27 de outubro de 2019

Salmo 119.25-32

O Caminho da Alegria da Alma na Palavra
(IP Tatuapé – Outubro 2019 – Culto da Noite)
Salmo 119.25-32

Introdução
Desde o Salmo Primeiro um dos grandes temas da coleção de livros dos SALMOS é o CAMINHO DO JUSTO em contraste com o CAMINHO DOS ÍMPIOS. O CAMINHO DO JUSTO é bem-aventurado, enquanto o CAMINHO TRILHA O ÍMPIO é de morte. 
Ainda no Salmo Primeiro, o JUSTO não constrói o seu caminho com o ímpio, antes ele o faz segundo o MEDITAR DA PALAVRA DE DEUS.  O Salmo 119 se insere neste contexto. Ele também quer tratar sobre a CONSTRUÇÃO DO CAMINHO DO HOMEM DE DEUS, e o faz a partir da completa submissão, confiança e orientação da PALAVRA DE DEUS. 
Bem aventurados os irrepreensíveis no seu caminho que andam na Lei do Senhor. Bem aventurados os que guardam as suas prescrições e o buscam de todo o coração, não praticam a iniquidade e andam nos seus caminhos (Salmo 119.1-3). 
Na estrofe que vamos ver nesta noite, que começa no verso 25 e se estende até o 32, observaremos uma dupla ênfase: A ALMA e o CAMINHO. Procuraremos entender como o SER MAIS PROFUNDO pode aprender a trilhar o caminho da bem aventurança. Neste trecho o Salmista está desejoso que o Senhor produza em seu coração a mais completa virtude de amor ao CAMINHO DA PALAVRA. 
Eis uma oração que tem faltado em nossos dias, aquela em que pedimos a Deus que nos ajude e nos esclareça o seu caminho. Aquela oração que busque o revitalizar do amor pela Palavra de Deus e o sentimento de entrega e confiança nela. 
Todos os que quiserem que sua ALMA desfrute em profundidade das MARAVILHAS propostas para os que andam SEGUNDO A LEI DE DEUS, devem procurar a mesma consciência deste autor e de seus pedidos nesta estrofe. 

Para Que Nossa Alma Encontre a Bem-aventurança Precisamos Que Deus nos dê a 
Percepção do Caminho da Palavra 

A fome a sede de justiça que Jesus disse que geraria a bem-aventurança não é uma capacidade intelectual que nasce de uma terra apodrecida pelo pecado. Este fruto só pode nascer se Deus tratar a terra do nosso coração, corrigir os elementos espírituais que alimentam a nossa vida interior. 
Como um agrônomo, conhecedor do solo e dos minerais que servirão para fazer crescer a plantação e dar frutos, assim Deus é o especialista em tratar o nosso coração. O salmista está consciente de que a VIDA BEM AVENTURADA nasce em coração transformado, numa terra adubada pela PALAVRA DE DEUS.
Minha alma (Nephesh) está apegada ao pó – O primeiro passo é a avaliação correta do solo onde nasce a vida humana, o solo do coração, o interior do homem. O salmista usa a palavra NEPHESH, prefere que pensemos no ser mais profundo ele, na verdade vai além do coração, como se quisesse apontar para as profundezas de quem é e ir além de qualquer possibilidade humana. O tratamento que ele propõe vai ao âmago de quem é. Ele faz um diagnóstico: A MINHA ALMA ESTÁ APEGADA AO PÓ. O conceito por detrás desta expressão é que a minha alma está misturada na terra, sim aquilo que é o mais profundo de quem eu sou está acabada, juntada àquilo é sem valor, em outras palavras: MINHA ALMA PARECE MORTA – NO PÓ. 
Vivifica-me segundo a tua palavra – Então, após fazer este diagnóstico ele olha para o único que pode lhe dar um remédio que altere seu estado de morte, putrefação da alma. Ele olha para Deus e clama que sua ALMA SEJA TRAZIDA À VIDA segundo a Palavra de Deus. Aqui ele está lembrando que foi a VOZ DE DEUS, a SUA PALAVRA FALADA AO PÓ, que trouxe o homem à existência, a partir do pó. Lá no Gênesis, quando Deus fez o homem ele soprou nele o FÔLEGO DA VIDA, ele que era somente pó E O HOMEM PASSOU A SER ALMA VIVENTE, isto é: NEPHESH RAIAH, e aqui ele usa de novo: RAIAH – vivifica-me! Deus tem o poder de ordenar a vida sobre nós, segundo a sua PALAVRA. Esse era o pedido do Salmista nesta estrofe. 
Eu te expus os meus caminhos – ele diz que foi claro com Deus, ele apresentou o diagnóstico de morte em seus caminhos e isto equivale a uma confissão. Por isso ele está pronto para fazer a sua petição ao Senhor. 
Faze-me atinar com os caminhos dos teus preceitos – Ele está pedindo para que a sua alma o seu ser mais interior tenha percepção do CAMINHO DA PALAVRA, os caminhos dos preceitos, estabelecidos e propostos pelos preceitos do Senhor. Naturalmente o homem se desvia dos caminhos do Senhor, quando ele encontra estes caminhos e os percebe neles o SENTIDO, então esta é uma obra que o salmista compreende que é de Deus. 
Meditarei nas tuas maravilhas – claro a consequência disto é uma mente que encontra as maravilhas do Senhor, que percebe a vida de uma outra forma e anda de uma outra forma. 
Precisamos que Deus nos desperte da morte de uma alma que apodrece dentro do nosso corpo, sem luz, sem vida, sem direção e sem sentido e por meio da PALAVRA Deus lance luz, nos proporcione um remédio que nos tira do estado de morte e nos traga à vida. PRECISAMOS QUE ELE NOS DÊ ESSA PERCEPÇÃO.         

