12 de novembro de 2017

Malaquias 3.13-18

OFERECENDO A DEUS UMA VIDA PLENA
Malaquias 3.13-18

Introdução
A mensagem de hoje, baseada neste trecho de Malaquias, pode ser um forte alerta sobre a sua vida e um chamado para uma profunda reflexão sobre tudo na vida, especialmente, uma reflexão sobre o que você está fazendo com os seus dias e como você pode estar jogando fora sua vida.
Malaquias é um livro para uma profunda reflexão, por isso, é que ele usa tão habilmente auto-questionamento. Ele propõe ao povo de Deus que avalie seu próprio comportamento, que constate seus erros e se pergunte sobre o que deveriam fazer para mudar. Neste sentido, ele é um livro que exige de nós um forte padrão de honestidade e desejo de realmente pensar sobre Deus e quem Ele é para nós.
Quero convidá-lo a pensar sobre si mesmo, sobre o que está fazendo aqui e qual tem sido o seu padrão de tratamento para Deus, ou seja, como você o têm considerado na sua vida e como parte dela. Quero convidá-lo a não fugir das perguntas, mesmo percebendo que você talvez tenha respostas acusadoras contra você mesmo.
A pergunta central de Malaquias tem a ver com uma premissa absoluta: fomos criados para existir com a finalidade de amar a Deus sobre todas as coisas. Diante disto, o que Malaquias propõe é um exercício que nos ajude a responder para nós mesmos: porque então, não vivemos para ele e somos tão focados em nossos próprios interesses?
Eles desprezavam o culto; desprezavam a Palavra de Deus; desprezavam as bênçãos de Deus e desprezavam o próprio Deus. Por isso, deixavam outras coisas roubar a sua atenção, deixaram o materialismo controlar suas ações e não sentiam o mal cheiro da sua própria imoralidade. Havia um compromisso externo e formal com Deus, mas não uma vida completamente entregue ao Senhor.
Malaquias, portanto, trabalha com um dos temas centrais da vida humana: como ela é ofertada para Deus, que é a chave do amor e da adoração ao nosso Deus. E ele conclui que aquelas pessoas estavam num estágio de que elas não viam ou não compreendiam completamente o sentido, o porquê, e a razão de amarem a Deus. Estavam cegos para a importância de Deus.
Precisamos recuperar a razão de servir a Deus! Precisamos recuperar o por quê buscamos a Deus. Precisamos repensar sobre quem é e qual é o valor de Deus e o seu lugar na nossa vida. Pense, sem medo sobre estas perguntas e sobre estes valores durante a mensagem desta noite.

