17 de dezembro de 2010

Salmo 110



A palavra “messias”, originária da termo hebraico “mashiac”, tornou-se um vocábulo que define a ideia de “salvação” ou “redenção”. No meio político, é utilizada para apontar para algum tipo de governo com propostas extremamente “ilusórias”, portanto é usada no sentido pejorativo, como por exemplo: “O Governo de Hugo Chaves tem uma proposta messiânica para a Venezuela” -  assim, o Jornal Estado de São Paulo definiu o idealismo da República Bolivariana pretendida pelo presidente do país vizinho (01 de agosto de 2009).
O motivo dessa palavra ser usada nesse sentido pejorativo é que, no mundo em que vivemos, dificilmente se crê que possam ocorrer mudanças que transformem o mundo num lugar bom para se viver, onde a justiça nos conduza realmente à paz, e o amor seja a marca única dos relacionamentos entre os homens e destes com Deus.
No entanto, dentro da Escritura, o termo “mashiac”, que significa simplesmente “ungido”, aponta uma figura régia que viria ao mundo para assumir o posto de governante universal de toda a Criação. O trabalho desse “messias” (cristos - no grego) era trazer a justiça de Deus e estabelecer um governo de retidão, que levaria os seus súditos à plena paz. Isaías 11 nos oferece uma visão bíblica do que é o mundo, debaixo do governo eternal do Messias. E no capítulo 9, literalmente diz: “...para que se aumente o seu governo, e venha paz sem fim, sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o estabelecer e firmar mediante o juízo e a justiça, desde agora e para sempre” (Isaías 9.7).
Portanto, o Messias Bíblico estabelecerá o seu governo, de maneira que poderá trazer sobre todos os seus súditos, a mais perfeita e duradoura paz. Mas, o que torna o “Messias Bíblico” diferente dos tantos outros “messias” que saem pelo mundo afora prometendo um mundo melhor?
A resposta está naquilo que a Escritura descreve como sendo o fundamento desse Reino Messiânico, ou seja, o poder que o assiste para essa transformação do mundo. Leia o Salmo 110 e você perceberá que o governo do Messias Bíblico é estabelecido pelo poder supremo de Deus, o Pai. Por maior que sejam as forças contrárias, Ele sobreviverá e passará na torrente de cabeça erguida.
Mas, quem é este Messias Bíblico? Aquele que nasceu numa pobre manjedoura em Belém. Ele é o Rei!


15 de dezembro de 2010

Salmo 22

Sentir-se Amparado Por Deus

Foco da Nossa Condição Decaída
Os crentes sempre lutam para manter suas convicções sobre o amparo que Deus lhes proporciona. Davi, o rei de Israel, lutou com isso inúmeras vezes, mas aprendeu a dominar a sua alma e seus pensamentos para que sempre encontrasse o amparo do Senhor. Lutar contra o desânimo é uma proposta para sua fé, pois o desânimo é fruto de uma visão distorcida da obra efetiva de Deus. Assim, o texto nos convoca do desânimo ao louvor, da desilusão à esperança, do pranto ao riso e à satisfação de servir a Deus com alegria. 

Introdução
O salmo 22 é um trecho longo para apenas um sermão. Seria interessante, quem sabe, dividi-lo em ao menos quatro partes para que pudéssemos explorar com maior detalhamento o seu ensino. Entretanto, hoje pretendo expor o texto de uma maneira global, fugindo de alguns detalhes que são importantes, mas que podem ser explorados noutra ocasião.
O próprio Rei Davi, neste salmo sensivelmente messiânico, nos proporciona algumas respostas ao seu clamor inicial, o mesmo que do alto da Cruz Jesus bradou ao seu Pai: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?
Iremos buscar essa resposta nalgumas frases que produzem o contraste direto entre o sofrimento pelo desamparo e a esperança na Aliança Eterna de Deus. Portanto, daremos alguns saltos no texto, sem fugir totalmente das descrições produzidas nos entremeios dessas afirmações contrastantes.

A Origem do Sofrimento do Desamparo (vs 1 e 2)

Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Por que se acham longe de minha salvação as palavras de meu bramido?
Deus meu, clamo de dia, e não me respondes; também de noite, porém não tenho sossego.

