25 de novembro de 2018

Salmo 78.1 a 8 - Aniversário da IP Itatiaia-RJ

Construindo Uma Cultura de Fé
Salmo 78.1-8
(Aniversário da IP Itatiaia-RJ – Novembro18)


Introdução
Meus caros irmãos, neste aniversário da IP Tatiaia, quero lhes parabenizar aos irmãos e lhes dizer que nessa segunda vinda minha nesta igreja, estou confirmando algo que percebi da primeira vez, que é o ambiente cristão simples, alegre, amistoso e os importantes potenciais que eu vejo nessa igreja. Mais uma vez, foram muito hospitaleiros, hoje, em particular, recebendo também minha família e vocês nos deixaram muito à vontade entre vocês, de tal forma, que nos sentimos muito felizes em estar com vocês. 
Nosso texto para meditação nesta noite é o Salmo 78. Quero convidá-los a este texto com muito temor no coração, porque este texto é um desafio para nós, Igreja do Século XXI, afinal, de uma certa forma, como Asafe, devemos também fazer uma profunda reflexão sobre como vamos seguir em nossa história, como povo de Deus. 
O Salmo 78 é Salmo didático (Maskil), este tipo de Salmo tem como função primordial servir como um construtor da memória do povo de Deus. Trata-se de um Salmo de Asafe que foi um dos mais destacados líderes dos levitas. Ele foi um dos líderes do povo, quando a Arca da Aliança foi conduzida à cidade de Jerusalém e ele foi uma das testemunhas das grandes mudanças da vida do povo de Deus, nos dias de Davi.
Em 72 versos, ele conta a história de Israel, recontando-a do ponto de vista de alguém que medita sobre o modo como Deus os libertou do Egito e lhes deu um Rei, no caso Davi. Ao recontar esta história, Asafe nos mostra como Deus, apesar da rebeldia e incredulidade do seu povo, manteve firme as promessas antigas de amar e reunir seu povo sob um governo santo.
Porque o coração deles não era firme para com ele, nem foram fiéis à sua aliança. Ele, porém, que é misericordioso, perdoa a iniquidade e não destrói, antes, muitas vezes, desvia a sua ira e não dá largas a toda a sua indignação (Sl 78.37-38).
A dinâmica deste Salmo, portanto, aponta para este fato central, isto é, o modo como Deus venceu a incredulidade do seu povo e o conduziu a viver debaixo do governo de Davi. 
Ele começa com uma introdução maravilhosa que indica a educação na fé como a principal ferramenta para a construção do caráter do cidadão do Reino, para que aprendamos o modo que Deus espera que seja o nosso viver debaixo do reinado de Davi, entendam, irmão, Davi aqui como um tipo do próprio Cristo. 
Asafe está buscando um posicionamento diante da história e da sua percepção das falhas de Israel e diante do seu novo momento, com a oportunidade de fazer tudo totalmente diferente. Em outras palavras, Asafe percebe que é necessário construir uma mentalidade nova, que faça o povo de Deus não se afastar de Deus e aprender a viver para Deus todos os dias.

A Construção de Uma Cultura de Fé Exige Um Real Um Compromisso Entre Gerações 
Estamos lidando com um momento muito difícil para a propagação da fé. Em particular, uma das maiores dificuldades para que isso aconteça é que se instalou em nossa época um certo conflito de gerações. Com o advento da revolução tecnológica, o que passou acontecer é que os pais, em muitos aspectos do desenvolvimento da vida, estão, podemos dizer, aprendendo com os filhos. Isso tem gerado um pensamento enganoso de que as gerações mais novas, não precisem das gerações anteriores, uma vez que o mundo onde viverão superou o modo de vida de seus pais. 
Asafe começa o seu Salmo com um testemunho pessoal. Ele diz toma a palavra e pede a todos que o ouvem que considerem atentamente o que está para dizer. Aqui ele assume um papel de um instrutor e sua mensagem tem o propósito de servir como uma ferramenta para aumentar a capacidade do seu povo de produzir uma mentalidade de servos do grande Rei. 
Escutai, povo meu, a minha lei, prestai ouvidos às palavras da minha boca. Abrirei os lábios em parábolas e publicarei enigmas dos tempos antigos. O que ouvimos e aprendemos, o que nos contaram nossos pais, não o encobriremos à vindoura geração os louvores do Senhor, e o seu poder, e as maravilhas que fez (Sl 78.1-4). 
Estes versículos deixam claro que a construção de uma mentalidade de serviço ao Rei é uma responsabilidade e um COMPROMISSO DE GERAÇÕES. Deus estabeleceu um sistema criacional de condução de mentalidade: GERAÇÕES. 
Escutai povo meu a minha lei- Aqui, Asafe estabelece esse processo como uma LEI. Ele conclama o povo a prestar atenção ao processo que ele está ensinando e diz que este processo é uma TORAH, ISTO É UMA INSTRUÇÃO IMPORTANTE. Ele usa a palavra TORAH, que tinha um significado muito importante para todo o Israel. Isto implica em dizer que o sistema que será apresentado é um recurso que não pode ser ignorado. 
Parábolas (Mashal) e enigmas (Hidot) dos tempos antigos– Aqui ele está usando palavras técnicas que dizem que ele falará ditos de sabedoria, que foi construída na história e precisa ser desvendada. Como se ele estivesse dizendo o seguinte: a história do povo de Deus ensina e precisamos discernir os ensinos da história. Por isso é que isso precisa ser um repasse de gerações. Uma geração aprende com Deus e aprende de Deus e ensina aos seus filhos é UM COMPROMISSO QUE SÓ GERAÇÕES PODEM ENSINAR.
O que ouvimos e aprendemos o que nos contaram os nossos pais– Aqui ele logo mostra a importância da experiência dos pais com Deus na construção da mentalidade dos filhos. Ele diz que sua ferramenta didática é essa: O COMPROMISSO DE UMA GERAÇÃO ENSINANDO A OUTRA A PARTIR D ESUAS EXPERIÊNCIAS. Aqui ele afirma que o COMPROMISSO DE GERAÇÕES EXIGE INTERAÇÃO: Pais tem a responsabilidade e contar, isto é ensinar e os filhos tem o compromisso de OUVIR E APRENDER.
Não encobriremos a seus filhos, contaremos à vindoura geração– Mais uma vez essa responsabilidade é dada, mais fundamentalmente aos pais, que são o ponto de partida da formação da mentalidade dos servos do Rei. 
Os louvores do Senhor, o seu poder e as maravilhas que fez– Aqui ele apresenta o conteúdo que é extraído da experiência dos pais com a história e com Deus. Como Deus se mostrou louvável pelos feitos gloriosos que realizou e como demonstrou o seu amor ao longo da História. 
Logo notamos que a EDUCAÇÃO PARA A FÉ É UM COMPROMISSO MUITO SÉRIO QUE LIGA AS GERAÇÕES. Os pais precisam desta visão de INTÉRPRETES SÁBIOS DA HISTÓRIA COM DEUS  e devem iniciar seus filhos em percebê-la. Os FILHOS, POR SUA VEZ, PRECISAM APRENDER BEM DE SEUS PAIS PARA PODEREM ENSINAR A SEUS FILHOS E DAR CONTINUIDADE À PROPAGAÇÃO DA FÉ.  
Quando uma geração negligencia seu papel, ela rompe um ciclo e o que acontece é uma lacuna de fé. Isto é algo muito sério e que as nossas famílias não poderiam negligencias nunca.

A Construção de Uma Cultura de Fé Exige Um Real Compromisso Com Deus 

No verso 5, Asafe parece estabelecer um motivo maior para que sua prática pessoal e para o seu próprio ensino. Como se estivesse dizendo o seguinte: Estou apenas fazendo algo que Deus determinou que eu fizesse: 
Ele estabeleceu um testemunho em Jacó, e instituiu uma lei em Israel, e ordenou a nossos pais que os transmitissem a seus filhos (Salmo 78.5).
Ele estabeleceu– aqui ele aponta para Deus, o mesmo que realizou grandes obras de maravilhas de poder no verso 4, ELE, Deus, foi o ponto de partida deste modelo. Isto deveria estar claro para o povo da aliança, como deve obviamente também para nós. DEUS DETERMINOU o caminho como irá formar as novas gerações de crentes: pais ensinam filhos. 
Um testemunho e uma Lei em Israel– Duas maneiras de falar da mesma coisa: a PALAVRA DA LEI. O testemunho aqui tem a ver com a PALAVRA DA LEI DE DEUS como sendo a VERDADE SOBRE A VIDA. E a ideia de LEI, como a fórmula de instrução correta. Aqui devemos compreender que esta é uma estrutura funcional da criação. Meus amados irmãos, quando um PAI ENSINA O FILHO, ele acessa uma ferramenta de formação mental poderosíssima. Pais recebem uma “senha” de acesso ao coração dos filhos e conseguem moldar sua mente de uma maneira distinta de qualquer outro mestre que ocupará espaço da vida do seu filho. 
Ordenou aos pais que transmitissem aos filhos– Pais podem negligenciar o uso desta senha especial para adentrar ao coração do seu filho, mas estarão em desobediência em relação a Deus, porque Deus espera que pais façam este papel. Pais, uma notícia para vocês: DEUS IRÁ COBRAR ISSO! A palavra de Deus é melhor transmitida quando é transmitida pelos pais. 
Este nosso compromisso, antes de ser um COMPROMISSO COM AS NOVAS GERAÇÕES é um COMPROMISSO COM DEUS, porque é isso que Deus espera que pais façam por seus filhos. Não podemos perder esta grande oportunidade. Sente com seus filhos e mostre como a sua história com Deus fez diferença para você e, mais, mostre como a PALAVRA DA LEI de Deus te guia na vida, divida essa percepção da vida com seus filhos. Se não fizeram, façam agora, rompam o silêncio, não deixem de cumprir com este compromisso que DEUS ESPERA DE VOCÊ. 
Outro dado, aqui para os filhos presentes, preparem-se o melhor possível, para a tarefa que Deus espera de vocês quando tiverem seus filhos. Pensem sério em se preparar para serem pais e saibam que o mais importante que você fará como um pai cristão ou uma mãe cristã não é ter dinheiro para pagar uma boa faculdade para seu filho, mas se você terá acumulado sabedoria da sua história pessoal para ensinar seu filho, quem é Deus. 

