2 de agosto de 2015

Tiago 4.11-12


Os Perigos de Uma Língua Maledicente
(Tiago 4. 11 e 12)

Foco da Nossa Condição Decaída
Os problemas envolvendo o pecado da maledicência tem a ver com a coletividade da fé, mas antes de prejudicar ao próximo, o maledicente deveria atentar para os perigos que ele próprio está correndo quando permite que seu coração pecaminoso desenvolva o hábito da maledicência. NO texto em questão, Tiago exorta os crentes a não falarem mal  uns dos outros porque isso pode ser mais uma maneira prática de violarem a regra áurea da Confissão de Fé prática, isto é: ouvir a Lei e Praticar, como ensinou Jesus. .

Introdução
O tema que está dominando a epístola de Tiago é a Fé que se demonstra na prática. A prática da fé, para Tiago evidencia a sua Lei áurea: SER OUVINTE PRATICANTE DA LEI DE DEUS.
Portanto, despojando-vos de toda impureza e acúmulo de maldade, acolhei com mansidão, a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar a vossa alma. Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos (Tiago 1.21-22).
Para o irmão de Jesus, o grande problema que estava levando a igreja de seus dias a se desviar de uma fé genuína e praticante nada  tinha a ver com as perseguições que estavam sofrendo e as tribulações pelas quais estavam passando. Na verdade, ele até acreditava que eles poderiam se beneficiar destes momentos ruins, se fossem homens e mulheres verdadeiramente convertidos. Afinal, as tribulações e provações podem gerar o ciclo do crescimento, amadurecimento e aperfeiçoamento da fé.
Meus irmãos, tendo por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes (Tiago 1.2-4).
Ele acreditava que a fé inconstante dos crentes tinha origem no seu coração embrutecido pelo pecado, tendo sido assim conduzido por sua cobiça. Não eram as provações vindas de Deus que os afastava, mas os seus próprios corações pecaminosos faziam esse trabalho sujo:
Ninguém, ao ser tentado, diga: sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta. Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte (Tiago 1.13-15).
Ele queria que eles se conscientizassem desta realidade e escreveu esta carta para que fossem conduzidos por esta boa consciência ao verdadeiro arrependimento e à verdadeira religião que pura que agradava a Deus. Por isso, ele os adverte a que sejam obedientes à Palavra e a pratiquem porque o objetivo da Lei de Deus é nos aperfeiçoar:
Pois, segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas (Tiago 1.18).
Por isso, Tiago insistia tanto em que eles olhassem para a Palavra como quem se vê num espelho e fossem por ela corrigidos. Daí os tantos exemplos práticos que propõe em sua epístola a fim de tornar cada vez mais clara essa necessidade e, dentre os tantos exemplos que usa ao longo da carta, dedica um espaço considerável para falar do uso da língua.
Antes de usar este exemplo, porém, ele estabelece a Lei como o parâmetro fundamental, fortalecendo principalmente aqueles itens da lei que se resumem em: amar o próximo, que ele chama de Lei Perfeita, ou Lei da Liberdade, repetindo alguns dos ensinos diretos do próprio Jesus.
Todo o capítulo 3 é dedicado ao uso da língua. Ele chega a dizer que a língua pode ser considerado o mais poderoso instrumento de destruição. Spurgeon chegou a dizer: “... Muitos homens mordem mais com suas línguas que com seus dentes”.
Ele encerra o capítulo 3 com uma palavra de estímulo. Pois, depois de haver falado duro contra a origem dos graves problemas, isto é o próprio coração pecaminoso dos crentes, chegando mesmo a dizer que quem se vangloria de sua maldade está sendo guiado por uma sabedoria animal e demoníaca.
Esta não é a sabedoria que desce lá do alto, antes, é terrena, animal e demoníaca. Pois, onde há inveja e sentimento faccioso, aí há confusão e toda espécie de coisas ruins (Tiago 3.15-16).  
Mas, como eu disse, ao final, ele fala da sabedoria do alto. Aquela que no capítulo 1.5 ele disse que poderíamos pedir a Deus que no-la concederia. Sim, ele a exalta dizendo que essa conduz a vida de harmonia na coletividade e, naturalmente, à prática do verdadeiro amor.
A sabedoria, porém, lá do alto é, primeiramente, pura; depois, pacífica, indulgente, tratável, plena de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem fingimento. Ora, é em paz que se semeia o fruto da justiça, para os que promovem a paz (Tiago 3.17-18).
No capítulo 4, entretanto, ele novamente volta ao problema e abre nova sessão, mantendo como assunto fundamental as guerras e contentas que estavam surgindo na igreja. E a razão para isso, segundo ele era o coração pecaminoso, aqui representado nos prazeres que militam na carne, principalmente motivadas pelo amor ao mundo:
De onde procedem guerras e contendas que há entre vós? De onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne? (Tiago 4.1).
Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo, constitui-se inimigo de Deus (Tiago 4.4).
A primeira parte do capítulo ele encerrou de forma positiva, quando conclamou os crentes a se achegarem a Deus, de modo que pudessem demonstrar uma verdadeira conversão e arrependimento:
Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós outros. Purificai as mãos, pecadores, vós que sois de ânimo dobre, limpai o vosso coração. Afligi-vos, lamentai e chorai. Converta-se o vosso riso em pranto, e a vossa alegria em tristeza. Humilhai-vos na presença do Senhor e ele vos exaltará (Tiago 4.8-10).
Eis, finalmente aqui, o nosso texto! Tiago, mais uma vez vai ao exemplo prático para ensinar. Ele vai tomar a maledicência (grego: katalaleo - falar mal, ou falar com maldade) como exemplo.
Na verdade, ele nos conduz a pensar de que maneira devemos nos humilhar de forma prática diante da Lei de Deus. Aprender a honrar a Deus, naquilo que exige de nós, isso é nos humilhar diante de Deus.
A maledicência, por sua vez, é especialmente perigosa para todos nós, porque ela pode interferir no nosso sentido de humildade diante da Lei de Deus e diante do próprio Deus. Ela nos torna inimigos de Deus, uma vez que nos posicionamos contra as exigências da sua Lei.
Antes porém de começar nossas breves observações sobre os versos 11 e 12, gostaria de fazer-lhes voltar a um texto que mexeu com meus sentidos essa semana, enquanto meditava neste tema:
Ao que às ocultas calunia o próximo, a esse destruirei (Salmo 101.5a).
Desejo que Deus me conceda memória para lembrar este verso da Escritura e para lembrar sobre o que Ele nos diz nos versos 11 e 12 de Tiago 4, sempre que meu coração me inclinar a difamar, fazer comentários maldosos, negativos sobre o meu próximo, especialmente os meus irmãos na fé. Vamos ao nosso texto!

