Porque isto é grato – que alguém suporte tristeza sofrendo injustamente – por motivo de sua consciência para com Deus – para Pedro o fundamento da vida social é a nossa consciência para com Deus. Ela é a mestra do nosso agir e a força que nos leva a suportar qualquer situação. Os enfrentamentos complexos da vida social, isto é, aqueles que nos levam a sofrer injustamente, são apenas circunstâncias no meio das quais nós desenvolvemos nossa consciência de vida com Deus, nossa fé. Quando mais ficar claro para nossa consciência de que existimos para Deus e vivemos para Ele, mais nossa fé se agigantará diante deste mundo caído e mais agradaremos a Deus antes de tudo. 
Sem dúvida alguma, é um desafio. Nossa natureza humana, criada para resistir em dias maus, tenta fugir da dor. O egoísmo de achar que a nós só cabe a beleza, a bondade, a generosidade como pagamentos nesta vida, pode nos enganar e nos levar a uma postura incorreta, diante da maldade e nos tornar maus também como forma de defesa. Ao contrário, aqui, Pedro nos chama às piores condições e nos exorta a viver para Deus nelas. Esta é uma tarefa para os que realmente vivem neste mundo como servos de Deus e não dos homens. Pedro desenvolve ainda mais este ponto nos versos seguintes.

Os Enfrentamentos Complexos da Vida Social
Promovem o Desenvolvimento de Nossa Fé Pelo Exercício de Nossa Paciente Imitação de Cristo

Pois que glória há, se, pecando e sendo esbofeteado por isso, o suportais com paciência? SE, entretanto, quando praticais o bem, sois igualmente afligidos e o suportais com paciência, isto é grato a Deus. Portanto, para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos o exemplo para seguirdes os seus passos, o qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca; pois ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente, carregando ele mesmo em seu corpo, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos a justiça; por suas chagas, fostes sarados (1Pe 2.20-24).

Isto é grato a Deus - Pedro parece repetir o ponto anterior no verso 20, frisando mais uma vez que essa resistência diante da maldade agrada a Deus. Viver para agradar a Deus como a ferramenta de controle de nossas ações é o ponto de partida da vida cristã, diante das complexas relações sociais, especialmente em meio à maldade dos homens. Mas, como veremos a seguir, Pedro convoca nossa mente a ser reforçada neste caminho, pensando no próprio Cristo Jesus como exemplo para nós. 
Para isto fostes chamados pois Cristo também sofreu em vosso lugar – fomos chamados à fé na morte de Jesus e a própria morte de Jesus já mostra que não pertencemos a nós e às nossas circunstâncias, mas a Deus. Pedro concebe que o nosso chamado para a luta contra o mal, praticando o bem e sofrendo injustiças com paciência e perseverança é um chamado que estabelece um ponto de conexão com o fato de que isto começa com o sofrimento do próprio Cristo em nosso lugar.
Deixando o exemplo para seguirdes os seus passos – nossa mente precisa ser fortalecida para enfrentar a vida complexa neste mundo caído olhando para Cristo e tomando-o como modelo. Para que o bem de nossa alma fosse alcançado, Cristo precisou viver sob a injustiça deste mundo e sofre-la com paciente fé. Nós, agora, somente seguimos os seus passos para deixar para este mundo o mesmo exemplo, para o bem da própria humanidade que nos persegue. 
Ele não cometeu pecado – não houve dolo em sua boca – não revidou o mau com mau – os exemplos práticos que são levantados por Pedro nos devem fazer pensar sobre nossas palavras, sobre nossas atitudes e nossa cede de justiça, que é tornada em vingança e até em prática do mal. 
Entregava-se a quem julga retamente – este é o ponto que sustentou Jesus e deve nos sustentar. Não andamos em um mundo sem o controle de Deus, mas numa realidade que nasce da vontade eterna do Pai e se traduz em bem, quando sabemos esperar por Ele. Devemos entregar a nossa vida para esta consciência, ele escolhe retamente o que irá fazer e sabe a diferença entre os seus filhos e os filhos do maligno. 
A Cruz é o motivo maior da nossa vida justa – no verso 24, Pedro vai ao clímax do seu argumento nesta parte, mostrando que a morte de Jesus na Cruz tem como propósito nos conceder vida e força para que, mesmo fustigados pela maldade, não pratiquemos a maldade, mas vivamos a justiça. As feridas de Cristo sara as nossas feridas. 
O contrário é muito sério. Isto é, o crente que, em nome de uma falsa ideia de justiça, pratica o mal, revidando ao mundo, se esquecendo de seu compromisso vital com Deus, isto profundamente desagrada a Deus e torna impossível o reconhecimento dos efeitos da Cruz neste mundo. Nosso dever de viver retamente, mesmo em meio a injustiça se deve ao fato de que é assim que revelamos ao mundo que pertencemos a Deus como servos dele e não dos homens, nem das circunstâncias.

