21 de outubro de 2018

Salmo 78.21-29


Incredulidade Humana e Generosidade Divina Uma Relação de Aprendizado Difícil

Introdução

Dentro do pensamento de que devemos discernir os enigmas da história de Israel, como a história fosse uma parábola para a construção de nossa mentalidade de serviço ao Rei, diante deste texto, precisamos discernir de que forma Deus está proporcionando aprendizado e trazendo ao coração dos seus filhos os ensinos sobre como amar e confiar em Deus.
Sem dúvida alguma, um ponto central do salmo 78 é a incredulidade e nestes versos que temos em destaque, essa incredulidade está sendo testada diante da providência divina que alimenta e cuida dos seus filhos, apesar da dureza do seu coração.
Depois de fazer manar água da rocha e saciar a sede do seu povo, eles se voltaram de forma ingrata e insana e propõe uma pergunta que revelam sua rebeldia, desprezo e incredulidade:
Pode ele dar-nos pão também? OU fornecer carne par ao seu povo? (Sl 78.20b).
Essa atitude incredulidade é o ponto de partida do nosso texto que começa com a indignação de Deus e o claro surgir de sua ira contra o seu povo.

Deus Deseja Que Aprendamos Que Ele é Providente e Espera Que Isso Produza em Nós Um Senso de Equilíbrio e Moderação


A generosidade de Deus não pode ser respondida com uma postura de insaciedade, isto é, temos de aprender a controlar o nosso impulso de sempre querer mais.
Pode ele dar-nos carne para o povo?
Ouvindo isto, o Senhor ficou indignado; acendeu-se o fogo contra Jacó, e também se levantou o seu furor contra Israel; porque não creram em Deus, nem confiaram na sua salvação (Salmo 78.20c-22).
Ouvindo isto – ficou Indignado – acendeu-se o fogo – levantou-se o furor -  Algumas vezes, meus amados irmãos, lidamos com Deus como se fosse um divino babá de nós, suas crianças mimadas e desenvolvemos um tipo de vida com Deus, que se baseia em nossa insaciável ganancia. Isto, segundo o que avaliou na história Asafe, fez com Deus se relacionasse com ira contra o seu povo. Em outras palavras, eles estavam provocando a indignação do seu Deus sem nenhuma percepção da sua falta de equilíbrio e modéstia.
Por que não creram, nem confiaram – a origem desta insensata disposição de insaciedade é a falta de fé. Eles propõem um desafio para Deus, será ele capaz de nos dar carne, ou o máximo que faz é dar água? Eles estavam tentando extorquir de Deus suas bênçãos e esse é um sinal de grande incredulidade, porque, tentam garantir coisas de Deus, como se não fossem capaz de descansar realmente de que Ele irá cuidar deles em toda aquela caminhada.
Nada obstante, ordenou às alturas e abriu as portas dos céus; fez chover maná sobre eles, para alimentá-los, e lhes deu cereal do céu. Comeu cada qual o pão dos anjos, enviou-lhes ele comida a fartar (Salmo 78.23-25).
Nada obstante – a indignação de Deus não faz o coração do Criador tratar o seu povo segundo a sua iniquidade e Asafe está admirado desta disposição de amor de Deus, fazendo uma comparação da incredulidade do homem com o modo como Deus age – não obstante.
Ordenou as alturas e abriu as portas dos céus – fez chover maná – a descrição do modo como Deus cuidou do seu povo é que ele deu aos seus filhos algo que eles não seriam capazes de imaginar que é possível existir. Deus interviu sobrenaturalmente nas estruturas da criação e trouxe do céu uma comida de excepecional valor – cereal do céu – pão dos anjos – comida a fartar – em uma abundância inimaginável no deserto.
Fez soprar no céu o vento do Oriente e pelo seu poder conduziu o vento do Sul. Também fez chover sobre eles carne como poeira e voláteis como areia dos mares. Fê-los cair no meio do arraial deles ao redor de suas tendas. Então, comeram e se fartaram a valer, pois lhes fez o que desejaram. Porém não reprimiram o apetite (Salmo 78. 26-30a).
Fez soprar o vento – fez chover carne – fez cair sobre o arraial – Deus conduz os atos de cuidado do seu povo e a ênfase é que Deus conduziu estes acontecimentos com seu poder soberano em favor dos seus filhos.
Se fartaram a valer – Asafe destaca que quando Deus lhes mandou as cordonizes, que ele o fez com grande abundância, por isso se fartaram a valer. Ele está pronto para mostrar que na história do Senhor, muitas vezes a abundância nos faz desviar o olhar para onde deve estar focado, isto é em Deus e colocamos toda a nossa atenção na nossa sede de bênçãos.
Porém não reprimiram o apetite – Este é o ponto que Asafe está enfatizando no Salmo neste trecho. O que ele quer nos mostrar é que precisamos aprender a ter mais moderação e equilíbrio na nossa relação com as bênçãos de Deus. As coisas que Deus nos dá, em lugar de fazer suscitar o nosso amor a Deus, muitas vezes, se tornam uma armadilha que nos prende longe de Deus.
Este é um dos pontos centrais para nosso aprendizado, que nos levará a viver numa relação adequada com nosso Rei Jesus, em seu governo providente sobre a nossa vida, que é a ideia de que precisamos ter equilíbrio e moderação na nossa relação com as coisas que recebemos de Deus.

