27 de janeiro de 2019

1 Tessalonicenses 1.2-10

Fé, Amor e Esperança em Cristo – Os Pilares Que Firmam Uma Igreja Modelo
(IP Tatuapé – Janeiro 2019)
1 Tessalonicenses 1.2-10

Foco da Nossa Condição Decaída
O texto nos relata a visão positiva de Paulo sobre como a vida cristã dos tessalonicenses se desenvolveu,  a ponto deles servirem de modelos para outras igrejas de seu relacionamento mais direto. Desta forma, precisamos almejar e atentar para o fato de que Deus levanta igrejas para cumprir a missão de viver o evangelho de forma tão singular, que Ele as use para estimular outras. Nós precisamos atentar para como essa vida cristã modelar é construída e seguir no caminho de nos colocar à serviço de Deus para que, se Ele assim o desejar, sermos usados com a mesma força, a força do Evangelho que moveu os tessalonicenses.

Introdução
Pilares são essenciais para manter erguida uma construção. Os pilares suportam a carga que incide de todas a partes do edifício e a descarregam diretamente para a sua fundação e por fim ao solo. Da mesma forma, essa analogia deveria ser considerada em relação à nossa fé, que deve repousar sobre pilares que nos ajudem a lançar sobre Cristo, a nossa fundação, toda a nossa carga, para que a construção deste grande edifício, que é a nossa vida, possa manter-se erguida.
Neste texto, que já estudamos em nossa Escola Dominical, já vimos como a Fé Operosa, o amor abnegado e firme esperança em Cristo, foram os pilares que deram à Igreja de Tessalônica a visibilidade e a condição para ser uma Igreja Modelar: 
De sorte que vos tornastes o modelo para todos os crentes na Macedônia e na Acaia (1Ts 1.7). 
Muitos crentes perderam a perspectiva de que suas vidas com Deus são a mais especial ferramenta para que outras vidas também experimentem a graça. De alguma maneira, nos deixamos levar por um excesso de confiança na Palavra e deturpamos o que isso significa. Deixe-me explicar... Passamos a confiar no “poder do Evangelho” e imaginamos que o texto do Evangelho em si é poderoso, mas a verdade registrada na Palavra revela o seu maior potencial quando é demonstrada a partir de nossa própria vida. Em outras Palavras, o que perdemos foi a noção de que o Evangelho quando é pregado é primordialmente ilustrado por nós. Lembre-se que foi mais ou menos isso o que Paulo disse a Timóteo sobre cuidar de si mesmo e da doutrina: 
Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Continua nestes deveres porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes (1Tm 4.16). 
O Evangelho repercutiu pela Acaia e Macedônia por meio da vida dos tessalonicenses, por tudo o que Evangelho produziu de mudanças estruturais sobre a vida deles e o modo como decidiram que viveriam e viveram de fato para Deus. Foi isso que os outros viram, o que o Evangelho produziu como seres humanos e isso os fez modelos e encorajamento para outras igrejas. 
Isso é o que pais precisam fazer para a vida de seus filhos, isso é o que esposo deve viver no lar para estimular a vida cristã da esposa e vice-versa, isso é o que vizinhos crentes fazem para estimular os que o vêem vivendo na vizinhança, isso é o que um trabalhador cristão faz na repartição para com os colegas de labor, isso é o que uma igreja deve fazer para ajudar outros a seguirem no rumo. Isso é o que o Evangelho propõe que você faça e queira que Deus faça, usando a sua vida para outros crerem. 
Nessa manhã, tomaremos este texto sobre os pilares da fé dos tessalonicenses e veremos de que maneira eles podem e devem ser construídos na nossa vida, para que também eu e você e a nossa Igreja, alcancemos a condição de sermos usados por Deus para modelar vidas, que irão se unir a nós e aprender o Evangelho pela nossa VIDA E PALAVRA, isto é, pelo que VIVEMOS E PREGAMOS. 

Precisamos Desenvolver Os Pilares da Fé, do Amor e da Esperança Porque Eles Revelam Quem Nós Somos em Cristo Jesus