A Maledicência Pode Nos Fazer Perder o Forte Sentido de Nossa Irmandade
No verso 11, Tiago inicia a sua exemplificação prática da humildade diante de Deus com uma expressão que precisamos levar seriamente em consideração:
Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Aquele que fala mal do seu irmão ou julga a seu irmão flaa mal da lei e julga a lei (Tiago 4.11).
Tiago estabeleceu no uso da palavra “irmão” (grego: adelpho) o tom do problema. No verso 1, deste capítulo, ele está se reportando ao surgimento de guerras e lutas no seio da igreja. Aqui no verso 11, entretanto, ele lhes faz lembrar que nosso elo de unidade não é apenas uma mera aquiescência a um conteúdo de fé, nos fomos feitos irmãos uns dos outros.
Essa irmandade deveria fazer todo sentido e deveria se tornar uma razão para que consigamos vencer todas as diferenças e dificuldades que surgem no nosso meio. No capítulo 5, por exemplo, ele fala dos crentes que possuem riquezas de como deveriam se comportar e encerra sua palavra dizendo:
Sede, pois, irmãos, pacientes até a vinda do Senhor (Tiago 5.7)
Irmãos, não vos queixeis uns dos outros, para não serdes julgados. Eis que juiz está à porta (Tiago 5.9).
Jesus Cristo, o responsável por nossa irmandade, nosso irmão mais velho é a razão de nosso amor mútuo e mútuo cuidado. Ele está para voltar e esse é o argumento de Tiago para que eles se conscientizassem da importância dos nossos laços de irmandade.
Devemos chorar com os que choram e nos alegram com os que se alegram e devemos orar uns pelos outros, também devemos nos preocupar quando um de nós e desvia (Capítulo 5.13-20). O fato de sermos irmãos uns dos outros é muito importante. Por isso, Tiago insiste em que não é bom para nós que falemos mal uns dos outros.
Quando falamos mal de um irmão, sem perceber muitas vezes, estamos rompendo ou desconsiderando os verdadeiros elos que nos unem em Cristo e rompendo perigosamente para nossa mente nossa comunhão.
Somos irmãos não porque somos perfeitos, somos irmãos, mesmo sendo imperfeitos e todos pecadores. Não reconhecer essa nossa irmandade em Cristo e partir para o juízo contra o outro não é humilhar-se diante de Deus.
A maledicência mina e destrói a força do nosso senso de irmandade e isso é um grave pecado contra Cristo, porque é pecado contra o CORPO DE CRISTO.
Falar mal do irmão, segundo o verso 11, é equivalente a julgar ou tornar-se juiz do nosso irmão e isso nos leva ao nosso próximo ponto. Mas, antes me deixe finalizar este primeiro ponto.
A questão que Tiago levanta não é se temos ou não razão no que estamos falando sobre o nosso irmão. Não se trata de dizer se o irmão é ou está errado no que fez. O ponto de Tiago é que precisamos manter no coração a sabedoria do alto que é compassiva, indulgente, pura, pacífica, plena de misericórdia e que busca a paz.
Pode parecer e até mesmo devemos confessar que é mais fácil condenar o outro ou apontar os defeitos dos outros. Muitos se acham mais espirituais porque conseguem encontrar e apontar os erros dos outros. Mas a verdadeira espiritualidade está em andar a segunda milha com quem erra conosco e estar disposto a ensinar quem precisa aprender, mesmo que para isso, tenhamos que cuidar de alguém enquanto ainda estancamos o sangue das feridas que o outro fez em nosso coração.
A maledicência nos faz perder este profundo senso de irmandade e frequentemente nos mantem soberbos, altivos e distantes de Deus.

