26 de outubro de 2014

Daniel 5.13-31


Quando Deus Pesa Nossas Ações
Daniel 5.13-31


Introdução
A profecia de Daniel se passa no território da Babilônia, onde o profeta de Deus vê uma sucessão de reinos: Nabucodonosor, Belsazar, Dario e depois a própria profecia da queda do Império Medo Persa e do próprio Império Grego, seu sucessor.
Esta grande profecia nos conta que o Reino realmente pertence ao Deus Eterno, o  qual  está preparando o seu reino final, sobre o qual, Daniel é convidado a esperar, descansando o seu coração naquelas promessas do Senhor.
As lições desta grande profecia estão ligadas ao reconhecimento final que todos os homens devem dar a Deus e o modo como todos devem se submeter ao seu governo.
Na passagem que temos diante de nós, vemos o arrogante rei Belsazar, filho de Nabucodonosor. Ele promove um banquete e para tal trás os utensílios de prata e ouro que seu pai havia trazido de Jerusalém, quando derribou o Templo do Senhor. Sua arrogância diante de Deus foi ao extremo, quando ofereceu louvores aos seus deuses, usando  estes santos utensílios do Templo.
A ira de Deus se ascendeu contra Belsazar e, então, um tormentoso acontecimento tomou lugar em meio ao banquete,, uma mão, como de homem, escreveu na parede o vaticínio que somente Daniel foi capaz de interpretar.
MENE, MENE, TEQUEL e PARSIM - Pesado foste e achado em falta. Diante de um Deus soberano, o que fazer quando ele nos mostra que fomos achados em falta, como devemos agir quando Deus pesa as nossas ações?  

Quando Deus Pesa Nossas Ações Devemos Considerar Que Nossas Forças Não Podem Nos Salvar

A Palavra de Deus é clara aos nos exortar a não confiar em nossa própria força. Israel foi muitas e muitas vees advertido contra sua arrogante confiança em seus planos e forças:
Maldito o homem confia no homem e faz do seu braço carnal a sua força e aparta o seu coração do Senhor (Jeremias 17.5).
Este é, em geral, o erro dos grandes dominadores. Quase todos pensam que seu poder nasce em sua capacidade pessoal. Este é um erro muito comum para quase todas as classes de homens, afinal quando começamos a trilhar o nosso próprio caminho, o nosso coração se aparta do Senhor.
Belsazar deveria ter aprendido com a loucura de seu pai que existe um Deus vivo e verdadeiro, o Altíssimo:
Agora, pois, eu, Nabucodonosor, louvo e exalço e glorifico ao Rei do céu, porque todas as suas obras são verdadeiras, e os seus caminhos, justos, e pode humilhar aos que andam na soberba (Daniel 4.37).
Mas o Rei Belsazar não podia ter um coração para se voltar a Deus, porque pensava que o seu poder é que  lhe conquistava todas as coisas. Até mesmo aquele terrível episódio da mão na parede, ele tentou contornar com sua arrogante pretensão de poder.
Acabam de ser introduzidos à minha presença os sábios e os encantadores, para lerem esta escritura e me fazerem saber a sua interpretação; mas não puderam dar a interpretação destas palavras. Eu, porém tenho ouvido dizer de ti que podes dar interpretações e solucionar casos difíceis; agora, se puderes ler esta escritura e fazer-me saber a sua interpretação, serás vestido de púrpura, terás cadeia de ouro no pescoço e serás o terceiro no meu reino (Daniel .5.15-16).
O rei  imaginou que sua riqueza seria capaz de dominar as consequências da escrita e que seria possível comprar uma previsão, quem sabe positiva, uma profecia favorável aos seus intentos.
Daniel rechaça qualquer possibilidade de manipulação  e diz ao rei que seus presentes, seu poder, sua riqueza toda de nada poderia lhe servir. Sua interpretação não era uma resposta à riqueza do Rei, mas à suprema vontade de Deus.
Os teus presentes fiquem contigo, e dá os teus prêmios a outrem; todavia, lerei ao rei a escritura e lhe farei saber a interpretação (Daniel 5.17).
Quando Deus age na direção de pesar nossas ações devemos recuar e humildemente reconhecer que não podemos lutar contra ele, não podemos intimidá-lo com o nosso poder, nem manipular a vontade do Senhor.