Começamos, irmãos, esclarecendo que não vamos discutir nesta mensagem o que são estes pilares. Não vamos explicar o que é “fé operosa”, “amor abnegado” ou “firme esperança”. Infelizmente, não há muito tempo para isto e já o fizemos por dois domingos, na Escola Dominical. Apenas vou citar em resumo estes três pilares para que os que não puderam vir se situem: 
Fé Operosa – Os tessalonicenses creram e o Evangelho produziu neles frutos evidentes, que se revelou nas obras que praticaram para com Paulo e a sua disposição de viver e servir uns aos outros. A fé, não se tornou em mero conceito, mas em vida prática do Evangelho.
Amor abnegado – Em especial, o texto nos fala de que eles foram ousados em mudar toda  a confiança e o seu depósito de fé para viver e decidiram que amar a Deus sobre todas as coisas era o mais correto a fazer e o fizeram. Eles deixaram os ídolos e toda a falsa segurança que tinham para confiar e amar a Deus, o Deus vivo e verdadeiro. 
Firme esperança – Eles colocaram como alvo, o que chamamos de fé escatológica, isto é, Cristo e a sua volta era o seu ponto de chegada para a vida. Tudo para eles girou em torno do fato de que Cristo, voltaria e com ele estaria toda a recompensa que lhes estimulava à vida prática. Fizeram de Cristo e da sua volta o ponto central de tudo o que decidiram viver. 
Vamos ao texto agora:
Damos, sempre, graças a Deus por todos vós, mencionando-vos em nossas orações e, sem cessar, recordando-nos, diante do nosso Deus e Pai, da operosidade da vossa fé, da abnegação do vosso amor e da firmeza da vossa esperança em nosso Senhor Jesus Cristo, reconhecendo, irmãos, amados de Deus, a vossa eleição (1Ts 1.2-4). 
Damos sempre graças a Deus por todos vós– O apóstolo Paulo se mostra agradecido a Deus pelos “crentes de Tessalônica”. Ele não aponta genericamente a Igreja, mas aqueles crentes em específico e fala deles como uma coletividade. Ele tem em mente, gente específica, de carne e osso e não somente pessoas conceituais, mas pessoas reais, que viviam o Evangelho.
Sem cessar recordando-nos– Quando ele cita os pilares da vida cristã dos tessalonicenses (Fé, Amor e Esperança), ele carrega na mente histórias claras, reais, que ele diz que o marcaram a ponto dele sempre recordar a ação destes fundamentos, na vida prática dos crentes. Irmãos, aqueles crentes de tessalônica não eram pessoas que falavam do Evangelho, mas eles o exemplificavam com suas ações e isso marca o coração, a mente de Paulo, que ele se recorda destas coisas e quando pensa neles e ora por eles, logo pensa e ora agradecendo a Deus pelo que eles são e vivem. 
Reconhecendo a vossa eleição– esse é o ponto que precisamos considerar. Quando Paulo traz na mente os fatos que marcaram a sua memória sobre os tessalonicenses, ele tem bem claro que o que eles viveram tivera a força de realmente mostrar quem eles verdadeiramente eram em Cristo Jesus, por isso, ele diz, que tudo que ele viu se realizar neles e por meio deles (Fé, amor e esperança), em resumo para Paulo, apontavam para o fato de que, em Cristo, eles eram eleitos de Deus. Deus os havia escolhido de entre os homens para serem conforme a Imagem de Cristo Jesus. 
Pedro tem essa mesma percepção da relação entre a nossa eleição e o que fazemos neste mundo. Ele escreveu sobre isso: 
Por isso mesmo, vós, reunindo toda a vossa diligência, associai co a vossa fé a virtude, com a virtude, o conhecimento; com o conhecimento, o domínio próprio; com o domínio próprio, a perseverança; com a perseverança, a piedade; com a piedade, a fraternidade; com a fraternidade, o amor. Porque estas coisas, existindo em vós e em vós aumentando, fazem com que que não sejais nem inativos, nem infrutuosos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo (...) por isso, irmãos, procurai, com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição; porquanto, procedendo assim, não tropeçareis em tempo algum (2Pe 1.5-10).
Eu e você precisamos considerar com muito cuidado isso que Paulo e Pedro estão nos ensinando e estimulando a viver. Aqui, devemos lembrar que nossa vida com Deus não faz sentido algum se tudo o que ela significa e faz em nós é construir um ego inflado de conhecimento, de auto satisfação, mas que em tempo algum se manifesta de forma prática. Infelizmente, tem sido muito comum ver crentes que o máximo que a sua vida produz é uma ida à igreja, algumas vezes durante o mês, alguns, durante o ano e uma identificação religiosa: eu sou crente, eu sou evangélico. 
Crentes que não vivem a sua fé, ou revelam o seu amor, ou ainda, que não revelam ao mundo que esperam que Cristo volte, isto é, que vivem de forma tão displicente que em nada diferem dos ímpios, como as noivas tolas, que não se preparam para a chegada do noivo, estes crentes, para Paulo, não revelam a quem pertence a sua vida. 
Aqui, fica nosso primeiro ponto: PRECISAMOS REVELAR QUEM SOMOS EM CRISTO, PELO QUE VIVEMOS, PELOS PILARES QUE SUSTENTAM A NOSSA VIDA COM DEUS. 


Precisamos Desenvolver Os Pilares da Fé, do Amor e da Esperança Porque Eles Revelam o Poder do Evangelho

Nos versos seguintes, claramente o apóstolo Paulo está falando que a vida dos crentes de Tessalônica era a melhor prova de tudo o que o Evangelho pode fazer, quando realmente atinge o profundo do nosso coração e muda quem nós somos.
De uma certa maneira, aqui podemos nos recordar que no centro da teologia paulina estava a “Palavra do Evangelho”. Na carta aos Romanos ele registra: O EVANGELHO É O PODER DE DEUS PARA A SALVAÇÃO. A palavra salvação aqui não é apenas uma referência ao fato de não ir ao inferno, mas a salvação em relação ao pecado, que compreendo que é o ato de viver no mundo de Deus e não encontrar Deus. Já tenho explicado em alguns momentos e pedido aos irmãos, que na medida do possível frequentem o Estudo Bíblico para podermos nos familiarizar com estes temas. Existimos para desfrutar de Deus e Deus se revela a nós por meio da realidade que nos cerca, daquilo que vivenciamos. Mas se vivemos e não nos encontramos com Deus, vivemos em densas trevas e não sabemos aonde vamos, estamos perdidos. Isso é o que o Evangelho tem o poder de fazer: mudar a nossa percepção da realidade. 
Os crentes de Tessalônica mostravam a sua eleição pelo fato de que o Evangelho chegou até eles em poder do Espírito. Neste poder restaurador, que nos faz, até de forma absolutamente incompreensível, viver de um modo totalmente diferente. 
Por que o nosso Evangelho não chegou até vós tão somente em palavra, mas, sobretudo, em poder, no Espírito Santo e em plena convicção, assim como sabeis ter sido o nosso procedimento entre vós e por amor de vós. Com efeito, vos tornastes imitadores nossos e do Senhor, tendo recebido a palavra, posto que em meio de muita tribulação, com alegria do Espírito Santo, de sorte que vos tornastes o modelo para todos os crentes na Macedônia e na Acaia (1Ts 1.5-7). 
O Evangelho não chegou até vós somente em palavra mas em poder no Espirito Santo e em plena convicção– o contraste que Paulo faz entre palavra e poder, nos mostra a necessidade de que o Evangelho revele em nós por meio do que ele “faz” em nós e nos leva a viver. A fé operosa, o amor abnegado e a firme esperança deles revelavam o que o Evangelho havia mudado no coração mais profundo deles. No fundo, eles estavam seguros da mensagem que ouviram e isso transformou a sua visão de mundo, ao que Paulo  afirma ter lhes sido dada uma “plena convicção”.
Os crentes de TEssalônica passaram a ser outras pessoas, com uma convicção do que é a vida muito clara e isto estava ligado ao seu compromisso com a realidade de Deus, a quem Paulo define como “vivo e verdadeiro”. Eles não existiam mais para ganhar dinheiro, ou vencer as guerras contra os inimigos, viviam para aguardar a Cristo. Sabiam, agora, que o mundo pertencia a Cristo e a ele dariam contas.
Vos tornastes imitadores (MIMETAI) nossos e do Senhor– aqui percebemos que o apóstolo Paulo sabe muito bem o preço que ele próprio pagou para se tornar o pregador que chegou a Tessalônica. Lemos aqui na Escola Dominical como foi que Paulo plantou essa igreja, em meio a tantas perseguições, em Filipos, Beréia, Atenas e depois em Tessalônica. Eles viram e souberam que o Evangelho havia mudado a percepção de mundo daquele homem, que abandou toda a falsa segurança que tinha, reputou tudo como perda e fez de Cristo o seu alvo de vida. Desta forma, ao também tomar a mesma decisão de viver para Deus, os tessalonicenses se tornaram imitadores de Paulo, mas no fundo, todos os que fazem isso, se tornam imitadores de Cristo, que viveu incondicionalmente para agradar a Deus e fazer a sua vontade, não o importando o preço que isso exigir. Isso é fundamental: QUE EXISTAM PESSOAS QUE SE DISPONHAM A PAGAR O PREÇO PARA VIVEREM PARA DEUS. 
Recebida a palavra em meio à tribulação com alegria– o diferencial deles é que os pilares da sua fé foram construídos pelo poder do Evangelho que nos faz viver em mundo caído, sempre superando os espinhos da queda e encontrando significado verdadeiro para a vida. Estranho muito o crente que faz dos espinhos a sua vitória. Como se o sofrimento que passam fosse a sua verdadeira vitória. Esse tipo de busca de heroísmo: vejam como eu vivo uma vida difícil, não é o que Paulo está advogando aqui para os tessalonicenses. Ele está dizendo que o poder do Evangelho os fez ver e viver os sofrimentos como ocasiões para encontrar a Deus e isto é o fundamento da alegria deles. Que em tudo, foram capazes de encontrar a vida, não importando as dificuldades em meio as quais, o Evangelho os alcançara.  
Aqui está o mais poderoso sinal de maturidade. O que nos faz ser bons crentes não é que sabemos ser crentes, mesmo que não estejamos felizes neste mundo. Mas, o que nos faz bons crentes é que as condições em que vivemos não determinam quem nós somos, mas o Cristo para quem vivemos é a nossa vida. 