Os Enfrentamentos Complexos da Vida Social
Promovem o Desenvolvimento de Nossa Fé Pela  Nossa União Vital Com Cristo

Porque estáveis desgarrados como ovelhas; agora, porém, vos convertestes ao Pastor e Bispo de vossa alma (1Pe 2.25).
A grande diferença entre o homem que serve a Deus e o que não o serve é a comunhão que o homem de Deus tem com Cristo Jesus. Sua vida está atrelada à de Cristo indissoluvelmente.
Estáveis desgarrados – ovelhas desagarradas não têm direção, se perdem no caminho, fazendo as coisas mais naturais. Elas não percebem o perigo de comer longe da proteção do bom pastor, pois se tornam presas do predador e vulneráveis às armadilhas da realidade. 
Agora, porém vos convertestes – Pedro chama a atenção para o fato de que nossa vida não pode seguir qualquer curso, nosso padrão e nossa referência está em Cristo, na nossa nova vida que temos nEle. Pedro está dizendo a todos que o motivo real de nosso enfrentamento diante dos complexos relacionamentos sociais no mundo caído é o próprio fato de que nos dirigimos a outro caminho e somos guiados noutra direção. Portanto, não estamos mais perdidos neste mundo. 
Pastor e Bispo de vossa alma – primeiro quero chamar a atenção que ele prefere usar a expressão “psique” (alma) a falar da nossa “bios” (vida). Ele está destacando a realidade espiritual que se sobrepõe à mera realidade material da nossa existência. Ele está nos mostrando que estamos, desta forma vivendo, nos preparando para algo muito mais importante. Pastor e Bispo (poimém e epíscopos) – Pedro destaca dois aspectos da realidade pastoral de Cristo na nossa vida: ele é aquele que cuida, que nos protege, mas também é aquele que organiza, que administra a nossa caminhada. A Ele é que nos apegamos de forma vital e é por isso, que nossa vida neste mundo de enfrentamento das realidades complexas da vida social, tem uma marca distinta e totalmente justa. 
Essa consciência de relação vital com Cristo é o ponto fundamental de tudo o que fazemos e do modo como vivemos. Você já errou muito, esquecendo isto e desconstruiu muito da sua vida por este motivo. Pedro compreende que é hora de surgir uma igreja que se compromete profundamente com Cristo, pois não somos pessoas perdidas, mas guiadas pelo Supremo Pastor e Bispo de nossas almas. 


Conclusão

Não tenho dúvidas de que este é um grande desafio para os cristãos verdadeiros. Não tenho dúvidas também que aqueles que ainda não amadureceram na fé, estão neste momento pensado ser essa uma UTOPIA. Mas, por fim, não tenho dúvidas de que se hoje, você tomar a decisão de olhar para a Cruz de Cristo e fazer dela o seu ponto de partida, mas também o seu ponto de chegada, você conquistará uma consciência tranquila diante de Deus.
Deus não nos deixará em paz de consciência, enquanto não aprendermos a descansar em suas poderosas mãos e seguir o seu caminho. Um senso de falta sempre nos acometerá. Este é o ponto de virada que você precisa buscar hoje! 
Que sua consciência de vida com Deus te controle e não as circunstâncias. 
Que o exemplo de Cristo seja o seu alvo e não a vida segundo os padrões do mundo.
Que Deus cuide e administre o seu andar. 

1 de março de 2020

Marcos 4.1-20 (incompleto)