A Necessidade de Recuperar a Visão da Importância de Viver Para Deus
As vossas palavras foram duras para mim, diz o Senhor; mas vós dizeis: que temos falado contra ti? Vós dizeis: inútil é servir a Deus; que nos aproveitou termos cuidado em guardar os seus preceitos e em andar de luto diante do Senhor dos Exércitos? Ora, pois, nós reputamos por felizes os soberbos; também os que cometem impiedade prosperam, sim, ele s tentam ao Senhor e escapam (Malaquias 3.13-15).
Malaquias viveu no período histórico do final do governo de Neemias. Possivelmente ele assistiu à toda a reestruturação da vida cúltica e social do povo judeu, após o retorno do exílio babilônico, mas também viu a degradação desta reestruturação quando Neemias se ausentou de Jerusalém, voltando para a Babilônia por um período.
Eles haviam se adaptado a viver um estilo em que a religião fazia parte da sua vida, mas não era central para eles. Eles haviam se acostumado aos lidares religiosos, mas eram controlados por outros amores. Haviam perdido o seu primeiro amor e viviam, existiam para si mesmos e não para o seu Pai e Senhor.
Imoralidade, corrupção, materialismo e degradação do valor de Deus na mente das pessoas eram alguns dos sinais que indicavam que havia morte no meio do povo. Por isso, a profecia é um grande apelo à reconsideração e à auto-avaliação.
As vossas palavras foram duras para mim, diz o Senhor; mas vós dizeis: que temos falado contra ti? – Note que eles precisavam refletir mais seriamente sobre o que realmente estava acontecendo entre eles e Deus. Eles haviam se contentado com um padrão de relacionamento frio, distante, enganoso. Eles se contentavam em sentir o cheiro do relacionamento com Deus, mas não desejavam verdadeiramente saboreá-lo. Eles não percebiam o quanto isto era ofensivo a Deus.
Suas palavras foram duras para mim – Nem sempre o nosso desprezo precisa ser verbalizado para ser percebido. As atitudes, muitas vezes são vozes mais poderosas que sons de palavras. Eles estavam vivendo na contramão com Deus, dizendo palavras duras é o mesmo que atacando e acusando a Deus. Quando é que fazemos isto, todas as vezes, que achamos que sabemos mais de realidade que Deus e queremos, então, escrever uma história diferente da que Deus tem para nós, ou não nos contentamos e aí reclamamos, ou simplesmente fazemos caminhos para nossos pés que Deus não aprova. Bem, podemos ou não verbalizar nosso descontentamento com Deus, mas certamente, Deus sabe ler e ouvir o que as nossas atitudes dizem e ele percebe, vocês estão contra mim e me acusam de ser bom o suficiente para vocês, por isso preferem outros caminhos e não o meu.  
Vós dizeis: inútil é servir a Deus – Em outras palavras, o problema denunciado aqui é a perda da visão de que existimos para Deus. Eles tinham atitudes negativas em relação à Deus, porque na cabeça deles havia se perdido a ideia central da existência, fomos criados para Deus. Pense em um jovem instrumentista, um clarinetista, que resolve usar a sua clarineta como taco de baseball ou como instrumento de condução de boiada. Ele estará usando seu instrumento tão equivocadamente que logo irá perde-lo. Podemos dizer que aquela clarineta, logo não poderá ser realmente chamada de clarineta.
Muitas vezes é isso o que fizemos com a nossa vida. A jogamos fora e desperdiçamos o seu maior potencial que é o de viver e glorificar a Deus. Fomos criados para isto, fomos formados para a glória de Deus e para percebê-lo e vivenciá-lo em tudo o que fizermos. Quando deixamos a vida tomar outro rumo e servir para outra coisa qualquer, como simplesmente vivermos para outros alvos e Deus é colocado de lado, logo nossa vida perderá o seu verdadeiro sentido e será gasta, entregue, ofertada para outro e não para Deus. Por isso é que eles achavam inútil servir a Deus e por isso é que achavam que a vida dos ímpios era melhor, porque haviam perdido a dimensão do verdadeiro significado da existência. Vivemos para encontrar e reverlar a glória de Deus na nossa vida.
Os soberbos é que são felizes – a perda desta visão produz uma falsa percepção de felicidade existêncial e nos engano, fazendo-nos perseguir outros objetivos e a nos entregar a outros alvos, outros deuses. Por isso é que precisamos urgentemente recuperar a visão de que existimos para Deus e somente nele a nossa alma se achará completa.
Você pode desejar muito fazer uma viagem para o exterior, arrumar um emprego bom em uma grande empresa, fazer algo que te torne famoso e pode até desejar algum tipo de notoriedade e pode desejar ser rico, mas você não pode resumir a sua vida a isto, nem pode pensar que este é o alvo supremo da existência. O que a Bíblia recomenda é que não importa o que você faça ou sofra, viva para Deus.
Quer comais, quer bebais, ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus (1Co 10.31).  
PRECISAMOS RECUPERAR A VISÃO DE QUE EXISTIMOS PARA DEUS.