Quando Deus Pesa Nossas Ações Devemos Nos Lembrar Das Lições Aprendidas
Infelizmente nossa mente pode ser guiada tão fortemente por um senso egocentrado que somos capazes de impedir nosso coração de aplicar as lições que aprendemos com a nossa história com Deus.
Belsazar, mais uma vez está sendo chamado a refletir. Agora, o profeta Daniel o conduz pela história de Nabucodonosor e pede a ele que rememore as grandes lições que Deus já havia dado e que poderiam tê-lo feito um homem melhor.
Ó rei! Deus, o Altíssimo, deu a Nabucodonosor, teu pai, o reino e grandeza, glória e majestade. Por causa da grandeza que lhe deu, povos, nações e homens de todas as línguas tremiam e temiam diante dele; matava a quem queria e a quem queria deixava com vida; a quem queria exaltava e a quem queria abatia. Quando, porém, o seu coração se elevou, e o seu espírito se tornou soberbo e arrogante, foi derribado do seu trono real, e passou dele a sua glória. Foi expulso dentre os filhos dos homens, o seu coração foi feito semelhante ao dos animais, e a sua morada foi com os jumentos monteses. Deram-lhe a comer erva como aos bois, e do orvalho do céu foi molhado o seu corpo, até que conheceu que Deus, o Altíssimo, tem domínio sobre o reino dos homens e a quem quer constitui sobre ele (Daniel 5.18-21).
Daniel está dizendo que um coração arrogante pode ser curado na medida em que aprende as lições que Deus lhe concede. Belsazar é confrontado com a lição que deveria ter aprendido com a história de sua família, não deveria tê-la negligenciado. Mas, o seu coração autoconfiante o levou para longe do Senhor, o seu coração se apartou de Deus. Lemos nas sagradas escrituras que a arrogância de desprezar o conhecimento de Deus é severamente punida.
De quanto mais severo castigo julgais vpos será considerado digno aquele que calvou aos pés do Filho de Deus, e profanou o sangue da aliança com o qual foi santificado,  ultrajou o Espírito da graça? Ora, nós conhecemos aquele que disse: A mim pertence a vingança; eu retribuirei. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo. Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo (Hebreus 10.29-31).
A Palavra de Deus e suas lições são uma pedra de salvação para todos os que o amam. Deus nos ensina com a própria vida que nos dá. Mas, infelizmente, algumas vezes, nosso coração corrupto e enganoso nos impede de lembrar as boas lições aprendidas.
Até que conheceu que Deus, o Altíssimo, tem domínio sobre o reino dos homens e a quem quer constitui sobre ele (Daniel 5.21c). 
Esta uma lição que muitos dos governantes dos nossos dias deveriam aprender. Hoje foi dia de eleições para a presidência do nosso pais. Não sei ainda o resultado, mas espero que Deus nos dê um governante capaz de aprender esta lição. Assim como eu espero que todo crente aprenda a mesma lição e se lembre dela quando Deus lhe propuser a balança.

Quando Deus Pesa Nossas Ações Devemos Considerar a Santidade das Suas Coisas
Entre os atributos mais preciosos de Deus, sua santidade é colocada em lugar de destaque. Por isso, a santidade de todas as coisas que dizem respeito a Ele.
O texto nos diz que o grande erro de Belsazar foi o de desprezar a santidade da casa de Deus e usar os utensílios para a adoração idólatra. Paulo, na mesma linha, falando sobre a santidade do povo de Deus condena o próprio uso do corpo sem santidade.
Fugi da impureza. Qualquer outro pecado eu uma pessoa cometer é fora do corpo; mas aquele que pratica a imoralidade peca contra o próprio corpo. Acaso não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo (1Coríntios 6.18-20).
Deus nos chamou para uma relação de santidade com Ele, uma relação de vida unida aos seus propósitos para a nossa vida. Até mesmo Nabucodonosor tinha um propósito para existir e este propósito estava escondido em Deus. Belsazar deveria ter considerado a santidade de Deus, mas não humilhou o seu coração e se colocou contra o Deus vivo.
Tu, Belsazar, que és seu filho, não humilhaste o teu coração, ainda que sabias tudo isto. E te levantaste contra o Senhor do céu, pois foram trazidos os utensílios da casa dele perante ti, e tu, e os teus grandes, e as tuas mulheres, e as tuas concubinas bebestes vinho neles; além disto, deste louvores aos deuses de prata, de ouro, de bronze, de ferro, de madeira e de pedra, que não vêem, não ouvem, nem sabem; mas a Deus, em cuja mão está a tua vida e de todos os teus caminhos, a ele não glorificaste (Daniel 5.22-23).
Belsazar sabia o que devia fazer e não o fez. Ele deixou o seu coração soberbo conduzir o seu coração e com isso se posicionou contra Deus. Esse é um dos mais graves problemas do homem que se afasta do caminho do Senhor e deixa de ouvir os seus conselhos e considerar a sua santidade.
Fomos separados por Deus para viver exclusivamente para ele. Nossa vida está nas suas mãos. Por isso é muito importante que nos deixemos dominar por uma percepção clara da santidade das suas obras e de tudo o que ele propõe para a nossa vida.
Santificai-vos hoje, porque amanhã farei maravilhas no meio de vós - É assim que  Deus nos chama a viver para ele, promovendo uma intensa santidade, isto é, uma vida completamente entregue a Ele para que sejamos tomados por seu poder e possamos vencer todas as grandes batalhas.
Nenhuma escolha que não seja a santidade e que a ela não nos conduz pode ser considerada uma saída para nós.