Quais são as razões mais evidentes para que Davi se sinta desamparado por Deus? Certamente, não era nenhuma novidade para Davi ter inimigos, ele que era um homem de guerra. Não estava, com certeza, acovardado por causa da quantidade e a qualidade dos seus inimigos. Temos razões de sobra para compreender que esse não era o problema de Davi. Mas, então, porque clama tão desesperadamente e questiona Deus sobre o seu desamparo?

Nestes dois versos, temos uma expressão que emoldura todo o pensamento do salmo: “Deus meu”. Isso indicava um relacionamento pessoal intenso entre Davi e Deus. Ele estava acostumado à uma comunhão plena com o Pai, mas agora, por algum motivo, suas orações sofreram algum agravo diante de Deus, elas pareciam não ser respondidas.
O problema de Davi não se encontrava no fato de que as coisas não estavam saindo do jeito que ele planejara, mas na constatação de que sua ligação intensa com Deus havia sofrido algum abalo e parecia não mais existir aquele relacionamento íntimo e profundo.
A relação pactual entre Jehovah e seu servo parecia ter sofrido alguma mudança e Davi, pelo que o próprio salmo irá denotar, sentia-se culpado. Ele sentia o desamparo de Deus pelo simples fato de sua alma não sentir mais a proximidade de Deus.
Um grito como esse, na boca de um homem que nunca teve intimidade com Deus sai em termos de reclamação e murmúrio: Deus, por que não me amparas? Mas na boca de algum que sabe o que é viver em aliança com Deus é um clamor: Deus meu, Deus meu, eu quero de volta o amparo que tu sempre me deste!

Infelizmente, as pessoas não sentem que sua ligação com Deus está frágil. Preferem se agarrar à percepções falhas, como por exemplo: eu fui à igreja esta semana! Este mês eu dei o meu dízimo! Este ano cumpri todas as minhas tarefas! Etc... Mas quem disse que essas coisas são tudo o que Deus requer dos seus e quem disse que isso é que é relacionamento com o Pai?
Deus quer que você se mantenha vivo na sua Palavra, você tenha prazer na Lei do Senhor. Deus deseja que você tenha prazer na oração, que venha ao lugar de encontro com Ele e tenha o seu coração cheio de gratidão por estar simplesmente ali, falando com o seu Pai. Deus quer que ao servirmos ao Senhor na Igreja, servindo aos nossos irmãos, o façamos com alegria! Essa é a vida abundante que o Senhor tem para nos dar no nosso relacionamento pactual, não essa vergonhosa hipocrisia em que muitos gemem espiritualmente e não podem sequer manter uma rotina breve de orações diárias.
A causa principal por que Davi clama pelo amparo de Deus é que ele está acostumado a sentir próxima a presença do Seu Senhor e, agora, por algum motivo, ele está percebendo algo estranho nesse relacionamento.


Encontre o Amparo de Deus na História de Jehovah com Seu Povo (vs 3 a 8)

Contudo, tu és santo, entronizado entre os louvores de Israel.

Nossos pais confiaram em ti; confiaram, e os livraste.
A ti clamaram e se livraram; confiaram em ti e não foram confundidos.

A palavra contrastante aqui é “contudo” e o rei destaca que Israel sempre foi glorificado nos louvores de Israel, depois ele introduz a história do seu povo para justificar os louvores que Israel lhe dava.
A santidade de Deus é o ponto de Davi. Deus era tão santo que não poderia contemplar a maldade diante dos seus olhos, muito menos a maldade que faziam ao seu povo. Por isso, ele os socorreu e foi santificado nos louvores de Israel.
Por isso, Davi exalta que Deus lhes foi fiel ao clamor. Quem sabe, ele também se voltará ao seu clamor. Entrentanto, Davi demonstra que ele, pessoalmente, está longe de ser merecedor desse socorro, não sente a altura dos patriarcas, dos juízes, de Josué etc.

Mas eu sou verme e não homem; opróbrio dos homens e desprezado do povo.
Todos os que me vêem zombam de mim; afrouxam os lábios e meneiam a cabeça: Confiou no SENHOR! Livre-o ele; salve-o, pois nele tem prazer.

Assim, apesar de a história de seu povo ser um fato que ele pode se socorrer dela para confiar na Aliança de Deus. Davi nos mostra que é necessário que algo em nós seja transformado. Daí ele passa para um ponto de contraste mais pessoal.