Deus Deseja Que Aprendamos Que Ele é Quem Controla a Nossa Vida e Espera Que Isso Produz Temor em Nosso Coração


Diante desta imatura e insana falta de equilíbrio do povo de Deus, Asafe conclui ainda um outro elemento de aprendizado, que aponta para o fato de que não somente Deus é quem nos dá as bênçãos por meio da sua generosa providência. Ele agora, dá sequência na sua análise da história, nos mostrando que Deus trouxe morte sobre o seu povo em resposta a essa imatura ganância.
Porém não reprimiram o apetite...
Tinham ainda na boca o alimento, quando se elevou contra eles a ira de Deus e entre os seus mais robustos, semeou a morte e prostrou os jovens de Israel (Salmo 78.30-31).
A generosidade divina deveria servir para nos tornar moderados, mas, muitas vezes, a generosidade de Deus parece ser usada imaturamente para gerar em nós uma postura de insatisfação com a abundância que vem de Deus.
Se elevou a ira contra os mais robustos e semeou a morte prostrando os jovens – para Asafe era necessário ver que mais que abundância das coisas, Deus era também aquele que guardava a nossa vida. Ele nos chama a perceber o valor ainda maior da própria vida que Deus nos dá. Aqui é um contraste entre o que receberam para se alimentar e não foram capazes de vivenciar aquilo de forma modesta e se deixaram levar por uma insana ganância. O contraste é que enquanto eles valorizaram o pão passageiro do maná e a comida passageira das cordonizes, com o fato de que Deus não era senhor que apenas dava comida, mas que também é quem dava a vida.
Sem embargo disso, continuaram a pecar e não creram em suas maravilhas
Mesmo com essa evidência - Não creram - Meus irmãos, precisamos meditar sobre este fato de que a nossa consciência de que Deus é quem comanda a nossa vida, deve produzir fé e temor, mas aqui, Asafe revela que temos o coração duro que nos desvia de Deus apesar do fato de ficar tão claro que Deus é o Senhor da vida. Em outras palavras, devemos considerar a seriedade do fato de que deixamos de perceber a generosa dádiva da vida e ter uma vida humilde diante daquele que nos dá a vida e escolhemos viver como se fossemos os senhores da nossa vida, sem crer nas maravilhas do Senhor.
Por isso, ele fez que os seus dias se dissipassem num sopro e os seus anos, em súbito terror.
Dissipou os seus dias – Deus os disciplinou com rigor, estabelecendo com eles uma relação de juízo contra a sua vida. Moisés, escrevendo sobre estas intensas mortes que foram vivenciadas no deserto disse no seu Salmo 90: ensina-nos a contar os nossos dias para que alcancemos um coração sábio.
Este é o ponto que precisamos discernir sobre estes versos, que precisamos olhar com muito cuidado o valor que estamos dando à vida e como estamos percebendo o discorrer dos nossos dias. Devemos considerar em voltar para Deus o nosso coração e aprender a temer a Deus, que nos dá os nossos dias.
Mas me parece que ainda mantemos muita insensatez e nossa conduta com a própria vida, uma vez que sequer cuidamos da nossa própria saúde, ou deixamos de dar o valor a cada um dos nossos dias que Deus dá como um grande ato diário de generosidade e misericordiosa providência.

Deus Deseja Que Aprendamos Que Ele é Misericordioso e Paciente e Espera Que Isso Produza Um Espírito de Louvor em Nossa Conduta


A generosidade de Deus não pode ser respondida com uma postura de insaciedade, isto é, temos de aprender a controlar o nosso impulso de sempre Entre os temas mais controversos das Sagradas Escrituras está a origem da maldade humana e a autoria final do pecado. Este ponto é tratado de forma bastante segura na CFW. Na verdade, no capítulo que tratou dos decretos este já foi um tema abordado, especialmente no parágrafo 8, quando tratou da predestinação.
A doutrina deste alto mistério de predestinação deve ser tratada com especial prudência e cuidado, a fim de que os homens, atendendo à vontade revelada em sua Palavra e prestando obediência a ela, possam, pela evidência de sua vocação eficaz, certificar-se de sua eterna eleição (CFW, III, 8a).
Assim os teólogos da CFW nos uma clara noção da dificuldade do homem de desfrutar de forma reta e moral da realidade existencial do cosmos e de si mesmo. Pois, apesar da bondade, santidade e poder divino estarem disponíveis à compreensão do homem por meio do funcionamento natural das coisas, a capacidade do homem de reconhecer sua maravilhosa graça seria aperfeiçoada pelo exercício final da bondade de Deus que, permite a queda ao homem e depois o resgata com um amor soberano e supremo.
A onipotência, a sabedoria inescrutável e a bondade infinita de Deus, de tal maneira se manifestam na sua providência, que esta se estende até à primeira queda e a todos os outros pecados dos anjos e dos homens, e isto não por uma mera permissão, mas por uma permissão tal que, para os seus próprio e santos desígnios, sábia e poderosamente os limita, regula e governa com múltipla dispensação; mas essa permissão é tal, que a pecaminosidde dessas transgressões procede tão somente da criatura e não de Deus, que, sendo santíssimo e justíssimo, não pode ser o autor do pecado e nem pode aprová-lo (CFW, Cap.V-IV).
Percebe-se neste parágrafo que a vontade proposital é a ainda a revelação da gloriosa sabedoria e bondade divinas e que a queda faz parte de uma plano santo, poderoso e sábio de dar a conhecer as virtudes divinas. Este plano se vale da queda e dos pecados cotidianos com a finalidade de revelar ao homem a sua maldade, adquirida na queda, em contraste com a bondade providente de Deus que maior e infalivelmente se manifesta na sua salvação.

Conclusão
O resultado pretendido pelos teólogos de Westminster é o que o crente confie no amor eterno de Deus e busque, por meio de um relacionamento de fé experimentar e certificar-se de sua eleição eterna. Esta percepção deveria causar admiração, amor, reverência a Deus, bem como atitude de humildade, obediência e conforto no coração dos eleitos.
Assim todos os que sinceramente obedecem ao Evangelho, esta doutrina fornece motivo de louvor, reverência, e admiração a Deus, bem como de humildade, diligencia e abundante consolação (CFW III, 8b).


