15 de outubro de 2017

Malaquias 2.1-9

A Necessidade da Verdadeira Instrução
Malaquias 2.1-9

Agora, ó sacerdotes, para vós outros é este mandamento. Se o não ouvirdes e se não propuserdes no vosso coração dar honra ao meu nome, diz o Senhor dos Exércitos,
Introdução
Alguns temas costuram esse livro e formam uma teia de fios entrelaçados. Deus se apresenta como o Pai do seu povo e exige que eles cumpram o mandamento de honrá-lo. Um dos problemas do relacionamento de Deus com o seu povo é que o desprezo para com Deus era uma marca do modo como aquele povo se relacionava com o Senhor.
Aqui nos primeiros versos do capítulo 2, Malaquias retoma este mesmo conceito e o estabelece como uma instrução normativa, uma “mitzvah” (Lei ou Instrução). O profeta destaca duas verdades sobre esta instrução:
1)    Essa instrução é central para o desenvolvimento do trabalho sacerdotal
2)    Essa instrução precisa ser praticada e vivida em profundidade, no coração.
Ser um crente no Senhor Jesus é ser um sacerdote do altíssimo. Lutero, em seus dias, trabalhou fortemente o conceito do “sacerdócio universal de todos os crentes”. Mas, precisamos pensar sobre o fato de que isto não é um rótulo que adotamos como auto-definidores e pronto, está tudo transformado em nós. Um rótulo não é o que define o conteúdo da garrafa. Você pode ter afixado à uma garrafa um rótulo bonito, bem escrito, trabalhado com os dizeres “vinho”, mas o conteúdo da garrafa pode ser um veneno amargo.
A prática da verdadeira instrução é fundamental para a transformação do conteúdo de nossa vida. Necessitamos da verdadeira instrução porque o rótulo de sacerdócio real não resolve o que somos. Somente uma profunda transformação, ocorrida no âmago de nossa alma, de nosso ser mais interior, nosso coração poderá realmente nos credenciar a viver e agradar a Deus.
O ponto que este texto trabalha é o conhecimento de que sem uma profunda transformação provocada pela Lei de Deus em nosso coração, não poderemos jamais honrar a Deus e tudo o que fazemos não passa de um tosco veneno, rotulado como vinho, que em lugar de dar vida e alegria a quem depende de nossa vida para caminhar, trás o amargo da dor e da morte, que é o que define a vida do enganador.
Crentes precisam urgentemente olhar para dentro de si e não buscar nas aparências de vida com Deus algum refúgio. Antes, precisamos trabalhar para realmente ser homens e mulheres que honram a Deus e o servem de todo o coração.
A instrução, isto é, a Lei de Deus, a MItzvah é necessária, precisamos de vê-la cumprindo o papel de aprofundar-se no nosso coração e dar-nos verdadeira vida. Precisamos de um coração disposto, proposto a seguir a Lei de Deus.