A Construção de Uma Cultura de Fé Exige Um Real Compromisso Com a Transformação do Povo de Deus 

Nestes versos 6 a 8, Asafe parece nos propor uma razão clara para este agir educacional. Fica claro que o propósito é alcançar a ideia de uma geração que seja transformada, que será mais habilitada para servir ao Rei. 
A fim de que a nova geração os conhecesse, filhos que ainda hão de nascer se levantassem e por sua vez os referissem aos seus descendentes, para que pusessem em Deus a sua confiança e não se esquecessem dos feitos de Deus, mas lhe observassem os mandamentos e que não fossem, como seus pais, geração obstinada e rebelde e cujo espírito não foi fiel a Deus (Salmo 78.6-8). 
A fim de que a nova geração– Existe um propósito declarado aqui, isto é, que Deus espera que a nova geração seja moldada. Nosso compromisso COM A EDUCAÇÃO PARA A FÉ É SEMPRE A TRANSFORMAÇÃO E A MELHORIA DAS CONDIÇÕES DA NOVA GERAÇÃO QUE SERVE AO SENHOR. Irmãos, este é o propósito de Deus nos ter escolhido para sermos pais e nos ter dado filhos.
A fim de que a nova geração CONHEÇA– Precisamos transmitir a LEI DE DEUS e fazer nossos filhos CONHECEREM SEUS MEANDROS, SUAS ESTIPULAÇÕES etc. Um conhecimento sério e vivencial com a Lei de Deus, isto é, saber experimentar o mundo de acordo com a Lei de Deus é a grande tarefa educacional e deve ser um ALVO DOS PAIS. 
A fim de que a nova geração TRANSMITA A SEUS FILHOS– Nosso olhar deve estar além da geração dos nossos filhos. Devemos preparar nossos filhos para serem professores da LEI DE DEUS para seus filhos. Meus irmãos, aqui está um propósito especial para a paternidade pedagógica dos pais, garantir que seus filhos estejam habilitados a ensinar a palavra para seus netos e isto implica em conduzirmos nossos filhos a um amadurecimento na fé. 
Para que pusessem em Deus a sua confiança– Aqui Asafe se refere aos filhos e não aos netos, isto investigado à luz do verso 8. Bem, o que é que movimenta a EDUCAÇÃO PARA A FÉ, a CONFIANÇA EM DEUS, OU SEJA A PRÓPRIA FÉ EM DEUS. Aqui Asafe parece indicar que os corações dos nossos filhos precisam estar dispostos a depositarem em Deus toda a sua esperança para a experimentação da vida. 
Para não esquecerem os feitos de Deus e lhe observassem os mandamentos– Irmãos, precisamos levar muito a sério os ensinos da Palavra de Deus e os seus efeitos sobre o que acontece em nosso dia a dia. Os feitos de Deus, não se trata apenas dos fatos relatados na Escritura, mas como a Escritura nos habilita a vivenciar os feitos de Deus na nossa experiência e como precisamos realmente aprender a interpretar a vida à luz da Palavra de Deus, sem desprezar o que Deus é e o que ELE SIGNIFICA NO DIA A DIA. 
E que não fossem como seus pais – obstinados e rebeldes– Aqui há uma consideração muito importante. Existem gerações que servem de ponto de inflexão negativa, isto é, a falta de pais que ensinam a seus filhos, pode gerar descendentes que se tornem indolentes com a fé, negligentes e rebeldes contra a Deus, pessoas que vão viver sem Deus no mundo. Israel vivenciou estas coisas, algumas vezes, primeiro no EGITO e depois, em Canaã nos dias dos Juízes, estas pessoas precisaram de 400 anos para retornar a ter a vida de Deus, porque Deus levantou testemunhos em uma geração eu decidiu viver para Deus novamente.
Aqui, irmãos, temos o ponto mais complexo e importante da introdução do Salmo. Estes versos são o ponto de reflexão para o restante do Salmo, pois o que ele irá trabalhar é sobre a dificuldade do povo de Deus para viver como servos do Rei, por causa da sua incredulidade e falta de mentalidade E A CULPA ERA DOS PAIS QUE NÃO ENSINARAM A SEUS FILHOS. 

Conclusão
Caros irmãos da IP Itatiaia, com certeza essa igreja tem sido convocada por Deus para ser uma agência de construção de uma mentalidade cristã, de vida com Deus. Eu os convido a pensar com toda a seriedade e trabalhar nesse projeto de eternidade. 
Precisamos produzir um ponto de mudança e assumir com mais ousadia e coerência o nosso chamado. Como Israel, não podemos nos acomodar e nos tornar um povo indolente que não cumpre o seu papel redencional de mostrar Deus aos homens. Diante do Salmo 78, eu lhes convido e responsabilizo em tomar todo cuidado para que esta igreja cumpra com essa missão. Para isso, meus amados irmãos, precisamos tomar algumas decisões muito importantes: 
1) Precisamos aprender com profundidade a viver a nossa fé no dia a dia e a experimentar com seriedade os feitos de Deus no nosso dia a dia, à luz da Palavra de Deus. Precisamos aprender a aprender com a Bíblia; 
2) Devemos ter alvos educacionais claros e profundos e mudar o modo de pensar sobre o que é ser pai e mãe e qual é realmente a nossa prioridade;
3) precisamos educar nossos filhos para a maturidade e não para serem crentes infantis, cheios de manias, para que eles não sejam ponto de inflexão negativa para nossos netos; 
4) Apesar de sermos fracos em nossa tarefa, precisamos confiar que ainda dá tempo de fazer algo e mudar, mesmo que tenhamos errado muito e nos tornar um ponto de mudança positiva. 
A Igreja de Cristo tem um chamado para mostrar ao mundo o seu Deus, mas ela precisa assumir este projeto de forma prioritária. A IP Itatiaia tem muitos bons valores e tem demonstrado esse grande potencial, desde a simplicidade e sabedoria de seu pastor, como de vários irmãos. Que Deus use esta igreja e vocês se decidam viver assim para a glória de Deus. Deus os abençoe! 


18 de novembro de 2018

Deuteronômio 17.14-20

Um Modelo Real 
Deuteronômio 17.14-20



Introdução
Moisés entrega ao povo de Deus o livro de Deuteronômio com a finalidade de lhes lembrar a importância de obedecer e fazer da Lei de Deus uma estrada para sua caminhada na terra que Deus haveria de lhes dar como herança. Esse é o ponto central deste livro, em particular neste trecho que é conhecido o SEGUNDO DISCURSO DE MOISÉS, e começa no capítulo 4 e vai até o 26, sendo o mais longo dos quatro discursos ou cinco, depende de como você considera as palavras finais do Legislador de Israel. 
O grande ponto deste discurso é apresentar a Lei de Deus como a base do modo de vida na terra, segundo aquilo que agrada a Deus. Irmãos, mais uma vez, precisamos lembrar deste importante ponto da vida que Deus estabeleceu para o seu povo nesta terra. 
No trecho que veremos esta noite, Moisés estabelece uma espécie de padrão para o exercício da liderança e do governo. O foco do texto é na figura do Rei e isto propõe um estilo de nação, peculiarmente baseada no MODELO REAL. 
O REI EM ISRAEL, exerceria funções como os seus similares em outros povos, contudo, o conceito que envolve a pessoa do REI era outro. Em lugar de ser um homem que viesse a impor sua autoridade pela força ou a imposição do seu domínio, em Israel, o REI ERA CHAMADO A SER UM CIDADÃO MODELAR. Ele liderava pela concepção criacional de APRENDIZADO POR MODELAGEM. 
Nosso texto, fala sobre este MODELO DE GOVERNANÇA BASEADA NA MODELAGEM e estabelece os padrões fundamentais para que alguém seja usado por Deus para cumprir este papel. 
Num certo sentido, irmãos, todos nós, em alguma medida exercemos este papel de MODELAGEM REAL. Seja no convívio com a família, para os filhos e amigos da família, seja na vida profissional conduzindo ou servindo de modelos para os colegas de trabalho, na medida em que Deus se mostra e cuida deste mundo através nos seus filhos, seus embaixadores na terra. 
Olhe para você e deseje ser essa pessoa! Peça a Deus que use a sua vida desta forma. Mas, lembre-se: SE DEUS TE ENVIAR A ESTE MUNDO PARA MODELAR, VOCÊ PRECISA DESENVOLVER COMPROMISSO COM ESSAS MARCAS FUNDAMENTAIS. Neste texto, eu e você conheceremos as MARCAS DE UMA VIDA QUE DEUS USA PARA MODELAR SEUS FILHOS E MUDAR O MUNDO