14 de outubro de 2018

Salmo 78.1-8 - 82ºAniversário da IP Ebenezer de São Paulo

A Igreja e a Construção de Gerações Que Amem e Confiem em Deus
Salmo 78.1-8
(82º Aniversário da IP Ebenézer – Outubro 2018)


Introdução
Sou grato a Deus pela vida desta importante Igreja de Cristo em nossa cidade. Com certeza, muitas e importantes tarefas e privilégios Deus concedeu a esta igreja, que ao longo dos anos tem sido uma agência do Reino de Cristo. Desejo aos irmãos que sua caminhada continue sendo rica e muito abençoada, para que esta Igreja siga em frente, servindo como um bom modelo do Reino. 
O Salmo 78 é um Salmo didático (Maskil), este tipo de Salmo tem como função primordial servir como um construtor da memória do povo de Deus e uma ferramenta para formação de um modo de pensar. Ele serve como aquelas armações que são erguidas para sustentar as videiras, para que produzam frutos, aquilo que a Escritura chama da “sebe”. Sim, o Salmo Didático é uma espécie de armadura para que apoiemos nosso pensamento e desenvolvamos nossa vida para o Senhor.
Preguei uma sequência de textos sobre o Reino de Davi e estou ministrando estudos sobre a preparação do povo de Deus para viver debaixo de uma Monarquia e isto facilita muito o nosso entendimento destes salmos. Neste caso, Asafe, o seu autor, que foi um dos mais destacados líderes dos levitas. Ele estava à frente dos levitas que presenciaram um dos momentos mais marcantes do estabelecimento da monarquia, que foi o dia em que a Arca da Aliança foi conduzida à cidade de Jerusalém. 
Em 72 versos neste Salmo, ele conta a história de Israel, recontando-a do ponto de vista de alguém que medita sobre o modo como Deus os libertou do Egito e lhes deu um Rei, no caso Davi. Ele parece ser alguém que está diante de um momento de profunda reflexão sobre a história e percebe que é chegada a hora de uma atitude diferenciada, um momento em que ele analisa a importância de que haja uma maior consistência para que o povo siga, servindo a Deus, aprendendo a viver debaixo do Governo de um Rei Escolhido do Senhor, no caso, Davi e, para nós, em particular, Jesus, o Filho de Davi que está no trono. 
Ao recontar esta história, Asafe nos mostra como Deus, apesar da rebeldia e incredulidade do seu povo, manteve firme as promessas antigas de amar e reunir seu povo sob um governo santo.
Porque o coração deles não era firme para com ele, nem foram fiéis à sua aliança. Ele, porém, que é misericordioso, perdoa a iniquidade e não destrói, antes, muitas vezes, desvia a sua ira e não dá largas a toda a sua indignação (Sl 78.37-38).
A dinâmica deste Salmo, portanto, aponta para este fato central, isto é, o modo como Deus venceu a incredulidade do seu povo e o conduziu a viver debaixo do governo de Davi. 
O ponto fundamental deste Salmo é o que ele propõe como introdução maravilhosa que indica a educação na fé como a principal ferramenta para a construção do caráter do cidadão do Reino, para que aprendamos o modo que Deus espera que seja o nosso viver debaixo do reinado de Davi, isto e, Cristo.
Aos 82 anos de história como Igreja organizada, esta noite, queremos refletir sobre o que estamos vendo e vivendo em nossos dias como Igreja de Cristo. Quero que percebamos, irmãos, que precisamos continuar a olhar para a natureza da nossa igreja como agência de transformação do modo de pensar, que incuta em nossa mente o que é servir a Deus. 
Uma igreja bem sucedida em seu ministério é aquela que, com o passar das diversas gerações, entrega a Deus homens e mulheres mais capazes de confiar e amar a Deus, vivendo por fé.
O que buscamos nestes versos é que nós mesmos saibamos como Deus espera que construamos uma mentalidade coletiva de vida com Deus, que passe de geração em geração.  

Uma Igreja Que Constrói Uma Mentalidade de Amor e Confiança em Deus Precisa Assumir Um Compromisso Ativo Entre Gerações

