28 de agosto de 2016

Atos 18.24-28

A Missão Com Excelência
Atos 18.24-28

INTRODUÇÃO
Na minha opinião, o relato de Lucas sobre a segunda viagem missionária tem como foco principal mostrar como a mensagem do Evangelho produzia um profundo impacto e transformação nas cidades onde chegou. O fato é que também nas cidades relatadas, o número dos que se erguiam contra o Evangelho era sempre muito grande.
O relato de Lucas se fixa em uma cidade muito importante,  Corinto. Ali, Paulo permaneceu  muitos dias, um ano e seis meses, e em sua companhia duas pessoas que seriam muitíssimo importantes para Paulo: Áquila e sua esposa Priscila, os quais o acompanharam, depois de Corinto, até Éfeso, quando ele resolveu voltar para Antioquia, deixando-os ali.
Lucas, antes de relatar sobre a terceira viagem missionária, apresenta mais uma personagem importante da Igreja naqueles dias, Apolo. Este judeu, nascido em Alexandria, no norte da África, no Egito, é tomado por Lucas como um exemplo do crescimento da Igreja que não era uma prerrogativa somente de Paulo. Talvez a intenção de Lucas em nos contar esta breve história do grande pregador Apolo, tenha a ver com o início da carreira de um homem que seria um dos grandes fortalecedores da Igreja de Corinto, uma das mais importantes da história da Igreja Primitiva.
A principal característica do ministério de Apolo era a excelência de seu trabalho como pregador do Evangelho. Tanto se tornou importante e tão grande foi a qualidade do seu ministério que na epístola aos Coríntios, Paulo diz que ele conseguia dividir as afeições dos crentes daquela cidade com o próprio Paulo, o fundador, Pedro ou Cefas, o grande líder do cristianismo inicial e até mesmo com Cristo. Você consegue imaginar o que significa que este jovem pregador conseguiu realizar, considerando o fato de que: não era de Jerusalém, não era de tradição ortodoxa do judaísmo, tinha vivido longe do grande centro da fé cristã, entre outras limitações?
O breve relato de Lucas sobre o ministério de Apolo é muito útil para conhecermos um pouco desta impressionante trajetória ministerial, mas também para que colhamos algumas lições sobre o que pode nos tornar crentes que vivem a sua vida a serviço do reino com excelência. Espero que você esteja disposta a não somente pensar curiosamente acerca de Apolo e sua vida, mas a refletir muito sobre o que tem definido a sua relação com o Reino de Cristo e a missão de tornar Cristo conhecido neste mundo.

A Missão é Realizada Com Excelência Quando Conciliamos Conhecimento e Amor
Quando olhamos para o breve relato de Lucas acerca de Apolo, notamos que uma das características que se destacam do ministério deste pregador alexandrino é que a missão, por seu intermédio, era realizada com conhecimento e amor.  
Nesse meio tempo, chegou a Éfeso um judeu, natural de Alexandria, chamado Apolo, homem eloquente e poderoso nas Escrituras. Era ele instruído no caminho do Senhor, e, sendo fervoroso de espírito, falava e ensinava com precisão a respeito de Jesus, conhecendo apenas o batismo de João (Atos 18.24-25).
Nesse meio tempo - O ponto de contato para que essa expressão tenha sentido é a chegada de Paulo à Éfeso, quando deixou Áquila e Priscila ali e partiu rumo à Antioquia, sua base missionária.
Chegou a Éfeso um judeu, natural de Alexandria, chamado Apolo – Lucas não explica a razão de Apolo ter deixado Alexandria e seguido em direção à Ásia, sua explicação sobre o fato de ser judeu, nascido em Alexandria, parece ter o propósito de nos mostrar a distância que o Evangelho já havia alcançado e o quanto a Igreja já estava apresentando seus frutos em vários lugares.
Eloquente e Poderoso nas Escrituras – depois, portanto, desta rápida apresentação da cena, Lucas começa a focar na pessoa e no ministério de Apolo. Ele começa por definir elementos preponderantes do modo como Apolo servia ao Evangelho e as primeiras características que descreve é que ele era um HOMEM ELOQUENTE, isto é, conhecedor daquilo que falava (logios) e PODEROSO NAS ESCRITURAS, que era o outro lado da moeda, que tratava as Escrituras com um ânimo de alma, que o fazia extremamente persuasivo na pregação, apresentação da Palavra de Deus (dinatos graphais).
Lucas constrói a sua descrição, dando ainda mais informações sobre Apolo e todas são  uma espécie de variações destas duas primeiras.
Instruído no caminho – (katekemenon odon kurion) – alguém que tinha sido iniciado e se tornado capaz de falar a respeito do caminho, que era como as pessoas se referiam ao cristianismo prático daqueles dias.
Fervoroso de espírito – (zeon pneumati) – que traduz a ideia de ser alguém que transbordava a vida no Espírito.
Falava e ensinava com precisão -  (elalei, edidasken, akribos) – era um excelente pregador e mestre do caminho, que apresentava Jesus às pessoas com precisão, ou podemos dizer, de forma crítica, propondo os argumentos certos para que todos possam conhecer a sua fé em Jesus Cristo.
Caros irmãos, gostaria muito e seria até possível passar várias horas falando sobre os pormenores destas qualidades de Apolo e o que podemos fazer, apenas buscando e praticando estas qualidades valiosas do ministéro de Apolo. Entretanto, deixe-me apresentar um pequeno resumo do que eu acredito que Lucas está nos dizendo sobre este poderoso ministro de Cristo: ELE REALIZAVA A MISSÃO EXCELÊNCIA PORQUE A FAZIA COM CONHECIMENTO E AMOR.
Ele conseguia reunir duas qualidades que, em geral, as pessoas separam. Enquanto alguns dizem que o conhecimento atrapalha o amor e outros que o excesso de empenho emocional atrapalha a razão, Apolo unia estas duas coisas para fazer a obra de Deus com excelência.
Quero falar sobre estes dois erros. Primeiro, aquele dos que pensam que a melhor maneira de amar a Deus é fazer tudo de forma espontânea, seguindo sua intuição pessoal, sem isso de buscar conhecimento, porque a letra mata. Quero afirmar que aquele que diz que ama a Deus e não  busca conhece-lo está praticando a pior forma de falso amor, que é um amor que procura ignorar quem realmente Deus é, e deixa construir em seu coração uma imagem egocentrada do próprio Deus.
O outro lado da moeda é muito parecido. Afinal, aqueles que dizem conhecer a Deus com exatidão, conhecendo teologia e detalhes sobre a Bíblia e não é movido a uma intensa afeição interior de amor ao Evangelho e não se emociona ao ver uma criança aprendendo a orar, ou uma conversão do pecador, da qual os anjos fazem festa, este tal realmente conheceu  tudo, menos a Deus. Porque, a boa teologia não é a que tem respostas na ponta da língua, mas aquela que quebranta o coração.
A MISSÃO É REALIZADA COM EXCELÊNCIA QUANDO JUNTAMOS AMOR E CONHECIMENTO.