Encontre o Amparo de Deus na Sua História Pessoal Com Deus
(vs 9 a 18)

Contudo, tu és quem me fez nascer; e me preservaste, estando eu ainda ao seio de minha mãe.
A ti me entreguei desde o meu nascimento; desde o ventre de minha mãe, tu és meu Deus. Não te distancies de mim, porque a tribulação está próxima, e não há quem me acuda.

Muitos touros me cercam, fortes touros de Basã me rodeiam. Contra mim abrem a boca, como faz o leão que despedaça e ruge. Derramei-me como água, e todos os meus ossos se desconjuntaram; meu coração fez-se como cera, derreteu-se dentro de mim. Secou-se o meu vigor, como um caco de barro, e a língua se me apega ao céu da boca; assim, me deitas no pó da morte. Cães me cercam; uma súcia de malfeitores me rodeia; traspassaram-me as mãos e os pés. Posso contar todos os meus ossos; eles me estão olhando e encarando em mim. Repartem entre si as minhas vestes e sobre a minha túnica deitam sortes.

Em contraste com a palavra anterior na qual Davi se julga um verme, onde ele fala da zombaria e escárnio que sofre, até mesmo por causa do seu relacionamento com Deus, ele evoca o fato de que Deus tem tido um relacionamento pessoal com ele, desde o seu nascimento.
Não somente, Deus o havia trazido à luz, mas era o responsável pela sua preservação. Ele tem um relacionamento pessoal com seu Deus e isto lhe trás à mente disposição para continuar confiando no Seu Senhor.
Ele aborda a idéia de que ele se consagrou a Jehovah e que confiava na salvação exclusivamente vinda de seu seu Senhor. Pois não há, entre os homens, alguém que lhe possa amparar com o seu Deus.
Num segundo momento ele pontua sobre as perseguições ferozes que está sofrendo. Ele está como quem está à mercê de seus inimigos, o seu coração se derreteu dentro dele e agora ele percebe que é necessário encontrar forças. Por isso, passamos ao ponto seguinte.

Encontre o Amparo de Deus Na Comunhão Com os Outros Filhos de Deus
(vs 19 a 27)

Tu, porém, SENHOR, não te afastes de mim; força minha, apressa-te em socorrer-me.
Livra a minha alma da espada, e, das presas do cão, a minha vida.
Salva-me das fauces do leão e dos chifres dos búfalos; sim, tu me respondes.

Muitas vezes, assim como Davi, temos uma dificuldade grande de vencer o desânimo gerado pelas tribulações e precisamos de algo fora de nós para nos fortalecer. NO caso Davi, apontou para Jehovah e determinou-se a confiar no fato de ele é um Deus imutável e seu amor prevalece até sobre as minhas fraquezas.
Davi tinha dificuldade com as suas orações, principalmente porque reconhecia ser alguém de uma fé muito fraca, um verme neste quesito. Entrentato, agora, depois de atentar para a fidelidade de Jehovah e sua santidade, ele pode confiar que suas orações são respondidas.
Jehovah, por aquilo que ele é, e por suas promessas, lhe conferia a certeza de que lhe salvaria de todas essas perseguições. Agora ele pontua sobre o fato de que todos os outros filhos de Deus também seguem no mesmo caminho e, por isso, ele se congrega a eles no louvor de Jehovah.
A meus irmãos declararei o teu nome; cantar-te-ei louvores no meio da congregação; vós que temeis o SENHOR, louvai-o; glorificai-o, vós todos, descendência de Jacó; reverenciai-o, vós todos, posteridade de Israel. Pois não desprezou, nem abominou a dor do aflito, nem ocultou dele o rosto, mas o ouviu, quando lhe gritou por socorro. De ti vem o meu louvor na grande congregação; cumprirei os meus votos na presença dos que o temem. Os sofredores hão de comer e fartar-se; louvarão o SENHOR os que o buscam. Viva para sempre o vosso coração. Lembrar-se-ão do SENHOR e a ele se converterão os confins da terra; perante ele se prostrarão todas as famílias das nações.

Encontre o Amparo de Deus No Fato de Que Governa Todas as Coisa e Tem um Plano Perfeito a Seu Respeito
(vs 28 a 31)

Pois do SENHOR é o reino, é ele quem governa as nações.
Todos os opulentos da terra hão de comer e adorar, e todos os que descem ao pó se prostrarão perante ele, até aquele que não pode preservar a própria vida.
A posteridade o servirá; falar-se-á do Senhor à geração vindoura.
Hão de vir anunciar a justiça dele; ao povo que há de nascer, contarão que foi ele quem o fez.