Preciso da Verdadeira Instrução Para Não Ser Reprovado
Enviarei sobre vós a maldição e amaldiçoarei as vossas bênçãos; já as tenho amaldiçoado, porque vós não propondes isso no coração. Eis que vos reprovarei a descendência, atirarei excremento ao vosso rosto, excremento dos vossos sacrifícios, e para junto deste sereis levados.
Em nossos dias, as pessoas acalentam interesse por discursos de aprovação. Tudo o que se quer ouvir é que as coisas estão bem e que caminham bem. Espero que você esteja pronto e amadurecido o suficiente para olhar para si mesmo e perceber o que está e o que não está bem.
Se não ouvirdes e se não propuserdes no coração dar honra ao meu nome – este é o ponto de partida e a condição sine qua non para desenvolver uma relação verdadeira com Deus. O coração precisa estar cativo da Lei de Deus. A instrução deve ter se aprofundado em nós, se isto não ocorre, o profeta declara que a verdadeira condição é de maldição e não de bênção.
Enviarei sobre vós a maldição e amaldiçoarei as vossas bênçãos – Acredito que o profeta esteja retomando o próprio texto do pentateuco aqui. Pois lá em Deuteronomio, as maldições proferidas no Monte Ebal, numa grande encenação da vida, na solene promulgação da lei divina já dizia:
Maldito aquele que desprezar a seu pai ou a sua mãe. E todo o povo dirá: Amém (Dt 27.16).   
Eles tinham sido abençoados de muitas formas, sobretudo o seu retorno para sua terra. Agora, porém, suas bênçãos tinham sido transformadas em maldição. O texto é mais enfático ao dizer que “já tem sido amaldiçoadas”, isto é, eles já estavam vivendo a maldição, embora as apreciasse com o bênçãos.
Eis que reprovarei a vossa descendência – eles estavam construindo um vale de dor para sua própria casa e não estavam dispostos a considerar a instrução. Eles estavam deixando a desgraça acabar com sua vida e com a vida de sua família, mas preferiam os rótulos de família feliz a mudar o conteúdo real de suas vidas. Este é um ponto que precisa ser profundamente considerado.
Porque não tendes proposto isto no coração – uma tendência natural em nossa carne é a rebeldia às leis de Deus. Temos uma forte inclinação para negar a nós mesmos a obediência e a fazer caminhos enganosos para os nossos pés. Por isso é que ele diz que o enganador é maldito.
Lançarei excremento – aqui, novamente ele volta ao pentateuco, às instruções a respeito do sacrifício. Quando um novilho era trazido para o sacrifício e as suas partes queimadas no altar, os intestinos e outras partes dos órgãos internos eram queimados, mas a pele e as fezes do animal eram lançadas para fora do arraial, eram consideradas imundas e não podiam ser aproveitadas.
O que o texto de Malaquias está nos dizendo é que Deus está nos mostrando que a falsa adoração, que não é fruto de vidas transformadas pela Lei e de corações transformados na Instrução, são como fezes e precisam ser lançadas fora, porque nenhuma santidade falsa serve para uma vida com Deus. Sua vida pode ter muitos rótulos, mas se são apenas rótulos, mas não são reais no seu coração, você será reprovado.
A instrução é central para que não sejamos reprovados. Precisamos aprender da Lei de Deus e precisamos desenvolver nossa vida com amor pela Lei de Deus. Essa instrução nos dará uma condição de vida real diante de Deus. Precisamos de apego, amor e dar mais atenção à instrução, para não sermos reprovados.  

Preciso da Verdadeira Instrução Para Servir a Deus em Plenitude de Vida
Então, sabereis que eu vos enviei este mandamento, para que a minha aliança continue com Levi, diz o Senhor dos Exércitos. Minha aliança com ele foi de vida e de paz; ambas lhe dei eu para que me temesse; com efeito, ele me temeu e tremeu por causa do meu nome. A verdadeira instrução esteve na sua boca, e a injustiça não se achou nos seus lábios; andou comigo em paz e em retidão e da iniquidade apartou a muitos.
O profeta toma o próprio sacerdote Levi como exemplo. Ele olha para o filho de Jacó e mostra como a instrução esteve no seu coração e como ela o levou a viver e a agradar a Deus. Uma vida plena diante de Deus é aquela que se enriquece no desejo de servir a Deus como principal alvo da existência.
Os filhos de Levi eram considerados como pertencentes a Deus. O próprio Levi, cujo nome significa “Meu Coração”, apontava para alguém que fazia de Deus a sua maior ambição. Os sacerdotes da Tribo de Levi não tinham possessão em Israel. Era a única tribo que não tinha um território, mas todo o território pertencia a eles, mesmo que não fossem donos, porque o que tinham era o Senhor e o Senhor tinha tudo.
Aliança de vida e paz – a vida plena de quem faz de Deus o centro de sua vida é marcada por um compromisso, um pacto de vida e paz. Isto é, Deus promete nos conceder uma satisfação com a vida e uma harmonia no ato de existir que supera tudo o que qualquer riqueza pode nos dar.
Para que me temesse – o temor aqui é um profundo respeito e honra para com o Nome de Deus. Este temor respeitoso, era também uma consideração profunda da seriedade destas coisas e um modo responsável de entender o que significa a santidade do nome de Deus: “...com efeito, ele me temeu e tremeu por cuasa do meu nome.
A verdadeira instrução esteve na sua boca e a injustiça não foi encontrada nos seus lábios – para o profeta só era possível detectar que a instrução que estava na boca de Levi era real, porque nele não foi encontrada injustiça. É uma consequência natural do agir da Lei de Deus em nosso coração. Propor o coração a realmente viver segundo a Lei de Deus é uma poderosa arma para nossa gradual transformação.
Andou comigo em paz e retidão – como é o modo como você anda com Deus. Todos andamos com Deus! Mas muitas vezes, andamos com Deus sendo o tempo todo reprovados, como nossas atitudes engrossando as fileiras das acusações de Deus contra nós. Não brinque com estas coisas, mude sua conduta! A Lei de Deus é uma promotora da paz na relação com Deus, que é provada por meio da retidão que a Lei promove em nossa vida.
Andar com Deus e viver para a sua glória somente são uma proposta real das Escrituras e da Obra que a verdadeira Instrução propõe. A Vida Plena diante de Deus é um desafio e um alvo que deveria nos motivar a saber mais, compreender mais, buscar mais e desenvolver mais nossa relação com a Lei de Deus, com sua Palavra.
   