Precisamos Desenvolver Os Pilares da Fé, do Amor e da Esperança Porque Eles Revelam ao Mundo Aquele Para Quem Vivemos e a Quem Esperamos

Quem são os melhores evangelistas? Os que conhecem os versículos bíblicos sobre o Evangelho? O que têm boa oratória e convencem pessoas sobre qualquer assunto? Todos sabemos que não. 
Para Paulo, os melhores evangelistas são o que pregam por meio da sua própria vida com Deus. Aqueles que estão dispostos a fazer tudo para que a sua vida esteja absolutamente de acordo com o que Cristo espera encontrar neles, quando regressar. 
Porque de vós repercutiu a palavra do Senhor não só na Macedônia e Acaia, mas também por toda a parte se divulgou a vossa fé para com Deus, a tal ponto de não termos necessidade de acrescentar coisa alguma, pois eles mesmos, no tocante a nós, proclamam que repercussão teve o nosso ingresso no vosso meio, e como, deixando os ídolos, vos convertestes a Deus, para servirdes ao Deus vivo e verdadeiro e para aguardardes dos céus o Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos, Jesus, que nos livra da ira vindoura (1Ts 8-10). 
De vós repercutiu a palavra– (APO+HIMON - ekzontai) Paulo começa dizendo que o Evangelho que ele havia pregado para eles tinha mudado tanto a vida deles que fizera deles uma caixa de ressonância para o seu ministério. Ele diz que, a partir deles, se espalhou a notícias do que Paulo havia conseguido fazer com o seu evangelho. Eles, alavancaram o ministério de Paulo em outras regiões, porque as pessoas falavam assim: Paulo pregou entre os tessalonicenses e olha o que foi que aconteceu, como eles se transformaram. 
De como deixando os ídolos vos convertestes para servir ao Deus vivo e verdadeiro– Meu Deus, tudo o que um pastor quer é que as ovelhas de Cristo que convivem com ele e dele recebem o Evangelho no ensino completo da fé tomem a decisão e que vão viver para Deus, não importa o que isso irá lhes custar. Por outro lado, aproveito para revelar, nos entristece muito, que até para fazer a feira de domingo os crentes preferem dar prioridade e vocês sabem que não estou falando só da feira e da necessidade de comprar coisas. Claro que é uma vergonha para o evangelho e isso afasta outros de crerem no evangelho, especialmente seus filhos, que você encontre na limpeza da casa ou na arrumação do escritório, uma motivo para que Deus fique em segundo plano.
Podemos exalar teologia, se não tivermos vida entregue, seremos péssimos modelos e evangelistas infrutuosos. Mas, quando o Evangelho realmente com poder nos toma, nossa atitude é que Deus será a nossa prioridade. Foi isso que Paulo descreveu sobre os crentes de Tessalônica: eles deixaram os ídolos, os deuses falsos que controlavam suas ações e que eram as suas prioridades e foram servir a Deus.  
Deus vivo e verdadeiro– claro contraste com a palavra ídolos. Paulo toma o conceito do salmista sobre os ídolos: tem olhos mas não vêem, não possuem fôlego de vida. Ao passo que eles tiveram uma percepção diferente de Deus, ele é vivo e verdadeiro. Esses conceitos, são postos para apontar para nós, quem era Deus para os tessalonicenses e o que o seu conceito sobre Deus mudou no seu coração. Esse é um ponto que muitos crentes precisam mudar: quem realmente Deus é para eles. 
Se Deus é vivo e verdadeiro, isso implica, entre outras coisas, em que ele é relacional e isso significa que deve haver coerência sobre o que eu sei dele e o que eu faço. Ora, se ele é um ser vivo e verdadeiro, que se relaciona comigo e diz para mim: perdoe, se necessário, até setenta vezes sete e eu ouço isso dele, mas não perdoo nem uma vez, o que você acha que um ser vivo e relacional faria em resposta? Se desagradaria de mim, claramente! 
Vamos a outro exemplo: se um ser vivo e verdadeiro, se relaciona comigo e me diz que espera que meu namoro seja santo, sem inadequados contatos antes do casamento e eu vejo meus filhos vivendo isso dissolutamente e não os corrijo, o que este ser relacional irá pensar de mim? 
Pense sobre o que Deus vivo e verdadeiro, que se relaciona com você diz sobre: trabalho, oração etc, etc. 
SERvir ao Deus vivo e verdadeiro– vai muito além de vir à igreja e todos nós sabemos. Fazer dele o único objeto de amor e fator motivador da nossa vida. Para ele vivemos, para ele existimos a Ele pertencemos. 
Para aguardar dos céus o Filho que nos livra da ira vindoura– neste último verso, alguns pontos importantes que nos ajudam a perceber que Paulo põe Cristo como o nosso ponto de chegada, para viver para Deus. O filho foi ressucitado pelo Pai, para que eu e você pudéssemos ter uma relação de paz com Ele: a ira vindoura é sustada sobre nós, porque Cristo morreu e ressuscitou. 
Aguardar Jesus é o ponto focal da vida cristã, estar pronto e em conformidade com isso. A carta terá uma grande parte final com esse tema. Mas aqui, Paulo está dizendo que os crentes de tessalonica viviam com responsabilidade, aquela que Salomão aconselhou: 
De tudo o que se tem visto e de tudo oque se tem ouvido, a suma é: teme a Deus que este é o dever de todo homem, porque Deus trará à luz toda a obra, quer seja boa, quer seja má. 
Os pilares da fé, quando vividos claramente e vistos em nossa vida, revela aos outros o poder transformador do Evangelho e este é o mais primordial para que alcancemos outros e sejamos modelos para outros: ESCOLHEMOS VIVER SERIAMENTE PARA ELE SOMENTE. SOLI DEO GLORIA 