Conclusão
Belsazar foi pesado, a sua vida foi colocada na balança, mas foi achado em falta. Foi achado em falta porque confiou demais em si mesmo e nos seu poder, foi achado em falta porque desprezou as lições aprendidas de Deus e foi achado em falta porque desprezou o viver em santidade para Deus.
Hoje somos nós que estamos diante da parede e Deus pode estar escrevendo sobre a nossa vida. O que estamos esperando para fazer uma completa revisão e nos voltarmos ao Senhor?
Há mais de um ano atrás, quando escolhi estas passagens para pregar eu pensava o que deveria ser dito sobre um texto como este. Naquela ocasião eu pensava que este texto apontava para o fato de que em dias tão injustos, Deus manifestaria a sua justiça e faria cair os maus.
Hoje, eu penso que este Deus, como disse o  escritor aos Hebreus, julga o seu povo. Este não é um texto que visa a conversão de Belsazar, mas visa o povo de Deus e a total mudança do comportamento daqueles que amam o Senhor. Deus começa a mostrar a sua justiça a partir da sua casa.
Nós é que somos chamados a nos santificar ao Senhor para que ele opere. A profecia de Daniel é uma demonstração desta ação de Deus, afinal, todos aqueles reinos passaram e somente o Reino do Senhor prevalecerá.
A profecia de Daniel termina com a esperança daqueles que se submetem ao Senhor. Assim, novamente quero terminar o sermão lembrando isto:

Mantenha o seu coração firme e caminhe a estrada da vida com Deus. Nenhum dos nossos esforços é vão, aliás, ele é bom e recompensará os seus com bem aventuranças eternas.
Bem-aventurado o que espera e chega até mil trezentos e trinta e cinco dias. Tu porém, segue o teu caminho até ao fim; pois descansarás e, ao fim dos dias, te levantarás para receber a tua herança (Daniel 12.12-13).

Oração
Senhor, conceda-me a sabedoria necessária para que eu ande na direção certa e tenha a minha vida entregue ao Senhor todos os dias. Proteja-me de meu próprio coração, para que jamais, eu me desvie de ti. Amém.
  



5 de outubro de 2014

Daniel 1.8 a 21


 

Escolhendo Honrar a Deus

Daniel 1.6-21

 

Foco da Nossa Condição Decaída

Entre tantas preciosas lições que podem ser tiradas deste maravilhoso texto da Palavra bendita de Deus, acredito que podemos aprender os valores que norteiam a escolha de alguém que deseja honrar a Deus mais que os homens. Essa palavra nos exorta a usar estes valores como regras para todas as escolhas de nossa vida. Evitando assim viver segundo o curso deste mundo.

 

Introdução

Pregar nos textos dos profetas maiores é uma tarefa elevadíssima, pois estes textos são maravilhosamente ricos de exortações com  a finalidade de conduzir pecadores a um modelo de vida que agrade a Deus.

Mas, a  profecia de Daniel é uma tarefa que envolve outros desafios. Este jovem, que viveu a maior parte de sua vida no exílio, foi escolhido por Deus para ser um dos homens mais surpreendentes de seu tempo e deixar um testemunho de fé em dias muito difíceis e injustos.