A Maledicência Pode Nos Fazer Perder o Forte Sentido de Nossa Submissão à Lei de  Deus
Tiago caminha com seu argumento contra a maledicência mostrando que a falta de humildade não se constitui apenas pela falta de consideração com a nossa irmandade. Na verdade, o problema não é que pecamos apenas contra os nossos irmãos, com a maledicência contra o irmão, nos levantamos contra a Lei a Deus.
Note que o verso 11 possui um paralelismo que nos conduz a entender que falar mal do irmão é o mesmo que falar mal da lei e julgar o irmão é o mesmo que julgar a lei.
Aquele que fala mal do irmão ou julga a seu irmão fala mal da lei e julga a lei (Tiago 4.11).
Você deve estar se perguntando de que maneira seria possível nos tornarmos juízes da Lei só porque falamos mal do nosso irmão?
Bem, o ponto deve ser entendido da seguinte forma. Quando a Lei estabelece que devemos amar o nosso próximo, devemos considera-la perfeita. Mas, quando falamos mal do nosso irmão, o que na prática está acontecendo é que determinamos que a Lei não é tão perfeita assim, pois podemos nós mesmos escolher em que momentos devemos ou não devemos perdoar.
Quando Cristo apresentou o tema, ele chegou mesmo a nos dizer que devemos amar ao nosso inimigo e até mesmo amar o desconhecido, o diferente, como no caso da parábola do bom samaritano. A Lei de Deus deve moldar o nosso coração e fazê-lo aprender a perdoar, mas quando nos posicionamos contra essa ordenança, estamos perigosamente perdendo o nosso forte senso de submissão à Lei e esse é um dos mais perigosos caminhos para qualquer um.
Se vós, contudo, observais a lei régia, segundo a Escritura: Amarás o teu próximo como a ti mesmo, fazeis bem; se todavia, fazei acepção de pessoas, cometeis pecado, sendo arguidos pela lei como transgressores (Tiago 2.8-9).
Quando nos deixamos conduzir por qualquer sentimento faccioso contra o irmão e  escolhemos a maledicência, mesmo sabendo que a Lei deveria nos levar à bendizer, devemos nos lembrar que estamos dizendo com os nossos atos que a sabemos mais que a Lei e não aceitamos ser-lhe submissos, porque temos motivos mais fortes que a Lei para conduzir as nossas ações.
Você consegue perceber a gravidade do que Tiago está dizendo? Ele conclui dizendo que isto muda nosso status diante da Lei e deixamos de ser seus observadores submissos e nos tornamos seus juízes:
Ora, se julgas a lei, não és observador da lei, mas juiz (Tiago 4.11).
Tiago usa a palavra “poiêthes” que foi traduzida na Revista Atualizada por “observador”. Mas “poiêthes” é traduzida noutra parte do texto por “praticante”, lá no verso 22 do capítulo 1. Este é o ponto de Tiago, ou seja, tratar da fé prática como o modo de submissão a Deus, não fazer o que a Lei manda é ser seu juiz e não seu praticante e se não somos praticantes da Lei, no final das contas, estamos nos enganando a nós mesmos.
Se alguém supõe ser religioso, deixando de refrear a língua, antes, engando o próprio coração, a sua religião é vã (Tiago 1.26).
Quando perdemos nosso a força do nosso senso de submissão à Lei estamos trilhando o caminho oposto da aproximação de Deus e nossa religião, nosso religare é falso. Assim foi o erro dos fariseus e escribas dos tempos de Jesus, eles julgavam o seu próximo e, quando pensavam que estavam obedecendo à Lei, estavam, na verdade, engando o próprio coração. Não deixe isso acontecer com você. 

