29 de junho de 2014

Hebreus 3.1 a 6

“Razões Cristocêntricas Para Crescer na Fé”

 (Congregação do Parque da Flores)

(Hebreus 2. 1 a 6)

 Introdução

O escritor desta carta aos Hebreus está grandemente interessado em oferecer aos seus irmãos de fé uma razão para seguirem em frente. Ele reconhece que seus irmãos de fé estão enfrentando grande dificuldade, devido às pressões desta vida e lhes propõe ferramentas para que insistam em viver pela fé em Cristo Jesus.
O ponto central desta carta é olhar para Cristo e considerá-lo enquanto caminhamos neste mundo. Um entendimento cada vez mais completo de Cristo será vital para que jamais desistamos. Isso era o que pensava o escritor e ensinava aos seus contemporâneos e essa é a chave para cristãos do século XX.
No texto desta noite, da mesma forma olhar para Jesus Cristo é o ponto central de uma fé que não se deixa envolver pelo caminho perigoso da apostasia. O exemplo do perigo que corremos, quando nos afastamos da fé, está descrito nos versos 7 a 19, quando o autor recorre ao exemplo dos fiéis do dias de Josué, que resistiram a Deus e não puderam entrar no descanso final.
A marca central daqueles que realmente estão salvos e a sua inclinação para se apegar a fé. Ele reconhece que podem ter a até momentos de fragilidade, mas insiste em dizer que estes, de alguma forma, sempre terão os olhos prontos para olhar para Jesus Cristo.
Começamos a nossa meditação desta noite, olhando para o fato de que Jesus Cristo assumiu o controle da nossa salvação. Ele é o autor e consumador da nossa fé, ele é o Senhor da nossa salvação. 

Cristo Jesus é o Sumo Sacerdote e o Apóstolo da Nossa Fé
O ponto central da visão do escritor aos Hebreus é que Jesus assumiu o controle da salvação do povo de Deus, por isso, ele destaca no verso primeiro duas das funções prioritárias de Jesus como nosso salvador.
Jesus é o nosso Sumo Sacerdote
A figura é do velho testamento. O sumo sacerdote era aquele que dirigia o templo, a Casa de Deus. O sumo sacerdote oferecia sacrifício pelo povo de Deus e este sacrifício purificava o povo. O sumo sacerdote era o responsável por toda a ligação do povo de Deus com o seu Deus.
Jesus Cristo assumiu o papel de nos ligar a Deus. Quando olhamos para ele, devemos pensar e deixar o nosso coração se inundar com a certeza de que ele é quem proporciona a nossa relação vital com Deus.
Muitas vezes, quando um crente se desvia da fé, ele vive a tristeza espiritual de achar que Deus não irá recebê-lo. Mas, quando olhamos para Cristo e vemos nele um sumo sacerdote perfeito e eterno, como a Carta aos Hebreus irá nos explicar, devemos receber no nosso coração a confiança de que nossa salvação está em Cristo e não em nós, no sacrifício dele e não no nosso.
Cristo o apóstolo da nossa fé
O escritor aos hebreus privilegia o termo “apóstolo” a usar a figura mais vétero testamentária dos “profetas”. Acredito que as suas razões são óbvias, pois escrevia para cristãos que estavam ouvindo os apóstolos como continuadores do trabalho de pregação dos profetas.
Dar ouvidos à mensagem da salvação era uma das ferramentas mais importantes da fé cristã. É dando ouvidos à voz de Deus, a partir da mensagem dos discípulos de Cristo, os apóstolos, que temos registradas nas Escrituras do Novo Testamento e que dão continuidade ao trabalho dos profetas uma das figuras de importância central para o autor da espístola aos Hebreus.
Quando estamos dispostos a ouvir Deus através da sua palavra, nossa fé é fortalecida. A fé vem pelo ouvir e da mesma forma é assim que ela se fortalece. Um crente que confia no sacrifício de Jesus, completa a sua fé aprendendo a respeito deste Senhor Eterno por meio da pregação da sua palavra.