Conclusão

Agora você precisa se perguntar: sua fé é operosa assim, a ponto de mostrar o Deus para quem você vive e o quanto Ele é importante para você? Baseados no que você faz do seu dia a dia, as pessoas são capazes de dizer de você que você vive para Deus? 
Outro ponto, o seu amor é abnegado, a ponto de outros olharem para você e afirmarem categoricamente que você ama a Deus acima de todas as coisas? OU existem apegos e amores que estão dominando e comandando o seu coração mais que o seu amor a Deus. Quando pensam sobre o seu amor a Deus, as pessoas, ou melhor, os seus filhos, ou os seus pais, podem dizer sem nenhuma dúvida que você ama a Deus? 
Última reflexão: você está pronto para Cristo voltar hoje e requerer de você a quem você foi fiel nesta sua jornada de vida? 
Irmãos, precisamos urgentemente, decidir sobre o que é a nossa vida com Cristo! Precisamos rever quem temos sido e voltar o nosso coração na direção certa. Eu não posso mudar corações. Paulo não podia mudar corações. Mas, assim como Paulo podia se alegrar e sempre lembrar daqueles crentes e de como viveram, eu quero poder, como pastor da IPT, me alegrar e tenho que lhes dizer que já tenho bênçãos na minha vida pastoral, que muito me alegram, mas ainda vejo muita coisa que me entristece.
Estou começando uma caminhada com vocês, meus amados irmãos. Orem para que Deus me dê graça e santidade, saúde e paz, para ser fiel em tudo, na vida e na Palavra. E eu vou orar sempre para que Deus mude e use essa igreja para sua glória. Vamos pedir a Deus que nos ajude a viver como modelos, para que ele nos use, se assim desejar, como usou a Igreja de Tessalônica.  

Oração
Pai, estamos aqui para lhe pedir que nos molde, nos use e promova na nossa vida uma fé que nos leve a agir, um amor que nos leve a deixar tudo e uma esperança que nos sustente a vida toda, até que Cristo venha nos buscar. 

13 de janeiro de 2019

Mateus 3.11-17

O Batismo de Jesus Como Modelo de Vida Cristã
(Culto da Noite – Janeiro 2019 – IPT)
Mateus 3.13-17

Foco da Nossa Condição Decaída
O Batismo de Jesus, como o próprio texto indica, não ocorreu pelos mesmos motivos que os outros homens procuravam João para serem batizados. Jesus não tinha pecados e nada do que se arrepender diante de Deus, na verdade, seu batismo é o início de seu ministério consagrado. Porém, ao registrá-lo para seus leitores, além de buscar deles que cressem em Jesus como o Messias e Rei, Mateus nos dá uma clara lição dos elementos que devemos nos levar a olhar para Jesus e a ouvi-lo e imitá-lo. Nesta mensagem, vamos pensar no batismo como um modelo de vida cristã para todos os que desejam viver e servir a Deus, atentemos para estes ensinos do Evangelho. 

Introdução
Sem dúvida alguma, João tinha com clareza de que Jesus era aquele, a quem ele próprio esperava, alguém que não seria batizado com água para arrependimento, mas um batizador, que levaria seu povo à consagração por meio da obra do Espírito Santo e da purificação de um juízo.
Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo (Mt 3.11). 
Os primeiros versos da nossa perícope de hoje, nos mostra que isto estava claro para João naquele momento. Jesus era o batizador que vinha no poder do Espírito Santo para trazer juízo e realmente purificar o seu povo. Por isso, este diálogo inicial, que mostra a perplexidade de João: 
Por esse tempo, dirigiu-se Jesus da Galiléia par ao Jordão, a fim de que João o batizasse. Ele, porém, o dissuadia, dizendo: Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vem a mim? Mas Jesus lhe respondeu: Deixa por enquanto, porque, assim, nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o admitiu (Mt 3.13-15). 
Este diálogo tem como desfecho uma palavra de Jesus que diz que era necessário que eles cumprissem a justiça. Isto é, Jesus também tinha consciência de que não precisava se batizar pelos mesmo motivos dos homens, mas Jesus se dispunha a fazê-lo para que a justiça, o modo certo de agir, fosse cumprido, o que significa que este batismo tinha como objetivo servir de modelo para outros, de lição e aprendizado para outros. 
Uma frase reforça esse entendimento, que é a própria frase dita pelo Pai, que apresentava Jesus como o seu filho amado, em que o Pai tinha prazer. Afinal, dito desta forma, Deus estabelece Jesus como o seu padrão de retidão, seu padrão de vida. Foi para isto que Ele foi batizado, para ser o nosso padrão de vida cristã. O Batismo é a retomada de uma vida de retidão, por isso que João o definia como batismo para o arrependimento. Jesus, não precisa retomar a vida de retidão, mas ele é batizado como um ato de declaração da sua retidão perfeita, como modelo para todos que desejam agradar ao Pai. 
O Batismo de Jesus Nos Ensina a Retidão Quando Nos Ensina que os Retos Devem Procurar se Firmar nos Atos de Justiça