Preciso da Verdadeira Instrução Para Que Outros Encontrem o Caminho
Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, e da sua boca devem os homens procurar a instrução, porque ele é mensageiro do Senhor dos Exércitos. Mas vós vos tendes desviado do caminho e por vossa instrução tendes feito tropeçar a muitos; violastes a aliança de Levi, diz o Senhor dos Exércitos. Por isso, também eu vos fiz desprezíveis e indignos diante de todo o povo, visto que não guardastes os meus caminhos e vos mostrastes parciais no aplicardes a lei.
O profeta mostra que este o sacerdote Levi era um homem realmente transformado pela instrução e sua vida era um referencial para todos os que o cercavam. A vida plena produz uma fonte de vida para outras pessoas, esse era o papel de Levi, conduzir outros. Ter vida plena e servir de luzeiro para outros. Este é ponto que é necessário considerar como central para o desenvolvimento de uma verdadeira vida com Deus.
Para que isto seja possível precisamos da instrução. Muitas vezes, queremos transformar pessoas apenas com nossos discursos, mas eles precisam de mais do que apenas palavras, eles precisam ver vida em nós. Somente vidas construídas e lapidadas pela verdadeira instrução podem cumprir este papel.
Os lábios do sacerdote deve guardar a instrução – muitas vezes falamos demais e muitas vezes tudo o que as pessoas podem ouvir da nossa boca é um falatório inútil que nada constrói. Algumas vezes temos o vício de preferir destruir com nossas palavras e resistimos à sabedoria.
Ele é mensageiro - Os lábios de alguém que deseja conduzir pessoas a Deus deve guardar a verdadeira instrução é disso que o profeta está falando, afinal este representante de Deus fala a mensagem de Deus. Mensageiro é um outro conceito importante deste livro e a raiz desta palavra é: MALACH, sim a mesma raiz do nome do profeta, que é O MENSAGEIRO DO SENHOR – MALACHYAH!  
Deus escolheu ser apresentado aos homens de todos os lugares por meio dos seus filhos, mais especificamente, por meio da vida dos seus filhos. Sim, Deus escolheu que fazendo resplandecer sobre nós o seu rosto é que as pessoas o conheceriam. Deus nos usa como seus sacerdotes e o faz por meio da nossa vida. Isto é muito sério, porque é através dos pais que os filhos conhecem a Deus, através do marido que a mulher conhece a Deus e por meio da mulher o marido conhece mais a Deus, etc... O mundo precisa que a igreja reflita o seu Senhor para que Deus seja conhecido... Sim, este tipo de conhecimento é diferente do conhecimento intelectual, que se pode adquirir sabendo coisas da Bílbia, mas o conhecimento que podemos passar por meio de nossa própria vida é mais completo.
Mas vós, vos tendes desviado do caminho – quando vivemos errado nosso caminho, ensinamos errado às pessoas e por nossa causa as pessoas vêem Deus de forma distorcida.
Deus nos torna desprezíveis – Este é um aspecto da passagem que me chama a atenção. Deus havia chamado os seus sacerdotes e acreditado ao sacerdócio diante de todo o povo, da mesma forma, ele o fez com o seu povo diante de todas as nações. Mutias vezes, tudo o que os outros sabiam de Deus estava ligado ao que Deus fazia na vida dos seus filhos, dos seus sacerdotes. Mas, Deus agora lhes tira essa glória e lhes mostra que sem revelar Ele, nós realmente não somos nada. Sem ele, seu sua Lei iluminando a nossa vida, tudo o que fazemos erra o alvo.
Precisamos da verdadeira instrução para que outras pessoas conheçam a Deus através de nossa vida. Esse é o nosso chamado e o verdadeiro propósito da nossa existência.