Os Sinais da Boa Semente da Palavra no Coração
1 Pedro 4.1-20

Introdução
Sem dúvida alguma essa é uma das parábolas mais conhecidas de Jesus e todos já ouvimos alguns sermões a partir de sua leitura. Sermões sobre os corações que resistem, sobre o solo fértil, sobre o poder da Palavra etc. 
Mais uma vez, quero dizer que o grande desafio de pregar numa passagem muito conhecida não é encontrar algo para dizer que ainda não foi dito, mas justamente o contrário, vencer a tentação de achar que o papel do pregador é a novidade. Bem, irmãos amados, em nossa mensagem de hoje a partir deste texto, não temos nenhuma novidade sobre o texto, apenas enfatizamos o fato de que o poder da Palavra de Deus é soprar em nossos corações como o fazemos para levantar o fogo em brasas que se apagam. Em outras palavras, só buscamos isto: QUE A PALAVRA DE DEUS SEJA O SOPRO DO ESPÍRITO PARA POR NOSSA ALMA, CORPO, MENTE EM CHAMAS DE AMOR PELO EVANGELHO. 
 Este sopro da Palavra é o que precisamos em dias em que nossa caminhada na terra tem tantos desafios e tantas pedras para serem vencidas, transpostas, retiradas, dinamitadas para que possamos continuar a nossa peregrinação e jornada por Cristo.
A passagem tem dois momentos: a parábola contada diante de todos os homens, e as explicações particulares que foram dadas por Jesus a seus discípulos. Vamos, certamente, dar um atenção maior para o trecho das explicações, mas vamos voltar à parábola no final para levantar uma questão nestes versos. 
Quando olharmos para as explicações de Jesus, veremos os solos que foram resistentes, do ponto de vista de quem tem um coração que frutificou e iremos refletir de uma forma inversa nestes versos, antes do verso mais significativo daquele coração que produz muito, estimulado pela palavra. 
Você talvez não tenha se perguntado ainda se a Palavra de Deus semeada em seu coração tem produzido efeito. Talvez, pelo fato de estar aqui, você também pressuponha que está tudo certo, afinal cá estou adorando a Deus, devo ser um coração que reagiu bem à Palavra. Espero que este seja o fato definidor da sua jornada, mas, quero convidá-lo a perceber se ainda não falta elementos e o que seu coração ainda pode produzir que não produziu... Procure nesta parábola o seu coração e os seus frutos e não tenha medo de olhar para ele, mas o entregue completamente ao Senhor.  

Um dos Sinais de Que a Boa Semente da Palavra Foi Lançada em Uma Boa Terra é Quando o Meu Coração Retém a Palavra Apesar das Artimanhas do Maligno Que Buscam Roubar a Palavra do Meu Coração 

E ao semear, uma parte caiu à beira do caminho, e vieram as aves e a comeram (Mc 4.4). São estes os da beira do caminho, onde a palavra é semeada; e, enquanto a ouvem, logo vem Satanás e tira a palavra semeada neles (Mc 4.15). 

Nada pode ser mais ruim para a vida cristã que um coração que não retém a Palavra. O salmista declarava o que fazia com a Palavra na busca de uma vida piedosa: 
Escondi no coração a tua Palavra para não pecar contra ti (Sl 119.11). 
Ao ouvir a Palavra de Deus, o coração raso, não se preocupa em proteger a semente. Do mesmo modo em que a mantém largada em sua vida, sem buscar seu aprofundamento e o entranhamento da mesma na sua mente, na sua alma, ele também recebe os inimigos da Palavra e permite que a semente da Palavra fique desprotegida em seu coração. Crentes imaturos, pouco dispostos a viver o Evangelho em sua integralidade, se contentam em simplesmente ouvir a Palavra, como se tudo acabasse aqui, no ouvir. 
Por outros lado, quando meu coração é ágil para o processar a Semente da Palavra semeada em meu coração e a torna-la viva interiormente, aproveitando seu presença para guarda-la e protege-la em seu coração a ponto de que os inimigos não possam roubá-la, onde Satanás não consegue retirá-la, DESCUBRO QUE MEU CORAÇÃO ESTÁ RECEBENDO DE FATO E DE VERDADE A SEMENTE EM UM CORAÇÃO BOA TERRA QUE FRUTIFICARÁ.
Logo Satanás – virá para roubá-la. Logo com suas artimanhas lançará suas garras para dentro do meu coração para tirar de mim a Palavra de Deus. Mas quando o meu coração é uma boa terra: A PALAVRA DE DEUS ESTÁ PROTEGIDA, ESTÁ GUARDADA. 
Não pensem que crentes velhos de casa não correm este risco. Não pensem que essa realidade não atinge pessoas com cargos, ofícios, pastores, diáconos, presbíteros, famílias tradicionais da igreja etc. Não pensem assim! 
Os que não zelam pela boa prática da Palavra e por proteger a verdade semeada, podem estar na fileira da frente das igrejas, dos ministérios etc. Não se esqueça de Janes e Jambres dos dias de Timóteo e Paulo, não se esqueça de DEmas: 
“Porque Demas me desamparou, amando o presente século, e foi para Tessalônica” 2 Timóteo 4:10.
Mas quando um coração resiste e mantém a Palavra viva nas profundezas da nossa alma. Quando um coração ama e protege a semente e busca desenvolvê-la, internaliza-la e deixa-la fazer a diferença, SABEMOS QUE ESTAMOS DIANTE DE UM CORAÇÃO QUE RECEBEU A SEMENTE COMO UMA BOA TERRA. 