Quem Deseja Servir a Deus Como Um Modelo Real Precisa Ter Um Elevado Comprometimento Com a Missão de Deus Para Seu Povo

Quando entrares na terra que te dá o Senhor, teu Deus, e a possuíres, e nela habitares e disseres: Estabelecerei sobre mim um rei, como todas as nações que se acham ao redor de mim, estabelecerás, com efeito, sobre ti como rei aquele que o Senhor, teu Deus, escolher, homem estranho, que não seja dentre os teus irmãos, não estabelecerás sobre ti e sim um dentre eles (Dt 17.14-15). 
Quando entrares na terra que te dá o Senhor, teu Deus (YEHOWAH ELOHEIKÁ)e a possuíres e nela habitares – Este é o tom do entendimento que Moisés quer impregnar na mente do povo de Deus. Eles deveriam compreender que o compromisso deles é em ocupar e possuir a terra QUE DEUS DÁ. Deus é o Senhor e o doador da vida, viver na terra, é manter um claro compromisso com o Senhor. Note que ele deixa claro que a terra foi dada pelo Senhor e enfatiza que este é TEU DEUS. Ele junta os dois nomes de Deus com a finalidade de lembrar o Deus do pacto e aquele que é o Criador, estabelecendo a autoridade de Deus sobre toda a realidade, espiritual e material da vida humana. Não podemos simplesmente entrar na terra e nos esquecer de que estamos na vida que o Deus do pacto, o nosso criador nos dá. Moisés conclui este pensamento inicial introdutório, dizendo QUE O NOSSO DESFRUTE DA BÊNÇÃO DA TERRA É ESTABELECIDO SOBRE UM COMPROMISSO COM QUEM NOS DEU A TERRA. 
E disseres: estabelecerei um rei sobre mim como todas as nações que se acham ao redor– Ainda estou tentando aprender melhor o significado histórico desta frase. Em 1 Samuel 8, ela me parece ser negativa, afinal, parece que o motivo de Israel desejar ter um rei era o fato de todas as nações ao redor também terem reis. Neste sentido, com certeza, o estímulo não é adequado. Mas, devemos entender também que o texto de Moisés é muito anterior e aqui, Deus não diz que este desejo é em si um motivo ruim. O que o texto faz é regular como suprir este desejo. Mas, penso o seguinte: O DESEJO DE UM REI é um processo NATURAL E CRIACIONAL DE BUSCAR MODELOS E GOVERNANÇA. Deus estabeleceu o GOVERNO como um modo de ORGANIZAÇÃO DA CRIAÇÃO. O que Moisés está dizendo é que em algum momento, o povo de Deus precisaria adotar o MODELO CRIACIONAL DE GOVERNANÇA. Quando isto acontecesse: eles deveriam buscar satisfazer este desejo natural de um modo muito peculiar. 
Estabelecerás aquele QUE DEUS ESCOLHER– Aqui, Moisés estabelece um padrão para esta escolha e ela deve recair sobre a vontade de Deus. Precisamos compreender que o nosso COMPROMISSO EM VIVER NA TERRA IMPLICA EM COMPROMISSO COM QUEM NOS COMISSIONOU A VIVER NA TERRA. O modelo que seguiremos jamais será outro que não aquele Deus estabelecer. A nossa escolha de um MODELO DEVE RECAIR SOBRE O NOSSO COMPROMISSO DE FAZER A VONTADE DE DEUS.
UM DENTRE OS IRMÃOS– Um outro aspecto que parece ser enfatizado no verso 15, repetido duas vezes no verso é a IDEIA DE QUE DEVE SER ALGUÉM COMPROMETIDO COM A NAÇÃO. Não se trata de xenofobia, meus caros, mas de pessoas comprometidas com o projeto e a missão que nos foi dada. Claro que isso tem a ver com o fato de que o nosso maior modelo é JESUS CRISTO, NOSSO IRMÃO E ESTE TEXTO ESTÁ APONTANDO PARA ELE. Contudo, eu e você precisamos servir de modelos e precisamos ter este compromisso com o projeto de Deus para seu povo. 
Devemos servir de MODELOS DE PESSOAS QUE ESTÃO COMPROMETIDOS COM A MISSÃO DE DEUS PARA O SEU POVO. Devemos nos esforçar para viver este compromisso de vida. Foi isso que Jesus estimulou tantas vezes, quando apontou o que é necessário para seguir e servir ao seu reino: QUEM VIER A MIM E NÃO NEGAR A SI MESMO NÃO É DIGNO DE MIM. 

Quem Deseja Servir a Deus Como Um Modelo Real Precisa Ter Um Elevado Comprometimento Com a Mudança do Coração do Povo de Deus

Porém este não multiplicará para si cavalos, nem fará voltar o povo ao Egito, para multiplicar cavalos, pois o Senhor vos disse: Nunca mais voltareis por este caminho (Dt 17.16). 
Aqui, vemos que o olhar se volta ao rei em si e os valores que deverão estar em sua mente e ser a sua prioridade. Neste verso 16, há dois aspectos discutidos: OS CAVALOS E O EGITO. 
Não multiplicará para si cavalos– Cavalos era o grande sinal de força dos exércitos naquele momento histórico. A ideia deste verso é que o Rei não fará da força dos seus braços, ou exércitos o seu grande trunfo. Os cavalos egípcios eram fortemente valorizados como os mais intensos cavalos de batalha. Mais tarde na história bíblica, eles serão superados pelos cavalos ferozes dos caldeus. Aqui, o Rei não pode se tornar obcecado pelo poder no modelo das outras nações, seu compromisso de força é a sua fé que Deus é o Senhor dos Exércitos. 
Não fará o povo voltar ao Egito – Nunca mais voltareis a este caminho – o que está em destaque neste verso é que esta busca de força imitando os modelos das outras nações, fatalmente levaria o  povo de Deus a amar de novo o Egito. Irmãos, o amor ao mundo é inimizade contra Deus, nos ensina o apóstolo João. Quando desejamos viver de acordo com o modelo deste mundo, logo estaremos amando ao mundo. Não voltar ao Egito é o nosso dever, enquanto filhos de Deus, uma vez que isso é que viemos fazer: SAÍMOS DO EGITO PARA SERVIR A DEUS E NUNCA MAIS VOLTAR ATRÁS. 
Quando você deseja ser um líder, deve se comprometer com a mudança de mentalidade, a mudança do coração dos filhos de Deus. Você precisa desta mudança de coração da sua família, dos seus filhos, do seu cônjuge. Precisamos de pessoas que persigam este ideal de NOVO CORAÇÃO, que está disposto a SERVIR A DEUS E A AMÁ-LO ACIMA DE TODAS AS COISAS.

