19 de maio de 2010

Riquezas

Uma leitura de Provérbios 23, versos 1 a 5.

Este texto carrega uma mensagem que proporciona uma excelente reflexão sobre o que devemos fazer em relação às riquezas.

“Quanto te assentares a comer com um governador, atenta bem para aquele que está diante de ti; mete uma faca á tua garganta, se és homem glutão”.

“Não cobices os seus delicados manjares, porque são comidas enganadoras. Não te fatigues para seres rico; não apliques nisso a tua inteligência”.

“Porventura, fitarás os olhos naquilo que não é nada? Pois, certamente, a riqueza fará para si asas, como a águia que voa pelos céus”.

Três princípios que se deve considerar nestes versos: o primeiro tem a ver com quem somos nós; o segundo sobre a natureza das riquezas e sua implicação sobre nossa mente e o último, uma pergunta que nos faz refletir sobre o que é mais importante na vida.

O texto nos mostra a fragilidade de toda a nossa natureza. Para o sábio escritor, o problema não está em viver nas rodas da riqueza e do poder, mas em quem somos nós. Ele diz que estar exposto à mesa do rico pode ser um perigo aos glutões. Obviamente, ele não está se referindo apenas à comida e à glutonaria, ele está pontuando sobre o fato de que a riqueza e o poder nos movem pela cobiça. Algumas vezes, quando expostos a estas riquezas e poder, nossa alma se sente abalada e até inclinada a trocar valores. Por isso, sempre será um grande perigo para qualquer um a aproximação com a riqueza.

As comidas do rico são “enganadoras” – é assim que se define a natureza dessas riquezas. A cobiça humana interfere em nossa capacidade de raciocínio. Quando a cobiça toma conta da nossa mente, ela nos faz mover como num transe intelectual e somos levados a valorizar as riquezas acima de verdadeiros paradigmas cristãos. Por agir tão poderosamente na mente, o sábio nos aconselha a não aplicarmos nossa inteligência nessa busca enganadora.

Ao final, ele pontua um pouco mais sobre a natureza das riquezas e nos informa que elas são nada. Essa informação nasce de um juízo de valor que ele faz ao comparar as riquezas à vida do próprio homem, que é um dos temas do livro. Em outras palavras, ele está dizendo que as riquezas não são nada em si mesmas, elas só são importantes como meio para o homem, mas o homem é maior que isso. O problema é que o homem ambicioso e cobiçoso permite que as riquezas lhes dominem. Então fitar o olhos na riqueza para cobiçá-las e definir a sua vida por esta cobiça, além de insensatez é escravidão. A riqueza tanto é nula de valor intrínseco, quanto é volátil e efêmera. Isto é, sentir-se seguro na riqueza é como saltar de um prédio de 15 andares em uma piscina cheia de espuma de sabão. Quando você pensa que ali há algo que resiste sua queda, percebe que é ilusória sua força e a proteção que garante.

Permaneçam seguros na graça

Em Cristo

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