Um dos Sinais de Que a Boa Semente da Palavra Foi Lançada em Uma Boa Terra é Quando o Meu Coração Retém e Logo Ela Forja em Mim Novidade de Vida Que Permanece e Não me Deixa Ser Levado Com o Vento

Outra caiu em solo rochoso, onde a terra era pouca, e logo nasceu, visto não ser profunda a terra. Saindo, porém, o sol, a queimou; e, porque não tinha raíz, secou-se (Mc 4.5-6). Semelhantemente, são estes os semeados em solo rochoso, os quais, ouvindo a Palavra, logo a recebem com alegria. Mas eles não têm raiz em si mesmos, sendo, antes, de pouca duração; em lhes chegando a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo e escandalizam (Mc 4.16-17). 

Eles não têm raízes em si mesmos - Quantas vezes nós vimos isso acontecendo. Pessoas se achegando a Cristo com entusiasmo, decididos e bastante prontos para servir. No entanto, uma dificuldade, uma provação, um acontecimento, um fato, rouba-lhe a devoção, o amor, a dedicação etc. Mais uma vez eu lhe peço, não se engane, achando que este é um problema ocorrido apenas com crentes novos. Pessoas sem raiz na fé, podem ficar por anos com as sementes, apenas produzindo superficialidades. Na primeira grande provação, seus corações se mostrarão solos rochosos e sem nenhum aprofundamento da Palavra.
Chegando a angústia ou a perseguição por causa da Palavra - Realmente, nosso coração está pronto para dizer que tem sido uma boa terra, quando as maiores intempéries da vida podem passar, mas a nossa fé é como uma árvore plantada em correntes de águas, que não se abala, que não é agitada e derrubada pelos ventos ou as enchentes. Você quer conhecer homens de fé e fibra: CONVIVA COM ELES EM SEUS MOMENTOS MAIS DIFÍCEIS E DESCUBRA DE QUE MATERIAL É FEITO A SUA CASA. 
Mostramos um coração que recebe a Palavra como uma boa terra, quando resistimos no dia mau. Quando nosso coração se mantém íntegro e nossa fé é fortalecida na provação. Corações que mantém a fé e mostram novidade de vida que permanece diante das lutas esse é um coração que recebeu a palavra como uma boa semente.

Um dos Sinais de Que a Boa Semente da Palavra Foi Lançada em Uma Boa Terra é Quando o Meu Coração Descobre Que a Prioridade da Vida é o Reino dos Céus

Outra parte caiu entre os espinhos; e os espinhos cresceram e a sufocaram, e não deu fruto (Mc 4.7). Os outros, semeados entre os espinhos, são os que ouvem a palavra, mas os cuidados do mundo, a fascinação da riqueza e as demais ambições, concorrendo, sufocam a palavra, ficando ela infrutífera (Mc 4.18-19). 

Os Espinhos sufocam – Embora a palavra espinhos sugiram dificuldades da vida muitas vezes em que são citados nas poesias e na própria Bíblia, aqui neste texto eles servem como figura para apresentar coisas aparentemente boas e positivas: riqueza, ambições, cuidados do mundo. Este é dos exemplos narrados nessa parábola o mais sutil e o mais fácil de produzir corações falsos diante de Deus. Afinal, os dois primeiros, parecem gerar corações em que a Palavra morre, mas neste aqui, apenas diz que a SEMENTE FICA INFRUTÍFERA.
Ficando infrutífera – Corações que guardam a Palavra, que talvez até internalizem o seu ensino e consigam proteger seu legado de inimigos, mas não conseguem proteger a palavra de si mesmos em seus corações. São seus próprios corações que amam outros deuses e não permitem que os frutos da Palavra venham à luz. 
Quando deixamos nossa vida cristã morrer com suas sementes lançadas dentro de nós mesmos, nosso coração está revelando essa condição. OU seja, nosso coração está sufocando a Palavra, colocando o Reino em segundo plano, terceiro plano etc. Deixando que as nossas ambições pecaminosas de auto valor, auto justiça, amor idólatra por nós mesmos, tomem de nós a alegria de viver para Deus. Esse é um dos mais sérios problemas que podemos enfrentar nesta vida. 
Por outro lado, quando somos tomados de um senso de priorização de Deus em nossa jornada. Quando a alegria do Senhor é a força que nos move! Quando agradar a Deus é a prioridade acima de qualquer outra, NOSSO CORAÇÃO ESTÁ REVELANDO SER UMA BOA TERRA ONDE A SEMENTE FOI LANÇADA. SOMOS AQUELES QUE VIVEM PARA DEUS EM TODAS AS CIRCUNSTÂNCIAS E NADA PODERÁ NOS SEPARAR DO AMOR DE DEUS.