Quem Deseja Servir a Deus Como Um Modelo Real Precisa Ter Um Elevado Cuidado Contra o Egocentrismo
Tampouco para si multiplicará mulheres, para que o seu coração se não desvie; nem multiplicará muito para si prata ou ouro (Dt 17.17). 
Paulo disse a Timóteo: CUIDA DE TI MESMO E DA DOUTRINA. Jean-Paul Sartre, um filósofo estruturador do pensamento EXISTENCIALISTA, buscava na ideia de auto-satisfação a verdadeira realização do homem. Para ele, o INFERNO ERA OS OUTROS. Bem, claramente este modelo EGOCENTRADO é o que predomina em nossos dias, mas não somente em nossos dias, na NATUREZA HUMANA. Ao contrário deste pensamento, lemos a Escritura dizendo que NÃO DEVEMOS PENSAR EXCLUSIVAMENTE NO QUE É NOSSO, MAS SIM, CADA QUAL, NO QUE É DOS OUTROS. 
E não multiplicará para si– o PARA SI, repetido tanto que diz respeito a mulheres, como a prata e ouro é tom principal do verso. O rei não é alguém que deve estar focado em seus interesses, em fazer a sua história. Aquele que deseja servir a Deus como MODELAR precisa se libertar disto. 
Mulheres, prata e ouro– O ponto destes exemplos é que eles lidam com valores que fundamentalmente atuam nos desejos EGOCENTRÍCOS mais fortes. A sexualidade e o materialismo são, desde sempre, fortes elementos de tentação. Os antigos gostavam de brincar dizendo que precisamos tomar cuidado com DUAS BARRAS: A BARRA DA SAIA E A BARRA DE OURO. Outros dizem que tem uma terceira: o famoso CONHAQUE SÃO JOÃO DA BARRA. Essa última na verdade é mais recente. 
O INFERNO NÃO SÃO OS OUTROS O VERDADEIRO INFERNO É O NOSSO CORAÇÃO – homens e mulheres modelares precisam tomar muito cuidado com o próprio coração pecaminoso, com suas inclinações para o mal e zelar para serem tomados pelo desejo de satisfazer a Deus e não a si mesmos. Nossos olhos devem estar na VONTADE DE DEUS e não NA NOSSA VONTADE. 
Quem Deseja Servir a Deus Como Um Modelo Real Precisa Cuidar em Moldar o Seu Coração Segundo a Palavra de Deus
Também, quando se assentar no trono do seu reino, escreverá para si um translado desta lei num livro, do que está diante dos levitas sacerdotes. E o terá consigo e nele lerá todos os dias a sua vida, para que aprenda a temer o Senhor, seu Deus, a fim de guardar todas as palavras desta lei e estes estatutos, para os cumprir. Isto fará para que o seu coração não se eleve sobre os seus irmãos e não se aparte do mandamento, nem para a direita, nem para a esquerda; de sorte que prolongue os dias do seu reino, ele e seus filhos no meio de Israel (Dt 17.18-20). 
Salomão escreveu: SOBRE TODAS AS COISAS QUE SE DEVE GUARDAR, GUARDA O TEU CORAÇÃO. Meus irmãos, foi este Salomão o maior exemplo de alguém que falhou em guardar o seu coração, contudo, o aprendizado prático deste erro, fez Salomão nos deixar os mais elevados conselhos e o homem mais acusado pela palavra destes versos de Deuteronômio. Vale a pena você ler no Primeiro Livro dos Reis, os capítulos 10 e 11. 
Quando se assentar no trono do seu reino escreverá para si um traslado desta lei – as ocupações mais importantes desta vida deveriam mais seriamente nos levar a Palavra de Deus. Lutero falava da oração que quanto maior e mais importante a sua tarefa, mais ele se dedicava em orar. Irmãos, as grandes responsabildiades que temos devem exigir de nós maior atenção e cuidado em nos aproximar da Lei de Deus. 
Guardar as palavras – cumprir os estatutos– não se atrata de um assentimento meramente intelectual, mas factual. Uma busca de mudança prática de vida e na prática da vida. Este é um ponto muito importante da realidade prática da nossa vida, que a Palavra de Deus deve ser um fator definidor de como agimos neste mundo. A ideia aqui é que o Rei não é somente um leitor da palavra, mas alguém que é conduzido por ela. 
Isto fará que que o seu coração– irmãos, pessoas modelares são pessoas que cuidam do seu coração e o guardam. Primeiramente, eles sabem que podem errar e que seu coração é falho, portanto cuidam dele para não se desviar, também cuidam dele para que ele se fortaleça e esteja pronto a enfrentar os males desta vida. 
Para que se prolongue o seu reino e o dos seus filhos– aqui, o ponto é que este cuidado é um modo de cuidar também do futuro. Curiosamente, a vida reta é um fator transformador não só do presente, mas especialmente do futuro de nossas igrejas, famílias.  
Pessoas que desejam servir a Deus como modelos precisam cuidar do seu coração e preparar a si mesmos para transformar a vida daqueles que estão sob o seu raio de ação. 

Conclusão
Hoje preciso concluir esticando um pouco mais teologicamente o texto. Porque este texto que eu li e no qual meditamos, tem a ver com a família, sob as condições perfeitas e originais de retidão e justiça original. 
Salomão nos diz que Deus criou o homem perfeito, mas ele se meteu em muitas astúcias (Ec 7.29). Então, com toda razão você deve se perguntar e pensar: SOB O PECADO SERIA POSSÍVEL ESTA CONDIÇÃO? A resposta é NÃO! SOB O PECADO E VIVENDO DESEQUILIBRADAMENTE COMO FAMÍLIA NÃO CONSEGUIMOS FAZER ISTO. 
Deus prometeu restaurar a família após a queda e isso, por meio da vida familiar de Adão e Eva. Ele olhar para o estrago que o pecado fez e disse a Adão que a saída era que ele e Eva continuassem sua jornada, porque por meio da família é que Deus traria sobre toda a criação a vida novamente. 
Eu sei que a gente vive em família e pouco percebe do projeto criacional de Deus para nossa família e nos esquecemos de que temos de levar o SHALOM DE DEUS PARA TODOS OS LUGARES ONDE ESTIVERMOS. Mesmo depois da queda, quando Deus chamou Noé, ele disse: OS ABENÇOOU e lhes disse SEDE FECUNDOS, CRESCEI E MULTPLICAI-VOS, ENCHEI A TERRA. 
Sua família vive para espalhar paz? Quais são as suas prioridades, comprar uma casa? Comprar um carro? Encaminhar os filhos? Mas, e o Reino de Deus, o Shalom, onde está a paz? 
Precisamos recuperar nossa missão criacional e voltar a ser instrumentos de Deus para que o mundo seja um lugar melhor. Precisamos trazer nossas famílias de volta para os propósitos criacionais originais. 
Deus nos conceda graça e nos ABENÇOE!!



1 Pedro 2.9

A Construção de Uma Igreja Que Espalha Luz
1 Pedro 2.9
(IP Tatuapé – Novembro 2018)

Introdução
Nossa meditação desta manhã será baseada no verso 9, do capítulo 2, da Primeira Carta de Pedro. Este verso tem uma estrutura bem simples, ele faz um contraste com as personagens citadas no verso 8, os judeus desobedientes que tropeçaram na Pedra que é Cristo e define a IGREJA com quatro cláusulas, terminando com uma conclusão de finalidade, isto é: A FIM DE PROCLAMAR AS VIRTURDES DAQUELE QUE VOS CHAMOU DAS TREVAS PARA A LUZ. 
Veja, quero que os irmãos compreendam que esta cláusula de finalidade deve ser compreendida da seguinte forma: PARA PROCLAMAR AS VIRTUDES DAQUELE QUE VOS CHAMOU DAS TREVAS PARA A LUZ, VOCÊS DEVEM DESENVOLVER: QUEM VOCÊS SÃO... AS quatro cláusulas. 
Não resta dúvida que uma das importantes perguntas que a Igreja de Cristo precisa se fazer é: TENHO SIDO LUZ NO MUNDO? Nenhum cristão deve se esquivar de fazer a si mesmo e responder essa questão. Um cristianismo que não encara de frente essa responsabilidade e a considera fundamental, no mínimo, é incoerente. 
A palavra de Jesus sobre este ponto é implacável e determinante: “NÃO SE PODE ESCONDER UMA CIDADE EDIFICADA SOBRE O MONTE; NEM SE ACENDE UMA CANDEI PARA COLOCÁ-LA DEBAIXO DO ALQUEIRA” (Mateus 5.14-15a). Qualquer cristão que deixar de lado essa natural condição da sua vida, está, para dizer muito pouco, enganando a si mesmo ou traindo o seu Senhor. 
Irmãos, sei que estes termos são duros e desafiadores. Contudo, precisamos falar sobre a natureza da nossa realidade como a Igreja de Cristo neste mundo e enfrentar aquilo que ouso chamar de “A Construção do Nosso Caráter Como Igreja”. Isso implica, necessariamente, em SERMOS LUZ NESTE MUNDO. 
Considerando atentamente o que Pedro nos diz na sua primeira carta, capítulo 2, verso 9, dentro do contexto do próprio capítulo que fala sobre a Igreja como sendo um edifício que é construído por pedras que vivem, isto é, uma casa espiritual formada pelo conjunto dos crentes que se aproximam de Cristo, podemos aprender que a Igreja é chamada para ser uma anunciadora das virtudes daquele que nos chamou das trevas para a luz. 
Desta forma, o que devemos pensar é que anunciamos Cristo com nossa própria vida iluminada, com o resultado do que ele próprio produz em nós, isto é, nos conduzir da escuridão para a área iluminada da sua presença. Olhando para nós, os homens, verão a luz e vendo a luz, glorificarão a Deus. 
Assim, brilhe, também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus (Mateus 5.16). 
Refletindo sobre o ensino de Jesus a respeito da natureza da Igreja, Pedro percebeu que em seus dias, as dificuldades que assombravam a vida dos crentes, como a perseguição avassaladora do Império, seriam uma forte tentação para fazer o crente desistir de sua verdadeira missão. Então, ele os convoca a novamente reunir forças e a repensar quem eram neste mundo, com a finalidade de jamais abandonarem ao seu chamado e negar quem eram em Cristo Jesus e a sua missão neste mundo. 
Meus irmãos, isto é o que eu quero lhes lembrar esta manhã: QUEM É A IGREJA PRESBITERIANA DO TATUAPÉ. Eu quero convidar os irmãos a desejarem comigo este ideal: CONSTRUIR UMA IGREJA QUE ESPALHE A LUZ DE CRISTO. Essa para a qual fomos chamados, a qual nos inundou e nos mudou o coração. IRMÃOS, DESEJO DE TODO O MEU CORAÇÃO, EMPREENDER MINHA VIDA NESTA TAREFA DE SER LUZ E AJUDAR MEUS IRMÃOS A SEREM LUZ NESTE MUNDO. 
Os elementos que precisamos agregar para CONSTRUIR UMA IGREJA QUE ESPALHA A LUZ já nos foram dados, precisamos, portanto, sempre RELEMBRAR e sempre RETOMAR A VIDA PRÁTICA DA LUMINOSIDADE. Para espalhar a luz de Cristo neste mundo, para que a Igreja seja uma refletora da luz ela precisa desenvolver sua natureza iluminada. 