Para Que Nossa Alma Encontre a Bem-aventurança Precisamos Que Deus nos dê a 
Força que Vem da do Caminho da Palavra 

A condição do homem sem Deus não é boa, a condição da alma sem luz também nós. Claro que um dos maiores desafios para a sociedade dos nossos dias é a profunda angústia em que vivemos. Não estou dizendo apenas das doenças ligadas ao campo das emoções, estou falando da completa falta de sentido em que a Sociedade Ocidental descobriu após o seu repúdio à Palavra de Deus. 
Minha alma de tristeza verte lágrimas – existe uma tristeza que é muito pior que aquela produzida pela DEPRESSÃO decorrente dos desequilíbrios químicos hormonais do corpo. Martin LLoydd Jones, o pastor médico da côroa inglesa, um dos mais profundos escritores e teólogos do Século XX, escreveu um elucidante livro sobre  A DEPRESSÃO ESPIRITUAL. Ali, o doutor-pastor DIZ QUE A DEPRESSÃO ESPIRITUAL é a perda de sentido existêncial, quando a Alma não consegue saber o valor da vida e para quem vive. O salmista diz que sua ALMA VERTE LÁGRIMAS POR CAUSA DA TRISTEZA QUE SE APROFUNDA NA SUA MORTE.
Fortalece-me segundo a tua palavra – Então, ele clama pedindo que a força venha do Senhor. Como uma planta, sentido a sede provocada pela escassez da água e a falta dos nutrientes que dá às suas raízes e estrutura se revigora quando água é lançada sobre as suas raízes e logo se ergue, se recompõe, o salmista espera que a Palavra de Deus o recomponha e o fortaleça. Você precisa que Deus produza em você essa força vinda da PALAVRA, que o seu espírito se anime na Palavra do Senhor e a sua vida mude completamente com a Palavra.
Afasta de mim o caminho da falsidade – O caminho do engano é aquilo que a doença faz com você, quando tira o seu apetite, seu desejo por alimento e te faz mentirosamente se sentir satisfeito. Essa falsidade que entorpece a alma é aquela que faz o HOMEM ERRANTE ACHAR-SE CERTO, o homem fraco, pensar-se forte e aquele que está vivendo à sombra da morte, achar que tem vida.
Favorece-me com a tua lei – o salmista clama a Deus que lhe conceda o seu favor por meio da lei, dando-lhe a direção da vida, fortalecendo sua alma com os nutrientes da sua palavra, fazendo o sentir a necessidade do caminho reto, projetado pelos mandamentos da Lei de Deus, que leva o homem a uma estrada de vida e não de morte. 
Deus é o único capaz de fazer a PALAVRA PRODUZIR ESTA FORÇA E PRECISAMOS CLAMAR PARA QUE GRACIOSAMENTE NOS MOSTRE ESTE FAVOR, MESMO QUE NOSSA ALMA ESTEJA MORTA E CHEIA DA TRISTEZA ENGANOSA DA MORTE.