Um dos Sinais de Que a Boa Semente da Palavra Foi Lançada em Uma Boa Terra é Quando o Meu Coração Não Sofre Para Frutificar e Glorificar a Deus

Outra caiu em solo rochoso, onde a terra era pouca, e logo nasceu, visto não ser profunda a terra. Saindo, porém, o sol, a queimou; e, porque não tinha raíz, secou-se (Mc 4.5-6). Semelhantemente, são estes os semeados em solo rochoso, os quais, ouvindo a Palavra, logo a recebem com alegria. Mas eles não têm raiz em si mesmos, sendo, antes, de pouca duração; em lhes chegando a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo e escandalizam (Mc 4.16-17). 

Eles não têm raízes em si mesmos - Quantas vezes nós vimos isso acontecendo. Pessoas se achegando a Cristo com entusiasmo, decididos e bastante prontos para servir. No entanto, uma dificuldade, uma provação, um acontecimento, um fato, rouba-lhe a devoção, o amor, a dedicação etc. Mais uma vez eu lhe peço, não se engane, achando que este é um problema ocorrido apenas com crentes novos. Pessoas sem raiz na fé, podem ficar por anos com as sementes, apenas produzindo su
Como Trilhar a Estrada da Fé Honrando Nosso Rei?
Quarto: Abençoando aos Irmãos e ao Mundo, Tendo Deus Como o Fiel Desta Balança 

Tratai a todos com honra, amai os irmãos, temei a Deus, honrai o rei (1Pe 2.17).
Crentes são chamados para este existir neste mundo trazendo luz ao jardim de Deus. Não podemos perder de vista de que todas as coisas e as pessoas que existem, são obras maravilhosas do Criador. Contudo, vivendo em um mundo caído pode nos levar a não perceber a glória de Deus, que fica escondida por detrás desta cortina do pecado e isso pode nos levar ao esquecimento de nossa verdadeira missão na terra: SER O REINO DE CRISTO ENTRE OS HOMENS E HONRAR O NOSSO REI.
Tratai a todos com honra – Pedro faz um pequeno resumo de tudo o que falou sobre nosso ato existencial peregrino. O elevado papel da vida cristã é levantar no mundo a bandeira da honra do Criador, especialmente na figura mais elevada da Criação: O SER HUMANO, CRIADO À IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS. Nossos comportamentos devem olhar nesta direção e devem buscar trazer ao mundo essa visão da humanidade, mesmo sob o véu do pecado. 
Amai os irmãos – temei a Deus – honrai o rei – aqui temos uma frase que une na mente dos cristãos dois mundos, que para muitos está separado, mas para Deus devem se juntar para ser o mundo do Reino de Cristo: A VIDA DE FÉ E VIDA EM SOCIEDADE. Pedro exorta os crentes, como peregrinos e forasteiros a não se esquecerem portanto da natureza separada a nossa caminhada no mundo, mas ao mesmo tempo, ele nos pede que olhemos para o mundo como o mundo de Deus.
Temei a Deus – o temor a Deus é o FIEL DESTA BALANÇA. É o nosso temor a Deus que equilibra a nossa relação como o mundo da fé e com o mundo da sociedade. Deus é quem dá o sentido e a unidade destas realidade que precisam ser um todo integrado em nossa mente, para que nossa jornada, de fato, seja rica e HONRE AO NOSSO REI.  
Quando ele nos convoca a AMAR O IRMÃO está nos fazendo perceber que é a nossa unidade como Reino de Sacerdotes, Povo de Propriedade Exclusiva, Nação Santa, que nos tornamos um poder que deixa marcas no mundo. E quanto ele nos convoca a honrar o rei, ele nos diz que a nossa marca é o trazer ao mundo caído o shalom, do qual somos ministros.  