Sei que uma afirmação como esta pode parecer estranhamente redundante e desnecessária. Afinal, a retidão não pressupõe pessoas que estão firmadas em atos de justiça? Bem, gostaria de responder sim, mas precisamos considerar teologicamente este ponto. 
NO caso de pecadores, considerados justos por um ato “extra” e “expiatório”, a retidão não é parte natural da nossa inclinação. A nossa retidão virá por uma consciência da nossa pecaminosidade e uma luta bravia contra nossa velha natureza corrompida pelo pecado. Em outras palavras, nossa conversão a Cristo, que nos faz justos pela fé, não nos dá automaticamente uma libertação da influência do pecado, infelizmente. 
Portanto, devemos considerar que homens retos, muitas vezes, possuem e são guiados por inclinações da carne pecaminosa, que o faz preferir, escolher, amar coisas caídas. Irmãos isto é muito sério! A fraqueza da nossa carne é imensa e com ela não podemos brincar. Nos viciamos com o mal de muitas formas, desde a linguagem imprópria que permitimos invadir o nosso vocabulário, até prazeres mentais que nos cativam com coisas caídas e nos parecem ser mais aprazíveis. Brincar com nossa natureza pecaminosa é ter uma serpente venenosa como animal de estimação. 
Por este tempo– Num determinado momento, próximo dos seus trinta anos, no momento em que um rabino começava a sua jornada rabínica, Jesus sabia que era chegada a hora de iniciar o seu ministério. Ele estava se libertando de sua submissão à José e Maria (não sabemos se José era vivo neste momento), mas Jesus estava deixando aquela submissão exigida aos pais, pela Lei de Moisés, e se apegando à submissão ao Pai Celestial, do que ele tinha plena convicção. Devemos lembrar aquela história dele com os doutores da Lei, quando ele afirma claramente que desejava estar na casa do seu pai, embora depois tenha seguido com Maria e José. 
A fim de que João o Batizasse– Ele desce da cidade de Nazaré na Galiléia, onde ele era o filho do carpinteiro, o Nazareno, e começará a ser conhecido como o Filho de Deus. João era um representante da Lei de Moisés, uma vez que era o último dos profetas, segundo os padrões do Velho Testamento, uma vez que era a voz que precedia a chegada do Messias, cumprindo a palavra de Isaías 40. 
Deixa por enquanto – convém cumprir toda a justiça– A negativa correta de João, que estava olhando as coisas do ponto de vista da natureza do homem, isto é, ele, João, era por natureza um pecador e Jesus, era por natureza, um homem santo. Contudo, o ponto de Jesus aqui não era ele ser purificado, mas ele se tornar um modelo de pureza. Por isso, sua resposta, tem esta cláusula temporal: por enquanto, que indica que aquele momento era diferenciado e esta cláusula explicativa: convém cumprir toda a justiça. Jesus desejava seguir todas as prescrições levíticas para que todos olhassem para ele e soubessem a importância do andar reto. 
Este é o ponto: O BATISMO DE JESUS VISA O ENSINO DE QUE AQUELE QUE DEUS ESCOLHE PARA VIVER DE FORMA RETA, PRECISA TRAZER A RETIDÃO PARA A SUA PRÁTICA DIÁRIA. 
Meus caros irmãos, devemos ter apreço pela justiça que Deus exige. Porque a nossa salvação não depende de nossa justiça, porque o preço, afinal, foi pago por Jesus, mas o nosso apreço pela retidão é o modo como realmente descobrimos se nossa convicção de fé é verdadeira. 
Pedro, escrevendo à Igreja, fala sobre isto. Diz que as virtudes da retidão precisam estar presentes para aumentar a nossa convicção de chamado e separação para Deus: 
Pelo contrário, segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento (1Pe 1.15).
Por isso, irmãos, procurai, com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição, porquanto, procedendo assim, não tropeçareis em tempo algum (2Pe 1.10).  
Jesus está nos ensinando a ter apreço pela prática da justiça, por fazer do andar reto e da escolha da prática do recomendado por Deus um caminho de vida. Por isso, precisamos nos afastar de tudo o que se parece com o mal, tudo o que nos afasta de um viver exemplar e tudo que nos impede servir de modelos para outros. 

O Batismo de Jesus Nos Ensina Que a Nossa Retidão Só Acontece no Contexto da Comunhão Com o Espírito Santo

João, quando deu testemunho de Jesus, apontou para si mesmo como alguém que não tinha condições de se quer carregar as sandálias de Jesus, que viria pós ele e batizaria o povo com a santidade do Espírito Santo. OU seja, o arrependimento de que João falava no contexto do seu batismo, ele sabia que era imperfeito, porque o verdadeiro arrependimento não é uma atitude meramente humana, era uma obra do Espírito Santo, quando este é derramado sobre nós e nos lava regenerando. 
Abriram-se os céus– a imagem era clara para todos, tanto que haveria de marcar profundamente os discípulos que viram este acontecimento. Os céus se abriram, sito é, se pode ver algo, talvez luz imarcessível, que deixasse claro que a visão que todos desfrutavam era do interior do próprio céu. Isto indica a natureza do acontecimento, da dimensão superior da vida cristã e de onde ela realmente vem. 
E viu o Espírito Santo de Deus descendo como pomba– O que se viu foi uma forma corpórea de pomba, uma maneira visível, o que chamamos de teofania, Deus aparecendo aos homens, por meio de formas concretas. Toda a construção da frase chama a atenção para a natureza celestial do que estava acontecendo: O Espírito Santo– a natureza de perfeição; de Deus– aquela não era uma mera perfeição como a dos anjos, era uma perfeição absoluta, porque era o Espírito de Deus; descendo– vinha do alto para o baixo, do céu para a terra. Aqui é importante que se diga que estava clara a comunhão entre o céu e a terra, entre a realidade sobrenatural, sobrepondo a natural. 
Ele viu o Espírito Santo- Aqui é importante que se note que a retidão da vida cristã é uma forma de fazer com que o céu tenha comunhão com a terra e seja visto entre os homens. Para isto, é necessário que haja enchimento do Espírito Santo, como Paulo ensinou, para que não compactuemos com as obras das trevas (Ef 5.3-18). 
 Meus amados irmãos, o Batismo de Jesus nos mostra que essa presença do Espírito Santo nas coisas naturais da nossa vida é imprescindível para que vivamos debaixo da guarda da retidão, vivendo para Deus. Isto implica em uma reorganização da nossa vida mental, na qual, muitas vezes, esquecemos de unir vida cristã e vida natural como uma única vida para Deus. Isso é, no ensino de Paulo, o que se denomina: remir o tempo.  
 A visão concreta do Espírito é também o que precisamos ver, quando olhamos para a vida do crente. A presença do Espírito no seu modo de negociar, de falar, de se vestir, agir, sentir, como você escolhe, como se diverte, como toma decisões. Infelizmente, o que temos é uma grande parte de crentes que escondem o Espírito (apagam o Espírito) quando estão vivendo na concretude do dia a dia e, por isso, não conseguem viver na luz, mas reproduzem as trevas, como se ainda estivessem presos na morte, como Lázaro, antes de ser desenfaixado e trazido para fora. 