A Necessidade de Recuperar a Visão do Amor Por Nós
Então, os que temiam ao Senhor falavam uns aos outros; o Senhor atentava e ouvia; havia um memorial escrito diante dele para os que temem ao Senhor e para os que se lembram do seu nome. Eles serão para mim particular tesouro, naquele dia que preparei, diz o Senhor dos Exércitos; poupá-los-ei como um homem poupa a seu filho que o serve (Malaquias 3.16-17).
O outro lado desta mesma moeda é que nem sempre percebemos que existimos para a glória de um DEUS QUE NOS NOS AMA PROFUNDAMENTE. Umas das falsas concepções de vida que nos afastam de uma entrega voluntária e uma oferta completa a Deus é o distanciamento que vivemos em relação ao amor de Deus por nós.
Os que temiam ao Senhor falavam uns aos outros o Senhor atentava e ouvia – O profeta está dizendo que a reclamação do verso anterior era o tema das conversas, ou das atitudes deles (lembre-se nem sempre precisamos verbalizar para dizer). Mas o Senhor pacientemente os ouvia. Eles estavam construindo um modo de pensar um modelo de religião, em que Deus é tratado de forma distante e desprezível.
Havia um memorial diante Dele – o memorial era uma lembrança eterna no coração de Deus. Não precisa ser compreendido como algo literal, um lembrete na escrivaninha de Deus. Havia na mente de Deus algo que não podia ser apagado ou afastado. O profeta prefere usar um modo de dizer que indica a eternidade deste memorial: havia permanentemente diante de Deus uma lembrança: Eles serão para mim particular tesouro.
Particular tesouro para mim: apesar das reclamações, das atitudes de desprezo, o que Deus tinham diante de si era a aliança: Eu serei o seu Deus e vós sereis o meu povo. DEUS NOS AMA INCONDICIONALMENTE ESTA VERDADE PRECISA MOVER NOSSA ALMA NA DIREÇÃO CERTA.
Nem sempre a pergunta que precisamos fazer aos crentes é se eles amam a Deus. Muitas vezes, precisamos perguntar: VOCÊ SABE QUE DEUS TE AMA DE FORMA ETERNA? Eles não sabiam mais o que significa o fato de Deus os amar e prover para eles o melhor modo de vida, mesmo que isto implicasse em perdas materiais, sociais em alguns momentos. Eles não tinham mais noção de que TODAS AS COISAS QUE DEUS FAZ SÃO BOAS.
Essa semana, li para algumas pessoas, Eclesiastes 3. Tive dois momentos de aconselhamento que usei este texto. Nos dois momentos, pude ler com as pessoas que há tempo para todas as coisas, tempo de sorrir e tempo de chorar. No verso 11, diz que Deus fez tudo formoso no seu devido tempo. A conclusão natural desta leitura é que Deus fez o tempo de chorar tanto quanto o tempo de sorrir e os dois são formosos. Deus fez estas coisas para nosso bem! Porque todas as coisas cooperam para o nosso bem. Este é o ensino da Escritura. PORQUE DEUS NOS AMA. Ele sabe o que precisamos para encontrar o melhor e o melhor é encontra-lo.
Nos dias de Malaquias, as pessoas haviam perdido essa dimensão do amor de Deus e portanto, não conseguiam ver a vida do ponto de vista de Deus. Por isso, para eles, andar de luto diante de Deus era um tédio e se ocupar de guardar os seus preceitos era uma loucura, porque os ímpios, prosperavam mais que eles e não faziam nada disto. O que eles não enxergavam é que os ímpios, não estavam sendo preparados para serem o PARTICULAR TESOURO DE DEUS. Asafe notou isto muito bem no seu Salmo 73.
Quanto a mim, porém, quase me resvalaram os pés, pouco faltou para que se desviassem os meus passos. Pois eu invejava os arrogantes, ao ver a prosperidade dos perversos (...) Eis que são estes os ímpios; e, sempre tranquilos, aumentam as suas riquezas. Com efeito, inutilmente conservei puro o coração e lavei as mãos na inocência (...) Em só refletir para compreender istso, achei muito pesada tarefa para mim; até que entrei no santuário de Deus e atinei com o fim deles. Tu certamente os pões em lugares escorregadios e os fazes cair na destruição (...). Todavia, estou sempre contigo tu me seguras pela minha mão direita (Sl 73.1-23).
Estamos falando de Deus nos amando profundamente a ponto de saber exatamente como nos conduzir e produzir em nós um novo coração. Por mais que seja difícil, não há nada de errada em servir a Deus, em andar com ele e servi-lo. Precisamos recuperar a ideia de que ELE SABE O QUE ESTÁ FAZENDO EM NOSSA VIDA E NOS AMA PROFUNDAMENTE.
Este tipo de percepção poderá nos levar a um novo patamar de serviço a Deus, especialmente em retribuição e colaboração com a obra de mudança que ele está fazendo em nossa vida.  

