5 de janeiro de 2020

Marcos 1.21-28

A Autoridade do Filho de Deus Para Libertar Cativos
Quem são os cativos que precisam ser libertos?
Marcos 1.21-28

Introdução
Considerando que Marcos tem por objetivo final usar as histórias de Jesus e as suas demonstrações de poder e autoridade para que os cristãos sigam em frente na sua vida de servos de Cristo, vamos olhar para este buscando discernir essa autoridade de Cristo e como devemos encontrar nela o conforto para a nossa caminhada. 
Nessa sinagoga, Jesus tomou o rolo do livro de Isaías e leu: 
O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas-novas aos quebrantados, enviou-me a curar os quebrantados de coração, e proclamar libertação aos cativos e a pôr em liberdade os algemados (Isaías 61.1). 
Jesus liberta os cativos e põe em liberdade os algemados, mas quem são estes? Como Marcos os apresenta neste episódio? Como a igreja nos dias de Marcos poderia se apoiar neste texto para confiar em Jesus? 
Marcos está nos apresentando um episódio que ocorreu na Galileia, na cidade de Cafarnaum. Ali, numa sinagoga, Jesus se encontra com um homem possuído por um demônio que procura a Jesus com o que parece ser uma atitude reverente, mas Jesus o repreende e logo o homem foi liberto. Mas ele não era o único cativo que está representado naquele texto... 
Num certo sentido precisamos considerar alguns cativeiros que nos impedem de viver a vida cristã com intensidade, com perseverança. Algumas ciladas que tentam nos impedir de seguir o Caminho de Cristo e viver para ele, desfrutar do seu reino.
Vejamos neste texto estes cativos que, muitas vezes, podem ser representações de nós mesmos, que também, muitas vezes, precisamos ser libertos. 

Há Pessoas Que Estão Cativos de Ensinos Falsos 

Depois de entrarem em Cafarnaum, e, logo no sábado, foi ele ensinar na sinagoga. Maravilhavam-se da sua doutrina, porque ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas (Marcos 1.21-22)
O coração do homem foi feito para aprender sobre Deus e desde a queda, o falso ensino tem desviado o homem. Enganar é a grande arte do maligno! Enganar as nações sobre Deus foi o modo como, até os dias apostólicos, Satanás afastava os homens de Deus. 
Quando Jesus veio, o Reino foi espalhado e a verdade foi anunciada e o poder de Satanás de enganar as nações foi retirado. Agora, de todos os povos e não somente dos descendentes de Abraão, haverá pessoas que conhecem a Cristo e, por ele, conhecem a Deus. 
O conhecimento de Deus se espalhará pelo mundo, como disseram profetas como Ezequiel e Jeremias. 
Nos dias de Jesus, os escribas julgavam estar ensinando as pessoas o caminho de Deus, mas seu ensino não os conduzia a Deus, se não teriam conhecido o Verbo da Vida. Ao contrário, viviam na região das sombras, na obscuridade de conhecimento. 
Foi ele ensinar – a libertação de Jesus começa pela mente que se ilumina e esclarece com a luz do seu ensino, a luz da Palavra de Deus. Naquela sinanoga havia ensino regular, mas não um ensino libertador, não um ensino que conduzia os homens à luz, por isso, o texto diz: ensina como quem tem autoridade e não como os escribas. 
Como quem tem autoridade – aponta para o ensino de Jesus como algo que não somente era uma comunicação em palavras, mas uma comunicação em vida, em verdade. A autoridade de Jesus para ensinar, produzia impacto naqueles corações, porque a Palavra da Verdade é Vida. 
Não como os escribas – pessoas estavam dominadas por estes homens, que não ensinavam a vida com Deus, mas apenas mandamentos de homens, de tradição de suas escolas mortas espiritualmente. 
Muitas vezes, preferimos viver enganados e enganando a nós mesmos, inclusive. Muitas vezes, crentes em Cristo Jesus preferem viver longe da verdade e longe de Deus. Afinal, viver próximo à verdade é dispor a alma para ouvir também o que incomoda e transforma. 
Marcos está nos dizendo que naquela sinagoga, o ensino verdadeiro de Jesus trouxe luz a pessoas que estavam perdidas nas trevas do engano. Este é um perigo que você não pode deixar aprisionar você e sua alma, não deve ser seduzido e não deve ser cativado pela falsidade dos ensinos, nem do seu próprio coração. 