O Batismo de Jesus Nos Ensina Que a Retidão e a Comunhão Com o Espírito é a Fórmula Básica Para Uma Cristã Que Agrada a Deus

Espírito Santo – implica em retidão – que resulta em agradar o Pai– A fala do Pai é um designativo da vontade de Deus, ela dá conta de que Jesus vivia segundo a vontade de Deus. Paulo, diz que devemos conhecer a vontade de Deus e para tanto, devemos nos encher do Espírito e não compactuar com as obras das trevas. Estamos falando das mesmas verdades aqui! 
Uma voz– ouve-se um som, que se percebe ser uma voz, vocalizando palavras compreensíveis aos presentes. Mas não se vê nada concreto, não foi a pomba que falou, nenhum outro elemento visível. Isto é uma forma de ficar claro que de o próprio trono estava em contato com a terra e o Pai falou. Sabemos que é o Pai e não um anjo portavoz, porque a vocalização usa a expressão: É MEU FILHO... 
Estamos falando aqui da figura do próprio Deus Pai, isto é muito importante. Este é um dos pontos altos deste momento, quando o próprio Todo Poderoso está testemunhando do seu prazer no seu filho. 
Voz do céu  esse, como já mencionamos anteriormente, é sempre um modo de falar da natureza do acontecimento e da sua elevada procedência. Aquela voz era de origem perfeita, das alturas dos céus. Aquele era mais um momento de sublime unidade entre o céu e a terra, como na oração do Senhor, em que se pede que a vontade de Deus seja cumprida na terra como ela já o é perfeitamente no céu. Como  se estivéssemos desejando e buscando um reino onde a retidão perfeita dos seres celestiais pudesse ser vista também nos seres humanos terrenos. 
Este é o meu Filho Amado– aqui o testemunho do Pai é de amor ao filho. Um filho perfeito é amado pelo Pai, ele é alvo do mais puro amor celestial. Este é amor é difícil de explicar, de abranger em palavras, mas estamos falando de como Deus ama a retidão do seu filho. No salmo 11, temos uma preciosa descrição desta relação entre o Deus santo nos céus e os retos. 
O Senhor está no seu santo templo, nos céus tem o Senhor o seu trono, os seus olhos estão atentos, as suas pálpebras sondam os filhos dos homens... Porque o Senhor é justo, ele ama a justiça, os retos lhe contemplarão a face (Sl 11.4 e 7). 
Em quem tenho prazer– Louvado Seja Deus! Nossa cultura compreende o prazer como um ato primordialmente dos sentimentos, das emoções. Mas a palavra grega que é traduzida por prazer (eudokia) trata de uma forma de prazer que é racional. Uma precisa compreensão deste prazer seria explicada da seguinte forma: este é meu filho amado, de quem eu só consigo pensar e conceber coisas boas, quando olho para sua retidão. 
A vida reta é aquela que busca dar motivos para Deus pensar o bem a nosso respeito. Esse não é apenas um filho que o Pai ama, mas o pai o ama especialmente porque este filho age de forma tão reta que o Pai só consegue pensar coisas boas dele. Meu pai me ama, tenho certeza que sim, mas de vez em quando, mesmo me amando, sem deixar de me amar, meu pai tem opiniões negativas a meu respeito, eu imagino. Eu teria se fosse ele. No caso de Jesus, o amor do Pai é correspondido completamente por sua vida reta.  
Isso é algo que precisamos tornar especialmente precioso para nós também. Precisamos rever essa forma relapsa com que tratamos Deus e os seus olhos, aos quais ofendemos com nossas mais grotescas cenas de desprestígio à retidão. 


Conclusão

Você deve estar pensando agora num jeito de fazer essa mensagem menos pertinente para você, afim de se desculpar de algumas das suas piores escolhas. Em geral a nossa desculpa é: MAS JESUS É PERFEITO e nós jamais seremos como ele é. Você tem razão, jamais seremos como ele é, ao menos nesta vida, uma vez que nosso velho homem é muito presente em nós ainda. Mas, devemos nos lembrar que podemos sempre ser melhor que já fomos e precisamos lembrar que Cristo é o modelo e devemos imitá-lo. Este é o ponto, o nosso problema é que a santidade de Cristo não deveria ser uma desculpa para a nossa pecaminosidade, isto é uma manobra do nosso coração pecaminoso, a santidade de Cristo deve ser um estímulo à nossa vida cristã em retidão. 
Comece ainda hoje a rever o que você está escolhendo como caminho para a sua vida com Deus e para forma como o céus chegarão à terra por seu intermédio. 
1)    Valorize a retidão como um alvo a ser alcançado todos os dias, deseje a retidão e busque fazer da sua vida, um traçado reto na direção de Deus;
2)    Não se esqueça de que a retidão depende de uma profunda comunhão com o Espírito Santo, você precisa de maturidade cristã, o que só acontece com comunhão, com contato com o Espírito Santo e jamais procedendo de forma que o entristeça. Não sei porque, quando o assunto é servir no Corpo de Cristo, quem controla a escolha do crente não é a sua comunhão com o Espírito, mas o seu egoísmo, isso precisa acabar, irmãos!; 
3)    Lembre-se de que através da sua retidão o céu chega à terra e a vontade de Deus é conhecida e reconhecida entre os homens, mas que o contrário é verdadeiro, se o homem que precisa brilhar como luz do mundo, viver em trevas, ele impede outros de saberem o que é luz e o que é o céu e o reino santo; 
4)   Por fim, vou dizer pouco, apenas dizer: faça do agradar a Deus um alvo da sua vida cristã e não deixe nada da sua vida fugir deste projeto. Eu sei que você entende o que isso significa. E eu sei que você sabe que isso é importante para todos nós e não somente para você. Lázaro, venha para fora do túmulo, porque você está vivo e não morto.  

Oração

Dá-nos vida cristã que te agrade, meu Pai e não nos deixes cair em nossas tentações, mas livra-nos de um viver mal! 

