8 de outubro de 2017

Malaquias 1.6-14

Quando o Valor de Deus é Pequeno no Coração Podemos Ver Isto no Culto Que Oferecemos
Malaquias 1.6-14

Introdução
Sobre o coração humano e sua postura de ingratidão, conta-se que um rico mercador, percorria a estrada montado em seu cavalo, quando de repente, o animal se assustou e disparou a correr. O cavaleiro, não conseguia controlar o animal e perdeu as rédeas, que uma vez frouxas, deram mais liberdade ainda ao potente animal, que do trote, passou à uma alucinada e perigosa corrida.
No alto da montaria, aquele rico mercador pensou que corria um real perigo de morte naquele momento, agarrava-se fortemente à crina do cavalo e se segurava como podia na sela da montaria. De repente, percebendo a movimentação e avistando o animal alucinado ladeira abaixo, um camponês, corajosamente entra na estrada e se coloca à frente da montaria em furiosa correria. Com impressionante agilidade o pobre camponês, consegue agarrar o animal e em depois de alguns metros de luta contra a força do animal, consegue também fazê-lo parar.
Resgatado, o rico mercador precisa de algum tempo para se recuperar do grande susto e pavor da morte que havia tomado conta do seu coração. Ele pensa consigo, preciso recompensar este corajoso homem que salvou minha vida. Ele se lembra quem em um dos alforjes da sua sela tem um saco de moedas de ouro e pensa em dar ao camponês, afinal salvara a sua vida que é muito mais preciosa.
Alguém o conduz para um canto, pede que ele se acalme, o faz sentar e depois de alguns minutos, ele pensa novamente em recompensar o seu salvador e lembra que no outro alforje possui algumas moedas de prata, que poderia muito bem dar ao camponês que lhe salvara. Alguns minutos mais e uma outra pessoa lhe trás um copo de água, o que ajuda a recuperar o batimento cardíaco e ele pensa, que no bolso de seu casaco tem três moedas de bronze e decide que irá dá-las ao camponês.
Depois de mais 10 minutos de descanso, já totalmente recuperado, o mercador se levanta se dirige ao camponês que o salvara, pergunta qual é o seu nome e lhe estende a mão e diz: serei eternamente grato por sua ajuda.
Essa história pode ilustrar muito sobre o que temos diante de nós neste texto de Malaquias. Ele trata do modo como os filhos de Deus honram ao seu Pai e Senhor. O profeta Malaquias escreve ao povo de Deus nos dias de Neemias, depois do retorno do exílio babilônico. Um dos pontos centrais do que vemos acontecendo neste período da vida de Israel tem a ver com o fato de Deus lhes conceder a graça de voltarem para a sua terra. Assim como o profeta Ageu, que também profetizou naqueles dias, o profeta Malaquias aponta para o culto como uma das mais profundas queixas do Senhor.
Não havia gratidão e honra a Deus. Eles agora estavam na terra e pensavam somente em si mesmos. O seu desprezo pela honra de Deus era primordialmente vista no fato de que haviam trocado o amor a Deus por amor à materialidade do retorno às suas casas, às suas terras, por outras possessões. Eles conseguiam sim ter alguma gratidão a Deus, mas não conseguiram perceber que o principal propósito de Deus ao trazê-los de volta era que reconhecessem o amor a Deus como o fator primordial da vida.
Neste trecho de hoje, este é o ponto a falta de amor a Deus era vista no fato de que os seus atos de adoração estavam permeados de desprezo, porque o seu coração amava ao mundo e não a Deus.
O profeta deseja que o seu povo reconheça como está manchada a sua vida e o quanto estão distantes de Deus. O profeta precisa revelar realmente o que estava comandando o coração do povo e como eles estavam perturbadoramente minando sua fé e quebrando o pacto do Senhor.
Da mesma forma, precisamos pensar o quanto este texto reflete sobre nosso cristianismo hoje e como a nossa postura de incrível desprezo por Deus se revela em nosso culto. Quero lhes dizer que todos deveríamos pensar que “o coração do culto a Deus é o coração humano”. Não é à toa que o profeta Isaías, me honram com seus lábios, mas o seu coração está longe de mim. Por isso, preferem amar outros tesouros e desprezam a Deus, será que fazemos o mesmo?