A Maledicência Pode Nos Fazer Perder o Forte Sentido de Nossa Condição de Pecadores e Necessitados de Deus
Segundo o texto nos conduz a refletir, o problema da língua maledicente tem raízes ainda mais profundas. Em geral, pessoas que se permitem conduzir pela maledicência não estão apenas contaminadas no que diz respeito ao próximo ou ao seu modo pessoal de manipular a Lei de Deus. Na verdade, o maledicente se embrenha pela sinuosa estrada do afastamento de Deus.
Na primeira parte do capítulo 4, Tiago propõe a compreensão de que a as guerras e contendas tem origem na cobiça do coração, porque está sendo  dominado por amor ao mundo e essa amizade nos torna inimigos de Deus.
Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo e inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus (Tiago 4.4).
A única possibilidade cristã para um coração que está se afastando de Deus é a humildade e o arrependimento e estas coisas só acontecem no coração que se volta para a que a Lei de Deus o conduza:
Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós outros. Purificai as mãos, pecadores; e vós que sois de ânimo dobre, limpai o  coração (Tiago 4.8).
O ponto de Tiago é que a demonstração prática de que estamos nos aproximando de Deus é a nossa capacidade de se auto compreender pecador e necessitado, aliás, de compreender o mais pecador e o mais necessitado. Porque, na verdade irmãos, o maior de todos os pecadores tem sempre o mesmo nome, chama-se: EU.
Quando o meu coração está perdendo o senso de pecaminosidade, também está perdendo o senso de necessidade de Deus e, em lugar de sermos servos, nos tornamos juízes do Senhor. A língua maledicente interfere no modo como passamos a pensar a nossa fé e a nossa necessidade. Não se enganem, o caminho do pecado na nossa mente é sorrateiro e, quando percebemos, muitas vezes, estamos longe, muito longe do Senhor.
Um só e Legislador é Juiz, aquele que pode salvar e fazer perecer; tu porém, quem és, que julgas o próximo? (Tiago 4.12).
Um só é Legislador é Juiz - Tiago conclui essa primeira parte dos exemplos práticos de insubordinação a Deus com essa arremetida. Ele estabelece o termo de comparação para que a consciência do crente se perceba em erro. Primeiro, ele propõe que vejamos o óbvio: somente Deus é juiz. E a justificativa de Tiago é bem simples: Deus é o único Legislador sobre as atitudes dos homens. Ele é o doador da Lei, foi Ele quem estipulou o amor ao próximo como o padrão esperado e não cabe ao homem discutir com o Senhor.
Aquele que pode salvar e fazer perecer - O segundo termo de comparação é o fato de que somente Deus tem o poder de salvar e fazer perecer. Somente Deus pode conduzir um homem ao céu ou enviá-lo irremediavelmente ao inferno. Jesus nos alertou que devemos temer somente a Deus porque é o único capaz de salvar e fazer perecer.
Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo (Mateus 10.28).
Vede, agora, que Eu Sou, Eu somente, e mais nenhum Deus além de mim; eu mato e faço viver; eu firo e saro; e não há quem possa livrar alguém da minha mão (Deuteronômio 32.39).  
Por isso é que ouvir o que diz o Salmo 101.5 é muito importante:
Ao que às ocultas calunia o próximo, a esse destruirei (Salmo 101.5a)..
A boca fala do que está cheio o coração, definiu Jesus. Ela influencia todo o corpo, entendeu Tiago, por isso precisamos dominá-la, mesmo que tenhamos uma luta interior muito grande e tenhamos que pedir a sabedoria do Alto com prantos de verdadeira humildade. Não somos perfeitos e não podemos perder o senso de nossa pecaminosidade, porque ao perde-lo, também perdemos o nosso senso de necessidade de Deus e, obviamente, logo estaremos longe dEle e nem percebemos que viramos apenas crentes do discurso e não da prática.
Ora, a língua é fogo; é mundo de iniquidade; a língua está situada entre os membros do nosso corpo, e contamina o corpo inteiro, e não só põe em chama toda a carreira da existência humana, como também é posta ela mesma em chamas pelo inferno. Pois toda espécie de feras, de aves, de répteis e de seres marinhos se doma e tem sido domada pelo gênero humano; a língua, porém, nenhum dos homens é capaz de domar; é mal incontido, carregado de veneno mortífero. Como ela, bendizemos ao Senhor e Pai; também, com ela, amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus (Tiago 3.6-9). 
Não brinquemos com essa perigosa possibilidade de vida sem Deus. A língua maledicente pode ser mais perigosa que todos os exércitos romanos vindo contra a igreja de Cristo e contra os soldados do Estado Islâmico se levantando contra a Nação da Cruz. Porque estes inimigos da nossa fé nada podem fazer senão tirar a nossa vida, mas a língua maledicente pode nos afastar de Deus.