Cristo é o Construtor da Verdadeira Casa de Deus
Os versos 2 a 5, trabalha com uma comparação entre Moisés e Jesus Cristo. E os relaciona com a construção da Verdadeira Casa de Deus.
Nestes versos, o que aprendemos acerca de Cristo e de Moisés é que Cristo é superior a Moisés. Este tema da superioridade de Cristo será apresentado na carta por diversas vezes e aqui, o ponto central é mostrar que assim como Moisés foi obediente a Deus na construção do povo de Deus na antiga dispensação do Sinai, agora Cristo Jesus assume o papel superior de Construir a Verdadeira Casa de Deus, a Igreja, que somos cada um de nós.
O ponto a que devemos considerar principalmente nos versos 2 a 4 é que Cristo Jesus estabeleceu a Casa de Deus, o que é o mesmo que dizer que ele lançou os alicerces da nossa fé. Sobre este alicerce é que devemos construir nossa vida.
Quando alguém constrói uma casa, duas coisas deve assumir o controle de suas atividades construtivas. Considerar o projeto final, por isso, deve obedecer o projeto, feito para que a construção seja sólida e adequada. Assim é a nossa vida, se consideramos o importante projeto de Deus.
O outro ponto que devemos nos preocupar é seguir o projeto quanto ao tipo de material que iremos empregar. Paulo também usou este tipo de metáfora da vida, dizendo que não podemos construir com qualquer material, pois o tempo ou até mesmo a vinda do construtor irá denunciar se construímos com material de qualidade ruim.
No caso da construção da nossa vida, uma coisa é muito importante para ser considerada: o construtor, no final de tudo é Deus. OU seja, Cristo Jesus é o construtor que segue um projeto aprovado pelo próprio Deus.

Cristo é o Mensageiro Fiel da Verdadeira Esperança
A fidelidade de Moisés era uma das mais conhecidas qualidades do grande legislador. Todos os hebreus, ou judeus, conheciam Moisés como um homem que foi fiel a Deus e se tornou, então, um modelo definitivo de obediência a Deus.
Moisés, obedeceu a Deus pela esperança na promessa do Senhor de que iria conduzir o povo de Deus ao descanso final. Este é o ponto que se seguirá no texto.
Eu e você somos chamados a considerar que Cristo Jesus não somente é considerado obediente tanto quanto Moisés, mas superior a este. Ou seja, a qualidade da obediência de Cristo é mais definitiva que a de Moisés, pois Jesus Cristo é o próprio Filho de Deus, vivendo em obediência em nosso favor.
As coisas que haviam de ser anunciadas
A mensagem de Moisés era escatológica, isto é, tinha haver com promessas que ainda iriam se concretizar na vida dos filhos de Deus. Da mesma forma, o ponto central para quem deseja permanecer firme na fé em Cristo deve desenvolver uma mente escatológica, isto é, viver na expectativa da concretização de todas as promessas de Cristo Jesus.
Somos a Casa de Deus se guardamos a esperança
O verso 6, aponta para a esperança que deve conduzir a nossa vida. Guardar a esperança é um dos mais evidentes sinais de que pertencemos a Cristo e que estamos na fé.
Uma pessoa deixa de andar na fé, exatamente no momento em que perdemos de vista o fato de que temos uma vida eterna e que este mundo não é o fim. Quando nos envolvemos nos projetos deste mundo e nos esquecemos de que ainda iremos descansar com Deus sinalizamos para nós mesmos que não repousamos nossa esperança em Deus.
Ousadia e Exultação
Estes são os dois qualificativos que são apresentados pelo escritor para a nossa esperança. Isto é, nossa fé deve causar uma esperança que nos leve a viver ousadamente um padrão de vida que nos qualifica como quem espera coisa maior do que aquilo que vemos aqui. Esta ousadia deve marcar nossa vida, com coragem e disposição para fazer coisas não comuns para Deus neste mundo.
A exultação é a marca da alegria que devemos experimentar neste mundo, ainda que muita tribulação desafie a nossa fé. O que significa dizer que vivemos pela alegria que nos foi proposta por Cristo Jesus, o qual nos repassou a mensagem da esperança que deve nos motivar e animar a viver em santa alegria enquanto o aguardamos em sua volta.

Conclusão
Meus irmãos, amados. Sei que a vida tem muitos desafios para a nossa fé e por isso é urgente que nos voltemos a olhar para Cristo, para o seu sacrifício, sua vida e as promessas que nos fez de vida eterna.
Quando você perceber que, por algum motivo está perdendo o foco da sua fé. Volte-se para ele e não despreze a sua palavra. Ela sempre te fará voltar para Cristo Jesus.
Precisamos desenvolver uma mente escatológica, isto é, uma maneira de pensar que promova uma visão de mundo em que todas as coisas que fazemos nos conduzam a viver para Deus. Fique sempre firme na sua fé e volte o seu olhar para o Autor e consumador da sua fé.