A Missão é Realizada Com Excelência Quando Estamos Dispostos a Servir à Verdade de Deus e Não a Nós Mesmos
Conhecendo apenas o batismo de João - Lucas aponta uma limitação da pregação de Apolo. Afinal, embora o grande pregador alexandrino se aplicasse em fazer tudo com amor e conhecimento, de forma apaixonada por Jesus, ele ainda tinha uma teologia que precisava ser lapidada. Aparentemente, este é um tema unificador entre esta passagem e a que se segue no capítulo 19. Pode ser que isso explique um pouco porque este homem veio até Éfeso, afinal, ali também havia uma comunidade de pessoas que tinham a mesma tradição de fé que apolo (At 19.1-2).
O problema da teologia de Apolo é que ele não conhecia exatamente a obra e o ministério do Espírito Santo. Lembrando que Lucas está escrevendo a respeito da agenda do poder do Espírito Santo na progressão do Evangelho, faz sentido que esta história esteja posta nestes termos.
Voltando ao nosso texto, aqui, mais uma vez, entra em cena um requisito que parece indispensável para fazer a obra do Senhor: a modéstia e a humildade de alma.
Ele, pois, começou a falar ousadamente na sinagoga. Ouvindo-o, porém, Priscila e Áquila, tomaram-no consigo e, com mais exatidão, lhe expuseram o caminho de Deus (Atos 18.26).
Priscila e Áquila - Meus irmãos, antes de qualquer coisa, vale a penas mencionar estes irmãos e o seu papel. Quando Paulo chegou em Corinto, este casal foi de grande valia no ministério de Paulo. Eles não eram exatamente os protagonistas da pregação, mas sua missão era dar suporte a Paulo e a todos os pregadores que chegaram depois, Silas e Timóteo, em particular. Agora, estes irmãos, demonstram de novo a mesma humildade, tomando aquele jovem e eloquente pregador para o instruir na fé cristã.
Tomaram-no consigo - Estes irmãos não são tomados de inveja porque aquele que nem sabe nada sobre o Espírito Santo está pregando e fazendo “sucesso” na sinagoga. Eles querem apenas ver aquele homem de Deus aperfeiçoado no seu ministério.
Com mais exatidão expuseram o  caminho  de Deus – o ponto que podemos e precisamos destacar é que Priscila e Áquila cumpriam uma missão maravilhosa e isto faziam com humildade, eles conduziam pessoas a Cristo, eles não buscavam promoção pessoal, os holofotes ou coisa do tipo. Eles sabiam que aquele homem deveria cumprir um papel ministerial e era o  seu intento participar com a sua parte, instruí-lo e fizeram o melhor do que era o seu próprio dom.
Apolo – temos de perceber o papel de Apolo neste momento. Eu o comparo a Timóteo, num certo sentido. Pois, do mesmo modo como Timóteo se submetia ao que era necessário para que a obra fosse cumprida e alcançasse o melhor resultado, também Apolo estava disposto a aprender e a submeter-se à instrução para que seu ministério fosse mais completo.
Todo o “sucesso” inicial de Apolo e toda a atenção que teve de muitas pessoas e a até a aprovação do próprio Deus, não fez de Apolo um homem impermeável ao saber. Isto ele deveu a um coração humilde, pronto para servir.
Na verdade, APOLO ESTAVA SUBMISSO À VERDADE DE DEUS E NÃO A SEUS PRÓPRIOS INTERESSES PESSOAIS. A MISSÃO É REALIZADA COM EXCELÊNCIA QUANDO A VERDADE DE DEUS É O NOSSO ALVO E NÃO A NOSSA PROMOÇÃO PESSOAL, AFINAL SOMOS SERVOS DA VERDADE E NÃO O CONTRÁRIO.