Em que Desprezamos a Deus – Desprezamos a Deus Quando Oferecemos a Deus Uma Vida Imunda
O filho honra o pai, e o servo, ao seu senhor. SE eu sou pai, onde está a minha honra? E, se eu sou o Senhor, onde está o respeito para comigo? Diz o Senhor dos Exércitos a vós outros, ó sacerdotes que desprezais o meu nome. Vós dizeis: em que desprezamos nós o teu nome? Ofereceis sobre o meu altar pão imundo (Malaquias 1.6-7A).
Eu sou pai e eu sou Senhor – Deus usa duas figuras para se reportar à sua relação com Israel, uma aponta para uma relação de honra e a outra de respeito. Honra tem a ver com amor e respeito dever. Meus irmãos, Israel não havia entendido do que se tratava a relação pactual e por isso estava longe de viver com Deus uma verdadeira relação e amor e dever.
Desprezais o meu nome – Deus identifica a raiz do problema é que eles não haviam compreendido quem realmente era Deus. Relacionavam-se com um Deus que não conheciam, ou que o concebiam com equívocos em seu coração. Eles estavam longe de amar a Deus, porque estavam longe de conhece-lo verdadeiramente. Quando Deus havia resgatado o seu povo no Egito, ele havia dito que eles deveriam reverenciar o seu nome que é santo, Jehovah (Yaweh), um nome impronunciável que aponta para a profunda e eterna santidade de Deus. Aqui em Malaquias eles são acusados de desprezarem o NOME DE DEUS. Quem fazia isto, os sacerdotes principalmente. Homens que deveriam conhecer a Deus e cuja função só era relevante por causa da santidade do nome de Deus. OU seja, ser um sacerdote implicava em ser alguém que tinha temor de Deus.
Ofereceis pão imundo no altar – o pão ázimo entregue no altar, os pães da proposição, deveriam ser cuidadosamente preparados, porque representavam a pureza da presença de Deus. Mas aqueles sacerdotes não estavam nem aí, não se interessavam e não compreendiam a pureza da sua relação com Deus, então apresentavam qualquer pão no altar.
Claro que você deve estar dizendo a si mesmo, ainda bem que estas regras do sacrifício já passaram, então não temos problemas com estas coisas. Este é um problema, aquelas regras passaram, mas elas eram sombras que apontam para nós hoje. Quantas vezes, nós também oferecemos o mesmo pão imundo ao Senhor. Basta pensar no fato de que muitas vezes, crentes que cantam louvores alegremente ao Senhor, preferem manter suas vidas sujas e cheias de pecado, estão mentindo, outros roubando, muitas vezes, mantendo escondidas as suas sujeiras, mas vivendo diante de Deus como se estivesse tudo certo.
A denúncia de Deus é contra todos os que desconsideram a santidade de Deus e desconhecem quem Ele é. Não podemos viver assim. Isso é desprezar a Deus. Você despreza a Deus no seu culto quando sua oferta é uma desconsideração à santidade de Deus e da vida que ele quer que você tenha.

Em que Profanamos a Presença de Deus – Profanamos a Presença de Deus Mantendo Com Ele Uma Relação Baseada no Comércio Egoísta.
E ainda perguntais: Em que te havemos profanado? Nisto que pensais: a mesa do Senhor é desprezível. Quando trazeis animal cego para o sacrificardes, não é isso mal? E, quando trazeis o coxo ou o enfermo, não é isso mal? Ora, apresenta-o ao teu governador, acaso terá ele agrado de ti e te será favorável? Diz o Senhor dos exércitos (Malaquias 1.7A-8).
Trazeis o cego, o coxo e o enfermo – Jehovah aponta a disposição que eles tinham para cuidar dos seus interesses em detrimento dos interesses de Deus. Ageu havia feito a mesma acusação sobre a vida prática, quando dissera que eles haviam cuidado da casa deles, mas deixado o templo de lado. Aqui, Deus diz que a adoração deles estava permeada de uma mentalidade comercialista e egoísta. Eles não achavam importante dar a Deus o melhor, pensavam que aqueles rituais poderiam ser simulados. A questão, na mente deles, se tratava apenas de uma questão de aparências.
Apresentai ao seu governador – Deus faz uma comparação básica. Ele diz que na vida social direta, eles sabiam muito bem avaliar o que era e o que não para se fazer. Eles sabiam aquilatar os valores da vida cotidiana, mas desprezavam a Deus. Mais ou menos, podemos dizer o seguinte: falte amanhã no serviço, porque você está cansado! Pense agora se é possível faltar no culto por causa de cansaço. Você entende o que Deus está pontuando aqui?
Profanar aqui é colocar Deus longe do estado de grandeza que ele tem e torna-lo desprezível. A consequência desta situação é que a relação deles com Deus se tornava cada vez mais figurativa e não verdadeira.
Agora, pois, suplicai o favor de Deus, que vos conceda a sua graça; mas, com tais ofertas nas vossas mãos, aceitará ele a vossa pessoa? Diz o Senhor dos Exércitos (Malaquias 1.9).
Aceitará a vossa pessoa – Deus deseja que eles pensem segundo a lógica do verso anterior. O governador, o empregador, não aceitaria o que é menos do que aquilo que ele requer e que indique uma verdadeira honra e respeito, Deus também não. A rejeição apontada aqui não é apenas à mera oferta, mas à própria vida.
Precisamos identificar se estamos desenvolvendo este tipo de relação de aparência somente, se estamos deixando o nosso coração nos enganar e vivemos uma relação com Deus na qual o destituímos de seu verdadeiro lugar em nossa mente. Uma relação de amor e dever precisa ser embasada em uma percepção de quem realmente é o Senhor a quem servimos.