22 de junho de 2014

Hebreus 2.10-18

“Implicações da Nossa União Fraternal

Com Cristo”

 

(Hebreus 2. 10 a 18)

 

 

Foco da Nossa Condição Decaída

Precisamos discernir que nossa ligação fraternal com Cristo implica em alguns privilégios que devem fortalecer a nossa fé e nos fazer mais seguros. O cristãos precisa discernir que Cristo realmente o ama e que, apesar de suas fraquezas, não o abandonará jamais. Além disso, o cristão deve considerar o fato de que em Cristo deve se sentir liberto do poder aterrorizante da morte e também nele encontrará alguém que pode socorrê-lo, porque sabe muito bem o que significam nossas fraquezas.

Introdução

Após a queda a mente humana passou a se estruturar e entender o mundo ao seu redor egocentradamente. Ou seja, para o homem, as coisas tem significado a partir dele mesmo. Uma coisa é boa ou ruim quando é boa ou ruim para mim. Faço uma coisa ou outra na medida em que aquilo, de alguma maneira atende ou não aos meus interesses. Em geral sempre pensamos que estamos realmente certos em tudo o que pensamos e como avaliamos as coisas e pessoas ao nosso redor.
Para uma mente assim autocentrada, a religião mais natural é aquela que implica em méritos. OU seja, para a mente do homem caído é mais lógica e adequada uma religião que diga o seguinte: faça por merecer sua salvação.
Esse é um dos nossos grandes problemas com o cristianismo. Porque o padrão proposto no cristianismo é o elevado padrão de se parecer com Cristo e nós, mesmo que desejemos essa graça, nos deparamos constantemente com nossa fraqueza.
A carta aos Hebreus é um chamado para olhar para Cristo. Ela põe Cristo e toda a sua superioridade em destaque e pede que olhemos firmemente para ele. O autor desta carta, mostra que nossa fé deve estar ancorada nas perfeições de Cristo.
Entretanto, este autor reconhece o quanto é dura esta estrada de imitar o exemplo do autor e consumador da nossa fé. Por isso, ele busca também nos mostrar um outro lado da moeda e, no texto que temos diante de nós, mostra que, apesar de sua glória, majestade e superioridade, Cristo Jesus não se isolou no seu trono, mas continua se compadecendo de nós, seus irmãos e agindo em nosso favor, mesmo sabendo que somos tão limitados.
Se você é, assim como eu, uma pessoa que tende a olhar para suas fraquezas e se entristecer por não atingir adequadamente o padrão que Deus estabeleceu como o do “varão perfeito”, acredito que essa mensagem é uma parada obrigatória para você. Assim como para mim, espero que este texto olhe ajude a considerar que as implicações da sua irmandade com Cristo lhe oferece alguns privilégios que podem te fazer pensar que, apesar de ser tão pecador, você pode sim continuar a viver na fé e no amor de Cristo Jesus e descansar que sua vida está realmente salva em Cristo Jesus.
Considere comigo estes privilégios e as implicações desta ligação fraternal com Cristo Jesus.

