Quando Deus nos deixou a ordenança da Santa Ceia, convocou-nos também ao auto-exame. Nem todos têm a prática do auto-exame, isto é, uma revisão pormenorizada de si mesmo, uma busca interna por todas as pequenas e grandes manchas do nosso caráter.
Essa é uma tarefa que você precisa realizar continuamente, pois o pecado é como uma praga em um jardim, limpamos hoje e ela logo volta a nascer. É como se as sementes de sua presença estivessem espalhadas sob a superfície da terra da nossa personalidade.
O auto-exame te permite revolver a terra e verificar essas sementes antes que floresçam. Também te dá a chance de respirar melhor o ar que vem da santidade de Deus.
Por força da própria natureza intrínseca da tarefa, o auto-exame não pode ser realizado por nenhuma outra pessoa, além de você mesmo. Não há como terceirizá-lo.
Bem que algumas pessoas procuram os terapeutas, psicológos e outros profissionais na intenção de que lhes digam o que realmente está acontecendo em seus corações. Mas, no fundo, até mesmo esses médicos, no máximo, conseguem motivar seus pacientes a andar na direção de si mesmos e, nem sempre, a sua interpretação corresponde à realidade do que são seus interlocutores.
Quando Deus te conduz ao auto-exame, Ele te dá também o discernimento, pois o Espírito dEle, que em habita você, é quem o conduz à consciência do pecado, da justiça e do juízo.
Por fim, resta um pergunta: em que me ajudará o auto-exame?
A revisão de tudo em você, permitirá uma maior capacidade de condução pelo caminho da comunhão com Deus. Pois, quando sinceramente você se revisa segundo os padrões e parâmetros de Deus, rapidamente descobre onde estão os descaminhos e as fugas de sua alma em relação ao Criador.
Assim, você é capacitado a deixar o caminho mau e seguir pelo caminho da justiça. Mas também há um outro lado, cujos resultados não agradam muito. Estou falando do fato de que, quando você revisa tudo, encontra os descaminhos e não desiste da direção errada, é tomado pela certeza absoluta de que está andando para longe de Deus.
Nesse ponto, em lugar de revolver a terra para retirar as sementes da erva daninha, você aduba o seu crescimento e em lugar de permitir a respiração da santidade de Deus, sufoca sua alma, naquilo que mais a maltrata e a torna infeliz.
Você pode não querer examinar-se para evitar gastar seu tempo, sentir a dor do arrependimento ou mesmo, procura evitar a acusação de Deus. Entretanto, ao deixar de fazê-lo, apenas se comporta como uma criança, que sabe que é hora de trocar-se para ir à escola, mas espera que sua mãe ou pai se exaspere em uma pesada bronca ordenando que se mova para fazer aquilo que tem de fazer.
"Há caminhos que para o homem parecem direito, mas ao final são caminhos de morte" (Provérbios 14.12 e 16.25).