Em que Desprezamos e Profanamos a Deus – Nessa Relação Que Revela Nosso Tédio Para Com as Coisas de Deus
E dizeis ainda: Que Canseira! E me desprezais, diz o Senhor dos Exércitos; vós ofereceis o dilacerado, e o coxo, e o enfermo; assim fazeis a oferta. Aceitaria eu isso da vossa mão? Diz o Senhor. Maldito seja o enganador, que, tendo um animal sadio no seu rebanho, promete e oferece ao Senhor um defeituoso; porque eu sou grande Rei, diz o Senhor dos Exércitos, o meu nome é terrível entre as nações (Malaquias 1.12-14)
Que Canseira – Nos versos 10 e 11, o profeta diz que Deus não tinha prazer naquele povo porque a relação que haviam estabelecido com Deus era de desprezo e profanação. Então, Deus levanta uma outra acusação e diz que eles estavam agindo desta forma porque eles estavam entediados e cansados de Deus. Eles preferiam cuidar da vida deles e desprezar Deus. A origem desta canseira era uma percepção pequena da glória de Deus. Este é um grave problema do culto hoje, porque ele aponta para o tamanho que Deus está sendo retratado dentro de nós mesmos. O coração do culto a Deus é o coração do homem.
O que se oferece é desprezível e Deus deveria aceitar – Eles precisavam fazer uma profunda reflexão, assim como nós, o que estamos oferecendo é o que aponta para o Deus que concebemos em nós? Ele deveria aceitar nosso culto esta noite?
Maldito seja o enganador – Com certeza, entregamos a Deus o que é pior de nós, porque temos considerado Deus de forma equivocada em nós mesmos e estamos muito cansados disto. Por isso, guardamos o que é sadio, o que é bom, os melhores anos, os melhores momentos, os melhores planos, as melhores coisas para nós mesmos, para Deus separamos o que é resto, o que não importa, o que sobra.
Precisamos encarar se temos agido como estas pessoas, enganadoras que enganamos a nós mesmos. Precisamos muito desta profunda revisão de nossa atitude de adoração.
O Meu nome – O segredo do Profeta está no NOME DO SENHOR e na glória devida a ele.  Aqui, várias vezes destaca-se O SENHOR DOS EXÉRCITOS, aquele que luta por sua povo, que trouxe seu povo do exílio, que nunca o abandonou. Ele quer que sua atitude de amor seja o modo como as pessoas vão reconhecer a grandeza do Senhor, mas quando elas percebem que Deus é desprezível para você, com certeza não considerarão Deus importante. Quantos e quantos, estão agindo assim e esperam alguma bênção de Deus. Se você tem desprezado a Deus não espere muita coisa dele, considerem muito a este respeito.

Conclusão
Mas, desde o nascente do sol até ao poente, é grande entre as nações o meu nome; e em todo lugar lhe é queimado incenso e trazidas ofertas puras, porque o meu nome é grande entre as nações, diz o Senhor dos Exércitos (Malaquias 1.11).
O NOME DE DEUS, a sua santidade, o seu caráter, as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a luz, essa é a nossa missão de vida, proclamar o quanto ele é valioso para nós e isso faremos quando realmente ele for valioso em nosso coração.
Você precisa parar para ver isto em sua vida e pensar sobre o seu culto, a sua entrega e o seu amor a seu Pai e o seu dever para com o seu Senhor.
SE eu sou pai onde está a minha honra e se eu sou o Senhor, onde está o respeito para comigo -  Você precisa pensar sobre isto. Deus quer que seu povo pense profundamente sobre o que realmente está controlando esta relação e quais são as bases que estão em nosso coração que estão determinando a constância e a intensidade do nosso culto a Ele. Não podemos nos enganar, porque não podemos enganar a Deus.
O culto que oferecemos a Deus não pode ser medido apenas pela exterioridade do que apresentamos, porque o verdadeiro valor só pode ser medido dentro do coração. Podemos parecer entregar o melhor, mas na verdade, estamos com uma vida de adoração enferma, defeituosa e só podemos saber disto, quando olhamos para dentro do nosso coração. Em nossos dias, as doenças da vida espiritual são tão intensas que muitas vezes elas estão até mesmo escancaradas em uma posição de desprezo, muitas vezes como eu disse, arrogante e absurdamente pobre para com Deus.
Hoje, precisamos nos posicionar e rever quem é Deus para nós e o que queremos que o mundo conheça de quem Ele é para nós. Pensemos bastante sobre isto.  


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