Os caldeus  haviam tomado o mundo da época de assalta e usado seu potencial dominador para quebrar a natureza nacional de muitos estados. Nações, povos inteiros, perderam sua identidade e deixaram de existir, mediante o poder manipulador da Babilônia. Mas, Deus usou entre outros, o jovem Daniel para dar ao seu povo esperança e fazer sobreviver uma fé viva em um Deus vivo.

A igreja em nossos dias é tal qual um grupo de homens vivendo em meio a uma grande Babilônia. Acredito que não houve uma época onde os poderes de dominação e as filosofias antiteocêntricas mais estiveram presentes. A igreja sem fidelidade bíblica serve de escárnio para o nome de Cristo, na medida em que é guiada por interesses que em nada diferem da cultura que a cerca.

Esta mensagem é sobre valores que homens de fé, fieis a Deus devem manter aplicar às suas escolhas neste mundo se desejam vencer o maligno e  viver para agradar a Deus.

Esta é uma mensagem para sua reflexão pessoal, com o intuito de conduzi-lo a uma completa autoavaliação para que se autoperceba vivendo para Deus ou apenas seguindo o curso deste mundo.

Esta é uma mensagem que deve nos estimular a fazer o que os apóstolos fizeram quando Deus investiu na vida deles para transformar o mundo: antes importar obedecer a Deus que aos homens. 

 

Para Uma Vida Que Honre a Deus Faça Escolhas Firmes e Certas Mesmo Que Pareçam Arriscadas

 

Vários sermões já foram pregados sobre este texto. Então, alguns detalhes não serão tão abordados, pois precisamos avançar em nossa reflexão sobre o texto. Mas falemos um pouco sobre o contexto.

No ano terceiro do reinado de Jeoaquim, rei de Judá, veio Nabucodonosor, rei da Babilônia, a Jerusalém e a sitiou (Daniel 1.1)

Neste ponto o que lemos é o cumprimento de uma profecia feita por Jeremias, isto é, Deus levará cativo o seu povo e os “primeiros figos colhidos” serão os melhores. Pois, neste momento, Nabucodonosor, o filho, levou para sua terra os mais promissores jovens de Judá.

Disse o rei a ASpenaz, chefe dos seus eunucos, que trouxesse alguns dos filhos de Israel, tanto da linhagem real como dos nobres, jovens sem nenhum defeitom de bia aparência, instruídos em toda sabedoria, doutos em ciência, versados no conhecimento e que fossem competentes para assistirem no palácio do rei e lhes ensinasse a cultura e a língua dos caldeus. Entre eles, se achavam, os filhos de Judá, Daniel, Hananias, Misael e Azarias. O chefe dos eunucos lhes pôs outros nomes, a saber: a Daniel, o de Beltessazar; a Hananias, o de Sadraque; a Misael, o de Mesaque; e a Azarias, o de Abede-Nego (Daniel .1.5-7)

Assim, Daniel e seus irmãos são colocados no olho do furacão de uma revolução cultural de seu tempo e de seu povo. Fora conduzido para viver no âmbito da corte babilônica e agora, além de tudo, imergiriam em uma doutrinação cultural e religiosa dentre os babilônicos.

NO meio deste furacão revolucionário, Daniel toma a dianteira de uma escolha, cuja razão era a sua sólida confiança em Deus, decidiu contrariar a ordem do próprio Nabucodonosor.

Resolveu Daniel, firmemente, não se contaminar com as finas iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia; então, pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse não contaminar-se (Daniel 1.8).

Colocou no coração - Traduzimos por “resolver firmemente” uma expressão hebraica que diz que Daniel pôs no coração e seu coração estava decidido naquele propósito. O ponto que deu a Daniel tamanha firmeza era a sua consciência de que não poderia poluir a sua alma, não poderia deixar seu ser interior ser invadido e sua consciência ser manejada pelo poder dominador dos costumes babilônico.

Se desejamos acima de tudo agradar a Deus e honrá-lo com nossa vida, algumas vezes, teremos de optar pela contramão da maioria. Um jovem na universidade precisará optar pela contramão da maioria e arriscar sim o seu futuro.

Daniel estava arriscando o seu futuro, a sua vida. Nós sabemos o final da história, mas quando eles tomaram essa decisão nada tinham em mente senão uma grande convicção: antes a Deus que aos homens.