A Missão é Realizada Com Excelência Quando a Nossa Ambição é Tornar Cristo Conhecido
Vocês sabem que o REv. Giancarlo, está passando uns dias no Brasil. Vocês também já sabem da grande admiração que tenho por ele. Quero dizer que não somente pelo pastor Gian, mas por muitos missionários e pela história de pessoas que deram a vida pelo Evangelho, uma das que mais me impressiona é a vida de Simonton e eu recomendo a leitura do seu Diário, do qual faço uma pequena citação na mensagem pastoral do boletim de hoje.
O que me impressiona, dentre outras coisas, nos missionários é a sua determinação e desprendimento. Vocês conseguem imaginar o que uma mulher como a irmã Esther Guedes, com sua inteligência e capacidade organizadora seria capaz de realizar em termos de uma carreira pessoal? Ou o que um homem como Giancarlo, poderia realizar como pastor em uma das nossas igrejas locais, ajudado pela sua carismática esposa Adriana?
Mas estes servos de Deus, tem um horizonte mais elevado que a maior parte de nós. Na verdade, não estou dizendo que eles são melhores do que eu ou você, mas que sua visão da obra lhes concede um privilégio, o de ver além dos muros, que nos fecham.
A MISSÃO É REALIZADA COM EXCELENCIA QUANDO É FEITA COM A AMBIÇÃO DE TORNAR CRISTO CONHECIDO.
A ambição de tornar Cristo conhecido é uma mola propulsora do ministério cristão de qualquer pessoa. O que percebemos neste texto e em todo o livro de Atos é este mover de todos na direção de fazer Cristo conhecido.
Querendo percorrer a Acaia, animaram-no os irmãos e escreveram aos discípulos para o receberem. Tendo chegado, auxiliou muito aqueles que, mediante a graça, haviam crido, porque, com grande poder, convencia publicamente os judeus, provando, por meio das Escrituras, que o Cristo é Jesus (Atos 18.27-28).
Você consegue ver o que Apolo tinha em mente e qual era o horizonte do seu ministério?
Querendo percorrer a Acaia - Corinto, que era a cidade onde Apolo desenvolveu este grande ministério da Acaia, foi o lugar onde Paulo foi levado ao tribunal por causa da fé e onde, Sóstenes foi espancado por ser um amigo de Paulo. Apolo não está incomodado com o problema que havia acontecido em Corinto, ele sabe que o Evangelho de Cristo Rei é a mensagem que mudará o coração dos Corintios, então ele vai para onde o perigo está, onde também está a bênção. O ponto aqui é fazer Cristo conhecido e não a preocupação com segurança, riqueza ou qualquer outro valor desta vida.
Animaram-no os irmãos – escreveram aos irmãos – auxiliaram muito os que haviam crido por causa da graça – nestas expressões, Lucas proporciona que vejamos que a obra do Senhor é feita por uma série de pessoas com o mesmo interesse pessoal: tornar Cristo conhecido. Eles o fazem porque tinham a consciência clara do papel da graça como a força transformadora.
Corinto pode ser uma cidade perigosa, mas o Evangelho de Deus é o poder para a transformação, a graça de Deus é poderosa!! Aqueles irmãos sabem que o seu empreendimento é na graça baseado.
Apolo publicamente – por isso aquele homem de Deus não pregou de forma reservada, mas se expunha publicamente com a mensagem de Cristo.  
A EXCELENCIA DA MISSÃO DEPENDE DIRETAMENTE DESTA VISÃO E PERCEPÇÃO DE TORNAR CRISTO CONHECIDO.