A Construção de Uma Igreja Que Espalha Luz Começa Em Uma Vigorosa Consciência de Chamado

“Vós, porém, sois raça eleita”

Pedro está usando uma linguagem interessante, afinal, ele está fazendo uma comparação da IGREJA com o POVO DE ISRAEL. Sim, Israel era chamado de a RAÇA ELEITA, o povo que Deus havia escolhido em Abraão e eles se julgavam o único povo de Deus. Eles entendiam que apenas judeus de nascimento poderiam ser salvos, mas uma das maiores lições que Pedro aprendeu depois da ressurreição foi o fato de que Deus tinha povo entre os gentios. 
Aqui, então, ele está escrevendo para a Igreja e ela precisava desenvolver essa VIGOROSA CONSCIENCIA DE SEU CHAMADO, DE SUA ELEIÇÃO PARA SER A IGREJA DE DEUS. Você talvez não pense no que isso significa, mas eu desejo que você hoje pense sobre isto. 
RESPONSABILIDADE PARA COM QUEM ME ESCOLHEU– As implicações da consciência deste chamado devem mudar algumas coisas na sua vida. A primeira delas é o seu senso de responsabilidade para com aquele que te escolheu. A eleição de Deus, na mesma medida em que é um presente que qualifica a nossa vida para o relacionamento com Deus, por outro lado, neste texto, é uma responsabilidade, pois Deus escolheu ser conhecido neste mundo a partir da sua vida. 
RESPONSABILDIADE PARA COM AQUELES QUE PRECISAM QUE EU REVELE AS SUAS VIRTUDES– Tão séria e importante quanto a primeira responsabilidade, está diante de nós a implicação desta segunda parte. Em outras palavras, Deus escolheu que pessoas conhecerão suas virtudes a partir d asua vida como RAÇA ELEITA. Israel é um bom exemplo de falha neste sentido! Os povos da terra conheceriam a Deus por meio da vida do povo de Israel, veja o Salmo 67. Contudo, Israel parece não ter pensado seriamente sobre essa responsabilidade e envergonhou o nome de Yahweh entre as nações. 
Com certeza, há muitos crentes tem faltado essa VIGOROSA CONSCIENCIA DE CHAMADO e o resultado disto é uma IGREJA FRACA, POUCO COMPROMETIDA e PREGUIÇOSA. Com certeza, precisamos revisitar essa nossa percepção de nosso chamado e de nossa missão neste mundo e pensar seriamente sobre estes compromissos e implicações com Deus e com o mundo que precisa conhecer a Deus. 

A Construção de Uma Igreja Que Espalha Luz É Sustentada Pela Convicção de Ter Um Relacionamento Pessoal Com Deus

“Vós, porém, sois sacerdócio real”

Israel era um povo chamado para ser um REINO DE SACERDOTES. Isso podemos ler em Êxodo 19.5-6. Deus desejou que este povo tivesse com ele um relacionamento pessoal e íntimo, para que eles pudessem apresentar a Deus ao mundo, de uma forma completa. 
Os sacerdotes eram homens separados exclusivamente para conviver com Deus, para entrar na atmosfera da presença de Deus e se relacionar diariamente com o Senhor. Eles, os sacerdotes, deveriam ser modelares e conduzirem os homens a Deus. 
Sacerdórcio real– Isto é um “reino sacerdotal”, que implica em ser um reino onde todos nós temos a missão de estarmos sempre em completo relacionamento pessoal com Deus para que os homens conheçam a Deus, olhando para homens que com ELE convivem. 
Quando Moisés descia do monte, seu rosto iluminado, indicava claramente que aquele homem estivera com Deus. O Salmo 67 nos traz a petição de que o ROSTO DE DEUS RESPLANDECER O NOSSO ROSTO PARA QUE OS HOMENS NOS VEJAM E CREIAM EM DEUS e na sua salvação.  
Este é mais um ponto que infelizmente tem sido negligenciado em nossos dias. Precisamos voltar a buscar intimidade com Deus. Isto se constrói meditando dia e noite nas Escrituras, buscando e vivendo com Deus em oração, em temor diário, meus irmãos. 
O que sustenta a Igreja é o convívio dos crentes com Deus. Não temos super heróis que façam todo o trabalho por nós, TODOS SOMOS SACERDÓTES, PORQUE SOMOS UM REINO DE SACERDOTES, pessoas que devem estar diariamente com Deus. 

A Construção de Uma Igreja Que Espalha Luz É Ampliada na Identificação do Crente Com a Pureza

“Vós, porém, sois nação santa”

Acredito que estamos falando de uma consequência das duas primeiras cláusulas. Ou seja, o homem que tem consciência do seu chamado e anda com Deus em intimidade, claramente viverá de forma separada e pura. Contudo, aqui, Pedro parece ter uma clara percepção da importância de sabermos a diferença entre quem somos nós e quem é o mundo. 
Nação santa– (Etnos hágios) – Dt 7.6 – Uma nação de homens que sabem que pertencem ao povo de Deus, que têm consciência de quem são. Pedro irá ampliar este conceito, falando sobre sermos peregrinos neste mundo, nos versos 11 a 17. Ele vai dizer que nossa santidade não pode ser maculada pela ação negativa do mundo e do modo de vida deste mundo. Isso precisa ser muito considerado em nossa igreja. 
Cada crente um embaixador de um reino puro, o reino de Deus, separado deste mundo, marcado pela santidade de Deus e de seus filhos. Sede Santos, como vosso Pai é santo, este é um dos pontos que ele tratou no capítulo 1, verso 16. 
Para mostrarmos as virtudes de Deus ao mundo, precisamos saber que devemos nos parecer com nosso Pai e isso é que revela de quem somos filhos. Portanto, não há espaço para quem deseja se parecer com o mundo e viver segundo o curso deste mundo.  

A Construção de Uma Igreja Que Espalha Luz é Estabelecida na Disposição de Servir a Deus e Não a Si Mesmo

“Vós, porém, sois povo de propriedade exclusiva de Deus”

Por fim, povo de propriedade exclusiva de Deus é a cláusula final. Aqui, Pedro retoma um dos temas que ele trabalhou no capítulo primeiro, quando afirmou que fomos comprados pelo preço do precioso sangue de Cristo (1.19). 
Ele trabalha com uma ideia clara de que não estamos neste mundo para construir o nosso reino, ou realizar a nossa vontade. Uma igreja que espalha a luz, as virtudes iluminadas de Deus, precisa estar ciente e disposta a viver para seu verdadeiro dono e Senhor, precisa estar disposto a ser usada por Deus. 
Enquanto mantivermos uma atitude egoísta de só fazer o que é confortável para nós e só sermos determinados naquilo que nos beneficia, jamais alcançaremos a graça de espalhar a luz de Deus neste mundo. 
Podermos fazer coisas de Igreja, elaborar trabalho com o nome de Igreja, acharmos que estamos sendo igreja de Cristo, mas estaremos apenas fazendo o que nos agrada e apresentando ao mundo, o próprio mundo que carregamos em nosso coração, enquanto o nosso alvo for a nossa vontade e o nosso prazer. 
Eu e você precisamos da ampliação de estarmos fazendo a VONTADE DAQUELE QUE NOS ARREGIMENTOU PARA ESTA LUTA. A igreja só cresce, quando ela cresce no desejo de fazer a vontade de Deus.
Jesus, em sua vida toda foi assim. O texto de Isaías diz que a VONTADE DE DEUS PROSPERÁ NA SUA MÃO e ELE próprio disse: SEJA FEITA A TUA VONTADE E NÃO A MINHA. 
A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou (Jo 4.34). 
Meus irmãos, precisamos compreender que este deve ser o nosso alvo, conhecer a vontade de Deus e discerni-la para vivermos segundo o seu querer e fazer o que Ele quer que façamos. Essa consciência amplia a nossa possibilidade de espalhar luz neste mundo. 