Conclusão

Irmãos amados, caminhamos neste mundo com os nossos olhos postos na eternidade. Nosso caminho na terra não pode nos fazer amar mais o mundo que a Deus. Por outro lado, precisamos viver neste mundo com o compromisso de fazer da nossa vida um instrumento da paz de Deus neste mundo. Isso nos faz responsáveis mais elevados pelas condições culturais, sociais, políticas, educacionais, que constroem este mundo de Deus. 
Orar pelo povo e trabalhar pelo povo para o qual o Senhor nos enviou. Fazer isto de uma maneira coletiva, de uma maneira unida, planejada, construída com a sabedoria bíblica é a nossa tarefa enquanto peregrinos. 
Muitas vezes, cometemos o erro de abandonar o Jardim de Deus e cuidar apenas de nossas vidas espirituais, como se pudéssemos ser completos sem que nossa vida tenha significado também para o mundo de nosso Deus, no qual vivemos como filhos da Luz. 
Honrar ao Rei Jesus exige uma atitude e um compromisso elevados, com padrões elevados para o mundo caído. Precisamos desenvolver a sociedade ao nosso redor com nossas ações de amor e retidão, com nossa paixão por Cristo e nosso temor a Deus. 
Não podemos ficar somente na busca de nossos interesses. Ainda que o mundo não nos ame, é nosso dever viver e amar as pessoas deste mundo e a obra da Criação de nosso Deus. Que a nossa igreja consiga fazer isto pelo próximo, fazer isso uns pelos outros irmãos e fazer tudo isto para a glória de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.




1 Pedro 2.11-17

Dando Passos No Mundo Para Honra do Rei
1 Pedro 2.11-17

Introdução
No verso 17, temos um conjunto de expressões que selam o trecho: 
TRATAI TODOS COM HONRA! AMAI OS IRMÃOS, TEMEI A DEUS, HONRAI O REI! Os comentaristas apontam quase todos a pensarmos nesta última expressão HONRAI O REI como se referindo ao Imperador Romano. O contexto da passagem favorece sim, essa interpretação. Contudo, quero chamar a atenção de todos para o fato de que, até mesmo neste ato de HONRA AO IMPERADOR, o que o de fato Pedro quer conduzir a sua Igreja é a VIVER DE UM MODO QUE O REI DOS REIS SEJA HONRADO.
Este é um desafio da nossa jornada neste mundo: que o nosso comportamento entre os homens, bons e maus, seja de tal maneira justo, que honre o nosso Rei. O alvo do crente não é a construção de sua própria honra. Na busca de honra pessoal entre os homens, muitos se perdem. Vivemos para a glória de Deus e isto é de extrema importância para que não vivamos de qualquer maneira, nem tracemos uma trajetória equivocada para nossa caminhada de fé. 
Nesta manhã, quero me aproximar deste texto como quem pede orientações para a uma longa jornada. Orientações sobre a bagagem a ser levada na viagem, como enfrentar os momentos difíceis da estrada, quando houver dúvidas sobre o caminho, o que fazer... 


Como Trilhar a Estrada da Fé Honrando Nosso Rei?
Primeiro: Jamais Esquecendo Que Nosso Reino Não é Deste Mundo 

Amados, exorto-vos, como peregrinos e forasteiros que sois, a vos absterdes das paixões carnais, que fazem guerra contra alma (1Pe 2.11)

Umas das coisas mais importantes para o crente é saber que ele caminha neste mundo, sem pertencer a este mundo. O Reino do qual participamos é mais elevado, é o Reino de Deus. O que construímos neste mundo é apenas a estrada da honra do nosso Deus, ele que está nos trazendo a nossa herança que está guardada nos céus. Foi assim que Pedro começou a sua carta: 
Para uma herança incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada nos céus para vós outros, que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo (1Pe 1.4-5). 
Nosso Reino não é deste mundo e não podemos nos esquecer disto. Por isso, Pedro reforça neste verso inicial da perícope uma descrição que aponta para essa realidade: 
Amados exorto-vos como peregrinos e forasteiros que sois – Em primeiro plano é preciso que eles se lembrem do fato de que os filhos de Deus foram amados antes da fundação do mundo e esta é uma condição básica sobre quem somos diante de Deus. Em segundo plano, a exortação que ele nos faz é para que pensemos como “peregrinos e como forasteiros”. Essas duas palavras tem significados distintos, ou explicações distintas para o mesmo fato: PAROIKOS (peregrinos) – aqueles que caminham em direção a uma casa, eles possuem direção, não estão perdidos, mas não estão em casa ainda. PAREPIDEMOS (forasteiros – caminhantes) – aqueles que não param em sua jornada, eles são qualificados pela jornada que fazem. 
Isto é importante, porque Pedro está nos mostrando que devemos ter consciência destes dois aspectos de nossa jornada de fé. Não podemos parar de caminhar, mas não caminhamos aleatoriamente, caminhamos com um rumo certo. 
Vos absterdes das paixões carnais, que fazem guerra contra a alma – claramente, o que Pedro pede é que o coração deles não esteja neste mundo, porque o amor ao mundo é inimigo de Deus. Essa máxima foi muito usada no final do primeiro século, porque era uma mensagem que precisava ser repetida aos crentes, que julgavam a promessa de Deus demorada e que, por isso, estavam desistindo de caminhar com as armas celestiais e decidiram viver para este mundo. As paixões e os apegos a este mundo fazem guerra contra a alma, e nos fazem amar quem não nos ama. 
Este é um ponto de partida importante: SABER AONDE ESTAMOS INDO E SABER QUE NÃO SOMOS DESTE MUNDO, MAS PERTENCEMOS A DEUS E AO SEU REINO QUE VEM SOBRE NÓS.  