Conclusão
Eu não tenho dúvidas de que deveríamos repensar o que é que fazemos neste mundo com excelência. Talvez a sua excelência esteja só para o trabalho, com o qual você se sustenta, para a sua saúde, ou para a sua formação pessoal etc.
Acredito que sei  os motivos porque em muitos casos as pessoas não fazem a obra de Deus com excelência, deixando os restos para Cristo. Acredito que seja só porque, NÃO CONHECEM A DEUS, NÃO AMAM A DEUS, NÃO BUSCAM SERVIR À VERDADE e NÃO TEM NO SEU HORIZONTE DE VIDA TORNAR CRISTO CONHECIDO.
Acredito que melhor conclusão é você quem pode fazer. VOCÊ FAZ A MISSÃO DO SENHOR COM EXCELÊNCIA?

Oração
Ajuda-me a fazer a tua obra, não relaxadamente, mas com excelência.

Amém

14 de agosto de 2016

Atos 15.36-41

O Lugar do Ego na Missão da Igreja
Atos 15.36-41

FCD
A partir do exemplo apresentado por Lucas, entenderemos como o conflito entre Paulo e Barnabé nos ensina sobre o lugar do ego no desenvolvimento da nossa missão de servir e viver para Deus.
INTRODUÇÃO
Autoafirmação, egocentrismo, busca por protagonismo e relevância pessoal, a mentalidade do homem em nossos dias é a de se posicionar em condições de ser visto, notado e aplaudido pelos demais. O facebook, o instagram, twitter e outras redes sociais estão entre as ferramentas que mais alimentam este sentimento narcisista dos nossos dias.
Por um lado, podemos pensar que este desejo de ser notado, pode ter algum aspecto positivo. Afinal, sair do anonimato e aceitar o desafio de se expor e participar é um investimento no desenvolvimento de nossa personalidade. Por outro lado, é verdade que precisamos de cuidado redobrado com aquilo que chamamos de “ego”.
O conceito de “ego” tornou-se um dos conceitos centrais do modo  de pensar Ocidental, especialmente depois de Freud, quando ele explorou a ideia de que existe, guardados dentro de nosso inconsciente, um diverso  conteúdo que muitas vezes determina nossas ações.
Não obstante, ser Freud o responsável por uma profunda revolução na consciência do “ego”, as Escrituras já nos ensinava a respeito desta profunda interioridade e recomendava muito cuidado, porque nossa interioridade pode esconder pecaminosidade e potencial perigo para o desfrutar de um profundo e significativo relacionamento com Deus.
Quer quiser vir após mim, negue-se a si mesmo e siga-me.
O que vemos no texto que separamos para a exposição bíblica desta noite é a sucinta descrição que Lucas fez de uma grande desavença entre os missionário e companheiros Paulo e Barnabé. A discussão girou em torno da pessoa de João Marcos, primo de Barnabé, que havia se afastado da comitiva missionária de Barnabé e Paulo, quando estes adentraram a região da Panfília, voltando para a Jerusalém.
Vale a pena destacar que Lucas poderia iniciar o relato da segunda viagem missionária sem sequer mencionar este episódio, mas entendeu que seria importante para a igreja saber desta desavença. Não é fácil determinar quais as razões pelas quais Lucas imaginou ser importante este relato, mas podemos imaginar algumas possibilidades.
Acredito que possamos aprender muito sobre o modo como Barnabé e Paulo, os protagonistas deste episódio, lidaram com o “ego” na tarefa de servirem a Deus e cumprirem a sua missão.
Nós que muitas vezes, lidamos com muita dificuldade quando o assunto mistura “missão e ego”, talvez precisemos mesmo refletir sobre o  que aconteceu  com estes irmãos.

No Cumprimento de Nossa Missão Não Podemos Deixar o Nosso Ego Nos Fazer Esquecer de Ajudar o Outro Mesmo Quando o Outro Não se Portou Como Devia
Evidentemente a personagem que nos ensina sobre esta lição é Barnabé. O  texto é  construído para nos fazer ver que o que está no horizonte de Barnabé e Paulo é o empreendimento missionário. Eles foram muito bem-sucedidos na sua primeira viagem e voltaram à Antioquia com muitos frutos colhidos. Estavam dispostos a voltar para fortalecer aquelas igrejas na Palavra do Senhor.
Alguns dias depois, disse Paulo a Barnabé: voltemos, agora, para visitar os irmãos por todas as cidades nas quais anunciamos a palavra do Senhor, para ver como passam (Atos 15.36).
NO capítulo 13, vemos o relato de que João Marcos decidiu não seguir viagem para a Panfília, com Barnabé e Paulo, preferindo voltar à Jerusalém, à casa de sua família. Não temos informações sobre esta decisão de João e não precisamos pensar que tenha sido covardia, ou qualquer outra razão negativa em si. Seja como for, Paulo, acreditava que não era “justo” ou ainda mais literalmente “digno” que aquele que não fizera parte da primeira viagem com todos os seus percalços, voltasse com eles, colhendo frutos de seu trabalho.
E Barnabé, queria levar também a João, chamado Marcos. Mas Paulo não achava justo levarem aquele que se afastara desde a Panfília, não os acompanhando no trabalho (Atos 15.37-38).
Este é o ponto! Talvez João Marcos não tenha se tornado “digno” de colher estes frutos ou de receber algum privilégio de um trabalho alheio. As razões de Paulo são sucintamente descritas, mas não me parecem ser razões vergonhosas, apenas, uma forma de dar a justa medida às ações. NO entanto, Barnabé é capaz de não se sentir em nada lesado pela pessoa de João Marcos, mesmo ele tendo se tornado “indigno” de assumir aquele trabalho. Barnabé consegue vencer os brios do próprio ego e dividir uma glória com João Marcos que ele não deveria receber.
Irmãos, Barnabé é capaz de retomar a caminhada com alguém que errou, com alguém que não parecia digno e empreender nova caminhada com tal pessoa. Barnabé não colocou os interesses pessoais de qualquer natureza à frente da possibilidade de dar a João Marcos uma segunda chance.
Sem dúvida alguma, Barnabé precisou vencer elementos do ego que normalmente nos conduzem a um senso de justiça que procura manter sob as amarras dos rigores do que é justo, aqueles que não se entregaram a fazer o que deviam fazer.
Jesus Cristo deixa um exemplo parecido no trato com Pedro e, na verdade, com todos os seus apóstolos, até mesmo Paulo, o perseguidor da Igreja. Parece-me que neste ponto, a atitude de Barnabé coloca o EGO no lugar certo e não permite ao senso de JUSTIÇA PRÓPRIA comandar a relação com as outras pessoas.
Não podemos ser conduzidos pelo EGO, quando tratamos do tema de dar outras oportunidades a quem já errou conosco. Este é o ponto! A nossa missão de salvar vidas, inclui a vida daqueles que salvam vidas junto conosco!