Conclusão  
Pare um pouco e pense sobre a sua vida. Não há sentido algum se sua vida não reflete a verdadeira instrução, porque se você não tem honrado a Deus com sua vida, você certamente não tem vivido uma vida abençoada e, certamente este é só um sinal de que VOCÊ TEM SIDO REPROVADO.
O outro lado desta situação é que isto implica em você viver DE UMA MANEIRA INCOMPLETA, INFELIZ E SEM ANDAR COM DEUS. Isto certamente faz você caminhar sem o pleno desfrute. Desta forma, o resultado da sua vida é que as pessoas não vêem nada, senão O VAZIO DE UMA VIDA SEM DEUS.
O que pode mudar tudo isto? A INSTRUÇÃO VERDADEIRA PODE MUDAR TUDO ISTO. Você precisa dela, você precisa buscar ser moldado pela Escritura... Ele é vida para você... comece agora a se por na forma de Deus, para que ele te modele, te transforme e produza luz em você e através de você.
Vivendo longe da Palavra isso não acontecerá meu irmão. É preciso ter uma atitude diferente. Enquanto o mundo rejeita as Escriruras e enquanto a maior parte das pessoas negligencia sua leitura, aquele que deseja ser abençoado, que deseja uma vida plena e quer ser usado como luzeiro, se aproxima da Palavra, não perde oportunidade de estudar, não perde a oportunidade de saber o que a Palavra ensina e recomenda. Essa atitude positiva para com a Palavra é o que você mais precisa neste momento.
Lutero - Minha consciência é cativa da Palavra.  


8 de outubro de 2017

Malaquias 1.6-14

Quando o Valor de Deus é Pequeno no Coração Podemos Ver Isto no Culto Que Oferecemos
Malaquias 1.6-14