A Necessidade de Recuperar a Visão da Eternidade Como Alvo Existêncial
Então vereis outra vez a diferença entre o justo e o perverso, entre o que serve a Deus e o que não o serve (Malaquias 3.18).
Malaquias é uma profecia com tom escatológico muito claro. O último capítulo terá um pronunciamento muito sério e importante sobre isto, sobre o Dia do Senhor dos Exércitos. Ele já vem construindo esta palavra desde o começo do livro, mas no capítulo 3, quando falou do seu Anjo da Aliança, que trabalhará como purificador para purificar a vida do seu povo e fazer o seu povo produzir boas ofertas, já era uma forma dele se dirigir a este tempo final, escatológico.
Precisamos de uma percepção da vida mais elevada e mais ampliada. Precisamos desenvolver um olhar de longo alcance, uma visão de plenitude espiritual na eternidade. Precisamos nos preparar para o dia de amanhã, para o mês que vem, para o ano que vem, mas precisamos fazer um desenho cujo ponto de fuga limite seja a eternidade. Um dos pontos que precisamos repensar é o quanto o dia de hoje está ligado com o traçado da nossa eternidade e o quanto a sementeira de hoje, produzirá para a eternidade.
Os dias de Malaquias, revelaram um povo altamente preocupado com o presente, tentando garantir uma sobrevivência boa para si hoje, mas se esquecendo os valores mais amplos da vida com Deus. Nos dias de Esdras e Ageu eles fizeram as mesmas coisas, quando trataram das suas casas e se esqueceram do templo Depois que construíram o templo e acharam ter feito a sua parte, começaram a distanciar novamente a sua vida de Deus e foram seguir os seus caminhos.
A honra de Deus – este é um tema que percorreu toda a profecia, a honra de Deus o respeito dado a Deus. Ele só podia ser medido pelas atitudes práticas do dia a dia.
As ofertas puras – outro conceito transversal da profecia é o conceito de oferta, entrega a Deus. Claro que eles revelam que nada sabiam e nada pretendiam plantar para a eternidade porque sua principal provisão não era no relacionamento com Deus.
O profeta os convoca a viver num novo patamar de relacionamento, honrando e servindo a Deus. Eles precisavam refletir sobre o conceito de servir a Deus. Não se tratava de fazer coisas para si mesmo, em nome de Deus, mas o conceito de entregar a sua esperança e vida a Deus. Deus queria que eles tivessem essa perspectiva em seu coração, mas para isto, precisariam olhar mais adiante e não apenas para as circunstâncias.
Então vereis outra vez a diferença – baseado no amor eterno de Deus e na palavra, eles serão um particular tesouro no dia em que preparei – o profeta os convida a pensar no fato de que Deus tem um plano de redenção e o está operando e quer que eles vivam para ele por causa desta consciência.
Entre o justo e o perverso – o que serve Deus e o que não serve – o conceito de justiça que o profeta traz à luz e o conceito de oferta tem a ver com aquele que vive e entrega a sua vida a Deus e o que não a entrega. Aquele que vive medindo que sua vida pertence a Deus e que Deus o ama profundamente e aquele que se esquece deste valores.
Precisamos recuperar urgentemente a visão de eternidade como conceito motivador e direcionador da vida. O que fazemos hoje, deve apontar para a eternidade. Tome tudo o que você está fazendo, o que está construindo e faça um paralelo com a eternidade e se pergunte, estou plantando algo que gera vida eterna? Estou plantando algo que me prepara para a vida eterna ou estou desperdiçando a chance que tenho de vivenciar o eterno e saborear o melhor aqui?
O que estamos entregando a Deus tem de apontar para esta percepção e entendimento de eternidade. Asafe, novamente no Salmo 73, percebeu a mesma coisa, quando completa o seu pensamento sobre o fato dos ímpios serem preparados para destruição, ele afirma que Deus o recebia pela mão...
Tu me guias com o teu conselho e depois me recebes na glória. Quem mais tenho eu no céu? Não há outro em quem eu me compraza na terra. Ainda que a minha carne e o meu coração desfaleçam, Deus é a fortaleza do meu coração e a minha herança para sempre (Sl 73.24-26).
    
Precisamos lembrar de que existe diferença sim entre a vida entregue a Deus totalmente e aquela que nada aponta para ele. Precisamos lembrar que vivemos para uma expectativa eterna e gloriosa e não podemos viver de qualquer maneira. PRECISAMOS RECUPERAR A VISÃO DESTA DIMENSÃO DE ETERNIDADE VIVIDA NO DIA A DIA.

Conclusão
De fato, este livro é um convite a uma profunda autorreflexão sobre o que é e para que serve a vida. Como está o seu modo de viver, o que realmente te motiva e te controla, o que te faz, fazer o que você faz?
Deus, nos criou para Ele, existimos e só encontraremos verdadeiro descanso e felicidade nele, na eternidade que Ele representa e é. Ele não somente é o Eterno, ele é a própria ETERNIDADE no seu sentido mais profundo. Ele é o ponto de partida para tudo o que existe, por isso, precisamos revisar a que nos destinamos.
Você precisa encontrar e expurgar ou concertar tudo aquilo que compromete sua vida hoje e te afasta de viver integralmente para este Deus. Não se trata de sair do emprego, abandonar a carreira e passar a viver uma vida religiosa, como alguns um dia entenderam. Trata-se de dar sentido eterno a tudo o que você faz, o trabalho, o lazer, por isso, expurgar e concertar o que não se encaixa nisto.
Quais são as garantias de Deus de que tudo isto é real e que nos faça viver para ele e no final não ficarmos decepcionados com o que vivemos? Cristo! Jesus Cristo é a prova deste amor eterno e o principal garantidor de que a oferta da nossa vida não será em vão.
Quero te pedir para refazer o modo como você vive sua vida para Deus e em Cristo assumir a postura de se gastar para o Senhor. Porque se gastar para o Senhor nunca é se gastar, mas se preparar e se abastecer...
Você sentirá plenitude, valor e alegria. Estas coisas, sentimos sempre que Deus passa a ser o alvo da vida. Este é o conceito mais profundo de culto, de oferta. Oferta não é algo que dou para Deus e fica lá, mas é algo que entrego e me completa e me faz bem. Tudo o que mais precisamos é viver de um modo que nos faça sentir completos desta forma.