Conclusão e Aplicação

Igreja Presbiteriana de Tatuapé
Meus irmãos, Deus está nos chamando para abençoar vidas neste bairro, nesta cidade e neste país. Eu tenho o propósito de entregar meus próximos anos de ministério a serviço do Senhor e quero aprender a alcançar vidas e a transformar o lugar onde estamos. 
Tenho compreendido o desafio do Senhor para minha vida aqui com os irmãos e sido animado na minha alma, no meu coração, com grandes sonhos e possiblidades. Mas, de verdade, quero muito humildemente entregar a minha vida  a Deus para espalhar a sua luz e oferecer meus dons para o pastoreio para andar com os irmãos e colaborar para que esta Igreja seja um luzeiro. 
Quero lhes pedir irmãos, que pensem comigo e andem comigo na mesma direção. Mas para construirmos essa igreja espalhadora de luz, precisamos desenvolver, cada vez mais essas quatro percepções: 
Consciência de Chamado– NO nosso caso, perceber que estamos num bairro privilegiado e não podemos negligenciar as bênçãos que o Senhor nos deu. Portanto, consciência do chamado para influenciar um dos melhores bairros da maior cidade do Brasil e uma das maiores do mundo. Deus vai cobrar isto de nós e eu quero dizer sim para meu Deus. 
Convicção de um Relacionamento Pessoal Com Deus– devemos nos lembrar da frase de Jesus: SEM MIM NADA PODEIS FAZER. Precisamos nos dedicar em aprender mais de Deus e a estar mais perto de Deus. Preciso que cada crente cuide de sua vida espiritual de forma dedicada. Eu irei ensinar doutrina, buscar pregar a verdade da Palavra, estimular o culto para que seja edificante, mas isso tudo nada causará se sua vida com Deus não for autêntica  e pessoalmente cultivada. 
Identidade Cristã Santa– Os homens desejarão a Cristo, quando virem Cristo em nós. A beleza de Cristo e o seu bom perfume tem que ser sentido em nós. Meus amados irmãos, vamos cuidar de nosso testemunho e de nossa vida neste mundo. Por isso, precisamos do exercício da disciplina, mas não somente a disciplina eclesiástica, mas a disciplina pessoal, que se exige viver como Cristo e a buscar a excelência de viver e andar como ele andou. Cada crente, deve ser um reflexo de alguém que esteve e vive com Cristo. 
Desejo de servir a Deus-  As virtudes de Deus serão conhecidas na medida em que você for usado para isto. Deus determinou que este seria o método e aqui estamos nós, em um mundo incrédulo, que nos odeia, que nos repele. Contudo, estamos aqui para servir a Deus e a não a nós mesmos. Sei que é importante que construamos nossos patrimônios pessoais e pensemos em nossas famílias. Mas juntos, precisamos deixar um legado para nossos filhos e será uma igreja bela, que seja um reflexo da luz de Cristo, que vive para Deus! Isso passa pela nossa dedicação. Por favor, irmão, não me deixe sozinho nos trabalhos, não abdique da sua tarefa, não abandone a fé, não deixe o barco. Invista nesta obra, financeiramente, emocionalmente, com seus dons e talentos. Tenha consciência de que você foi comprado para isto e não tem o direito de não fazer o que Deus pede. 

Oração
Senhor Deus, dá-nos a percepção do privilégio que temos de viver para ti, sendo o seu povo e podendo espalhar a sua luz ao mundo. Que muitos se convertam em nosso ministério de Igreja espalhadora da luz e que muitos conheçam a Ti, inclusive nós mesmos conheçamos mais e mais ao Senhor. Em Cristo, amém. 



11 de novembro de 2018

Gênesis 3.15

A Primeira Promessa – O Início de Uma Fé Escatológica
Gênesis 3.15

“Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente, este te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar”


Introdução
Quebrada Carthuasanta, no Perú, a mais de cinco mil metros acima do nível do mar é uma parede de pedra em Arequipo, parte da Cordilheira dos Andes. Ali, há uma fenda de mais ou menos um metro, donde flui um veio de água que rola montanha abaixo e que depois de percorrer mais de 6.900,00 se encontra com o mar. Ao se encontrar com o mar, aquela pequena nascente já havia tomado vários nomes, terminando o seu percurso como Rio Amazonas, o mais caudaloso de todos os rios do planeta e o segundo maior em extensão e percurso. 
Gênesis 3.15 é como essa nascente da Quebrada Carthuasanta, uma pequena fenda no alto da montanha que percorre toda a história humana e um dia desembocará na eternidade, percorrendo uma longa extensão histórica, formando um caudaloso rio de bênçãos sobre a humanidade que um dia estará diante do trono, cantando a glória daquele que foi prometido, o Filho do Homem. 
Obviamente a nascente da Quedrada Carthuasanta será fortemente ajudada por mais de 1000 outros veios de água e incontáveis fontes desconhecidas que somam suas forças de água para formar o poderoso Amazonas, que em algum lugar na Amazônia também se chama Solimões e se junta ao Rio Negro, seguindo o seu destino até à pororoca no Oceano Atlântico. 
Também a promessa mãe de Gênesis 3.15 se somará a milhares de pronunciamentos divinos construindo a mente e formando um caudaloso pensamento que nos leva ao Trono da Glória do Cordeiro, onde o Filho do Homem se assenta poderoso e vitorioso. Estes elementos que se agregam são expansões e pensamento, que formam o pensamento que Deus deseja produzir para que o sirvamos pela eternidade. 
Caros irmãos, começamos neste domingo uma série de mensagens e reflexões sobre as promessas bíblicas da vinda de Jesus. São sete domingos que chamamos de “Advento”, que servem à liturgia cristã como um momento de reflexão sobre a vinda de Jesus ao mundo nos preparando para a grandiosa data do nascimento de Cristo. 
Hoje, veremos a promessa mãe e como ela dá startinicial e como delineia as primeiras noções do pensamento que Deus deseja construir em nós, para que o sirvamos por toda a eternidade. 
Gostaria de começar apresentando um conceito que estou trabalhando ultimamente, já há um ano aproximadamente e tenho exposto nos estudos bíblicos sobre o Reino de Cristo, também já falei em algumas Escolas Dominicais. Este é conceito anuncio com o seguinte tema: NO PRINCÍPIO ERA O FIM. A ideia é que o que desde a eternidade Deus desejou não era um homem como Adão, mas ele sempre planejou que sua principal criação, o homem fosse à semelhança de seu filho eterno, Jesus Cristo. 
O homem que Deus sempre desejou ter pela eternidade em sua companhia, adoroando-o por toda a eternidade, era alguém que olharia para o trono com o sentimento de quem foi eternamente salvo pela graça. E essa mentalidade começa na promessa mãe, em Gênesis 3.15. 

Para A Construção de Uma Fé Escatológica Precisamos Estar Conscientes de Que Deus o Pai Pessoalmente Tem Interesse em Nós

“Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente, este te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar”

Porei– O texto é uma palavra do Criador para a serpente. Ele está no domínio da cena deste o momento em que o homem comeu do fruto e percebeu a sua chegada. A palavra de restauração é uma palavra do próprio Deus, ele pessoalmente está interessado em trazer o homem de volta a si mesmo e libertar o homem do jugo do maligno. 
Precisamos considerar com muita clareza que a nossa vida cristã é resultado direto da vontade ativa de Deus. Não podemos tratar a nossa caminhada cristã apenas como algo nosso, como se o Cristianismo fosse apenas um movimento de homens, seguindo um planejamento humano ou resultado ocasional da sociologia humana. 
Os elementos que devem estar impregnados em nossa mente, quando estivermos diante do trono do Cordeiro é a de que aquele resultado final é o resultado prático da vontade de Deus e do seu agir na história. 
Grandes e admiráveis são as tuas obras, Senhor Deus, Todo Poderoso! Justo es e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei das Nações! (Apocalipse 15.3). 
Deus age na história fazendo a sua vontade prevalecer– Deus propõe os caminhos que a história irá percorrer e como ele fará prevalecer a sua vontade e como a sua vida seguirá o curso que Deus tem traçado. 
Precisamos desenvolver esse tipo de fé, que tem paz no que Deus faz e como ele dirige os nossos passos. Irmãos esse amadurecimento da nossa fé é imprescindível para que nos tornemos este povo cheio de fé e que poderá servir ao Senhor com alegria, não importando quais sejam as circunstâncias.
Olhamos para frente, isto é, cremos escaologicamente com paz de que tudo seguirá o curso da vontade de Deus e ele o fará prontamente. Isso nos tranquiliza e isso fortalece nossa fé. 