Na verdade, a grande garantia que temos de que Deus é o nosso amparo é que ele governa todas as coisas segundo o seu querer e, como nos ama incondicionalmente, ele tem projetos que nos levarão à vitória final, não importa quantas sejam as provas que passamos nessa vida, nem o poder dos nossos inimigos, eles estão sob o governo de Deus.
Essa é a razão por que Davi glorifica o Senhor no meio da congregação, pois todas famílias se prostrarão diante dEle, porque Ele é o Rei de todos os Reis. Os opulentos da terra, aqueles que se gabam de sua riqueza ou poder, logo perceberão que suas riquezas e poder nada lhe servirão diante de Deus.
Assim também nós, devemos nos sentir amparados por Deus, pois no dia do Juízo final ele será o nosso abrigo contra a Ira Eterna. Jesus nos protegerá. Confie nos planos do Senhor.
Davi aponta para a posteridade, ou seja, para o futuro e tem uma visão otimista do futuro. Para ele, a vitória do povo de Jehovah alcançará as gerações e os filhos dos seus filhos, louvarão ao Senhor, pois o Senhor é o amparo do seu povo.

4 de dezembro de 2010

Salmo 2

Razões Para Refugiar-se em Cristo

Introdução
A necessidade de um refúgio está diretamente ligada à sua compreensão e ou percepção do perigo que está correndo. A Palavra de Deus faz uma ligação concreta entre o Reinado de Cristo e o Refúgio Seguro. Mas, qual é o perigo que corre alguém que procura refugiar-se em Cristo Jesus?
No Salmo 2, a proposta do salmista é que o Reino do Filho de Deus seja considerado um refúgio e aqueles que se submetem a Ele. Este salmo é um clamor a todos os homens que se refugiem no Cristo de Deus, para que sejam preservados. Mas, preservados do quê?
As pessoas buscam refugiar-se em Cristo com propósitos diferentes, pois possuem percepções diferentes do próprio perigo que correm.  Para alguns, ele é apenas um abrigo das tempestades ocasionais da vida. Estes preferem ler o Salmo 46 e buscarem em Deus uma fortaleza que os livre do inimigo.
Outros buscam o refúgio de Cristo apenas para sentirem o conforto de estarem em um lugar de paz. Estes são aqueles que pensam no refúgio como um lugar onde podem conhecer coisas boas, serem ensinados em um caminho novo, no qual, as estradas são melhor pavimentadas, assim evitaram muitos sobressaltos.
Também há aqueles que buscam em Cristo o refúgio contra os ataques de Satanás. Pois, ao lado de Cristo, poderão evitar cair nas armadilhas do Maligno. Assim, buscam no Filho de Deus a segurança contra os males espirituais.
Há um cem números de motivos para que busquemos refúgio em Cristo Jesus. Todos esses motivos dependem diretamente da percepção que temos do perigo que nos cerca. Mas, o Salmo 2, aponta para um perigo, quase sempre negligenciado pelos refugiados, o perigo da insensatez de ser rebelde contra Deus e cair nas mãos do Deus Vivo e da Ira do Cordeiro.
“Beijai o Filho para que se não irrite e não pereçais no caminho”  - com essas palavras, o salmista completa o pensamento que se iniciou no Salmo 1, quando disse que o caminho dos ímpios é de perdição. O maior inimigo, a estrada mais esburacada, o verdadeiro mal espiritual é a incapacidade de amar a Deus de todo o coração e com isso deixar de refugiar-se nEle. Como você tem buscado refúgio em Deus? Isso diz muito sobre o seu futuro. 


REFUGIE-SE EM CRISTO PORQUE VOCÊ COMPREENDE A INSANIDADE QUE É VIVER  EM REBELDIA EM RELAÇÃO À DEUS


REFUGIE-SE EM CRISTO PORQUE VOCÊ COMPREENDE QUE É INCONTESTÁVEL A SUPREMACIA DO REINO DE DEUS SOBRE TODOS OS PODERES DA TERRA


REFUGIE-SE EM CRISTO PORQUE VOCÊ COMPREENDE QUE A PALAVRA DE DEUS É INFALÍVEL E EXIGE SUA SUBMISSÃO


REFUGIE-SE EM CRISTO PORQUE VOCÊ COMPREENDE QUE A VERDADEIRA FELICIDADE É TEMER A DEUS E AMÁ-LO PARA SEMPRE