Como Trilhar a Estrada da Fé Honrando Nosso Rei?
Segundo: Jamais Esquecendo Que Nosso Dever é Mostrar ao Mundo Quem é o Nosso Deus Por meio da Nossa Vida 

Mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação (1Pe 2.12).
Este verso é um grande desafio para o homem temente a Deus e que deseja viver para a glória de Deus. O modo como Pedro apresenta isto é interessante, porque ele não esconde que há uma indisposição dos não crentes para com a nossa fé, mas ele insiste em nos dizer que não somos determinado pelos sentimentos deles, mas por nosso desejo de glorificar a Deus. Na verdade, precisamos que nosso modo de vida mostre ao mundo o Deus para quem vivemos.
Mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios – (kalen anastrophen) Isto é o mesmo que dizer: manter bonita a vossa jornada entre os homens. Como um andar elegante em meio à multidão. Pedro está recomendando que a nossa jornada entre os homens seja exemplar, seja vista de forma positiva. 
Para que mesmo falando contra vos, observando vossas boas obras – glorifiquem a Deus – o que Pedro quer é que os crentes compreendam de fato o que significa a nossa permanência nesta terra, onde somos peregrinos, onde não está o nosso lar. Vivemos aqui para revelar a glória do nosso Deus, em meio aos que não nos amam e não amam a Deus. Somos como o perfume de Cristo, que se não os transformar em seguidores e discípulos de Jesus, irá julgá-los no dia final. 
O dia da visitação – os crentes precisam lembrar que existe um dia final, um dia em que a verdade será revelada, um dia em que terá valido a pena ter vivido com Cristo, mesmo em meio a muitas dificuldades. Os crentes precisamos saber que vivemos neste mundo com nossa mente no mundo que irá se iniciar neste dia da visitação.
Para que tenhamos estímulo e o pensamento fechado em nossa mente de honrar o Rei, precisamos nos lembrar deste dia e do nosso compromisso neste mundo, olhando para este dia de juízo sobre todos.

Como Trilhar a Estrada da Fé Honrando Nosso Rei?
Terceiro: Vivendo Com a Máxima Humildade Entre os Homens 

Sujeitai-vos a toda instituição humana por causa do Senhor, quer seja ao rei, como soberano, quer às autoridades, como enviados por ele, tanto para castigo dos malfeitores como para louvor dos que praticam o bem. Porque assim é a vontade de Deus que, pela prática do bem, façais emudecer a ignorância dos insensatos; como livres que sois, não usando, todavia, a liberdade por pretexto da malicia, mas vivendo como servos de Deus (1Pe 2.13-16).
Quando aprendermos o valor da humildade como instrumento da glória de Deus, talvez estejamos começando a compreender o Evangelho e o próprio Senhor Jesus Cristo. Ele é o maior exemplo de alguém que andou desta forma como Pedro, aqui, nos diz que deve ser o modo de andar entre os homens. 
Sujeitai-vos a toda instituição humana por causa do Senhor – claro que o centro desta passagem está na expressão: POR CAUSA DO SENHOR. Ele é a razão desta submissão. No final do verso 16, ele diz: VIVENDO COMO SERVOS DE DEUS. Sim este é o ponto: POR CAUSA DE DEUS é que vivemos, para Ele é que andamos por fé neste mundo. Aqui ele está dizendo que toda a instituição humana é o nosso desafio de sujeição. 
Rei, como soberano, autoridades como enviados para castigo mal e louvor do bem – a estrutura natural dos governos são as bênçãos comuns de Deus aos homens para que haja o mínimo de possibilidade de vida entre os homens caídos. Por causa deste amor geral de Deus e em honra a Ele, somos chamados a nos submeter áqueles a quem Ele conferiu autoridade, para cumprirem seus propósitos neste mundo. Portanto, quando nos rebelamos contra autoridades justamente outorgadas em seus mandatos, nos rebelamos contra uma estrutura que nasce em Deus para o bem e para a repressão da maldade. 
A vontade de Deus que façais emudecer pela prática do bem – a prática do bem aqui é a sujeição às autoridades e Pedro compreende que se trata de um desafio aos crentes, por isso, ele aponta para a VONTADE DE DEUS como o ponto de partida. Deus é o motivo de enfrentarmos todas as lutas e a sua vontade para nós é que sejamos honrados e vivamos estes desafios segundo o seu querer, segundo a sua vontade. 
SE queremos viver e honrar nosso Rei temos de aceitar o desafio da vida humilde, da submissão e da ousada capacidade de se esvaziar para que Deus seja glorificado. 