Nossa Comunhão Fraternal Com Cristo
Implica em Um Amor Constante Dele Para Conosco Apesar de Nossas Fraquezas
O texto primeiramente nos convoca a pensar em Cristo como sendo a figura central de todo o universo e nos convida a jamais negligenciar a grande salvação que ele propôs. Entretanto, conhecendo a nossa grande fraqueza, ele nos exorta a considerar que nossa salvação é fruto primeiramente da vontade de Deus e não da nossa.
A morte e todo o sofrimento de Jesus ocorreu por nossa causa, porque Deus desejou nos salvar. Nossa salvação é sempre uma obra de Deus e nunca será um mérito nosso. Nossa mente precisa se adequar que isso é um privilégio isso é GRAÇA.
Porque convinha que aquele, por cuja causa e por quem todas as coisas existem, conduzindo muitos filhos à glória, aperfeiçoasse, por meio de sofrimentos, o Autor da salvação deles.  
Temos de admitir que não merecíamos que Jesus fosse conduzido pelo pai a tamanho sofrimento de dor por nossa causa, mas ele o fez e se tornou “autor da nossa salvação” por uma conveniência do amor de Deus. Porque Deus nos amou de tal maneira, foi que deu o seu filho para morrer por nós.
Ele nos deu o poder de sermos feitos filhos de Deus por uma simples razão: ele quis e Jesus morreu em nosso lugar. Para isso, ele mandou Jesus para se tornar homem e ser perfeito em nosso lugar para nos salvar.
Pois, tanto o que santifica como os que são santificados, todos vêm de um só. Por isso, é que ele não se envergonha de lhes chamar irmãos, dizendo: A meus irmãos declararei o teu nome, cantar-te-ei louvores no meio da congregação. E outra vez: Eu porei nele a minha confiança. E ainda: Eis aqui estou eu e os filhos que Deus me deu. 
Mas não somente Deus, o Pai, nos amou e Jesus teria feito tudo o que fez apenas para agradar ao Pai. Não, o autor aos hebreus nos mostra que Jesus fez tudo o que fez porque ele também nos amou. Apesar de ter sido, traído, esquecido, rejeitado, abandonado, ele seguiu até a cruz, até o fim, porque nos amou.
Todos vem de um só - Ele se fez um conosco e percebeu que sua morte nos colocava em comunhão com ele e com o seu pai em pé de igualdade. O autor cita os salmos messiânicos e mostra aos seus leitores que o Messias, Cristo Jesus, cumpria o requesito previsto de amor intenso por aqueles que em pecado precisavam ser separados pela morte do salvador.
Ele não se envergonha de nos chamar irmãos - Nós sabemos que ele teria muitas e reais razões para se envergonhar de nós, porque não somos filhos tão obedientes e servos como ele é. Entretanto, ele declara a nós o caminho e com muito amor, apesar de nossas fraquezas, ele não se envergonha de nos chamar irmãos.
A meus irmãos declararei o teu nome - Eu não estou dizendo que seus pecados são algum tipo de virtude e que você não deve se importar com eles e desejar ser uma pessoa melhor. É claro que devemos ouvir e obedecer o Senhor. O texto diz que ele nos santifica e que devemos ser santificados. A expressão em destaque aqui aponta para o nome de Deus que é santo e Jesus nos apresentou então o elevado padrão de santidade que nos torna compatíveis com o Deus, nosso Pai. Mas desejo que você considere o fato de que, mesmo assim pecador, ele não se envergonha de te chamar de irmão e de mostrar o caminho certo para você.
Não existe maior manifestação da graça de Deus, depois da nossa salvação que isso: Cristo insistir em nos conduzir à presença de Deus, mesmo sabendo que ainda resistimos a ele e que temos uma mente funcionando egocentradamente, que se entristece com a falta de mérito. Ele deseja nos ensinar a viver pelos méritos dele e não os nossos.