Para A Construção de Uma Fé Escatológica Precisamos Estar Conscientes da Inimizade Que Há Entre os Filhos da Luz e o Mundo

“Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente, este te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar”

Inimizade entre ti e a mulher– a sequência é dominada por um resultado, uma oposição clara, imposta pela vontade de Deus que deseja que haja uma clara separação entre as duas descendências. 
Meus irmãos, aqui o que temos é que Deus deseja que fique clara uma distinção entre os filhos da luz e os filhos das trevas. Este pequeno veio de fé será completado ao longo da Escritura, quando Deus irá mostrar que tem um povo distinto, escolhido, separado para si e tirado de entre os homens caídos para ser seu povo exclusivo. 
Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a luz (1Pedro 2.9). 
A ferida na cabeça da serpente a ferida no calcanhar– não podemos ler essa passagem sem lembrar da cruz e de como ela se encaixa na história da redenção sendo exatamente ali que o Rei foi ferido de morte, mas também ali que feriu de morte a morte. Ali, ele suplantou o seu inimigo e ali cumpriu o que estava proposto nesta primeira promessa. 
Evidentemente a inimizade que gera essa ferida não pode ser considerada apenas como uma inimizade a Cristo, mas como a todos os que são de Cristo também. A Escritura propõe claramente esse pensamento e isto é o que precisamos saber e conhecer para nos portar neste mundo como filhos da luz e não compactuar com as obras das trevas. 
Pois, outrora éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz, porque o fruto da luz consiste em toda bondade, e justiça, e verdade, provando sempre o que é agradável ao Senhor. E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas, antes, porém, reprovai-as (Efésios 5.8-11). 
Uma fé escatológica consistente, olha para frente com a consciente posição de que estamos colocados neste mundo para sermos a luz do mundo e que temos o dever de viver para Deus, segundo a luz, mostrando sempre a quem pertencemos.

Para A Construção de Uma Fé Escatológica Precisamos Estar Conscientes de Que Jesus Nosso Rei é Vencedor
“Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente, este te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar”

A Ferida na Cabeça– o que precisamos destacar aqui é que essa inimizade não se trata de uma luta de iguais, como se na verdade, o Diabo estivesse de fato com alguma chance de vencer a Cristo. O que temos aqui é o poderoso Senhor dos Senhores, Rei dos Reis, recebendo o mandato de ser o vitorioso da história. 
Evidentemente, qualquer guerra é em si um combate e merece toda a seriedade e consideração cuidadosa da nossa parte. Não estamos em um passei turístico por uma região onde houve uma guerra, nem assistindo um filme de guerra, mas estamos em uma luta verdadeira contra o inimigo de nossas almas, contudo, diante da nossa guerra, há um elemento que deve nos preencher e encher de esperança: JESUS CRISTO É O VENCEDOR. 
A fé escatológica é aquela que se completa em esperança na vitória de Cristo e o efeito disto é CERTEZA E PAZ.
Certeza– esta é a postura que nos faz confiar na palavra de Deus e na sua providência. A própria ideia de promessa tem como objetivo nos fazer ter essa confiança. Em um mundo que nos questiona, que nos imprime a dúvida, que tenta minar nossa fé e desviá-la, precisamos saber e confiar no fato de que estamos ao lado do Senhor, que vencerá. 
Em Cristo, somos mais que vencedores!
Paz– paz é o estado de alma em uma total e completa tranquilidade nos faz viver os momentos sem perturbações. Ainda que haja tempos de guerra, sabemos que um dia, Cristo virá em nosso socorro e nossa vida, nele estará sempre segura. 
A minha paz vos dou! 


Conclusão
Irmãos, note como a promessa mãe está impregnada de ensinos que a Escritura irá desenvolver ao longo do grande percurso da história. Precisamos manter nossa fé sustentada nestes caminhos antigos e firmar nossa esperança nas promessas do Senhor. os
Precisamos confiar no AMOR DE DEUS e no fato de que Ele pessoalmente está interessado em nossa vida. Não devíamos em tempo algum negligenciar isso, não deveríamos, em tempo algum, deixar nossa mente perder isso de vista e nos desviar desse propósito final de sermos o seu povo exclusivo. 
Também precisamos lembrar que precisamos considerar que somos filhos da luz e nunca permitir que nossa vida se construa fora dessa verdade. Sempre devemos pensar em que temos o dever de viver de forma distinta para agradar a Deus sempre. 
Por fim, certeza e paz devem ser o travesseiro do nosso coração, de uma maneira que vivamos de forma serena e comprometida com a verdade, sem nos desviar e sem negociar nossa fé. 
Deus nos conceda graça e nos ABENÇOE!!



4 de novembro de 2018

Salmo 78.65-72

A Gloria do Governo Pastoral de Cristo
Salmo 78.65-72


Introdução
Conforme já vimos em algumas oportunidades anteriores, o Salmo 78 tem como propósito central construir uma nova mentalidade sobre como viver debaixo do governo de Davi, o ungido do Senhor (o Cristo). Notamos e enfatizamos que este Salmo apresenta a Palavra de Deus como o fator de educação, cuja força seria a de nortear as gerações futuras a viverem como súditos do reino eterno, que havia se estabelecido na pessoa e obra de Davi, que era um tipo do próprio Reino Eterno de Cristo. 
Contudo, o Salmo constrói essa mentalidade apontando ao povo a dificuldade que havia de se submeter à autoridade e governo de Deus. Vários versos mostram estes ciclos de rebeldia do povo e da demonstração da misericórdia e graça de Deus em sempre salvar os seus. 
Por fim, esta última porção, parece nos mostrar um movimento definitivo. Asafe, o autor do Salmo, indica um ato redentivo poderoso e final: a chegada do Rei Davi. Ele está refletindo a sua própria história quando viu a arca da aliança finalmente entrando em Jerusalém, no dia em que o próprio Davi a havia conduzido para dentro da cidade. 
Nestes versos finais, ele reflete sobre a natureza daquele santo governo que estava se instalando sob o poder e autoridade do Altíssimo. Assim, este Salmo é concluído com uma palavra sobre a natureza pastoral deste governo. A premissa é simples: somos um povo rebelde, mas nosso Senhor, nos conduz a si mesmo como um pastor cuidando de um rebanho. 
Eu os convido a refletirem muito sobre o modo como Cristo estabelece o seu governo em nossa vida e as reações que Deus espera que tenhamos sob o seu pastoreio e governo. Lembrando que o Salmo realça a nossa dificuldade em nos submeter a Deus, devemos ouvir este trecho do Salmo e nos permitir submeter à direção que ele nos dá em Cristo.

O Governo Pastoral de Cristo Manifesta Sua Glória na Força Que Ele Está Disposto a Empregar Para Nos Livrar de Tudo Que Interfere na Nossa Comunhão Com Ele
A cláusula final do Salmo é introduzida como uma conclusão da história, um ponto alto e culminante de tudo o que está sendo avaliado na história do povo de Israel. Nos versos anteriores, ele mostrou como poderosamente os livrou do Egito, mas eles se rebelaram contra Deus no deserto; como ele os introduziu em Canaã e venceu poderosamente os seus inimigos e eles acabaram se envolvendo com a idolatria da terra e por fim, Deus se indignou contra eles e os abandonou, levando a força da arca da aliança para uma terra estranha. 
Por isso, abandonou o tabernáculo de Silo, a tenda da sua morada entre os homens, e passou a arca da sua força ao cativeiro, e a sua glória, à mão do seu adversário (Salmo 78.61). 
Desta forma, Asafe está reconstruindo os movimentos de Deus na história e as lições, isto é, as parábolas enigmáticas da história, por meio das quais Deus educaria o seu povo para o amar. Até que a partir do verso 65, ele conclui: 
Então, o Senhor despertou como de um sono, como um valente que grita excitado pelo vinho; fez recuar a golpes os seus adversários e lhes cominou perpétuo desprezo (Salmo 78.65-66). 
Então – Primeiramente, a cláusula de conclusão final que introduz o último texto, nos mostra que Asafe pronto a falar sobre um passo definitivo e conclusivo da história, do que realmente Deus pretende. Isso aponta para a importância do governo messiânico de Davi, como o ato final de como Deus quer conquistar o coração do seu povo.   
Despertou como de um sono – como valente excitado pelo vinho– este despertamento de Deus é como ele deseja que o povo perceba o agir de Deus, as mudanças que ele provoca repentinas e poderosas. Por isso a ideia de que alguém que desperta de um sono rapidamente e o faz com a força de um homem encorajado para a batalha, com o entusiasmo. 
Fez recuar a golpes os adversários– ele não encontra resistência por que o seu agir é podoreso. Os seus golpes são muito superiores a tudo o que os seus opositores podem oferecer de resistência, porque ele não está medindo forças, mas realizando a sua vontade para libertar o seu povo. 
Lhes cominou perpétuo desprezo– Ele usa aqui uma linguagem jurídica de lhes penalizar, ou determinar a pena de perpétuo desprezo. A palavra perpétuo aqui é a ideia de que os inimigos da nossa comunhão com Deus serão para sempre (olam) lançados para a sua perdição e o seu desprezo, sendo esquecidos na sua derrota. 
Meus irmãos, a linguagem que antecipa estes versos, assim como a linguagem destes dois versos é uma tentativa de mostrar que o governo de Cristo será implacável no sentido de nos livrar de nossos inimigos. O novo testamento adorna esta realidade, especialmente em Apocalipse que nos informa que Cristo era o Rei vitorioso, o Vencedor que saiu para vencer, o Rei dos Reis e o Senhor dos Senhores, como está escrito em sua coxa. Ele nos livrará com poderosa mão de todos os nossos inimigos. O cetro de Judá é um cetro de ferro! 
Precisamos valorizar o que realmente Cristo fez por nós. Sua morte na cruz não foi apenas a sua demonstração de entrega humilde, mas a Cruz e a Ressurreição, como vamos nos lembrar hoje na ceia é a sua maior demonstração de força, porque na Cruz ele impõe a vitória e a vergonha sobre os nossos inimigos, especialmente a morte e o Diabo. 
E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos; tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz; e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz (Colossenses 2.13-15). 
Eu e você precisamos ser menos tolos ao considerar o que Deus fez por nós e nos submeter mais ao governo de Cristo, uma vez que o maior poder do universo foi usado por Cristo na cruz para nos salvar. Essa nossa falta de consideração a isso é um dos fatores que interfere em nosso serviço dedicado ao Reino. Precisamos compreender que não temos nem o direito e nem o poder de viver sem servir e nos submeter a Ele, que é poderoso.