No Cumprimento de Nossa Missão Não Podemos Deixar o Desejo do Ego por Glória Impedir que Façamos a Obra do Senhor
Ainda olhando para o exemplo de Barnabé, podemos aprender um segundo aspecto da sua decisão.
Houve entre eles tal desavença, que vieram a separar-se. Então, Barnabé, levando consigo a Marcos, navegou para Chipre (Atos 15.39).
Não sabemos nada sobre o que Barnabé e João Marcos fizeram em Chipre. Apenas sabemos que a decisão de Barnabé o tirou do roteiro que Lucas descreveu no restante do seu livro sobre o modo como a Igreja cumpriu o IDE.
Quando Paulo se converteu, Barnabé foi o homem que assumiu o papel de ser o seu tutor:
Tendo chegado a Jerusalém, procurou juntar-se com os discípulos, todos, porém, o temiam, não acreditando que ele fosse discípulo. Mas Barnabé, tomando-o consigo, levou-o aos apóstolos, e contou-lhes como ele vira o Senhor no caminho, e que este lhe falara, e como em Damasco pregara ousadamente em nome de Jesus (Atos 9.26-27).
Sem dúvida Barnabé era um homem de uma característica de amor bastante singular. Não é à toa que é chamado de “homem de consolação”, capaz de se condoer e ajudar o próximo. Assim como um dia ele havia feito com Paulo, se dispôs a fazer com João Marcos.
Durante a primeira viagem missionária, Barnabé era um líder e, em muitos momentos, considerado o verdadeiro líder inicial daquele empreendimento missionário. Um recurso de linguagem, usado para afirmar isto, é a posição dos nomes na descrição de Lucas.
Desde o capítulo 11, quando Lucas descreve o trabalho destes dois obreiros, você verá a referência de ambos assim “Barnabé e Saulo”. Até mesmo no começo da primeira viagem missionária você lerá: “Barnabé e Saulo” (At 13.2; 7). Somente a partir de 13.46 é que estas posições se inverterão, logo após o grande discurso de Paulo em Antioquia da Psídia.
Barnabé poderia tomar para si a prerrogativa de liderar a nova expedição missionária para colher os frutos plantados. Ele foi o tutor de Paulo, ele foi o primeiro líder da missão. Porque deveria deixar para Paulo este protagonismo.
Bem, pelo que o texto nos mostra, ele deixou este protagonismo, por não considerar a busca do EGO por glória como mais importante. O desejo de glória não o impediria de servir a Deus e preferiu o anonimato de uma missão menor, para ajudar João Marcos.
No lugar de Barnabé, algumas pessoas escolheriam nada fazer. Alguns chegam a dizer que não querem ser cauda, já que podem ser cabeça. Tenho uma grande dificuldade com esta ideia de que só podemos ser úteis se estivermos em situação de protagonismo. Precisamos aprender a continuar fazendo a vontade de Deus, mesmo quando isto aponta para o anonimato.
Na verdade, não existe anonimato quando se trata de servir na missão de Deus. Porque, Deus sabe qual é o nosso NOME e por isso é que nos chama  e envia para cumprir o nosso papel.
No Cumprimento de Nossa Missão Não Podemos Deixar o Nosso Ego Transformar o Nosso Coração em Um Poço de Soberba Insensata
Vamos tomar o exemplo a partir da história do Apóstolo Paulo. Os versos 40 e 41 são apenas o início da descrição de mais uma grande jornada de fé vitoriosa do apóstolo Paulo, agora na companhia de Silas, depois com Timóteo, com Lucas e tantos outros companheiros que se achegariam ao longo de sua bem sucedida jornada como anunciador do NOME DE CRISTO.
Mas Paulo, tendo escolhido a Silas, partiu encomendado pelos irmãos à graça do Senhor. E passou pela Síria e Cilícia, confirmando as igrejas (Atos 15.40-41).
Paulo protagonizará diversas situações como pregador do Evangelho e Silas com ele. Enfim, todos sabemos da sua importância para o desenvolvimento e o espalhar da fé cristã.
Na verdade, Paulo poderia ter se esquecido de João Marcos e tê-lo deixado para lá. Afinal, não é assim que muitas vezes os famosos fazem, esquecendo-se daqueles que não cresceram com eles. Pois, quando nos tornamos pessoas importantes corremos o risco de ter o coração tomado por uma soberba insensata e perder o valor do amor pelas pessoas, deixando com que o amor por nós mesmos nos leve a esquecer dos outros.
Em Colossenses 4.10, nas suas saudações finais, Paulo recomenda que os irmãos cuidem de receber bem a João Marcos, o primo de Barnabé.
Saúda-vos Aristarco, prisioneiro comigo, e Marcos, primo de Barnabé (sobre quem recebestes instruções, se ele for ter convosco, acolhei-o) (Cl 4.10).
No final de seu ministério, diante de um momento de certo sentimento de solidão, Paulo chama Timóteo e pede que este venha ter com ele na prisão. Ele descreve este momento de solidão, aparentemente com certa tristeza por ter sido abandonado por Demas e de outros irmãos terem partido para outros trabalhos.
Procura vir ter comigo depressa. Porque Demas, tendo amado o presente século, me abandonou e se foi para Tessalônica; Crescente foi para a Galácia, Tito, para a Dalmácia. Somente Lucas está comigo (2Tm 4.9-11a).
A surpresa deste ponto da história de Paulo é o que ele pede que Timóteo faça no momento em que estiver vindo para estar com ele:
Toma contigo Marcos e traze-o, pois me é útil para o ministério (2Tm 4.11b).  
Talvez, numa situação de abandono ele pudesse pensar em muitas pessoas, menos naquele jovem que o havia deixado na missão. Mas, Paulo não deixou seu coração se afundar em uma soberba que o afastasse de ser abençoado pela vida de João Marcos, ao contrário, para Paulo, ele é agora um companheiro no momento de solidão.
O lugar do nosso EGO na MISSÃO DE DEUS não é o de se tornar soberbo e julgador eterno dos irmãos, mas o de humildemente aceitar a benção de Deus não importa por intermédio de quem ela venha.