Estamos lidando com um momento muito difícil para a propagação da fé. Em particular, uma das maiores dificuldades para que isso aconteça é que se instalou em nossa época um certo conflito de gerações. Com o advento da revolução tecnológica, o que passou acontecer é que os pais, em muitos aspectos do desenvolvimento da vida, estão, podemos dizer, aprendendo com os filhos. Isso tem gerado um pensamento enganoso de que as gerações mais novas, não precisem das gerações anteriores, uma vez que o mundo onde viverão superou o modo de vida de seus pais. 
Asafe começa o seu Salmo com um testemunho pessoal. Ele diz toma a palavra e pede a todos que o ouvem que considerem atentamente o que está para dizer. Aqui ele assume um papel de um instrutor e sua mensagem tem o propósito de servir como uma ferramenta para aumentar a capacidade do seu povo de produzir uma mentalidade de servos do grande Rei. 
Escutai, povo meu, a minha lei, prestai ouvidos às palavras da minha boca. Abrirei os lábios em parábolas e publicarei enigmas dos tempos antigos. O que ouvimos e aprendemos, o que nos contaram nossos pais, não o encobriremos à vindoura geração os louvores do Senhor, e o seu poder, e as maravilhas que fez (Sl 78.1-4). 
Estes versículos deixam claro que a construção de uma mentalidade de serviço ao Rei é uma responsabilidade e um COMPROMISSO DE GERAÇÕES. Deus estabeleceu um sistema criacional de condução de mentalidade: GERAÇÕES. 
Escutai povo meu a minha lei- Aqui, Asafe estabelece esse processo como uma LEI. Ele conclama o povo a prestar atenção ao processo que ele está ensinando e diz que este processo é uma TORAH, ISTO É UMA INSTRUÇÃO IMPORTANTE. Ele usa a palavra TORAH, que tinha um significado muito importante para todo o Israel. Isto implica em dizer que o sistema que será apresentado é um recurso que não pode ser ignorado. 
Parábolas (Mashal) e enigmas (Hidot) dos tempos antigos– Aqui ele está usando palavras técnicas que dizem que ele falará ditos de sabedoria, que foi construída na história e precisa ser desvendada. Como se ele estivesse dizendo o seguinte: a história do povo de Deus ensina e precisamos discernir os ensinos da história. Por isso é que isso precisa ser um repasse de gerações. Uma geração aprende com Deus e aprende de Deus e ensina aos seus filhos é UM COMPROMISSO QUE SÓ GERAÇÕES PODEM ENSINAR.
O que ouvimos e aprendemos o que nos contaram os nossos pais– Aqui ele logo mostra a importância da experiência dos pais com Deus na construção da mentalidade dos filhos. Ele diz que sua ferramenta didática é essa: O COMPROMISSO DE UMA GERAÇÃO ENSINANDO A OUTRA A PARTIR D ESUAS EXPERIÊNCIAS. Aqui ele afirma que o COMPROMISSO DE GERAÇÕES EXIGE INTERAÇÃO: Pais tem a responsabilidade e contar, isto é ensinar e os filhos tem o compromisso de OUVIR E APRENDER.
Não encobriremos a seus filhos, contaremos à vindoura geração– Mais uma vez essa responsabilidade é dada, mais fundamentalmente aos pais, que são o ponto de partida da formação da mentalidade dos servos do Rei. 
Os louvores do Senhor, o seu poder e as maravilhas que fez– Aqui ele apresenta o conteúdo que é extraído da experiência dos pais com a história e com Deus. Como Deus se mostrou louvável pelos feitos gloriosos que realizou e como demonstrou o seu amor ao longo da História. 
Logo notamos que a EDUCAÇÃO PARA A FÉ É UM COMPROMISSO MUITO SÉRIO QUE LIGA AS GERAÇÕES. Os pais precisam desta visão de INTÉRPRETES SÁBIOS DA HISTÓRIA COM DEUS  e devem iniciar seus filhos em percebê-la. Os FILHOS, POR SUA VEZ, PRECISAM APRENDER BEM DE SEUS PAIS PARA PODEREM ENSINAR A SEUS FILHOS E DAR CONTINUIDADE À PROPAGAÇÃO DA FÉ.  
Quando uma geração negligencia seu papel, ela rompe um ciclo e o que acontece é uma lacuna de fé. Isto é algo muito sério e que as nossas famílias não poderiam negligencias nunca.

Uma Igreja Que Constrói Uma Mentalidade de Amor e Confiança em Deus Precisa Assumir Um Compromisso Ativo Com Deus 

No verso 5, Asafe parece estabelecer um motivo maior para que sua prática pessoal e para o seu próprio ensino. Como se estivesse dizendo o seguinte: Estou apenas fazendo algo que Deus determinou que eu fizesse: 
Ele estabeleceu um testemunho em Jacó, e instituiu uma lei em Israel, e ordenou a nossos pais que os transmitissem a seus filhos (Salmo 78.5).
Ele estabeleceu– aqui ele aponta para Deus, o mesmo que realizou grandes obras de maravilhas de poder no verso 4, ELE, Deus, foi o ponto de partida deste modelo. Isto deveria estar claro para o povo da aliança, como deve obviamente também para nós. DEUS DETERMINOU o caminho como irá formar as novas gerações de crentes: pais ensinam filhos. 
Um testemunho e uma Lei em Israel– Duas maneiras de falar da mesma coisa: a PALAVRA DA LEI. O testemunho aqui tem a ver com a PALAVRA DA LEI DE DEUS como sendo a VERDADE SOBRE A VIDA. E a ideia de LEI, como a fórmula de instrução correta. Aqui devemos compreender que esta é uma estrutura funcional da criação. Meus amados irmãos, quando um PAI ENSINA O FILHO, ele acessa uma ferramenta de formação mental poderosíssima. Pais recebem uma “senha” de acesso ao coração dos filhos e conseguem moldar sua mente de uma maneira distinta de qualquer outro mestre que ocupará espaço da vida do seu filho. 
Ordenou aos pais que transmitissem aos filhos– Pais podem negligenciar o uso desta senha especial para adentrar ao coração do seu filho, mas estarão em desobediência em relação a Deus, porque Deus espera que pais façam este papel. Pais, uma notícia para vocês: DEUS IRÁ COBRAR ISSO! A palavra de Deus é melhor transmitida quando é transmitida pelos pais.
Este nosso compromisso, antes de ser um COMPROMISSO COM AS NOVAS GERAÇÕES é um COMPROMISSO COM DEUS, porque é isso que Deus espera que pais façam por seus filhos. Não podemos perder esta grande oportunidade. Sente com seus filhos e mostre como a sua história com Deus fez diferença para você e, mais, mostre como a PALAVRA DA LEI de Deus te guia na vida, divida essa percepção da vida com seus filhos. Se não fizeram, façam agora, rompam o silêncio, não deixem de cumprir com este compromisso que DEUS ESPERA DE VOCÊ. 
Outro dado, aqui para os filhos presentes, preparem-se o melhor possível, para a tarefa que Deus espera de vocês quando tiverem seus filhos. Pensem sério em se preparar para serem pais e saibam que o mais importante que você fará como um pai cristão ou uma mãe cristã não é ter dinheiro para pagar uma boa faculdade para seu filho, mas se você terá acumulado sabedoria da sua história pessoal para ensinar seu filho, quem é Deus. 