5 de novembro de 2017

Malaquias 3.6-12

A OFERTA DA VIDA VEM DO CORAÇÃO
Malaquias 3.6-12

Introdução
Uma das palavras chave da profecia de Malaquias é a palavra oferta. Ela aparece cerca de nove vezes no livro. Ela aparece como oferta mentirosa, oferta falsa no capítulo primeiro e Deus questiona se deveria receber essa oferta das mãos daqueles homens falsos, que não honravam a Deus como pai, nem como Senhor.
A palavra oferta aparece como um desejo de Deus de fazer grande o seu nome entre as nações e receber ofertas puras dos homens que nem o conheciam. Ela também aparece sendo rejeitada nas mãos dos sacerdotes porque eram ofertas pecaminosas.
A palavra aparece no capítulo 3, sendo transformadas por meio do ministério de Jesus, o Messias, que haveria de purificar o seu povo e fazer o seu povo trazer ofertas justas. Essa promessa, essa profecia é a profecia central de toda a Escritura.
Oferta é portanto um conceito de entrega de vida que percorre toda a profecia. Ela passa pelo ideal de que Deus quer construir uma nação de homens que vivam a partir do paradigma de dar antes de receber.
Sobre essa oferta e o coração do homem é que vamos falar esta noite. Sobre a nossa dificuldade de crer que se vivermos este modelo alcançaremos um padrão elevado e positivo de vida.
Irmãos, muitas vezes precisamos falar para a os crentes de sua obrigação espiritual de sustentar a obra do Senhor com seus dízimos e suas ofertas. Outras tantas vezes, precisamos lembrar de como Deus é generoso e recompensa aquele que atentam para essa responsabilidade. Há muito desvio e muito pecado neste meio e nesta relação da igreja com os dízimos. Pecados dos homens que dirigem e dos membros. Com certeza, o problema não está em Deus!
Mas esta noite, preciso que você perceba que precisamos falar de algo muito maior que apenas você sustentar a igreja. O texto de Malaquias é um texto sobre uma mentalidade diferente de vida, uma mentalidade que serve para transformar o mundo e a sua maneira de viver.
A oferta que deve nascer no coração é um modelo de vida que se permite confiar em Deus tão plenamente que não há espaço para transformar o EGO como o ponto de partida para a vida. A vida gira em torno da glória do nome de Deus.

Oferta de Vida EXIGE Sensibilidade Espiritual
Porque eu, o SENHOR, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não soi consumidos (Malaquias 3.6).
O profeta começa a mensagem colocando como ponto de partida uma certeza que precisava estar clara para todos os que o ouviam: DEUS ERA A BASE DA RELAÇÃO PACTUAL ENTRE DEUS E O SEU POVO.
Porque eu, Jehovah não mudo -  precisamos considerar o fato de que se dependesse de nossa fidelidade, há muito a nossa relação com Deus haveria se desfeito e jamais teríamos qualquer tipo de segurança nessa possibilidade. Aqui o profeta enfatiza o ser de Deus como o ponto de partida, a base sólida e confiável desta relação. O ponto não é que Deus deseje censurar o seu povo com essa palavra, ou enfatizar os erros de Israel, ao contrário, o efeito que ele espera com essa palavra é o de oferecer aos seus filhos uma palavra de segurança e certeza de que realmente serão recebidos, de que podem confiar no valor e na permanência do amor de Deus sobre eles.
Isto aqui soa como se Deus estivesse dizendo: podem voltar e vocês serão recebidos porque eu sou o Senhor, isto é, ou sou o que sempre fui, o “Yahweh”.