Nossa Comunhão Fraternal Com Cristo
Implica em Uma Consciência de Que o Pecado Não Tem Mais Domínio Sobre Nós
Apesar de parecer uma coisa simples, quando lidamos com o nosso pecado na prática não conseguimos perceber essa verdade tão clara das escrituras. Ao contrário, o que vemos, muitas vezes em nossa vida é uma inclinação constante para falar, pensar e agir de maneira contrária à vontade de Deus.
A santificação não parece, muitas vezes, ser um processo linear e contínuo. Aparentemente, temos diante de nós uma nova vida inatingível e isso nos enfraquece na caminhada e, muitas vezes, nos faz desanimar.
Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, destes também ele, igualmente, participou, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo, e livrasse todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida.  Pois ele, evidentemente, não socorre anjos, mas socorre a descendência de Abraão.
Participação comum da carne e sangue -  Jesus foi verdadeiramente homem e realmente um de nós. Sua morte na cruz teve um valor vicário, isto é, ele se fez homem para se credenciar a morrer por homens. O próprio texto diz que ele não morreu por anjos, mas por filhos de Abraão, isto é, homens. Ele sabe bem quem somos e o que a queda fez conosco. Sua encarnação o fez participante real de nossa natureza. Ele foi tentado, da mesma forma que nós somos a diferença é que ele não pecou.
Por sua morte, destruiu o poder da morte, o Diabo - O apóstolo Paulo dizia “o pecado não terá domínio sobre vós”. Meus irmãos, o ponto central da encarnação, da morte e ressurreição de Jesus e sua ascensão ao trono da glória é que dessa forma ele se tornou nosso único Senhor. Nós fomos libertos do poder do pecado, não estamos mais escravizados e submetidos à ditadura de uma mente que se afasta de Deus.
Apesar de ainda pecarmos e muitas vezes nos desviarmos da vontade de Deus, daquilo que é compatível e agrada a Deus, todos nós podemos ter certeza de que há sempre para nós a possibilidade de vitória contra o maligno. Você pode deixar um vício que te escraviza, deixar a mentira que te afasta de Deus, deixar a prostituição, a vida dupla, seu casamento pode ser reconstruído, você pode ser sim um filho obediente e qualquer um aqui que se entregar a Cristo como seu Único Salvador e Senhor tem direito a essa chance e poder de ser alguém muito melhor. Porque o que Ele fez por você garante essa possibilidade.
Ele livra você do pavor da morte - às vezes, o medo de errar nos impede de acertar. Muitas vezes, preferimos não tentar caminhar com Jesus a aceitar o desafio de segui-lo, mesmo que ainda não sejamos do jeito que achamos que devemos ser.
Esse pavor da morte está na nossa estrutura egocentrada e meritória de um coração que preferiria uma salvação na qual, ao final de tudo, pudesse dizer a Deus: Senhor, aceite-me aqui em sua casa, porque eu consegui vencer o meu pecado e mereço entrar. 
Mas o fato é que essa estrutura não é a que Deus oferece como caminho. Quem venceu a morte e o poder do pecado na sua vida foi Jesus. O que você vier a alcançar nessa vida é um mérito dele. Mas não importa, o fato mais relevante de tudo é que você não precisa temer o poder da morte para continuar.
Se a estrutura de mérito estivesse valendo. Viveríamos em uma gangorra. Pois, a vitória que temos num momento, se prova pequena diante da queda que temos em outro e assim por diante.
APENAS CONFIE QUE SUA IRMANDADE COM CRISTO GARANTE QUE ELE VENCEU A MORTE E O SEU PODER NA SUA VIDA.

