23 de abril de 2010

O Mundo da Igreja Evangélica Brasileira


Astros e Estrelas Num Mundo Sem Sol
Rev. José Maurício Passos Nepomuceno

O meio evangélico tem se tornado em um ambiente de insensata busca pelo sucesso. Mas, como a maior parte das pessoas não alcançarão proeminência social, o glamour e o destaque em geral, nosso povo tem se dedicado a criar os seus heróis e viver à sombra de seu sucesso pessoal, como se pudéssemos ter outros “mini” redentores.

Esses heróis acabam recebendo a atenção do povo e da mídia evangélica, que exploram seu magnetismo e, aos poucos, vão se convencendo de que fato são heróis, que são importantes, astros e estrelas da vida cristã.

Creio que a Igreja Evangélica Brasileira, na seqüência da mesma decadência da Igreja Americana, tem sido culpada de fazer com que seu rebanho ame olhar para as estrelas, mas perca a consciência de que as estrelas só brilham quando o Sol está ausente da nossa visão.

Recentemente, assisti a um vídeo no YouTube, no qual, uma cantora evangélica brasileira de grande prestígio, “uma estrela pop da música para Deus”, dizia-se escolhida por Deus para destruir grandes principados e potestades, no Brasil e em outros cantos do mundo, e que o poder lhe seria conferido, através do uso de “botas de couro de cobra” e “botas de cowboy”.

O que me espanta é que isso tudo é dito do alto de um “Trono” de pretensa sabedoria, consagração e santidade. Tais pessoas, que não se resumem apenas a esta irmã, mas se espalha pelo evangelicalismo dos jatinhos, campanhas, televisões, cd´s, dvd´s etc, se sentem acima do bem e do mal, não existe parâmetro bíblico para seus devaneios, não submetem suas palavras à autoridade bíblica e não aceitam críticas.

Afinal, são tão importantes, são astros e estrelas. Meus amados irmãos e irmãs, não
sou do tipo de buscar as controvérsias ou as polêmicas com esse mundo “gospel”, pois considero, como o apóstolo Paulo, falatórios inúteis. Minha preocupação é que isso tem tomado de assalto aos crentes menos preparados, mas também os mais maduros. Pois, depois de alcançar o sucesso, especialmente o sucesso midiático, a sede de manter-se como herói no imaginário do povo de Deus, se torna um laço do qual nossos astros e estrelas não conseguem se soltar.

O maior problema disto tudo é que este mundo de astros e estrelas brilha porque o Sol da Luz de Jesus, o Sol da Justiça, não tem brilhado. Caso continuemos a seguir neste caminho, logo a igreja evangélica brasileira será a mais apóstata de todas as igrejas do mundo, superando as do Velho Mundo, pois terá como deuses, seus próprios líderes.

Irmãos, sejamos sábios! Nem tudo é farinha, nem tudo é do mesmo saco. Mas, esse mundo evangélico tem muitos perigos. Cuidemos para que a luz que guia os nossos pés pelo caminho venha da Palavra do Senhor. Deixemos Cristo crescer e sejamos servos dEle e só dEle. Não digo que devamos considerar todos os líderes que se destacam como pessoas perigosas, mas repito, até o mais elevado dos homens, o mais digno ser humano, não possui luz própria, mas deve refletir a luz de Cristo.

O maior exemplo, que eu considero, de líder que viveu o padrão divino para a liderança cristã, foi João Batista. O próprio Jesus disse que, nascido de mulher, nenhum homem, antes ou depois, fora ou seria como João. Entretanto, esse homem teve como temática de seu ministério, apontar para Cristo, de quem, dizia Ele: não sou digno de desatar as sandálias, Façamos o possível para libertar nossas igrejas desse evangelho em vias de apodrecimento.

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Toda mensagem escrita é apenas um registro. O sermão bíblico de fato é único, como um rio que passa e muda a cada instante. Um sermão só pode ser pregado uma única vez. Caso seja repetido em outro púlpito, ainda que use os mesmos registros, será outro, por várias razões: a) o pregador nunca é o mesmo, pois está sendo transformado a cada mensagem que prega; b) os ouvintes são outros; c) o Espírito é o mesmo, mas é dinâmico e aplica o que quer aos corações.
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