Para Que Nossa Alma Encontre a Bem-aventurança Precisamos Que Deus nos dê   
Apego ao Caminho da Palavra 

Depois que o homem atina com o caminho da vida, o caminho da Palavra ele não pode esquecer que é sempre possível o CÃO VOLTAR AO SEU VÔMITO. É sempre possível que nos sintamos fortes após a ação da PALAVRA, mas que nos esqueçamos de perserverar no caminho de Deus. 
Aos teus testemunhos me apego – na última parte da estrofe ele vai buscar no APEGO À PALAVRA DE DEUS a certeza de um CAMINHO CONTÍNUO NA BEM AVENTURANÇA. Ele faz um contraste com o início da estrofe. Ele no início disse que a sua alma estava apegada, misturada à terra da morte. Aqui, agora, ele busca o apego à Palavra da Vida. 
Não permitas, Senhor, seja eu envergonhado – Ele pede que este seu novo estado não seja envergonhado. Ele pede a Deus que o mantenha vivo, para que seus caminhos revelem vida e em tempo algum ele permita que a MORTE SE MANIFESTE NOVamente. O salmista espera que a vida com Deus seja contínua e pede a Deus que não deixe acontecer o contrário nunca. 
Percorrerei o caminho dos teus mandamentos – a parte que lhe cabe é percorrer o caminho dos mandamentos do Senhor, ele promete ao Senhor que se esforçará por viver na presença iluminada da Palavra. Ele afirma que esse é o seu desejo, então ele pede a Deus que não o deixe desviar deste alvo, trazendo-lhe a força para seguir neste projeto, aumentando este apego. 
Quando me alegrares o coração – Ele sabe que é a alegria de andar no caminho do Senhor que lhe dará o vigor à fé, ou seja, a capacidade de compreender a vida que há no caminho do Senhor. Então, aqui ele está pedindo que o seu coração, a sua alma sinta essa alegria, a alegria da PALAVRA DE DEUS, que transforma, que muda a nossa vida, que nos leva a nos sentir vivos quando fazemos aquilo que agrada a Deus. 
Meus irmãos, só Deus pode nos dar este apego, que nos faz misturar com a vida da Palavra, faz a palavra percorrer todas as veias da nossa fé, irrigando a nossa alma com a alegria do caminho do Senhor. 


Conclusão

Continuo pensando sobre o quando deixamos de desfrutar da vida cristã e das suas grandes bênçãos pela nossa maneira fraca de desenvolver nosso cristianismo. Sinto falta dos homens e mulheres, dos presbíteros e pastores, diáconos e demais irmãos que amam profundamente a Lei de Deus. 
Mas eu tenho uma esperança, de que o Senhor há de nos vivificar e há de nos dar de volta a presença de homens de fé, com simplicidade, que não busquem ser apreciados pelos homens, mas antes, desejam ser agradáveis a Deus. Estou certo de que no tempo certo e no lugar certo Deus trará de volta o amor à Palavra que muda os corações e nos tira deste patamar onde estamos vivendo misturados à morte no pó, para um lugar alto e seguro, onde a vida de Cristo se manifesta de forma simples e verdadeira na Igreja. 
Precisamos orar irmãos e pedir a Deus que faça isso que o salmista pedia para acontecer na sua vida. Precisamos que ele nos liberte e nos traga de volta à vida de fato. Não vá para casa para viver a mesma morte que tem conduzido tantos à tristeza, mas tome uma decisão, a decisão de trilhar o CAMINHO DA BEM AVENTURANÇA DA PALAVRA RESTAURADORA DE DEUS.

Hebreus 12.25-29

Cuidados Especiais Para Quem Crê na Palavra
(IP Tatuapé – Outubro 2019 – Culto da Manhã)
Hebreus 12.25-29