Conclusão
Sem dúvida, um dos maiores perigos na nossa jornada em cumprimento ao chamado de Deus é aquele que jaz em nosso próprio coração, o nosso EGO. O lugar que o EGO deve ocupar não pode ser o de ser o Senhor da nossa vida, mas precisamos estar prontos para fazer morrer o nosso EU e promover a obra do Senhor.
Algumas vezes, precisamos vencer o EGO para oferecer oportunidades àqueles que andam ao nosso lado; Outras vezes, precisamos vencer o EGO para poder achar contentamento em uma obra que aparentemente não nos trará glória e nos levará ao anonimato, lembrando que não existe anonimato para quem faz a obra do senhor. Por fim, precisamos fazer com nosso EGO, não se torne soberbo e insensato, para podermos aproveitar, ao máximo, da graça de Deus e de sua maneira peculiar de cuidar de nós.
Não existe tarefa mais difícil que dominar o próprio coração e não existe tarefa mais grandiosa e abençoadora para nosso próprio EGO, quando conseguimos dar a ele o que ele mais precisa: VIDA HUMILDE E ENTREGUE NAS MÃOS DO SENHOR PARA PODER FAZER A SUA OBRA.

Oração
Que a minha vida possa ser um reflexo da tua vida em mim e como Jesus eu aprenda a viver humildemente na tua presença.

Amém

7 de agosto de 2016

Atos 14.1 a 7

Os Desafios de Quem Deseja Atrair Pessoas a Cristo
Atos 14.1 a 7

FCD
Neste texto perseguiremos os elementos desafiadores que Paulo enfrentou na pregação do Evangelho. Aquele apóstolo, deixou todas as coisas da sua vida para empreender uma jornada missionária para espalhar o conhecimento de Cristo entre os  gentios e esta jornada foi cravada por diversas circunstâncias adversas, que só deram ao  seu ministério mais caráter e força. Descobrir estes elementos poderá nos ajudar a perceber que precisamos aprender a vencer desafios que nos impedem seguir adiante atraindo pessoas a Cristo. Portanto, vamos nos exortar a seguir adiante na nossa tarefa de trazer às pessoas o conhecimento de Cristo, mesmo diante de importantes e aparementemente, intransponíveis desafios.  
 
INTRODUÇÃO
A história que lemos nestes versos se passa durante a chamada “Primeira Viagem Missionária”. Paulo e Barnabé são enviados pela igreja de Antioquia da Síria, passam pela terra natal de Barnabé, Chipre e dali são encaminhados para o continente na região da Cilícia, na Ásia  Menor, até a cidade de Antioquia da Panfília.
Nesta cidade, os missionários viram o poder maravilhoso do Evangelho. No segundo sábado de sua permanência ali, quase toda a cidade foi à sinagoga para ouvir o Evangelho. Isso gerou inveja dos dirigentes judeus, que com a ajuda de algumas mulheres da alta sociedade antioquena e das lideranças em geral do povo, expulsaram Paulo e Barnabé do seu território.
Paulo e Barnabé seguiram para outra cidade da região: Icônio. Esta era uma cidade importante da rota de comércio romana. Ali, da mesma forma, eles pregaram o Evangelho a judeus e gentios e muitas pessoas foram atraídas a Cristo e da mesma forma, como vemos no texto, houve perseguição.
A obra missionária de Deus, através do apóstolo Paulo, em particular, é um dos mais belos exemplos bíblicos de vida cristã e atitude no Reino de Cristo. O que fez um homem que tinha tudo deste mundo à sua disposição, deixar todas a sua boa vida, suas oportunidades de lado para empreender uma carreira de ser um pregador da Palavra e um instrumento para atrair pessoas a Cristo?
Porque nós, com muito mais facilidades à nossa disposição, muito mais ferramentas ao nosso alcance, não temos o mesmo impulso de fé para atrair pessoas a Cristo? Porque, em geral, estamos tão indisponíveis para cumprir este papel?
Devo lembrar que estamos no mês de agosto, no qual  celebramos o aniversário de 157 anos da Igreja Presbiteriana do Brasil. Poderíamos dizer coisas semelhantes ao que dissemos de Paulo, a respeito do jovem de 26 anos, Ashbel Green Simonto. O que move um servo de Deus a viver e morrer pelo Evangelho, com a finalidade de atrair pessoas a Cristo? O que nos falta para tal ventura de vida?
Vamos a este texto esta noite com a seguinte pergunta: quais os desafios que precisamos vencer se queremos atrair pessoas a Cristo? Vamos pedir a Deus que nos faça  enxergar e viver um padrão de vida cristã que nos transforme de meros frequentadores de igreja em espalhadores de uma nova maneira de viver: o viver cristocêntrico.