O Governo Pastoral de Cristo Manifesta Sua Glória no Fato de Que Ele Não Segue o Nosso Padrão Mas Usa dos Seus Próprios Meios Para Nos Guiar
Um dos problemas com as ovelhas é que elas são animais não só indefesos, mas pouco inteligentes. Elas não conseguem perceber que seus inimigos estão prontos para as devorar e se aventuram no seu caminho. Os leões possuem suas garras, os antílopes sua velocidade para fugir, até os gatos arrepiam os seus pelos e empunham suas garras, os cães latem e mostram os dentes, mas as ovelhas, ficam lá olhando para o lobo, com um olhar parado, comendo calmamente a sua grama, como se nada estivesse errado. Ela se acha forte e intocável, embora seja uma presa fácil. 
Além disso, rejeitou a tenda de José e não elegeu a tribo de Efraim. Escolheu antes a tribo de Judá, o monte Sião, que ele amava (Salmo 78.68). 
Rejeitou a tenda de José a Tribo de Efraim e escolheu Judá– Aqui Asafe está fazendo uma referência ao fato de que a Arca da Aliança havia permanecido por um tempo em Siló, que ficava na tribo de Efraim e ele mostrou que as coisas de Deus funcionam do jeito de Deus e não do homem. Então, o que Deus esperava era cumprir aquilo que estava no seu coração e não o que o homem aceitava como razoável. Não se mostrou adapatável aos planos humanos, mas buscava sempre a sua vontade e a vontade de Deus era que o seu trono fosse em Sião e não em Siló, seu governo seria por meio de Judá e não de Efraim. 
A quem amava– não pense na leitura de salvação como a que fazemos hoje. Deus não estava rejeitando a salvação da tribo de Efraim ou declarando que não os amava. Apenas está nos mostrando que ele havia escolhido um caminho melhor para seguir e não aquele que a história havia escolhido, quando a arca foi conduzida a Canaã por mão dos filhos de Efraim. 
Quem introduziu o povo na terra de Canaã foi um general efraimita e a arca permaneceu no seio desta tribo, a tribo de Josué. Mas Deus havia escolhido um outro modo de guiar o seu povo. Asafe está refletindo sobre isto e concluindo que Deus havia escolhido um outro caminho e não aquele que Israel tinha seguido, por sua própria força. 
Mais tarde, no reino dividido, Efraim se tornará o centro do reino do norte a quem seguirão outras 9 tribos e as Escrituras mostrarão que este foi um dos grandes reinos do norte, que nunca deveria ter se afastado de Judá e de Jerusalém. 
E construiu o seu santuário durável como os céus e firme como a terra que fundou para sempre (Salmo 78.69). 
O Seu santuário durável e firme– aqui, em contraste com Siló, a tenda móvel, Deus proveu para si em Jerusalém uma morada que não se movia. Mais tarde com Salomão, essa morada se tornará ainda mais firme, com a construção definitiva do Templo. Devemos compreender essa ideia de que o caminho de Deus é seguro e firme, enquanto o nosso é vacilante e provisório. 
Precisamos considerar com cuidado este ponto sobre o governo de Cristo na nossa vida. Não é ele quem deve nos seguir, mas nós devemos segui-lo. Não podemos fazer daquilo que amamos o centro da vontade de Deus, mas o contrário, devemos fazer daquilo que Deus ama o centro da nossa vontade. Precisamos como ovelhas, preferir o que ele prefere e desejar o que ele deseja para nós, para vencermos a nossa fraqueza, precisamos confiar na força dele. 

O Governo Pastoral de Cristo se Manifesta na Eternidade e na Integridade do Rei
Nestes versos finais a personagem principal é o próprio Rei Davi. No versos 69, ele apresenta a adoração superior e eterna que ele deseja do seu povo e, em seguida, como se estivesse dizendo como nós chegaremos a este estado de adoração eterna, ele fala sobre o pastor que nos conduzirá a Deus: Davi. Ele é apresentado como o resultado prático da vontade de Deus e no final, é descrito em termos de como é o seu coração diante de Deus, integro.
Também escolheu a Davi, seu servo, e o tomou dos redis das ovelhas; tirou-o do cuidado das ovelhas e suas crias, para ser o pastor de Jacó, seu povo, e de Israel, sua herança (Salmo 78.70-71). 
Escolheu Davi seu servo– a história mostrou claramente o infortúnio do governo de Saul, o benjamita, cuja escolha de Deus serviu para mostrar ao povo que o homem que Deus aprovava não tinha força em si. Ele era um improvável rei aos olhos humanos, mas aos olhos de Deus suficiente. 
O tomou das ovelhas– Davi era só um pastor de ovelhas, um trabalho entregue aos filhos mais novos, não tão aptos para a guerra como os filhos mais velhos. Ele o tirou de detrás do rebanho, onde passava os seus dias no anonimato, longe das atenções dos homens. Contudo, de onde ninguém poderia imaginar, Deus suscitou o seu verdadeiro pastor. A história de Jesus, de Nazaré é muito semelhante, você sabe disto. 
Para ser o pastor do seu povo– o povo precisava aprender com essa parábola enigmática da história. Deus nos guia pelo seu próprio método e escolhe o modo e a pessoa para fazê-lo. O mais improvável dos filhos de Jessé é o escolhido de Deus para apascentar seu povo. Isso é uma lição importante que precisamos atentar para aprender. Deus escolhe como irá nos conduzir e não somos nós que dizemos para Deus como queremos ser pastoreados. Essa lição é fundamental! 
E ele os apascentou consoante a integridade do seu coração e os dirigiu com mãos precavidas (Salmo 78.72). 
A Integridade do Coração de Davi– Obviamente, Asafe estava pensando na integridade do Rei Davi e no modo como ele amava verdadeiramente a Deus e estava disposto a ser o modelo para todo o Israel neste sentido. A vitória dele sobre Golias, enfatizou este amor e zelo a Deus. 
Os dirigiu com a palma das mãos -  Aqui, Asafe está dizendo que Davi era um homem que tinha habilidade detalhista para conduzir o seu povo. As mãos em concha, indicam o cuidado e a delicadeza deste trabalho, feito com força para vencer os inimigos mas com amor no que tange ele se manifestar em nosso favor. 
A glória do governo de Deus se revela no seu amor por nós e nos detalhes impressionantes de seu cuidado zeloso, de seu amor generoso por nós. Isso aponta para o fato de que a glória de Deus é mais e mais vivida e desfrutada quando estamos atentos para como Deus nos ama e cuida de nós na jornada, levando-nos pelo lugar certo. 

Conclusão

Meus irmãos, precisamos atentar para o fato de que Deus nos ensina pelo modo como o seu pastorei se manifesta na nossa vida. Ele nos chama a nos submeter com mais amor e dedicação ao seu pastoreio e governo sobre nós. 
Desfrutar da glória de Deus é o nosso alvo existêncial e a melhor maneira de apreciar isso é aprender a saborear o seu pastoreio, isso é, como Jesus Cristo nos conduz pela vida e nos faz viver no estado de adoração eterna. 
Irmãos, precisamos de mais disposição de alma para lutar e reconhecer o seu poder agindo em nosso favor na sua morte e na sua vitória sobre o pecado em nosso favor. Também precisamos considerar que este amor tem seu caminho soberano e precisamos ser mais submissos e submetidos à sua vontade. 
Volto a dizer: Não podemos fazer daquilo que amamos o centro da vontade de Deus, mas o contrário, devemos fazer daquilo que Deus ama o centro da nossa vontade. Precisamos como ovelhas, preferir o que ele prefere e desejar o que ele deseja para nós, para vencermos a nossa fraqueza, precisamos confiar na força dele.
Por fim, saiba que o coração de Jesus é íntegro, isto é, ele não se desvia do seu propósito e ele é o nosso modelo fundamental. Doutra sorte, devemos considerar que este seu amor a Deus nos é mostrado quando ele nos ama. 
Piedade é viver para desfrutar deste amor, percebendo-o na história todos os dias e submetendo-se a ele para nosso próprio bem.