Uma Igreja Que Constrói Uma Mentalidade de Amor e Confiança em Deus Precisa Assumir Um Compromisso Ativo de Transformação do Povo de Deus 

Nestes versos 6 a 8, Asafe parece nos propor uma razão clara para este agir educacional. Fica claro que o propósito é alcançar a ideia de uma geração que seja transformada, que será mais habilitada para servir ao Rei. 
A fim de que a nova geração os conhecesse, filhos que ainda hão de nascer se levantassem e por sua vez os referissem aos seus descendentes, para que pusessem em Deus a sua confiança e não se esquecessem dos feitos de Deus, mas lhe observassem os mandamentos e que não fossem, como seus pais, geração obstinada e rebelde e cujo espírito não foi fiel a Deus (Salmo 78.6-8). 
A fim de que a nova geração– Existe um propósito declarado aqui, isto é, que Deus espera que a nova geração seja moldada. Nosso compromisso COM A EDUCAÇÃO PARA A FÉ É SEMPRE A TRANSFORMAÇÃO E A MELHORIA DAS CONDIÇÕES DA NOVA GERAÇÃO QUE SERVE AO SENHOR. Irmãos, este é o propósito de Deus nos ter escolhido para sermos pais e nos ter dado filhos.
A fim de que a nova geração CONHEÇA– Precisamos transmitir a LEI DE DEUS e fazer nossos filhos CONHECEREM SEUS MEANDROS, SUAS ESTIPULAÇÕES etc. Um conhecimento sério e vivencial com a Lei de Deus, isto é, saber experimentar o mundo de acordo com a Lei de Deus é a grande tarefa educacional e deve ser um ALVO DOS PAIS. 
A fim de que a nova geração TRANSMITA A SEUS FILHOS– Nosso olhar deve estar além da geração dos nossos filhos. Devemos preparar nossos filhos para serem professores da LEI DE DEUS para seus filhos. Meus irmãos, aqui está um propósito especial para a paternidade pedagógica dos pais, garantir que seus filhos estejam habilitados a ensinar a palavra para seus netos e isto implica em conduzirmos nossos filhos a um amadurecimento na fé. 
Estes versos nos chamam a um viver inteiramente transformado, envolvendo futuro, passado e presente (1, 2 e 3), como veremos a seguir: 
1) Para que pusessem em Deus a sua confiança– Aqui Asafe se refere aos filhos e não aos netos, isto investigado à luz do verso 8. Bem, o que é que movimenta a EDUCAÇÃO PARA A FÉ, a CONFIANÇA EM DEUS, OU SEJA A PRÓPRIA FÉ EM DEUS. Aqui Asafe parece indicar que os corações dos nossos filhos precisam estar dispostos a depositarem em Deus toda a sua esperança para a experimentação da vida. Confiança tem um significado de alguém que confia na esperança do que pode Deus fazer em meio à sua história, por isso, dizemos essa proposição nos conduz ao futuro. 
2) Para não esquecerem os feitos de Deus – Irmãos, precisamos levar muito a sério os ensinos da Palavra de Deus e os seus efeitos sobre o que acontece em nosso dia a dia, especialmente tudo o que Deus já fez, já realizou em nossa história e que nos leva a confiar em Deus, uma vez que ele sempre nos mostrou ser fiel e sempre ser suficiente. Neste sentido, esta proposição tem a ver com o que Deus já fez e nos instrui a confiar no fato de que Deus não muda, como ele foi ontem, será sempre.
3) Para que lhe observassem os mandamentos – A obediência é uma decorrência de nossa certeza de quem é Deus, pelo que Ele fez e o desejo de receber o que ele diz que fará, afinal não há um modo de chegar aonde Deus diz que devemos chegar, sem seguir o caminho que ele nos manda seguir. Portanto, o ponto central do argumento de Asafe é que tanto a visão esperançosa do futuro, quando a confiança formada na certeza do passado, são argumentos mentais para moldar o nosso caráter presente.
E que não fossem como seus pais – obstinados e rebeldes– Aqui há uma consideração muito importante. Existem gerações que servem de ponto de inflexão negativa, isto é, a falta de pais que ensinam a seus filhos, pode gerar descendentes que se tornem indolentes com a fé, negligentes e rebeldes contra a Deus, pessoas que vão viver sem Deus no mundo. Israel vivenciou estas coisas, algumas vezes, primeiro no EGITO e depois, em Canaã nos dias dos Juízes, estas pessoas precisaram de 400 anos para retornar a ter a vida de Deus, porque Deus levantou testemunhos em uma geração eu decidiu viver para Deus novamente.
Aqui, irmãos, temos o ponto mais complexo e importante da introdução do Salmo. Estes versos são o ponto de reflexão para o restante do Salmo, pois o que ele irá trabalhar é sobre a dificuldade do povo de Deus para viver como servos do Rei, por causa da sua incredulidade e falta de mentalidade E A CULPA ERA DOS PAIS QUE NÃO ENSINARAM A SEUS FILHOS. 