QUEM QUER ATRAIR PESSOAS A CRISTO PRECISA TER CONSCIÊNCIA DE QUE NOSSA LEALDADE A CRISTO É PROVADA QUANDO SEGUIMOS EM FRENTE SUPERANDO DESAFIOS E OPOSIÇÃO
É uma grande ingenuidade e imaturidade cristã imaginar que empreender uma jornada de vida cristã com o propósito de espalhar a cultura cristocêntrica será uma grande viagem de diversões e só haverá coisas positivas a serem cultivadas. Precisamos nos conscientizar daquilo que o próprio Jesus disse: o mundo vos odiará, porque primeiro odiou a mim.
Em Icônio, Paulo e Barnabé entraram juntos na sinagoga judaica e falaram de tal modo, que veio a crer grande multidão, tanto de judeus como de gregos. Mas os judeus incrédulos incitaram e irritaram os ânimos dos gentios contra os irmãos (At 14.1-2).
Com certeza, houve um momento de grande alegria para Paulo e Barnabé na cidade de Icônio. Afinal, grande multidão veio a crer em Jesus. Muitos judeus e muitos gregos foram atraídos a Jesus. O texto diz que esta foi uma resposta positiva à intrepidez de Paulo e Barnabé na pregação da Palavra de Deus.
Eles fizeram o mesmo que haviam feito em Antioquia da Pisídia, foram à sinagoga da cidade e anunciaram a Cristo. Aqui não registra o seu sermão, mas mostra claramente que Deus trouxe muitos à luz para crer em Cristo. NO entanto, a construção do texto, mostra que a intenção de Lucas era principalmente nos mostrar a oposição que se levantou neste episódio.
É claro que as conversões são mais importantes que a oposição. Mas Lucas tem a intenção de instruir a Igreja, a Teófilo (ler o capítulo 1.1 a 4), aqueles que amam a Deus, que nosso amor a Cristo e nossa lealdade à verdade é provada principalmente quando seguimos em frente, quando enfrentamos oposição e grandes desafios.
Um padrão de vida fugidia, sempre escapando à responsabilidades, desviando o caminho para rotas de vida menos traumáticas, pode ser um erro que estamos desenvolvendo ao longo dos anos. Muitos cristãos não aceitam o fato de que o seu chamado não é para uma vida tranquila emoldurada em festividades religiosas. Estes, preferem o comodismo de ver as coisas acontecendo de longe e não querem envolvimento. Dizem em seu coração que não querem se machucar, então não querem relacionamentos verdadeiramente sérios com a igreja e os outros irmãos. Têm medo de se colocar em risco.
Um Evangelho fácil e seguro é o que desejam estes cristãos comodistas. Mas este não é o padrão de quem atrai pessoas a Cristo. O padrão de quem atrai pessoas a Cristo é o padrão de Cristo. Pessoas que encaram a vida com realidade, na realidade das lutas que é o viver espontâneo e verdadeiro. O desafio de estar onde está a bênção e a oposição.
Vocês acham que Paulo não sabia dos efeitos da pregação do Evangelho. Ou acham que o ele disse aos ouvintes que eram desprezadores de Deus e que isso seria recebido só com alegria:
Notai, pois, que não vos sobrevenha o que está dito nos profetas: Vede, ó desprezadores, maravilhai-vos e desvanecei, porque eu realizo, em vossos dias, obra tal que não crereis se alguém vo-la contar (At 13.40-41).
Paulo estava ciente de que estaria propondo uma grande bênção, mas enfrentando um grande desafio. Não é fácil enfrentar a vida cristã, mas precisamos pagar o preço por isto, para atrair pessoas a Cristo, precisamos também vencer os desafios de atrair oposição e superar.
Provamos nossa lealdade a Cristo não somente quando pregamos a verdade,  mas quando somos corajosos para seguir em frente quando somos expostos a situações difíceis e preferimos a luta, à fuga.
QUEM QUER ATRAIR PESSOAS A CRISTO PRECISA FIRMAR SUA FORÇA NÃO EM SI, MAS NO FATO DE QUE DEUS É QUEM VAI FAZER A OBRA
O apóstolo Paulo tinha uma força e uma segurança no seu chamado que parecem inacabáveis. Mas o que lhe dava forças para atrair pessoas a Cristo com a pregação do Evangelho, mesmo sabendo que muita oposição iria se levantar, é o fato de que Paulo sabia que Deus é quem faria a obra através dele.
Entretanto, demoraram-se ali muito tempo, falando ousadamente no Senhor, o qual confirmava a palavra da sua graça, concedendo que, por mão deles, se fizessem sinais e prodígios (At 14.3).
Apesar da experiência ruim de Antioquia e de vê-la se repetindo em Icônio, Paulo e Barnabé ainda permanecem muito tempo naquela cidade. Nesta primeira viagem missionária foi o maior período de permanência de Paulo em uma cidade.