Nossa Comunhão Fraternal Com Cristo
Implica em Descansarmos no Fato de Que Ele Nos Socorre em Nossas Tentações
Uma das preocupações mais evidentes do autor desta carta é chamar os seus leitores a confiarem que Jesus Cristo poderia lhes socorrer em todas as suas tentações, porque ele próprio foi tentado à nossa semelhança. Ele sabia que muitos cristãos se desanimavam facilmente ao perceber que em sua vida a lei do pecado ainda tinha tanta presença. Por isso, ele insistia em nos fazer olhar primordialmente para Cristo, autor e consumador da fé. Ele seria nosso esteio, a âncora da nossa fé, enquanto estamos em luta contra o pecado.
Por isso mesmo, convinha que, em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo. Pois, naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados. 
Nosso fiel sumo sacerdote - o texto usa a linguagem vétero testamentária para abordar este ponto. Ele aponta para o papel do sumo sacerdote. Mais à frente, a carta irá mostrar que Jesus Cristo fez um sacrifício perfeito, porque seu sacerdócio era superior a todos os demais sacerdotes, afinal ele não tinha pecado e ofereceu a si mesmo. Ele era um sacerdote eterno.
Propiciação - O ponto destes versos é nos mostrar que para agradar a Deus nossa vida já tem o ponto de partida mais importante: a lei foi satisfeita e não existe mais condenação ou distância entre nós. O propiciatório era a tampa da arca, que escondia a lei. Quando o sangue era derramado na parte superior do propiciatório a Lei perdia o seu papel condenatório, pois suas exigências tinham sido satisfeitas com a morte do cordeiro. Então, este autor vai direto ao ponto central da nossa relação com Deus: não existe mais inimizade entre você e Deus, não existe mais condenação. Ele foi satisfeito.
Ele mesmo sofreu e foi tentado -  Deus não despreza a luta que temos contra o pecado. Ele nos estimula a lutar contra o pecado até o sangue, nos incita a buscar a santificação e deseja que vivamos em temor diante dele. Entretanto, quando lutamos ele está do nosso lado exatamente sabendo o que estamos passando, porque de alguma forma ele também sentiu a mesma dor que nós.
Naquilo que sofreu é poderoso para socorrer - Jesus não encarou as suas tentações como uma fraqueza, mas como uma ferramenta para o seu próprio aperfeiçoamento. Assim como ele, todos nós podemos e devemos encarar os nossos desafios de vida com Deus não mais como apenas fraquezas, mas como oportunidades para o crescimento e fortalecimento da nossa fé, sabendo que foi por isso que Jesus se santificou e morreu por nós, para nos tornar mais parecidos com ele próprio e com seu Pai Celestial.
Os escritores do novo testamento desejaram que essas verdades permeassem o coração te todos os cristãos, por isso, sempre nos estimularam a viver em meio às provações de forma confiante, nos conduzindo a olhar firmemente para aquele que deu a vida por nós.
Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus.  Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos fatigueis, desmaiando em vossa alma (Hebreus 12.1-3). 
OLHE PARA JESUS E CONSIDERE QUE NOSSA IRMANDADE COM ELE IMPLICA EM UMA CERTEZA DE VITÓRIA SOBRE NOSSAS TENTAÇÕES, SOBRE NOSSO PECADO, SOBRE TUDO.
Conclusão
Você pode ter muita dificuldade para caminhar com Jesus. Pode ser que sempre se depare com suas limitações pessoais e aqueles já conhecidos pecados em sua vida.
Desejo que tenhas em mente que Cristo oferece para você uma salvação plena e que estará com você em todas as suas lutas. Somos todos chamados para um nível superior de segurança em Cristo Jesus. Ele nos assegura que não existe mais condenação para nós, mas que devemos seguir em frente lutando com mais confiança.
Confiança não em nossos méritos, mas uma que se desperte a partir de nossa certeza de que somos irmãos de Jesus e que ele é o garantidor de nossa vitória.
Um detalhe que acredito ser muito importante em nossa jornada. Devemos também considerar o pecado do nosso irmão de uma maneira diferenciada. ÀS vezes, quando se trata do pecado dos outros nossos olhos se tornam julgadores e achamos um absurdo. Devemos nos estimular com a segurança em Cristo, mas do mesmo jeito que serve para nós, também serve para entendermos que Cristo socorre, da mesma forma, os nossos irmãos.
Não existe entre nós melhores, que o sejam por si próprios. Todos, até os mais santos e vitoriosos, só o são por causa da graça de Deus que está proposta em Cristo Jesus. Portanto, sempre poderemos nos permitir aceitar o nosso irmão, assim como Cristo nos aceita e acolhe.
Aplicações Para a Igreja Presbiteriana de Vila Formosa
Muitos dos nossos irmãos podem estar em momentos difíceis de sua vida com Deus. O primeiro passo é que em nossa igreja tenhamos um ambiente não de juízo, uns contra os outros, mas um ambiente de amor que nos torne capazes de acolher o pecador, sem acolher o seu pecado.
Sim, é necessária a disciplina na Igreja. Ela traz sim tristeza a todos nós, mas é necessário que o amor cubra multidão de pecados. Parecer com Jesus é o propósito de estamos juntos e não o de provar quem é melhor nessa tarefa.
Acredito que como igreja, seremos mais úteis uns aos outros na medida em que entendermos o evangelho deste ponto de vista de que caminhamos juntos, lutando juntos contra o pecado.
Somos uma igreja que poderá ser muito útil recebendo pessoas de todos os lugares e com as mais diversas experiências. Pessoas que tenham se enveredado por caminhos que sabemos que não são bons, devem ser tão bem vindos quanto aqueles que nascem em lares crentes e são educados desde cedo na Palavra de Deus.
Uma igreja como a nossa pode ter um papel muito importante em uma sociedade tão desencaminhada como a nossa e para que possamos realmente cumprir o nosso papel neste lugar onde estamos precisamos entender que Cristo Jesus é a âncora da nossa fé e que não há mais mérito em nós que em qualquer homem ou mulher que esteve sob o poder do pecado pela vida toda.
Cristo nos libertou a todos e essa deve ser a razão de continuarmos na caminhada, tanto quando a razão de buscarmos outros pecadores para a mesma segurança. ISSO É IRMANDADE.

Oração
Nosso Deus, ajuda-nos a sentir o amor de Jesus que nos resgatou e a reparti-lo com outros que ainda não o conhecem. Amém.