Conclusão
Estamos em um mês muito significativo para nossa FÉ REFORMADA. Somos aqueles que receberam uma HERANÇA de FÉ que estabelece a PALAVRA DE DEUS COMO A ÚNICA REGRA DE FÉ E PRÁTICA. Irmãos, fomos os filhos que Deus resolveu mudar a inflexão negativa e nos dar uma visão de mundo baseada na Palavra de Deus. Mas esta visão precisa ser transmitida às gerações que virão depois de nós. Portanto, algumas coisas que precisamos pensar e refletir muito seriamente. 
1) Precisamos aprender com profundidade a viver a nossa fé no dia a dia e a experimentar com seriedade os feitos de Deus no nosso dia a dia, à luz da Palavra de Deus. Precisamos aprender a aprender com a Bíblia; 
2) Devemos ter alvos educacionais claros e profundos e mudar o modo de pensar sobre o que é ser pai e mãe e qual é realmente a nossa prioridade;
3) precisamos educar nossos filhos para a maturidade e não para serem crentes infantis, cheios de manias, para que eles não sejam ponto de inflexão negativa para nossos netos; 
4) Apesar de sermos fracos em nossa tarefa, precisamos confiar que ainda dá tempo de fazer algo e mudar, mesmo que tenhamos errado muito e nos tornar um ponto de mudança positiva. 
Nós reformados, não para nosso orgulho, mas para nossa alegria, devemos pensar no fato de que Deus nos escolheu para cuidar da seria permanência da Lei de Deus como fator decisivo para mudança de gerações. EDUCAR PARA A FÉ é o propósito de nosso chamado divino.
Aplicação para a IP Ebenézer de São Paulo
Caros irmãos, essa igreja é muito preciosa para Deus. Nós Presbiterianos do Brasil precisamos que vocês assumam este papel importante que Deus lhes concedeu de protagonismo. Precisamos que esta igreja esteja viva e pronta para ser um modelo para todos nós. 
Deus lhes tem concedido uma bela história e isso os torna ainda mais devedores ao Senhor. Ele tem feito maravilhas em vosso meio e muito os tem abençoado e isto é para que os irmãos tenham bagagem e amor em seus corações para poder conduzir muitos filhos a Cristo. 
Cuidem de suas famílias, cuidem de seu testemunho, cuidem de suas crianças, seu jovens, cuidem uns dos outros e estimulem-se mutuamente à prática das boas obras e estejam prontos para os grandes desafios de Deus para vocês. 
Que o Pai Celestial levante esta igreja como um dos grandes baluartes da vida cristã nesta cidade, para estímulo de todos nós! Parabéns e muitas bem aventuranças na jornada, irmãos. 


7 de outubro de 2018

Salmo 78.1-8

Ensinando Para Fé
Salmo 78.1-8



Introdução
O Salmo 78 é Salmo didático (Maskil), este tipo de Salmo tem como função primordial servir como um construtor da memória do povo de Deus. Trata-se de um Salmo de Asafe que foi um dos mais destacados líderes dos levitas. Ele foi um dos líderes do povo, quando a Arca da Aliança foi conduzida à cidade de Jerusalém e ele foi uma das testemunhas das grandes mudanças da vida do povo de Deus, nos dias de Davi.
Em 72 versos, ele conta a história de Israel, recontando-a do ponto de vista de alguém que medita sobre o modo como Deus os libertou do Egito e lhes deu um Rei, no caso Davi. Ao recontar esta história, Asafe nos mostra como Deus, apesar da rebeldia e incredulidade do seu povo, manteve firme as promessas antigas de amar e reunir seu povo sob um governo santo.
Porque o coração deles não era firme para com ele, nem foram fiéis à sua aliança. Ele, porém, que é misericordioso, perdoa a iniquidade e não destrói, antes, muitas vezes, desvia a sua ira e não dá largas a toda a sua indignação (Sl 78.37-38).
A dinâmica deste Salmo, portanto, aponta para este fato central, isto é, o modo como Deus venceu a incredulidade do seu povo e o conduziu a viver debaixo do governo de Davi. 
Ele começa com uma introdução maravilhosa que indica a educação na fé como a principal ferramenta para a construção do caráter do cidadão do Reino, para que aprendamos o modo que Deus espera que seja o nosso viver debaixo do reinado de Davi, entendam, irmão, Davi aqui como um tipo do próprio Cristo. 
Esta introdução e oito versos, vamos dividir em três partes: versos 1 a 4, verso 5 e no final versos 6-8. 
O que buscamos nestes versos é que nós mesmos saibamos como Deus espera que construamos uma mentalidade coletiva de vida com Deus, que passe de geração em geração. O movimento que estes versos sugerem é o movimento de EDUCAÇÃO PARA A FÉ. 