João 11.41-44

A Oração Que Nos Chama Para a Vida
(Culto da Manhã – Janeiro 2019 – IP Tatuapé)
João 11.41-44

Foco da Nossa Condição Decaída
O foco desta mensagem é o resultado de uma oração, cujo o conteúdo não é conhecido, senão o modo como Jesus agradeceu o Pai por que sempre o ouvia. Essa oração, obteve como resposta o reviver de Lázaro, que esteve morto por quatro dias. Nesta mensagem, a Escritura nos propõe uma reflexão sobre as intenções de vida, que trás os filhos de Deus da sombra da morte e do túmulo para a vida. Lázaro, bem como os que ali estavam naquela ocasião, viram a vida vencer a morte e foram chamados para essa liberdade da vida, como resultado da oração de Jesus. 

Introdução
Tiago o irmão de Jesus nos propõe uma profunda reflexão sobre os conteúdos e as intenções das nossas orações. Ele nos alerta para o fato de que pedimos muito mal, porque nossas intenções são egoístas e como resultado, é que nos colocamos em uma clara oposição com as intenções de Deus, por isso, obviamente, não recebemos o que pedimos. 
Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes nos vossos prazeres (Tg 4.3). 
Irmãos, devemos considerar esse importante alerta e repensar um pouco sobre o que realmente chamamos de vida de oração, até mesmo o que conhecemos como sendo “oração de fato”. Se a oração é o “respirar da alma” como disse Calvino, o que acontece com a alma daquele que não ora como é preciso orar? 
Claro que Deus não precisa das nossas orações. Quem realmente delas precisa somos nós. A oração nos conduz a uma percepção mais madura da vida e nos equilibra. A oração é uma fonte de maturidade, quando ela nos ajuda a experimentar Deus e sua vontade perfeita. 
No texto que temos diante de nós esta manhã, o que temos é uma experiência diferente da que Tiago nos leva a refletir. Ele nos conduz à uma oração de Jesus, da qual apenas conhecemos o resultado e o resultado é restauração e vida! 

Na Sua Oração, Jesus nos Ensina Que a Vida Pode Brotar Mesmo Onde Todos os Sinais Apontam Para a Morte

Tiraram, então, a pedra. E Jesus, levantando os olhos para o céu, disse: Pai, graças te dou porque me ouviste (Jo 11.41). 
O quadro todo é muito importante. A morte de Lázaro trouxe grande comoção entre os amigos de Jesus e suas irmãs. Marta é protagonista neste texto como um todo, quando Jesus pede para que a pedra seja tirada ela discorda. Ela diz que a morte já havia vencido, que o que se deveria fazer naquela hora não tinha nada a ver com a vida. Não podemos condená-la, nem os circunstantes por objetarem a Jesus. Eles estavam vivendo o vale da sombra da morte com todos os seus sinais. Um túmulo, um morto, a cena da tristeza dominando os corações, tudo o que a morte produz estava presente ali, inclusive o mal cheiro. 
Então, ordenou Jesus: Tirai a pedra. Disse-lhe Marta, a irmã do morto: Senhor, já cheira mal, porque já é de quatro dias (Jo 11.39). 
O que ela e os circunstantes não sabiam é que Jesus já havia feito uma oração em secreto. Uma oração que pressupunha a vida, mesmo naquele cenário de morte. Por isso é que Jesus lhes propõe que estejam prontos para “ver a glória de Deus”. 
Respondeu-lhe Jesus: Não te disse eu que, se creres, verás a glória de Deus?” (Jo 11.40). 
Esse é o ponto em que entra o nosso texto. Ele está entre uma oração que foi feita em secreto e uma parte final que Jesus nos revela. 
Tiraram a pedra– para experimentar a vida em meio aos sinais da morte, precisamos ter a coragem de crer no que Cristo crê. A oração de Cristo não estava limitada às realidades que se mensuram, a oração dele estava centrada em Deus e nas suas possibilidades. 
E Jesus levantando os olhos para o céu– aqui Cristo deixa ainda mais claro que o que ele esperava não estava na realidade dos poderes humanos, mas na realidade celestial. Veja que a realidade celestial não está distante ou afastada da realidade humana, era necessário que eles tirassem a pedra, mas a oração não olhou primeiro para o túmulo e para a realidade da morte ali presente, a oração de Jesus, enfrenta a realidade do túmulo fétido, olhando para o céu. 
Pai te dou graças porque sempre me ouves– Não sabemos o que ele pediu, mas a partir do resultado prático, sabemos que o Pai estava disposta a dar ao filho o que ele pediu e isto tinha a ver com a vida. Ele sabe que quando oramos olhando para a vida isto é o que Pai deseja que ocupe o nosso coração. 
Irmãos, quero voltar a um conceito que falei outro dia sobre o pecado. Quando lemos o texto de Tiago sobre oração, eu falei que pecado era que as pessoas viviam no mundo de Deus sem perceber Deus. Assim, as experiências da vida, para muitas pessoas nada mais são que as coisas naturais do dia a dia. Alguns que realmente são crentes, ainda assim, estão desconectados da vida que é experimentar Deus nas coisas. 
Ver a glória de Deus é ver que Ele está presente e é poderoso para nos trazer essa vida. Jesus orou para que todos vissem que Deus estava ali e que Ele pode nos dar vida em meio a todos os sinais da morte que nos cercam.
Irmãos precisamos aprender a orar olhando para a vida! E precisamos saber discernir o que é vida! A vida que o Senhor quer que tenhamos que tem a ver com Ele ser presente sempre em nossa realidade. A oração faz a nossa alma aprender isto!! 
  