Introdução
Tende Cuidado (Blepete) – A Carta aos Hebreus é um precioso alerta, uma chamada aos crentes para cuidarem de si mesmo e da doutrina, para permanecerem na fé, não sendo enganados pelo próprio coração. Alertas deste tipo estão presentes em toda a Escritura, como Tiago, irmão do Senhor nos disse: NÃO VOS ENGANEIS A VÓS MESMOS. 
A expressão “Tende Cuidado” é a tradução de um termo grego que muitas vezes é também traduzido por “Ver”, como se o autor quisesse dizer assim: “veja”, “perceba o que está diante de ti. Este é um ponto importante que precisamos considerar, isto é, diante de nós está a vida cristã e esta, muitas vezes não é percebida por nós com o devido cuidado, atenção. Pode ser que você pense nela de maneira inteiramente natural. O autor aos Hebreus percebeu este perigo na vida dos crentes de origem judaica que se espalhavam em todos os lugares e o quanto essa falta de consciência tornou a sua fé tão empobrecida, falha, displicente e PERIGOSA.
Tende Cuidado – é uma expressão de ALERTA CONTRA UM PERIGO. Eis outro ponto a considerar. O fato de tratarmos a vida cristã de uma maneira comum e não atentarmos coerentemente para o seu significado, não nos deixa perceber o RISCO envolvido nessa atitude displicente. Mais uma vez, este autor está pronto a nos fazer perceber o RISCO ENVOLVIDO em viver a Fé em Cristo de qualquer forma. 
Por isso, nesta manhã, vamos a este texto com os nossos corações alertas, prontos para buscar este entendimento e descobrir o que o Senhor quer que façamos da nossa relação com Ele, a fim de que nossa vida não se desvie e nossa fé não se enfraqueça e se perca no caminho.  

Os Que Crêem na Palavra-Cristo Precisam Tomar Cuidado Para Não se Colocarem no Caminho Oposto Àquele Que Pensam Estar 

O autor desta carta estava percebendo como os crentes que deveriam considerar a excelência e superioridade de Cristo, haviam dado à sua fé uma proporção comum e pouco valorizada. Eles haviam tornado a sua relação com Cristo mais um componente da sua vida, sem, contudo, dar a esta relação a devida atenção e prioridade. 
Desde o começo da carta ele exalta Cristo como sendo aquele que fala, aqueles que é o porta voz da mensagem divina. Ele, primeiramente e seus apóstolos após ele, todos envolvidos em anunciar o Reino de Deus e as virtudes da vida com Deus. Entretanto, a Igreja havia perdido a dimensão da importância do significa viver para Cristo. 
Não recuseis ao que fala – essa expressão só pode ser compreendida à luz do contexto imediato anterior. No verso 18, o autor começa um argumento falando aos crentes que eles deveriam considerar a sua realidade, a partir de um exemplo do passado. 
O exemplo que ele usa é o de Moisés e o povo que o acompanhava ao pé do Monte Sinai, na expectativa da entrega da Lei. No verso 18, ele pede a eles que reflitam sobre o que aqueles irmãos dos dias de Moisés passaram nesta expectativa ao sopé da montanha de Deus.
Ora, não tendes chegado ao fogo palpável e ardente, e à escuridão, e às trevas, e à tempestade, e ao clangor de trombeta, e ao som de palavras tais, que quantos o ouviram suplicaram que não se lhes falasse mais. Na verdade, de tal modo era horrível o espetáculo, que Moisés disse: sinto-me aterrado e trêmulo! (Hebreus 12.18-21).   
Era necessário considerar o fato de que a aproximação com Deus não poderia ser tratada com tanta leviandade, como o autor aos Hebreus estava identificando nos seus dias. Ele os convoca a considerar que o próprio Moisés, o homem de Deus que era como o chamavam, estava consciente e, por isso, trêmulo, temente da Deus. Ele sabia que estava tratando de coisas eternas e de valor inestimável para a raça humana.
Claro, há sempre os que pensam que depois de Cristo, a vida dos filhos de Deus ficou mais leve e mais fácil, afinal, não precisamos mais de relâmpagos, e apedrejamentos contra os que não se comportam bem. Para o autor da Carta aos Hebreus há um erro muito perigoso nessa forma de pensar. Esse erro é derivado de uma visão equivocada e pequena de Cristo. 
Mas tendes chegado ao monte Sião, à cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial, e a incontáveis hostes de anjos, e à universal assembleia e igreja dos primogênitos arrolados nos céus, e a Deus, o Juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados, e a Jesus, o Mediador da nova aliança, e ao sangue da aspersão que fala coisas superiores ao que fala o próprio Abel (Hebreus 12.22-24). 
Aqui, ele faz o comparativo e procurar mostrar que não é possível uma relação correta com Deus sem considerar o fato de que o Monte Sinais era apenas uma sombra e aqueles crentes do Sinai estavam aterrados apenas ao ver as sombras. Ele conclama os crentes em Cristo a perceberem que a glória da situação atual é muito superior e precisa, de um temor ainda mais intenso e superior ao que era vivido na antiga aliança. 
Não escaparam aqueles que recusaram ouvir quem, divinamente os advertia sobre a terra, muito menos nós, os que nos desviamos daquele que dos céus nos adverte (Hebreus 12.25). 
Não escaparam eles – muito menos nós - Era Moisés quem descia do Monte com as tábuas em suas mãos e o rosto iluminado, e o povo pedia para não olhar ao seu rosto. É o Cristo que sobe a Montanha para cumprir e satisfazer a Lei e todos escondem dele o rosto. Moisés desceu do morro pecador, que precisa ser remido, Jesus desce do morro santificado e o santificador do povo de Deus para subir ao céu. A comparação que o autor deseja que eles considerem e atentem é a de que Jesus é muito superior a Moisés e o que Ele fala é superior ao que Moisés falou, pois aquilo que Moisés falou alcança seu verdadeiro e mais profundo sentido em Cristo. 
Não recuseis ao que fala – nós que nos desviamos – essas duas expressões parecem se explicar. Este é o ponto que o autor quer nos fazer considerar neste verso. Que Jesus nos fala em um patamar superior e deveríamos ser mais cuidadosos em ouvi-lo. Os homens que recusaram ouvir Moisés foram devidamente punidos, alguns com a terra se abrindo e os engolindo vivos. Achamos estes relatos terríveis, mas não percebemos que, estamos em condição muito mais arriscada, porque lidamos diretamente com o Juiz de Todos. O Evangelho é aroma de morte para que o recusam e o golpe fatal contra os que se recusam a ouvir.          
QUEM FALA É CRISTO – Recusar a Palavra de Cristo, o Filho, por meio do qual Deus fala é recusar a Deus. Precisamos de um forte quebrantamento do nosso coração, que tende a resistir à voz do Senhor, que tende a construir suas próprias estradas. Cristo nos chamou à santidade, ao serviço, ao amor, à paz, à santidade... todas as vezes que negligenciarmos estas coisas, recusamos a voz de Cristo. Não se trata apenas dos ímpios, que vivem como se Cristo não fosse o filho de Deus e desacreditam, trata-se da Igreja, daqueles que chegaram à vida com Cristo, mas estão se deixando levar para longe dele, por causa das lutas da vida, das suas ganâncias ou simplesmente da sua imaturidade cristã. 