A Educação Para a Fé é Um Compromisso de Gerações 
Estamos lidando com um momento muito difícil para a propagação da fé. Em particular, uma das maiores dificuldades para que isso aconteça é que se instalou em nossa época um certo conflito de gerações. Com o advento da revolução tecnológica, o que passou acontecer é que os pais, em muitos aspectos do desenvolvimento da vida, estão, podemos dizer, aprendendo com os filhos. Isso tem gerado um pensamento enganoso de que as gerações mais novas, não precisem das gerações anteriores, uma vez que o mundo onde viverão superou o modo de vida de seus pais. 
Asafe começa o seu Salmo com um testemunho pessoal. Ele diz toma a palavra e pede a todos que o ouvem que considerem atentamente o que está para dizer. Aqui ele assume um papel de um instrutor e sua mensagem tem o propósito de servir como uma ferramenta para aumentar a capacidade do seu povo de produzir uma mentalidade de servos do grande Rei. 
Escutai, povo meu, a minha lei, prestai ouvidos às palavras da minha boca. Abrirei os lábios em parábolas e publicarei enigmas dos tempos antigos. O que ouvimos e aprendemos, o que nos contaram nossos pais, não o encobriremos à vindoura geração os louvores do Senhor, e o seu poder, e as maravilhas que fez (Sl 78.1-4). 
Estes versículos deixam claro que a construção de uma mentalidade de serviço ao Rei é uma responsabilidade e um COMPROMISSO DE GERAÇÕES. Deus estabeleceu um sistema criacional de condução de mentalidade: GERAÇÕES. 
Escutai povo meu a minha lei- Aqui, Asafe estabelece esse processo como uma LEI. Ele conclama o povo a prestar atenção ao processo que ele está ensinando e diz que este processo é uma TORAH, ISTO É UMA INSTRUÇÃO IMPORTANTE. Ele usa a palavra TORAH, que tinha um significado muito importante para todo o Israel. Isto implica em dizer que o sistema que será apresentado é um recurso que não pode ser ignorado. 
Parábolas (Mashal) e enigmas (Hidot) dos tempos antigos– Aqui ele está usando palavras técnicas que dizem que ele falará ditos de sabedoria, que foi construída na história e precisa ser desvendada. Como se ele estivesse dizendo o seguinte: a história do povo de Deus ensina e precisamos discernir os ensinos da história. Por isso é que isso precisa ser um repasse de gerações. Uma geração aprende com Deus e aprende de Deus e ensina aos seus filhos é UM COMPROMISSO QUE SÓ GERAÇÕES PODEM ENSINAR.
O que ouvimos e aprendemos o que nos contaram os nossos pais– Aqui ele logo mostra a importância da experiência dos pais com Deus na construção da mentalidade dos filhos. Ele diz que sua ferramenta didática é essa: O COMPROMISSO DE UMA GERAÇÃO ENSINANDO A OUTRA A PARTIR D ESUAS EXPERIÊNCIAS. Aqui ele afirma que o COMPROMISSO DE GERAÇÕES EXIGE INTERAÇÃO: Pais tem a responsabilidade e contar, isto é ensinar e os filhos tem o compromisso de OUVIR E APRENDER.
Não encobriremos a seus filhos, contaremos à vindoura geração– Mais uma vez essa responsabilidade é dada, mais fundamentalmente aos pais, que são o ponto de partida da formação da mentalidade dos servos do Rei.
Os louvores do Senhor, o seu poder e as maravilhas que fez– Aqui ele apresenta o conteúdo que é extraído da experiência dos pais com a história e com Deus. Como Deus se mostrou louvável pelos feitos gloriosos que realizou e como demonstrou o seu amor ao longo da História. 
Logo notamos que a EDUCAÇÃO PARA A FÉ É UM COMPROMISSO MUITO SÉRIO QUE LIGA AS GERAÇÕES. Os pais precisam desta visão de INTÉRPRETES SÁBIOS DA HISTÓRIA COM DEUS  e devem iniciar seus filhos em percebê-la. Os FILHOS, POR SUA VEZ, PRECISAM APRENDER BEM DE SEUS PAIS PARA PODEREM ENSINAR A SEUS FILHOS E DAR CONTINUIDADE À PROPAGAÇÃO DA FÉ.  
Quando uma geração negligencia seu papel, ela rompe um ciclo e o que acontece é uma lacuna de fé. Isto é algo muito sério e que as nossas famílias não poderiam negligencias nunca.
A Educação Para a Fé é Um Compromisso Que Temos Com Deus 

No verso 5, Asafe parece estabelecer um motivo maior para que sua prática pessoal e para o seu próprio ensino. Como se estivesse dizendo o seguinte: Estou apenas fazendo algo que Deus determinou que eu fizesse: 
Ele estabeleceu um testemunho em Jacó, e instituiu uma lei em Israel, e ordenou a nossos pais que os transmitissem a seus filhos (Salmo 78.5).
Ele estabeleceu– aqui ele aponta para Deus, o mesmo que realizou grandes obras de maravilhas de poder no verso 4, ELE, Deus, foi o ponto de partida deste modelo. Isto deveria estar claro para o povo da aliança, como deve obviamente também para nós. DEUS DETERMINOU o caminho como irá formar as novas gerações de crentes: pais ensinam filhos. 
Um testemunho e uma Lei em Israel– Duas maneiras de falar da mesma coisa: a PALAVRA DA LEI. O testemunho aqui tem a ver com a PALAVRA DA LEI DE DEUS como sendo a VERDADE SOBRE A VIDA. E a ideia de LEI, como a fórmula de instrução correta. Aqui devemos compreender que esta é uma estrutura funcional da criação. Meus amados irmãos, quando um PAI ENSINA O FILHO, ele acessa uma ferramenta de formação mental poderosíssima. Pais recebem uma “senha” de acesso ao coração dos filhos e conseguem moldar sua mente de uma maneira distinta de qualquer outro mestre que ocupará espaço da vida do seu filho. 
Ordenou aos pais que transmitissem aos filhos– Pais podem negligenciar o uso desta senha especial para adentrar ao coração do seu filho, mas estarão em desobediência em relação a Deus, porque Deus espera que pais façam este papel. Pais, uma notícia para vocês: DEUS IRÁ COBRAR ISSO! A palavra de Deus é melhor transmitida quando é transmitida pelos pais. 
Este nosso compromisso, antes de ser um COMPROMISSO COM AS NOVAS GERAÇÕES é um COMPROMISSO COM DEUS, porque é isso que Deus espera que pais façam por seus filhos. Não podemos perder esta grande oportunidade. Sente com seus filhos e mostre como a sua história com Deus fez diferença para você e, mais, mostre como a PALAVRA DA LEI de Deus te guia na vida, divida essa percepção da vida com seus filhos. Se não fizeram, façam agora, rompam o silêncio, não deixem de cumprir com este compromisso que DEUS ESPERA DE VOCÊ. 
Outro dado, aqui para os filhos presentes, preparem-se o melhor possível, para a tarefa que Deus espera de vocês quando tiverem seus filhos. Pensem sério em se preparar para serem pais e saibam que o mais importante que você fará como um pai cristão ou uma mãe cristã não é ter dinheiro para pagar uma boa faculdade para seu filho, mas se você terá acumulado sabedoria da sua história pessoal para ensinar seu filho, quem é Deus. 