Introdução
Sobre o coração humano e sua postura de ingratidão, conta-se que um rico mercador, percorria a estrada montado em seu cavalo, quando de repente, o animal se assustou e disparou a correr. O cavaleiro, não conseguia controlar o animal e perdeu as rédeas, que uma vez frouxas, deram mais liberdade ainda ao potente animal, que do trote, passou à uma alucinada e perigosa corrida.
No alto da montaria, aquele rico mercador pensou que corria um real perigo de morte naquele momento, agarrava-se fortemente à crina do cavalo e se segurava como podia na sela da montaria. De repente, percebendo a movimentação e avistando o animal alucinado ladeira abaixo, um camponês, corajosamente entra na estrada e se coloca à frente da montaria em furiosa correria. Com impressionante agilidade o pobre camponês, consegue agarrar o animal e em depois de alguns metros de luta contra a força do animal, consegue também fazê-lo parar.
Resgatado, o rico mercador precisa de algum tempo para se recuperar do grande susto e pavor da morte que havia tomado conta do seu coração. Ele pensa consigo, preciso recompensar este corajoso homem que salvou minha vida. Ele se lembra quem em um dos alforjes da sua sela tem um saco de moedas de ouro e pensa em dar ao camponês, afinal salvara a sua vida que é muito mais preciosa.
Alguém o conduz para um canto, pede que ele se acalme, o faz sentar e depois de alguns minutos, ele pensa novamente em recompensar o seu salvador e lembra que no outro alforje possui algumas moedas de prata, que poderia muito bem dar ao camponês que lhe salvara. Alguns minutos mais e uma outra pessoa lhe trás um copo de água, o que ajuda a recuperar o batimento cardíaco e ele pensa, que no bolso de seu casaco tem três moedas de bronze e decide que irá dá-las ao camponês.
Depois de mais 10 minutos de descanso, já totalmente recuperado, o mercador se levanta se dirige ao camponês que o salvara, pergunta qual é o seu nome e lhe estende a mão e diz: serei eternamente grato por sua ajuda.
Essa história pode ilustrar muito sobre o que temos diante de nós neste texto de Malaquias. Ele trata do modo como os filhos de Deus honram ao seu Pai e Senhor. O profeta Malaquias escreve ao povo de Deus nos dias de Neemias, depois do retorno do exílio babilônico. Um dos pontos centrais do que vemos acontecendo neste período da vida de Israel tem a ver com o fato de Deus lhes conceder a graça de voltarem para a sua terra. Assim como o profeta Ageu, que também profetizou naqueles dias, o profeta Malaquias aponta para o culto como uma das mais profundas queixas do Senhor.
Não havia gratidão e honra a Deus. Eles agora estavam na terra e pensavam somente em si mesmos. O seu desprezo pela honra de Deus era primordialmente vista no fato de que haviam trocado o amor a Deus por amor à materialidade do retorno às suas casas, às suas terras, por outras possessões. Eles conseguiam sim ter alguma gratidão a Deus, mas não conseguiram perceber que o principal propósito de Deus ao trazê-los de volta era que reconhecessem o amor a Deus como o fator primordial da vida.
Neste trecho de hoje, este é o ponto a falta de amor a Deus era vista no fato de que os seus atos de adoração estavam permeados de desprezo, porque o seu coração amava ao mundo e não a Deus.
O profeta deseja que o seu povo reconheça como está manchada a sua vida e o quanto estão distantes de Deus. O profeta precisa revelar realmente o que estava comandando o coração do povo e como eles estavam perturbadoramente minando sua fé e quebrando o pacto do Senhor.
Da mesma forma, precisamos pensar o quanto este texto reflete sobre nosso cristianismo hoje e como a nossa postura de incrível desprezo por Deus se revela em nosso culto. Quero lhes dizer que todos deveríamos pensar que “o coração do culto a Deus é o coração humano”. Não é à toa que o profeta Isaías, me honram com seus lábios, mas o seu coração está longe de mim. Por isso, preferem amar outros tesouros e desprezam a Deus, será que fazemos o mesmo?

Em que Desprezamos a Deus – Desprezamos a Deus Quando Oferecemos a Deus Uma Vida Imunda
O filho honra o pai, e o servo, ao seu senhor. SE eu sou pai, onde está a minha honra? E, se eu sou o Senhor, onde está o respeito para comigo? Diz o Senhor dos Exércitos a vós outros, ó sacerdotes que desprezais o meu nome. Vós dizeis: em que desprezamos nós o teu nome? Ofereceis sobre o meu altar pão imundo (Malaquias 1.6-7A).
Eu sou pai e eu sou Senhor – Deus usa duas figuras para se reportar à sua relação com Israel, uma aponta para uma relação de honra e a outra de respeito. Honra tem a ver com amor e respeito dever. Meus irmãos, Israel não havia entendido do que se tratava a relação pactual e por isso estava longe de viver com Deus uma verdadeira relação e amor e dever.
Desprezais o meu nome – Deus identifica a raiz do problema é que eles não haviam compreendido quem realmente era Deus. Relacionavam-se com um Deus que não conheciam, ou que o concebiam com equívocos em seu coração. Eles estavam longe de amar a Deus, porque estavam longe de conhece-lo verdadeiramente. Quando Deus havia resgatado o seu povo no Egito, ele havia dito que eles deveriam reverenciar o seu nome que é santo, Jehovah (Yaweh), um nome impronunciável que aponta para a profunda e eterna santidade de Deus. Aqui em Malaquias eles são acusados de desprezarem o NOME DE DEUS. Quem fazia isto, os sacerdotes principalmente. Homens que deveriam conhecer a Deus e cuja função só era relevante por causa da santidade do nome de Deus. OU seja, ser um sacerdote implicava em ser alguém que tinha temor de Deus.
Ofereceis pão imundo no altar – o pão ázimo entregue no altar, os pães da proposição, deveriam ser cuidadosamente preparados, porque representavam a pureza da presença de Deus. Mas aqueles sacerdotes não estavam nem aí, não se interessavam e não compreendiam a pureza da sua relação com Deus, então apresentavam qualquer pão no altar.
Claro que você deve estar dizendo a si mesmo, ainda bem que estas regras do sacrifício já passaram, então não temos problemas com estas coisas. Este é um problema, aquelas regras passaram, mas elas eram sombras que apontam para nós hoje. Quantas vezes, nós também oferecemos o mesmo pão imundo ao Senhor. Basta pensar no fato de que muitas vezes, crentes que cantam louvores alegremente ao Senhor, preferem manter suas vidas sujas e cheias de pecado, estão mentindo, outros roubando, muitas vezes, mantendo escondidas as suas sujeiras, mas vivendo diante de Deus como se estivesse tudo certo.
A denúncia de Deus é contra todos os que desconsideram a santidade de Deus e desconhecem quem Ele é. Não podemos viver assim. Isso é desprezar a Deus. Você despreza a Deus no seu culto quando sua oferta é uma desconsideração à santidade de Deus e da vida que ele quer que você tenha.