Como Trilhar a Estrada da Fé Honrando Nosso Rei?
Quarto: Abençoando aos Irmãos e ao Mundo, Tendo Deus Como o Fiel Desta Balança 

Tratai a todos com honra, amai os irmãos, temei a Deus, honrai o rei (1Pe 2.17).
Crentes são chamados para este existir neste mundo trazendo luz ao jardim de Deus. Não podemos perder de vista de que todas as coisas e as pessoas que existem, são obras maravilhosas do Criador. Contudo, vivendo em um mundo caído pode nos levar a não perceber a glória de Deus, que fica escondida por detrás desta cortina do pecado e isso pode nos levar ao esquecimento de nossa verdadeira missão na terra: SER O REINO DE CRISTO ENTRE OS HOMENS E HONRAR O NOSSO REI.
Tratai a todos com honra – Pedro faz um pequeno resumo de tudo o que falou sobre nosso ato existencial peregrino. O elevado papel da vida cristã é levantar no mundo a bandeira da honra do Criador, especialmente na figura mais elevada da Criação: O SER HUMANO, CRIADO À IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS. Nossos comportamentos devem olhar nesta direção e devem buscar trazer ao mundo essa visão da humanidade, mesmo sob o véu do pecado. 
Amai os irmãos – temei a Deus – honrai o rei – aqui temos uma frase que une na mente dos cristãos dois mundos, que para muitos está separado, mas para Deus devem se juntar para ser o mundo do Reino de Cristo: A VIDA DE FÉ E VIDA EM SOCIEDADE. Pedro exorta os crentes, como peregrinos e forasteiros a não se esquecerem portanto da natureza separada a nossa caminhada no mundo, mas ao mesmo tempo, ele nos pede que olhemos para o mundo como o mundo de Deus.
Temei a Deus – o temor a Deus é o FIEL DESTA BALANÇA. É o nosso temor a Deus que equilibra a nossa relação como o mundo da fé e com o mundo da sociedade. Deus é quem dá o sentido e a unidade destas realidade que precisam ser um todo integrado em nossa mente, para que nossa jornada, de fato, seja rica e HONRE AO NOSSO REI.  
Quando ele nos convoca a AMAR O IRMÃO está nos fazendo perceber que é a nossa unidade como Reino de Sacerdotes, Povo de Propriedade Exclusiva, Nação Santa, que nos tornamos um poder que deixa marcas no mundo. E quanto ele nos convoca a honrar o rei, ele nos diz que a nossa marca é o trazer ao mundo caído o shalom, do qual somos ministros.  


Conclusão

Irmãos amados, caminhamos neste mundo com os nossos olhos postos na eternidade. Nosso caminho na terra não pode nos fazer amar mais o mundo que a Deus. Por outro lado, precisamos viver neste mundo com o compromisso de fazer da nossa vida um instrumento da paz de Deus neste mundo. Isso nos faz responsáveis mais elevados pelas condições culturais, sociais, políticas, educacionais, que constroem este mundo de Deus. 
Orar pelo povo e trabalhar pelo povo para o qual o Senhor nos enviou. Fazer isto de uma maneira coletiva, de uma maneira unida, planejada, construída com a sabedoria bíblica é a nossa tarefa enquanto peregrinos. 
Muitas vezes, cometemos o erro de abandonar o Jardim de Deus e cuidar apenas de nossas vidas espirituais, como se pudéssemos ser completos sem que nossa vida tenha significado também para o mundo de nosso Deus, no qual vivemos como filhos da Luz. 
Honrar ao Rei Jesus exige uma atitude e um compromisso elevados, com padrões elevados para o mundo caído. Precisamos desenvolver a sociedade ao nosso redor com nossas ações de amor e retidão, com nossa paixão por Cristo e nosso temor a Deus. 
Não podemos ficar somente na busca de nossos interesses. Ainda que o mundo não nos ame, é nosso dever viver e amar as pessoas deste mundo e a obra da Criação de nosso Deus. Que a nossa igreja consiga fazer isto pelo próximo, fazer isso uns pelos outros irmãos e fazer tudo isto para a glória de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.