Há Pessoas Que Estão Cativas de Uma Falsa Espiritualidade

Não tardou que aparecesse na sinagoga um homem possesso de espírito imundo, o qual bradou: Que temos nós contigo, Jesus Nazareno? Vieste para perder-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus! Mas Jesus o repreendeu, dizendo: Cala-te e sai desse homem. Então, o espírito imundo, agitando-o violentamente e bradando em alta voz, saiu dele (Marcos 1.23-26). 

Um homem apareceu na sinagoga, aparentemente, tanto Marcos como Lucas relatam a mesma coisa. Parece ser uma situação cotidiana, um homem entra na Sinagoga como talvez fosse o seu hábito fazer. Ao ouvir o ensino de Jesus ele se manifestou. 
Que temos nós contigo, Jesus Nazareno – ele se manifesta de forma incisiva, questionadora. Ele prefere se referir a Jesus como “Nazareno”, o que nos leva a pensar no que havia acontecido na própria cidade de Jesus, na qual os homens não deram crédito a ele, a ponto de dizer que o “profeta não tem honra na sua própria terra”. O inquisidor tenta destruir a autoridade de Cristo com questionamentos. 
Vieste para perder-nos – ele duvida das intenções de Jesus e do Caminho que ele apresenta, dizendo que era um caminho trevoso pronto para levar homens a se perderem. Certamente, há uma profunda incoerência na manifestação deste homem, porque ele agora, afirmar
Bem sei quem tu és: o Santo de Deus – Enfim, ele agora tenta apresentar algum conhecimento, aparentemente este homem tem uma espiritualidade sadia, reconhece a santidade de Cristo, mas ele é um cativo que se refugiou em uma espiritualidade demoníaca. 
Meus irmãos, é muito comum, que pessoas vivam longe de Deus, achando que estão fazendo a vontade de Deus. Cegos, pela própria ideia de liberdade falsa que tomou conta do seu coração. 
Jesus o repreendeu: cala-te e sai deste homem – Jesus liberta aquele homem desta espiritualidade demoníaca, ele repreende este espírito imundo, isto é, este espírito que conduz à imundícia, à vida sem Deus.    
Agitando-o violentamente saiu – ficou claro finalmente do que se tratava. Jesus o sabia muito bem, que se tratava de ensino de demônios, de doutrinas demoníacas de uma falsa espiritualidade, ou culto de demônios. 
Este é o ponto, muitas vezes, não percebemos que nossa falsa espiritualidade tenta se valer de coisas boas para nos levar a viver longe de Deus, tenta nos dar uma ideia de que as algumas coisas aparentemente santas que praticamos, podem nos dar liberdade para fugir de Deus. Esta é uma espiritualidade demoníaca, que nos leva a viver longe de Deus, achando que estamos próximos.

Há Pessoas Que Estão Cativas da Completa Falta de Esperança

Todos se admiravam, a ponto de perguntarem entre si: Que vem a ser isto? Uma nova doutrina! Com autoridade ele ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem! Então, correu célere a fama de Jesus em todas as direções, por toda a circunvizinhança da Galileia (Marcos 1.27-28). 

Esta parte do texto nos dão a conhecer que havia uma grande multidão perdida e sem esperança. Eles estavam admirados, porque há algo novo em Cristo Jesus, diferente da vida que eles viviam até então. Em todas as direções essas pessoas cativas, que estavam algemas, viram em Cristo esperança e a fama de Jesus chegava até elas, como André, quando anunciou a Natanael: achamos o Cristo? 
Todos se admiravam e perguntavam entre si – uma luz acendeu naquele quarto escuro e todos perceberam suas próprias trevas, suas algemas caíram e eles agora queriam saber mais sobre aquilo que Jesus lhes falava. 
Nova doutrina – eles queriam entender, pois até ali nada sabiam sobre Deus comandando a vida e a realidade dos homens. Não se tratava mais de uma religiosidade de discursos, regras e métodos, mas uma realidade de libertação de pessoas e isso encheu o coração das pessoas de esperança. 
Com que autoridade – eles queriam saber como um homem poderia vivenciar aquela realidade espiritual de forma tão expressiva, tão realistamente. Como era possível um homem falar a espíritos imundos e estes lhe obedecerem. Bem, o que eles viram foi uma esperança que todos precisamos ver: QUE O EVANGELHO NOS LIBERTA PARA VIVER NO MUNDO DE DEUS, NO PODER DE DEUS.

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