Ó Filhos de Jacó – o profeta prefere mostrar aos filhos de Israel sua origem no usurpador e deixar claro que o caráter do seu povo não poderia ser a base do relacionamento pactual. Ao contrário, no verso 2, ele deixa claro que sempre houve no seu povo rebeldia, mas ao mesmo tempo sempre houve a possibilidade de voltarem ao seu pai.
Desde os dias de vossos pais, vos desviastes dos meus estatutos e não os guardastes; tornai-vos para mim, e eu me tornarei para vós outros, diz o Senhor dos Exércitos (Malaquias 3.7).
Tornai-vos para mim e eu me tornarei para vós – essa era a base da relação entre Deus e seu povo, a garantia de que YAWEH haveria de sempre receber o seu povo e se voltar para ele, porque ELE ERA YAWEH, o Deus que não muda, o Deus que ama seus filhos e não os rejeita, mesmo que eles sejam os filhos de Jacó.
Mas o problema que o profeta enfrenta aqui é muito grave! O problema está no fato de que o povo não percebe que está longe de Deus, não percebe que está vivendo sem Deus, não consegue enxergar sua própria miséria.
Mas vós dizeis: em que havemos de tornar? (Malaquias 3.7b).
Veja que o problema não está na disposição de Deus de viver em aliança com o seu povo, mas no fato de que seu povo não sabe o que é viver em aliança e não sabe viver a bênção de um relacionamento vivo com o seu Deus. Eles estão longe e nem sabem, estão doentes e perdidos e não sentem nenhum sintoma de sua doença e não sabem o quão distantes estão.
Eles haviam perdido a sensibilidade espiritual e a capacidade de perceber sua própria condição espiritual. Por isso, sempre insistiam em algum tipo de discussão e tinham tantas indagações irônicas para com Deus: EM QUE HAVEMOS TE DEPREZADO? EM QUE HAVEMOS DE TORNAR?
Eles simplesmente haviam perdido todo tipo de consciência e percepção da sua realidade espiritual. Viviam como auto-enganadores e preferiam pensar que estava tudo bem, mesmo que só houvesse neles chagas da cabeça aos pés.
Este é um ponto que precisamos considerar abertamente se queremos viver com Deus, a ideia de uma percepção espiritual não enganada, não forjada na falta de sensibilidade espiritual, mas construída na sinceridade e na verdadeira condição de nosso compromisso como filhos de Deus.

Oferta de Vida se Evidencia em Atos Práticos e Visíveis
Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós, a nação toda  (Malaquias 3.8-9).
O conceito que está por detrás destes versos é que Israel havia perdido o sentido prático da ideia de fazer de Deus a sua prioridade. Desde os dias de Moisés, quando Deus estabeleceu a prática de ofertar, o Senhor teve o cuidado de ensinar que oferta era uma entrega que se fazia a partir do coração.
Fala aos filhos de Israel que me tragam oferta; de todo homem cujo coração o mover para isso, dele recebereis a minha oferta (Êxodo 25.2).
O conceito por detrás dos dízimos e das ofertas está a capacidade de dar a Deus a prioridade de atenção em sua vida. TErumáh – oferta não era apenas uma forma de financiar a obra de Deus, mas a prática pedagógica de fazer a vida girar em torno de Deus e de sua aliança. Eles roubavam a Deus não porque deixavam de pagar o dinheiro de Deus, mas porque negavam a Deus a centralidade de sua própria vida.
Dizimos e ofertas – o centro da vida religiosa era o templo e o sacerdórcio colocado por Deus para guiar o povo. Deixar de cuidar disto e não atentar para isto era o mesmo que dizer que descartava Deus como o seu norte orientador. Os dízimos era a como se chamava a contribuição para a manutenção do templo e oferta o modo como todo filho de Israel cuidava de fazer haver abundância para suprimento na casa de Deus.
Estamos falando aqui em algo mais importante que somente o sustento do templo ou dos sacerdotes, estamos falando da priorização da ideia de que Deus é o nosso sustento, de que ele é a coisa mais importante, que a busca da sua face é a real necessidade diária. Estamos roubando de Deus a glória, estamos diminuindo a sua importância. De fato, o que toda a profecia trabalha o tempo todo é esta dimuição do valor de Deus na vida da pessoa como o grande e grave problema a ser enfrentado.
Falsa Oferta - Engano e Maldição – existem alguns conceitos que estão guiando esta profecia. Uma das palavras chave dela é a palavra OFERTA e o conceito chave desta palavra na profecia é que eles estavam desprezando a Deus fazendo uma oferta falsa, isto é, mentirosa, pois diziam amar a Deus, mas o desprezavam e isso se revelava na sua forma equivocada de ofertar. O ponto é que este era um processo de auto-engano e Deus havia dito que o enganador, aquele que constrói este tipo de relação enganosa com Deus deveria ser amaldiçoado (Ml 1.14; 2.1-2).
Sois amaldiçoados porque me roubais – a maldição retorna aqui conceitualmente novamente no contexto desta oferta falsa, isto é, desta construção equivocada de um relacionamento mentiroso com Deus. Esta maldição indica que Deus haveria de deixar vazio a sua vida e fazê-los perceber a ausência do Senhor. Suas orações não seriam ouvidas, suas necessidades não seriam atendidas e eles perceberiam como é ruim viver sem Deus.
Uma vida amaldiçoada não é só uma vida de falta de bens, mas uma vida com a falta do maior de todos os bens, a falta de Deus. Este é o tipo de vida que muitos estão permitindo ser construída em sua relação com Deus. Um tipo de fé de um Deus que não se relaciona. Preferem o engano, a construção de uma imagem de vida com Deus e não sentem que estão vivendo sem Deus.
Quando Deus perde o lugar central em nosso relacionamento, simplesmente estamos roubando dele e de nós mesmos a alegria de uma vida de oferta a Ele. Uma vida em que nos sentimos entregues, dependentes, completamente necessitados e amparados por ele. Sem ele a vida fica vazia, com ele, o vazio de muitas coisas não nos incomoda.