Ele se dispôs a permanecer ali, porque percebeu que Deus estava agindo, oferecendo ao seu ministério a possibilidade de pregar ousadamente. Os sinais e prodígios que fizeram era somente uma maneira de Deus lhes mostrar e mostrar a todas as pessoas que a força do Evangelho não estava em Paulo e na sua pregação, mas no próprio Deus, que era o Senhor da obra.
Talvez seja esta falta de consciência de Deus que nos limite tanto e nos torne tão tímidos, ou tão ineficientes na ação de atrair pessoas a Cristo. Talvez as pessoas também vejam pouco da presença de Deus em nós.
De fato, quando Deus realizava prodígios por meio dos seus enviados, o que ele estava mostrando na vida daqueles homens é que eles estavam vivendo na presença de Deus e tinham Deus a seu lado.
Foi o professor de Paulo, o sábio GAmaliel que aconselhou as principais autoridade religiosas de Jerusalém a serem cuidadosas no trato com os discípulos, quando disse:
Se esta obra vem de homens perecerá, mas se é de Deus, não podereis destruí-los (At 5.38-39).
Saber que Deus está agindo em favor da sua obra é o verdadeiro motivo por detrás da coragem de Paulo e não ter esta mesma consciência pode ser a razão por detrás de tanta desconfiança da nossa parte e tanto medo de seguir em frente.
Não podemos confiar em nossa capacidade de fazer as coisas certas ou de manter a igreja no caminho. Temos de confiar em Cristo, que é o Senhor da Igreja que a conduzirá. Sem dúvida temos uma grande responsabilidade, porque é por nosso intermédio que Cristo faz a sua obra, mas no final, a nossa segurança de êxito não está em nós, mas nEle.
QUEM QUER ATRAIR PESSOAS A CRISTO PRECISA TER A DISPOSIÇÃO DE CONTINUAR SEMPRE
Há um ditado popular que diz: cão que foi mordido por uma cobra, tem medo até de linguiça. A ideia é que se sofremos com alguma coisa, temos a tendência de evitar qualquer coisa que se aproxime daquilo que nos fez sofrer. Acredito até que esta é uma maneira sábia de pensar, mas não pode ser aplicada totalmente à vida, porque sempre haverá circunstâncias em que é necessário se expor aos mesmos enfrentamentos. Esse é o caso de Paulo no final deste trecho.
Mas dividiu-se o povo da cidade, uns eram pelos judeus, outros, pelos apóstolos. E, como surgisse um tumulto dos gentios e judeus, associados com as suas autoridades, para os ultrajar e apedrejar, sabendo eles, fugiram para Listra e Derbe, cidades da Licaônia e circunvizinhança, onde anunciaram o Evangelho (At 14.4-7).
Pode ser que em alguma situação particular o mais sábio seria dar um tempo, mas não para a tarefa de atrair pessoas a Cristo. Paulo e Barnabé estavam dispostos a seguir em frente pregando o Evangelho.
Eles perceberam que a situação estava fugindo ao controle e que haveria grande dano, talvez para a própria igreja que estava nascendo em Icônio. Paulo e Barnabé vão para Derbe e Listra. E quando vão para esta região, o texto de Lucas aponta que o seu objetivo não era se livrar do problema somente, eles não foram e resolveram dar um tempo até a poeira baixar, eles seguiram pregando o Evangelho.
O desafio de seguir adiante no Evangelho é mais relevante quando enfrentamos os problemas e decidimos continuar o trabalho da fé, atraindo pessoas a Cristo.
A  disposição de continuar a obra de atrair pessoas a Cristo é uma das mais atraentes qualidades de um Cristão. Essa força que nos faz persistir vem de Deus e é uma amostra segura da presença de Deus na nossa vida. Mais que isso, a prova de nossa convicção e a nossa convicção faz outras pessoas convictas também.
Conclusão
O Evangelho não é apresentado somente quando pregamos a palavra. Atraímos pessoa a Cristo mais eficientemente quando nossa vida, diante dos desafios, revela que estamos prontos para pagar o preço que nossa fé exige.
O que Lucas propõe aos seus leitores, certamente caminha na direção de que as pessoas precisam sentir em nós que realmente amamos a Deus e a melhor maneira de fazê-lo é superar as dificuldades para fazer o que Deus quer que façamos.
Esta noite, voltaremos nosso olhar para a mesa do Senhor e para o seu sacrifício e eu sei que não existe melhor exemplo do que o de Jesus que venceu todos os desafios para cumprir a obra do Pai e foi assim que nos salvou.
Oração
Ajuda-nos, Senhor, a viver na força do seu poder e a atrair pessoas a Cristo, com uma vida dedicada e voltada para ti.

Amém