A Educação Para a Fé é Um Compromisso Com a Transformação do Povo de Deus 

Nestes versos 6 a 8, Asafe parece nos propor uma razão clara para este agir educacional. Fica claro que o propósito é alcançar a ideia de uma geração que seja transformada, que será mais habilitada para servir ao Rei. 
A fim de que a nova geração os conhecesse, filhos que ainda hão de nascer se levantassem e por sua vez os referissem aos seus descendentes, para que pusessem em Deus a sua confiança e não se esquecessem dos feitos de Deus, mas lhe observassem os mandamentos e que não fossem, como seus pais, geração obstinada e rebelde e cujo espírito não foi fiel a Deus (Salmo 78.6-8). 
A fim de que a nova geração– Existe um propósito declarado aqui, isto é, que Deus espera que a nova geração seja moldada. Nosso compromisso COM A EDUCAÇÃO PARA A FÉ É SEMPRE A TRANSFORMAÇÃO E A MELHORIA DAS CONDIÇÕES DA NOVA GERAÇÃO QUE SERVE AO SENHOR. Irmãos, este é o propósito de Deus nos ter escolhido para sermos pais e nos ter dado filhos.
A fim de que a nova geração CONHEÇA– Precisamos transmitir a LEI DE DEUS e fazer nossos filhos CONHECEREM SEUS MEANDROS, SUAS ESTIPULAÇÕES etc. Um conhecimento sério e vivencial com a Lei de Deus, isto é, saber experimentar o mundo de acordo com a Lei de Deus é a grande tarefa educacional e deve ser um ALVO DOS PAIS.  
A fim de que a nova geração TRANSMITA A SEUS FILHOS– Nosso olhar deve estar além da geração dos nossos filhos. Devemos preparar nossos filhos para serem professores da LEI DE DEUS para seus filhos. Meus irmãos, aqui está um propósito especial para a paternidade pedagógica dos pais, garantir que seus filhos estejam habilitados a ensinar a palavra para seus netos e isto implica em conduzirmos nossos filhos a um amadurecimento na fé. 
Para que pusessem em Deus a sua confiança– Aqui Asafe se refere aos filhos e não aos netos, isto investigado à luz do verso 8. Bem, o que é que movimenta a EDUCAÇÃO PARA A FÉ, a CONFIANÇA EM DEUS, OU SEJA A PRÓPRIA FÉ EM DEUS. Aqui Asafe parece indicar que os corações dos nossos filhos precisam estar dispostos a depositarem em Deus toda a sua esperança para a experimentação da vida. 
Para não esquecerem os feitos de Deus e lhe observassem os mandamentos– Irmãos, precisamos levar muito a sério os ensinos da Palavra de Deus e os seus efeitos sobre o que acontece em nosso dia a dia. Os feitos de Deus, não se trata apenas dos fatos relatados na Escritura, mas como a Escritura nos habilita a vivenciar os feitos de Deus na nossa experiência e como precisamos realmente aprender a interpretar a vida à luz da Palavra de Deus, sem desprezar o que Deus é e o que ELE SIGNIFICA NO DIA A DIA. 
E que não fossem como seus pais – obstinados e rebeldes– Aqui há uma consideração muito importante. Existem gerações que servem de ponto de inflexão negativa, isto é, a falta de pais que ensinam a seus filhos, pode gerar descendentes que se tornem indolentes com a fé, negligentes e rebeldes contra a Deus, pessoas que vão viver sem Deus no mundo. Israel vivenciou estas coisas, algumas vezes, primeiro no EGITO e depois, em Canaã nos dias dos Juízes, estas pessoas precisaram de 400 anos para retornar a ter a vida de Deus, porque Deus levantou testemunhos em uma geração eu decidiu viver para Deus novamente.
Aqui, irmãos, temos o ponto mais complexo e importante da introdução do Salmo. Estes versos são o ponto de reflexão para o restante do Salmo, pois o que ele irá trabalhar é sobre a dificuldade do povo de Deus para viver como servos do Rei, por causa da sua incredulidade e falta de mentalidade E A CULPA ERA DOS PAIS QUE NÃO ENSINARAM A SEUS FILHOS. 

Conclusão

Estamos em um mês muito significativo para nossa FÉ REFORMADA. Somos aqueles que receberam uma HERANÇA de FÉ que estabelece a PALAVRA DE DEUS COMO A ÚNICA REGRA DE FÉ E PRÁTICA. Irmãos, fomos os filhos que Deus resolveu mudar a inflexão negativa e nos dar uma visão de mundo baseada na Palavra de Deus. Mas esta visão precisa ser transmitida às gerações que virão depois de nós. Portanto, algumas coisas que precisamos pensar e refletir muito seriamente. 
1) Precisamos aprender com profundidade a viver a nossa fé no dia a dia e a experimentar com seriedade os feitos de Deus no nosso dia a dia, à luz da Palavra de Deus. Precisamos aprender a aprender com a Bíblia; 
2) Devemos ter alvos educacionais claros e profundos e mudar o modo de pensar sobre o que é ser pai e mãe e qual é realmente a nossa prioridade;
3) precisamos educar nossos filhos para a maturidade e não para serem crentes infantis, cheios de manias, para que eles não sejam ponto de inflexão negativa para nossos netos; 
4) Apesar de sermos fracos em nossa tarefa, precisamos confiar que ainda dá tempo de fazer algo e mudar, mesmo que tenhamos errado muito e nos tornar um ponto de mudança positiva. 
Nós reformados, não para nosso orgulho, mas para nossa alegria, devemos pensar no fato de que Deus nos escolheu para cuidar da seria permanência da Lei de Deus como fator decisivo para mudança de gerações. EDUCAR PARA A FÉ é o propósito de nosso chamado divino.