Oferta de Vida Preenche dá à Luz a Uma Mentalidade Transformadora
Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênçãos sem medida. Por vossa causa, repreenderei o devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; a vossa vide no campo não será estéril, diz o Senhor dos Exércitos. Todas as nações vos chamarão felizes, porque vós sereis uma terra deleitosa, diz o Senhor dos Exércitos (Malaquias 3.10-12).
Paulo, exortando os crentes, em especial os presbíteros de Éfeso, mostrou sua vida de entrega a Deus e encerrou parte de sua exortação lembrando o ensino de Jesus Cristo que havia dito que “dar é melhor que receber” (Atos 20.35). Este é um conceito revolucionário! Imaginem um mundo onde as pessoas estivessem ocupadas em repartir e dividir com os que precisam aquilo que possuem. Parece ser uma utopia, um mundo onde o “EU” não é a prioridade de ninguém, mas o “OUTRO”.
Esse tipo de mentalidade de ENTREGA é o que o profeta Malaquias reclama para o seu povo e pede ao seu povo que perceba que foi para isso que eles foram chamados, para transformar o mundo de uma mentalidade caída de EGOCENTRISMO para um mundo de OFERTA DE CORAÇÃO.
Sei que é muito difícil confiar que isso seja realmente possível. Talvez seja isto o que está passando pela sua cabeça agora. Talvez você esteja pensando que isto é só um sonho e só cabe na pregação e não na vida. Eu entendo porque você pensa assim! Você e eu pensamos assim quando a gente não consegue realmente pensar que existe um Deus maior que tudo que é capaz de algo assim tão grandioso.
O profeta Malaquias convida o povo à FÉ e a CRER que é possível transformar o mundo. Para isso, ele os conclama à SENSIBILIDADE ESPIRITUAL E À UMA PRATICA ESPIRITUAL TRANSFORMADORA.
Trazei todos os dízimos à casa do TEsouro – esse era o desafio, ou seja, eles enfrentarem a própria increduilidade e insensibilidade espiritual para Deus e seu poder e começar a viver segundo este modelo transformador. Ele usa a palavra técnica que lembrava o compromisso de sustento do sacerdócio – ESSER – a décima parte. Ele está dizendo que há uma estrutura organizada por Deus para fazer funcionar o modo como a abundância irá se tornar conhecida, isto é, será conhecida a partir da CASA DO TESOURO.
Irmãos precisamos parar para pensar sobre este conceito. Deus está dizendo que a abundância a maneira como ela se manifestará não será a apartir da bondade particular de uma pessoa, ou de um grupo de pessoas, mas de Deus ou da casa o que aponta para ELE. O cuidado das nações não virá da sua bondade pessoal, mas de Deus que usa você para se revelar ao mundo e neste sentido que você é um mensageiro somente.
Para que haja mantimento na minha casa – Na verdade, o que Deus queria era que o seu nome fosse exaltado e por isso, a partir da CASA onde ele se revelava é que o suprimento viria para todos. Existem muitas pessoas que desejam se tornar as benfeitoras dos pobres, querem que os reconheçamos como pessoas boas, mas esse não é o projeto de Deus, que os homens nos reconheçam benfeitores, mas que reconheçam a ELE COMO O BENFEITOR DE TODOS.
Há muitos que tentam roubar para si a beleza da obra de suprir e não desejam que Deus ganhe este crédito, então preferem fazer isto sozinhos, querem aparecer. Desculpe, nisto estão realmente ROUBANDO A DEUS.
Provai-me nisto – Sem dúvida alguma é uma mudança que precisa acontecer com uma decisão de Fé e este é o convite do profeta. Eles os conclama a viver esta realidade e perceber como Deus é bom e como é bom viver para que ELE APAREÇA.
Abrir as janelas e derramar benção sobre vós – Viver a entrega de coração a Deus é se permitir a viver a mesma realidade que você é instrumento para realizar. Ou seja, você viver para deixar a sua riqueza ser usada para a glória de Deus, na medida em que Deus abastece outros com ela. Mas, você é também alvo desta mesma bênção. Note que o texto diz que as janelas do céu serão abertas sobre vós e as bênçãos derramadas sobre vós. Ele está dizendo que algo divino acontecerá, algo surpreendente, que a abundancia que eu ajudo a construir para outros, Deus faz com que me alcance.
Você conhece e sabe muito bem de muitos relatos de pessoas que experimentaram e viram na prática isto acontecer. Conheci ontem um homem que frequentando uma igreja por algum tempo percebeu que o salão social da igreja era de cimento batido. Ele economizou por um ano e resolveu doar todos os pisos para que aquela igreja revestisse o salão. Na mesma semana em que comprou os pisos, recebeu uma carta do governo para que fosse sacar um valor que estava retido de suas aposentadorias atrasadas, que ele nem sabia. Isso é pouco, porque o que Deus quer que experimentemos é a estrutura de bem e bênçãos que ele planejou que funcionasse no ato de dar e não de receber.
Repreenderei o devorador – sua vide não será estéril – Os infortúnios causados pelas causas morais ou naturais, todas estão sob o controle de Deus. No mundo da estrutura que Deus orquestrou para abençoar, ele controla todas estas circunstâncias para que tudo funcione perfeitamente e nada traga infelicidades. Precisamos redescobrir o valor de CRER QUE ELE É DEUS E SENHOR DE TUDO.
Todas as nações vos chamarão felizes – terra deleitosa – Há uma chamada para que Israel ocupe o lugar dele como nação sacerdotal, mensageira de uma nova maneira de viver a vida para Deus. Todas as nações era o compromisso de Israel de abençoar todas as famílias da terra. Eles seriam o suprimento de Deus para todos os povos, eles apresentariam Deus e a bênçãos de Deus para todos. Eles seriam a terra onde há abundancia e deleite, para a glória de Deus.
HÁ UMA MENTALIDADE TRASNFORMADORA neste chamado de Deus para nossa vida de ENTREGA de OFERTA. Acredito que somos chamados para este desafio!