Na Sua Oração, Jesus nos Ensina Que Devemos Buscar a Vida Pensando Nos Outros Mais Que em Nós Mesmos

Alias, eu sabia que sempre me ouves, mas assim falei por causa da multidão presente, para que creiam que tu me enviaste (Jo 11.42). 
Neste texto há uma expressão muito conhecida, aquela que aprendíamos muito cedo nas Escolas Dominicais, naquele tempo que se fazia chamada e nós respondíamos com um versículo. Quase sempre, meninos espertinhos respondiam: 
Jesus chorou! (Jo 11.35). 
Mas porque Jesus chorou? Essa é uma pergunta importante. No contexto da sua oração, estava um profundo sentimento com a realidade ao seu redor que levou o Salvador a chorar. 
O verso 33, nos diz que Jesus se comoveu ao ver o que a morte havia produzido, um inconformado sentimento de tristeza, que tenta negar e fugir de uma realidade. A palavra grega usada para definir o choro de Maria e os judeus era diferente daquele que o autor usou para falar do choro de Jesus. 
A primeira, fala de um choro desesperado, angustiado e lamentoso. A segunda, fala de lágrimas que nascem de um profundo sentimento de incomodo com a situação que o cerca, uma comoção com a tristeza alheia. 
Eu sabia que sempre me ouves– Jesus não tinha dificuldade alguma em lidar com a situação daquela morte. Desde o verso 4, ele sabia que Deus estava lhe dando uma oportunidade de glorificar o seu nome. Jesus não chora por sua causa, mas porque sente a nossa dor, a dor de Maria e de todos ali. Ele não tinha dificuldade nenhuma com aquela situação, mas a sua oração não tem foco nele mesmo, como condenou Tiago mais tarde, mas o foco da sua oração é a vida que pode mudar a vida das outras pessoas. 
Falei por causa da multidão presente– irmãos aqui temos uma profunda lição sobre o papel da oração, especialmente quando ela é intercessória. Quando estivermos amadurecendo na fé a nossa ênfase não será os nossos interesses, mas a vida que desejamos que os outros desfrutem. Vejam irmãos a importância de pensarmos nos outros e de sabermos nos ligar a pessoas. Em um mundo super individualista, ligar-se ao outro é uma forma de crescer e amadurecer. A vida que os outros precisam experimentar a prioridade da verdadeira oração. 
Para que creiam que tu me enviaste– olhando para Cristo e para sua comunhão com o Pai, os outros haveriam de saber algo mais sobre a vida. Crer em Cristo que realmente havia uma ligação maior com Deus entre Ele e o Pai, que é possível Deus ouvir a voz de um homem. 
Irmãos, boa parte das pessoas que preferem a morte, possivelmente seriam mais crentes e estariam vivendo olhando mais para a vida, se vissem em nós, os filhos de Deus, que nós lidamos com a realidade objetivando a vida. É muito comum que permitamos que a morte seja mais marcante no nosso modo de viver e é isso que está impedindo pessoas de entenderem o que é a vida. Pois, nós somos os filhos da luz, os que deveriam desfrutar da comunhão com a realidade de Deus, mas em nome, sei lá do quê, preferimos que a morte controle nossas emoções, nossas palavras, escolhas, preferências e atitudes. Isso é um profundo mal da vida cristã de muitas pessoas. 
Cristo sabe que aqueles homens, olhando para a vida do Pai nele e como o Pai o usa para trazer vida, haveriam de crer. Ele pede que Deus restaure a vida das pessoas! Esse é ponto, ele não ressuscita somente Lázaro, mas todos os demais ali. 

Na Sua Oração, Jesus nos Ensina Que os Resultados da Nossa Fé Deve Produzir Mudanças de Atitude ao Nosso Redor

E, tendo dito isto, clamou em alta voz: Lázaro, vem para fora! Saiu aquele que estivera morto, tendo os pés e mãos ligados com ataduras e o rosto envolto num lenço. Então, lhe ordenou Jesus: Desatai-o e deixai-o ir (Jo 11.43-44). 
O foco destes versos, é o resultado prático da oração oculta de Jesus, que visava a fé dos seus circunstantes e a glória de Deus, a vida dos homens. Este resultado prático é que os homens poderiam ver a glória de Deus e a vida operando na realidade humana. 
Como disse antes: o céus não estão distantes da vida cotidiana, apenas a realidade sobrenatural de Deus é sobreposta à realidade natural da morte. A vida está aqui, o que precisamos ver é Deus. Ao ressuscitar, Lázaro é um homem ressurreto, que ainda está amarrado, os sinais da prisão da morte ainda estão agarrando-o é preciso fazer algo. 
Lázaro vem para fora– Lázaro está vivo, mas ainda está dentro do túmulo e ele precisa sair. Ele não precisa viver dentro do túmulo porque um dia foi um homem morto. A razão para sair é que ele está vivo. Este é um ponto que fala muito diretamente ao modo como alguns vivem, deixando-se controlar pelos sinais da morte, estando vivos. 
Então, lhes ordenou: desatai-o e deixai-o ir– o verso 44 nos diz que ao sair do túmulo aquele homem ainda precisava de ajuda e a ajuda viria dos circunstantes. Ele estava vivo, mas parte da sua experiência com a vida precisava da ajuda dos demais, eles precisavam participar da liberdade de Lázaro e precisavam ir desatá-lo. Num certo sentido podemos compreender por analogia que esse é um papel que Deus espera de nós como corpo.
Em uma outra oração, a oração sacerdotal, Jesus trabalhou este tema no capítulo 17: 
Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos; eu neles e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados a unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim (Jo 17.22-23). 
Não tem como exagerar a importância da nossa união e da necessidade de vivermos a fé coletivamente e nos apoiarmos. Irmãos, pensem seriamente sobre o que é realmente o propósito de orar, senão que todos tenhamos e experimentemos a vida. SE a igreja não vive em comunhão e se você não vive nessa comunhão, você talvez não saiba, não percebeu, mas sua vida de oração não está realmente centrada no que precisa ser focado: DEUS E A VIDA DELE EM NÓS. 


Conclusão

Pedis e não recebeis porque pedis mal, para esbanjardes nos vossos prazeres... Infiéis (Tg 4.3-4ª).  
Por acaso isto não te incomoda? Você não se preocupa com esse fato? Acredito que todo aquele que realmente vive para Deus, está nesta hora, pensando seriamente sobre o que é orar e sobre o que tem feito com a sua vida de oração. 
Quando começarmos a enxergar a vida que Deus quer que tenhamos e quando houver em nós sensibilidade para os sinais da morte sobre a vida dos outros, estaremos prontos para começar a orar verdadeiramente.
1)    Embora você olhe em redor e veja sinais de morte, ore, porque Deus é mais poderoso que a morte; 
2)    Quando estiver orando pela vida, não esqueça que o importante é que a vida que Deus quer que você viva, deve atingir as outras pessoas; 
3)    Participe da vida das outras pessoas, lutando para que ninguém viva na morte, podendo ser livre.
Pense nos seus filhos, nos seus amados, na sua igreja e na nossa sociedade tão afundada em morte.

Oração

Nos ajude a ser um Igreja de oração verdadeira, onde a vida do outro seja a nossa maior preocupação. Amém