CONCLUSÃO
Tiago conclui essa primeira parte da sessão com uma pergunta para reflexão: Tu porém, quem és, que julgas o próximo  - O ponto importante aqui é manter a verdadeira consciência de quem somos.
Quem é você? Quem você pensa que é?
Não nos deixemos dominar pelo hábito da maledicência e a mais importante ferramenta para isso é saber que somos pecadores e que precisamos de Deus que qualquer outro pecador. O maior dos pecadores, repito, tem o mesmo nome sempre: EU.
Não é incomum, irmãos, que tenhamos coisas a reclamar uns dos outros e defeitos para apontar nas outras pessoas e até mesmo nas coisas ruins que fizeram contra nós. Mas precisamos nos guardar de nos tornarmos juízes uns dos outros. Somos a família de Deus, que é o Pai das Luzes, nosso Pai.
A maledicência pode se tornar um hábito que mata a nossa vida com Deus. Ela acaba com a nossa percepção da irmandade e a força benéfica do amor que nutrimos uns pelos outros, ela também acaba com o nosso apreço pela Lei de Deus e passamos a construir um mundo de leis próprias, sempre justificando nossas posições a partir dos erros e equívocos dos outros, leis que nunca nos transformam e sempre querem transformar os outros. Mas sobretudo, a maledicência destrói nosso senso de necessidade de Deus porque perdemos a consciência do próprio pecado e passamos a ser juízes e não mais servos dos outros.
Não permita que isso aconteça na sua vida. Rejeite a maledicência e busque a sabedoria de Deus para amar o próximo. 
APLICAÇÃO
Hoje, particularmente, estamos diante da mesa do Senhor. Esta é a mesa da comunhão com Cristo, mas a mesa da comunhão que temos uns com os outros. Já vi crentes se auto punirem da maneira mais indevida, pois estavam com o seu coração cheio de amargura contra alguém, então, simplesmente não tomavam do pão ou do vinho. Não é assim que devemos agir.
Podemos e devemos viver em uma comunhão mais plena possível e ela acontece primeiramente quando confessamos diante de Deus os nossos próprios pecados. A maior parte da maledicência que carregamos em nossos lábios são falácias que o nosso coração inventa, nos afasta de Deus, dos irmãos e que se tivéssemos um pouco de força para parar com isso, faríamos o maior bem para a nossa alma e seríamos libertos, porque, em geral, podemos viver em paz com todos os que são de Cristo.
Hoje, se este for o seu problema, não deixe de apresenta-lo a Deus e pedir sabedoria do Alto para vencer. Não permita que a maledicência se torne um hábito que te contamine e não permita que outros maledicentes contaminem a sua fé.
1) Fuja da maledicência e dos maledicentes;
2) Passe a ter o hábito de tratar os erros dos seus irmãos com graça e muita misericórdia;
3) Não é necessário fechar os olhos para o que está errado ao nosso redor, mas é necessário fazer parte da reconstrução e do progresso do corpo;
4) Nunca se esqueça: EM CRISTO FOMOS FEITOS UM SÓ CORPO E MEMBROS UNS DOS OUTROS.

Oração
Perdoe-me, Senhor, por todas as vezes em que permiti que o meu coração me enganasse e me levantasse contra os meus irmãos com língua maledicente. Ajuda-me a olhar para Ti e disponha minha alma para verdadeiramente amar o  próximo, compreendendo que eu  preciso dos outros e da sua compaixão. Que aprenda a perdoar todos os que me ofendem, sabendo que eu ofendi mais odiosamente a Ti e Tu me perdoaste todo o pecado.
Amém.

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