Conclusão
Talvez você esteja pensando sobre quem irá começar, porque começar em você não é uma boa ideia. Alguém deveria fazer este desafio para quem sabe eu ir atrás dele. Então, quero lhe fazer notar que Deus foi quem deu o primeiro e maior exemplo deste tipo de entrega, ele DEU SEU FILHO.
O profeta Isaías diz que o próprio SENHOR ficaria feliz ao ver a sua vida sendo entregue como OFERTA em nosso lugar. Uma OFERTA QUE PRODUZ A VIDA PARA OUTROS. Este é o tipo de modelo que Jesus é para nós, isto é o que Deus espera do seu povo para o mundo.
Quando as pessoas souberem através da nossa VIDA DE ENTREGA que existe um Deus bom que ama e cuida dos seus, elas quererão viver para este Deus. AS pessoas precisam ver isto em nós.
Um jovem adentrou com uma metralhadora na mão a reunião de uma igreja em Bagdá. Ele apontou a arma para um senhor que estava orando e disse pare de orar e negue este seu Deus. O homem continuou as suas orações, ele chamou a atenção do ancião e ordenou ainda mais ferozmente, pare de orar e negue este seu Deus! Como o ancião não parava de orar, ele apontou a arma para a filha do ancião e disse, como você não ama a sua vida, talvez você ame a vida de sua filha. Pare de orar senão ela morre e pôs a arma na cabeça da menina. O ancião parou e disse: você quer me matar porque eu amo o meu Deus, pode matar, você quer matar minha filha porque eu amo ao meu Deus, pode matar, porque o meu Deus é a nossa maio riqueza, minha e desta minha filha, nem eu nem ela merecemos viver se deixarmos de amar a Deus. O jovem olhou bem nos olhos daquele ancião e disse: eu quero ser cristão também, porque eu só quero viver para um Deus que seja capaz de me fazer amar neste padrão, o de perder tudo e dar tudo por amor a Ele.
Essa não é uma história verídica é só uma maneira que eu encontrei para ilustrar esta conclusão. Mas eu acredito que ela seja bem possível de ser real, afinal, quando as pessoas virem em nós o que somos capazes de dar a Deus, por amor a Ele, verão que temos uma riqueza que não se pode medir.