Não se deixe levar pela correnteza. Sei que muitas vezes o que desejamos é segurança. Mas nunca haverá verdadeira segurança naquilo do que não se pode dizer: Deus se agrada. Todas as vezes que optamos pela segurança do mundo, traçamos uma rota de vida que não nos conduzirá à experiência da comunhão com Deus e ouçam o que eu digo, um pecado nunca anda sozinho, sempre está acompanhado de um pecado maior e uma destruição maior.

Ainda que possa parecer arriscado, confie naquelas decisões que te aproximam de Deus verdadeiramente e que são, por isso mesmo, baseadas na palavra.

 

Para Uma Vida Que Honre a Deus Faça Escolhas Firmes e Certas Mas Não Espere Que o Mundo Apoie Facilmente Sua Ideia

 

Daniel tinha um plano traçado. Em lugar das finas iguarias do Rei e do seu vinho, pediu uma dieta baseada em vegetais. O chefe dos eunucos, apesar de ser conduzido por Deus para ouvir, compreender e se relacionar bem com Daniel, tinha lá os seus medos. Ele, conhecendo bem o rei a quem servia, sabia dos riscos que estava correndo com aquela ideia de Daniel e inicialmente resistiu:

Ora, Deus concedeu a Daniel misericórdia e compreensão da parte do chefe dos eunucos. Disse o chefe dos eunucos a Daniel: Tenho medo do meu senhor, o rei, que determinou a vossa comida e a vossa bebida; por que, pois, veria ele o rosto mais abatido do que o dos outros jovens da vossa idade? Assim poríeis em perigo minha cabeça para com o rei (Daniel 1.9-10)

Precisamos destacar aqui que o texto mostra que este caminho para o plano de Daniel não aconteceu assim dentro de uma pacífica condição. Em geral, o mundo trabalha para se proteger. Em todos os setores as construções humanas são baseadas em uma filosofia egocentrada e isso é o que conduz os homens.

O chefe dos eunucos lutava contra as fortes inclinações que Deus aspirava em seu coração para que tivesse simpatia a Daniel, mas por outro lado, a estrutura mundana o conduzia a pensar de forma autoprotetora, isto é, minha cabeça eu não quero por na corda, por você.

Quando estamos lidando com o mundo não podemos nos esquecer desta estrutura egocentrada. Eles apreciam nossas palavras, alguns dos nossos costumes, nos elogiam muitas vezes, mas lembre-se do que Cristo disse: eles nos odeiam.

Não tome a simpatia do mundo como a única senha que lhe conduza à persistir no desejo de honrar a Deus. Lembre-se que muitas vezes teremos nossas permissões negadas, porque o mundo pensa egocentradamente ou egorreferentemente.

O chefe dos eunucos era simpático aos pedidos de Daniel, mas era mais simpático à ideia de manter a sua cabeça no seu pescoço e com olhos abrindo e fechando.

Ao fazermos escolhas certas que nos dão mais potencial de honra a Deus, devemos considerar essa variável e saber o seguinte: persista, mesmo que o mundo não apoie sua ideia.

Daniel insistiu com o cozinheiro, que o chefe dos eunucos tinha destacado para cuidar especialmente dele. Este também pareceu desconfiado, mas Daniel lhe pediu que fizesse um teste.

Então, disse Daniel ao cozinheiro chefe, a quem o chefe dos eunucos, havia encarregado d ecudiar de Daniel, Hananias, Misael e Azarias: Experimenta, peço-te, os teus servos dez dias; e que se nos dêem legumes a comer e água a beber. Então, se veja diante de ti a nossa aparência e a dos jovens que comem da finas iguarias do rei; e, segundo vires, age com os teus servos (Daniel 1.11-13).

Daniel não tinha ideia do resultado, mas estava firmemente decidido por conta de sua consciência para com Deus não poluir a sua alma e manter puro o seu coração diante de Deus. Isto o motivava e não a aceitação do mundo.

Digo de passagem também Daniel não se deixou iludir pelos valores da corte babilônica, mas escolheu viver em meio àquela gente, como um filho do Reino de Deus.