Os Que Crêem na Palavra-Cristo Precisam Tomar Cuidado Para Não se Colocarem no Caminho Que Poderá Ser Abalado

O autor continua o seu argumento, agora, entretanto, falando sobre o poder de Cristo, especialmente se referindo ao fato de que Ele está no controle de todas as coisas e um dia trará juízo e limpará o mundo das coisas mortas, ou abaladas (saleuo - derribar). 
O templo - Aqui temos uma imagem ligada ao templo: a primeira em Ageu, na qual o profeta Ageu diz que Deus puniria as nações e o próprio povo de Israel pelo descaso para com o seu templo, isto é, a busca da sua presença. A segunda, a imagem do próprio Cristo falando do templo de Jerusalém, dizendo que todas aquelas pedras seriam derrubadas para que uma nova casa fosse construída no seu lugar. A antiga aliança de pedras e madeiras, seria substituída por uma casa espiritual e os crentes precisavam compreender a superior condição da Igreja. 
Aquele cuja voz abalou a terra – O cumprimento da profecia de Ageu e a Palavra de Cristo foi o que ele trouxe à realidade, quando destruiu o edifício de pedras e edificou a sua casa no coração dos crentes. A vida do crente precisa compreender o seu novo status, o crente precisa se conscientizar de que não pode e não tem o direito de fazer o que bem entende, ele precisa se submeter àquele que abalou o mundo para fazer na sua vida uma casa espiritual. A voz do Senhor é poderosa e é pelo poder da pregação do evangelho que ele mudou todas as coisas, portanto, foi o Evangelho que construiu a Igreja e nunca o contrário. A igreja deriva do Evangelho e não o Evangelho da Igreja; A igreja depende do Evangelho e não o contrário. A Igreja precisa ouvir e praticar o Evangelho e não pode se esquecer desta palavra que é a sua vida, o Evangelho foi o que nos deu vida! 
Mais uma vez a remoção das coisas abaladas – o autor propõe que o mesmo Cristo que com seu Evangelho destruiu o templo de Pedras dos Judeus em Jerusalém, é o mesmo que não quer que os corações dos crentes se tornem em pedra, mas está pronto para abalar tudo novamente e renovar novamente a face da terra. Constantemente o poder do Senhor virá à nós até que nos limpe inteiramente. Ele não nos deixará viver no Caminho abalado.
Para que as que não são abaladas permaneçam – Até que você e eu estamos prontos para a Eternidade, adaptados à vida que permanece, até que em nós as virtudes daquele que nos chamou das trevas para luz marquem a nossa vida e todos possam vê-lo em nós. Até que sejamos uma casa que esteja apropriada para a glória do Senhor. 
Meu irmão, nada que seja abalado, morto, deve permanecer na nossa vida. Precisamos lutar para nos santificar e nos aperfeiçoar para Ele, para que sejamos dignos de sermos seus irmãos e Filhos de Deus. 