Em que Profanamos a Presença de Deus – Profanamos a Presença de Deus Mantendo Com Ele Uma Relação Baseada no Comércio Egoísta.
E ainda perguntais: Em que te havemos profanado? Nisto que pensais: a mesa do Senhor é desprezível. Quando trazeis animal cego para o sacrificardes, não é isso mal? E, quando trazeis o coxo ou o enfermo, não é isso mal? Ora, apresenta-o ao teu governador, acaso terá ele agrado de ti e te será favorável? Diz o Senhor dos exércitos (Malaquias 1.7A-8).
Trazeis o cego, o coxo e o enfermo – Jehovah aponta a disposição que eles tinham para cuidar dos seus interesses em detrimento dos interesses de Deus. Ageu havia feito a mesma acusação sobre a vida prática, quando dissera que eles haviam cuidado da casa deles, mas deixado o templo de lado. Aqui, Deus diz que a adoração deles estava permeada de uma mentalidade comercialista e egoísta. Eles não achavam importante dar a Deus o melhor, pensavam que aqueles rituais poderiam ser simulados. A questão, na mente deles, se tratava apenas de uma questão de aparências.
Apresentai ao seu governador – Deus faz uma comparação básica. Ele diz que na vida social direta, eles sabiam muito bem avaliar o que era e o que não para se fazer. Eles sabiam aquilatar os valores da vida cotidiana, mas desprezavam a Deus. Mais ou menos, podemos dizer o seguinte: falte amanhã no serviço, porque você está cansado! Pense agora se é possível faltar no culto por causa de cansaço. Você entende o que Deus está pontuando aqui?
Profanar aqui é colocar Deus longe do estado de grandeza que ele tem e torna-lo desprezível. A consequência desta situação é que a relação deles com Deus se tornava cada vez mais figurativa e não verdadeira.
Agora, pois, suplicai o favor de Deus, que vos conceda a sua graça; mas, com tais ofertas nas vossas mãos, aceitará ele a vossa pessoa? Diz o Senhor dos Exércitos (Malaquias 1.9).
Aceitará a vossa pessoa – Deus deseja que eles pensem segundo a lógica do verso anterior. O governador, o empregador, não aceitaria o que é menos do que aquilo que ele requer e que indique uma verdadeira honra e respeito, Deus também não. A rejeição apontada aqui não é apenas à mera oferta, mas à própria vida.
Precisamos identificar se estamos desenvolvendo este tipo de relação de aparência somente, se estamos deixando o nosso coração nos enganar e vivemos uma relação com Deus na qual o destituímos de seu verdadeiro lugar em nossa mente. Uma relação de amor e dever precisa ser embasada em uma percepção de quem realmente é o Senhor a quem servimos.