Para Uma Vida Que Honre a Deus Faça Escolhas Firmes e Certas Lembrando-se Sempre Que Deus Usará Suas Decisões Para Cumprir os Seus Propósitos Divinos

 

Talvez, em algum momento, Daniel pudesse parar para pensar: “tantos homens ímpios em minha terra, afinal o próprio rei fez o que era mal perante o Senhor, porque justo eu tenho que vir para este exílio? E por que tive de vir primeiro que os demais?” Uma outra história muito parecida aconteceu com José, filho de Jacó, quando foi vendido pelos seus irmãos e se tornou escravo de Potifar, foi preso acusado injustamente.

Mas, em ambas histórias o que vemos é uma obra perfeita de Deus acontecendo por meio das escolhas que os seus servos fazem. Deus fazendo com todas as coisas realmente cooperem para o bem daqueles que o amam.

Daniel passou por todas as coisas que passou para cumprir o propósito de se tornar uma referência para o povo do Senhor que haveria de viver setenta anos no exílio.

A proeminência que ele Daniel alcançou na terra babilônica, concedeu a ele a respeitabilidade para trazer à luz o grande conjunto de profecias sobre a vinda do Senhor e sobre o futuro do povo de Deus.

Quando você tomar as decisões certas pelo motivo certo de agradar e honrar a Deus deixe que uma certeza o fortaleça: Deus usará suas decisões como parte do seu propósito divino.

Deus agirá para que todas as coisas realmente aconteçam  do modo como Ele quer e usará você como sua ferramenta. Contente-se e ser usado pelo Senhor para cumprir os seus propósitos.

Umas das principais lições que o livro de Daniel nos deixa é que os vários reinos, caldeus, persas, gregos e romanos, nada são senão instrumentos de Deus para fazer cumprir os seus propósitos. As profecias que temos a partir do capítulo 7 são a exposição deste Deus que age por meio de seus instrumentos, quer homens santos como Daniel, quer ímpios como Dario, Ciro e outros.

No fim dos dez dias,, a sua aparência era melhor; estavam eles mais robustos do que todos os jovens que comiam das finas iguarias do rei (...) Ora, a estes quatro jovens Deus deu inteligência em toda a cultura e sabedoria; mas a Daniel deu inteligência de todas as visões e sonhos. Vencido o tempo determinado pelo rei para que os trouxessem, o chefe dos eunucos os trouxe à presença de Nabucodonosor. Então, o rei falou com eles; e, entre todos, não foram achados outros como Daniel, Hananias, Misael e Azarias; por isso, passaram a assistir diante do rei. Em toda matéria de sabedoria e inteligência sobre que o rei lhes fez perguntas, os achou dez vezes mais doutros do que todos os magos e encantadores que havia em todo o reino. Daniel continuou até ao primeiro ano do rei Ciro (Daniel 1.15-21).

Foi assim, que a jornada de Daniel como profeta do Senhor, se estabeleceu para o bem do povo do Senhor e para a construção de um Reino Inabalável, que estava sobre todos os reinos da terra.

Nas palavras dos próprios reis, os quais conviveram com Daniel podemos extrair palavras preciosas de reconhecimento da glória de Deus, mesmo sendo eles ímpios, apenas porque viram que o Deus Vivo era o Senhor de Daniel, Hananias, Misael e Azarias. Leia: Daniel 4.34-37 e Daniel 6.25-28.

 

Conclusão

Caros irmãos e irmãs. Esta profecia é uma obra maravilhosa de encorajamento para que tomemos decisões santas em tempos difíceis e injustos, por mais arriscadas que possam parecer, por mais que precisemos andar na contramão do mundo. A razão mais evidente para esta atitude corajosa é esta: Deus está no controle de todas as coisas  e nosso trabalho será recompensado quando no estabelecimento final do seu reino, formos coroados com a nossa herança.

Irmãos, este tipo de fé deve nos mover na direção certa e nos conceder forças para os momentos mais difíceis e conflituosos. Algumas vezes, será na família que as boas escolhas deverão ser processadas, outras vezes, na vida social, financeira, no trabalho e em todas demais circunstâncias da vida poderemos encontrar momentos desafiadores para decisões que nos mostrem realmente aquém servimos.

Mantenha o seu coração firme e caminhe a estrada da vida com Deus. Nenhum dos nossos esforços é vão, aliás, ele é bom e recompensará os seus com bem aventuranças eternas.

Bem-aventurado o que espera e chega até mil trezentos e trinta e cinco dias. Tu porém, segue o teu caminho até ao fim; pois descansarás e, ao fim dos dias, te levantarás para receber a tua herança (Daniel 12.12-13).