Os Que Crêem na Palavra-Cristo Precisam Tomar Cuidado Para Não se Colocarem no Caminho Daqueles Que Vivem Sob o Juízo de Deus

Toda a obra de Jesus tem um alvo, a nossa vida para Cristo e para agradar a Deus. Essa é a direção que precisamos dar à nossa vida, qualquer outro foco, qualquer outro propósito é um erro. Podemos viver a vida natural e partilhar das aspirações naturais como qualquer pessoa normal, mas todas as nossas aspirações precisam ser construídas no temor de que VIVEMOS PARA NOSSO DEUS. 
Recebemos um reino inabalável – as bênçãos que recebemos no Evangelho foi a construção de uma vida que não perece, a doação de dons que não morrerão, que não serão desfeitos, mas que nos acompanharão pela eternidade. Não podemos nos esquecer deste patamar elevado ao qual fomos levantados, temos uma responsabilidade com isso.
Retenhamos a graça pela qual sirvamos (latreomen) a Deus de modo agradável – obviamente a responsabilidade que é dada ao povo de Deus, que ouviu o Evangelho de Cristo e creu nele exige que saibamos viver para o agrado de Deus. Servir a Deus implica em ser um adorador – latreio. Em outras palavras, o autor compreende que o crente deve ser as implicações de que sua vida seja um ATO DE ADORAÇÃO AGRADÁVEL A DEUS. Deus deseja aspirar o aroma de nossas palavras, de nossos pensamentos, de nossas atitudes, de nossos sentimentos COMO UM AROMA AGRADÁVEL, como incenso perfeito, segundo o seu querer, segundo as suas orientações através do ensino, da Palavra de Cristo. 
Porque nosso Deus é fogo consumidor – essa é a advertência final e a mais importante. Não podemos esquecer de que o CAMINHO DO ÍMPIO PERECERÁ. Portanto, não recusemos o CAMINHO QUE NOS ESTÁ PROPOSTO. Não deixemos que nossos pés se desviem, porque não será possível escapar daquele que nos adverte, que nos ensina a TER CUIDADO. 
TENDE CUIDADO! Você compreende que precisa empreender uma caminhada que exige mudanças de vocês, que exige um compromisso profundo em sua mente, um direcionamento para toda a sua vida, uma nova maneira de viver, de existir, de experimentar e vivenciar as realidades, todas as realidades. Tudo um dia será provado na balança do juiz. Essa verdade inexorável não pode ser esquecida e não pode ser diminuída em nossa vida. 

Conclusão

Uma igreja comprada com o Sangue de Cristo, tornada santa pela palavra que nos foi pregada, santificada, mas a caminho dessa total restauração. Irmãos, não nos esqueçamos de que temos uma enorme responsabilidade. Somos uma nova geração desta igreja, outros que estiveram conosco e honraram o Evangelho nos legaram essa tarefa, eles sem nós não serão perfeitos, como o autor disse no capítulo 11. Contudo, somos nós, que temos o dever de viver para o inteiro agrado de Deus. 
O trabalho do pastorado da igreja é pregar a Palavra, é alertar o crente, mas não é viver a sua vida e a tarefa da Igreja é se lembrar de Cristo, ouvir a Palavra e praticar. Precisamos constantemente nos lembrar que estamos aqui para algo muito maior, para uma vida eterna que virá sobre nós, logo que o Supremo Pastor se manifestar. Portanto, vivamos para ele e FIQUEMOS SEMPRE ATENTOS E CUIDADOSOS COM A NOSSA VIDA!