Em que Desprezamos e Profanamos a Deus – Nessa Relação Que Revela Nosso Tédio Para Com as Coisas de Deus
E dizeis ainda: Que Canseira! E me desprezais, diz o Senhor dos Exércitos; vós ofereceis o dilacerado, e o coxo, e o enfermo; assim fazeis a oferta. Aceitaria eu isso da vossa mão? Diz o Senhor. Maldito seja o enganador, que, tendo um animal sadio no seu rebanho, promete e oferece ao Senhor um defeituoso; porque eu sou grande Rei, diz o Senhor dos Exércitos, o meu nome é terrível entre as nações (Malaquias 1.12-14)
Que Canseira – Nos versos 10 e 11, o profeta diz que Deus não tinha prazer naquele povo porque a relação que haviam estabelecido com Deus era de desprezo e profanação. Então, Deus levanta uma outra acusação e diz que eles estavam agindo desta forma porque eles estavam entediados e cansados de Deus. Eles preferiam cuidar da vida deles e desprezar Deus. A origem desta canseira era uma percepção pequena da glória de Deus. Este é um grave problema do culto hoje, porque ele aponta para o tamanho que Deus está sendo retratado dentro de nós mesmos. O coração do culto a Deus é o coração do homem.
O que se oferece é desprezível e Deus deveria aceitar – Eles precisavam fazer uma profunda reflexão, assim como nós, o que estamos oferecendo é o que aponta para o Deus que concebemos em nós? Ele deveria aceitar nosso culto esta noite?
Maldito seja o enganador – Com certeza, entregamos a Deus o que é pior de nós, porque temos considerado Deus de forma equivocada em nós mesmos e estamos muito cansados disto. Por isso, guardamos o que é sadio, o que é bom, os melhores anos, os melhores momentos, os melhores planos, as melhores coisas para nós mesmos, para Deus separamos o que é resto, o que não importa, o que sobra.
Precisamos encarar se temos agido como estas pessoas, enganadoras que enganamos a nós mesmos. Precisamos muito desta profunda revisão de nossa atitude de adoração.
O Meu nome – O segredo do Profeta está no NOME DO SENHOR e na glória devida a ele.  Aqui, várias vezes destaca-se O SENHOR DOS EXÉRCITOS, aquele que luta por sua povo, que trouxe seu povo do exílio, que nunca o abandonou. Ele quer que sua atitude de amor seja o modo como as pessoas vão reconhecer a grandeza do Senhor, mas quando elas percebem que Deus é desprezível para você, com certeza não considerarão Deus importante. Quantos e quantos, estão agindo assim e esperam alguma bênção de Deus. Se você tem desprezado a Deus não espere muita coisa dele, considerem muito a este respeito.

Conclusão
Mas, desde o nascente do sol até ao poente, é grande entre as nações o meu nome; e em todo lugar lhe é queimado incenso e trazidas ofertas puras, porque o meu nome é grande entre as nações, diz o Senhor dos Exércitos (Malaquias 1.11).
O NOME DE DEUS, a sua santidade, o seu caráter, as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a luz, essa é a nossa missão de vida, proclamar o quanto ele é valioso para nós e isso faremos quando realmente ele for valioso em nosso coração.
Você precisa parar para ver isto em sua vida e pensar sobre o seu culto, a sua entrega e o seu amor a seu Pai e o seu dever para com o seu Senhor.
SE eu sou pai onde está a minha honra e se eu sou o Senhor, onde está o respeito para comigo -  Você precisa pensar sobre isto. Deus quer que seu povo pense profundamente sobre o que realmente está controlando esta relação e quais são as bases que estão em nosso coração que estão determinando a constância e a intensidade do nosso culto a Ele. Não podemos nos enganar, porque não podemos enganar a Deus.
O culto que oferecemos a Deus não pode ser medido apenas pela exterioridade do que apresentamos, porque o verdadeiro valor só pode ser medido dentro do coração. Podemos parecer entregar o melhor, mas na verdade, estamos com uma vida de adoração enferma, defeituosa e só podemos saber disto, quando olhamos para dentro do nosso coração. Em nossos dias, as doenças da vida espiritual são tão intensas que muitas vezes elas estão até mesmo escancaradas em uma posição de desprezo, muitas vezes como eu disse, arrogante e absurdamente pobre para com Deus.
Hoje, precisamos nos posicionar e rever quem é Deus para nós e o que queremos que o mundo conheça de quem Ele é para nós. Pensemos bastante sobre isto.