16 de junho de 2013

2 Pedro 1.3 a 11

O Amor e o ápice do meu crescimento na fé
2 Pedro 1. 3 a 11

INTRODUÇÃO
Eu desejo começar esta noite fazendo menção a um dos mais poéticos hinos cristãos que eu conheço: Amanzing Grace (Maravilhosa Graça). Este hino, composto em 1779 pelo Rev. John Nilton é uma espécie de auto biografia.
John Nilton era um mercador de escravos. Um dia, durante uma tempestade no Atlântico, próximo à costa da África, pela primeira vez, clamou pela misericórdia de Deus. Por mais alguns anos continuou a servir à Inglaterra trazendo escravos africanos.
Começou a sua jornada de encontro com o Cristo, foi estudar Bíblia e depois foi ordenado pastor. Quando compôs “Sublime Graça”, certamente lembrou bem o que era ser um escravo e cativo, porque fizera isto com muitos homens.
Graça incrível 
Graça incrível, como é doce o som
Que salvou um miserável como eu
Certa vez estava perdido, mas agora fui encontrado
Era cego, mas agora eu vejo

Foi a graça que ensinou temor ao meu coração
E a graça que aliviou meus medos
Quão preciosa essa graça pareceu
Na hora que eu acreditei

Coro
Minhas correntes se foram, Eu fui liberto
Meu Deus, meu Salvador, me resgatou
Como uma inundação, Sua misericórdia chove
Amor sem fim
Graça incrível

O Senhor prometeu-me o bem
Sua palavra assegura a minha esperança
Ele vai ser o meu escudo e porção
Enquanto a vida durar

Coro
Minhas correntes se foram, Eu fui liberto
Meu Deus, meu Salvador, me resgatou
Como uma inundação, Sua misericórdia chove
Amor sem fim
Graça incrível

A terra em breve se dissolverá como neve
O sol se absterá de brilhar
Mas Deus quem me chamou aqui em baixo
Será para sempre meu
Será para sempre meu
Você é para sempre meu.

Podemos ser pessoas transformadas. O texto que temos diante de nós tem algumas afirmativas que devemos considerar atentamente. Quero falar sobre a estrutura deste texto para que possamos melhor aproveitá-lo esta noite.
No verso 3, temos a seguinte expressão: “Visto como – pelo seu divino poder – nos tem sido doadas todas as coisas – que nos conduzem à vida e à piedade – pelo conhecimento completo daquele que nos chamou - para a sua glória e virtude.
Este verso é a abertura geral do trecho. Serve como uma espécie de motivo para o que ele irá falar a seguir. O que está nos dizendo é o seguinte: JÁ QUE TUDO O QUE PRECISAMOS PARA UMA VIDA DE PIEDADE, PARA VIVER SEGUNDO O PROPÓSITO E GLÓRIA DAQUELE QUE NOS CHAMOU...
Gloria e virtude de Cristo – estas expressões “doxa e erete” – duas ideias justaspostas: santidade e retidão moral. Sua perfeição inigualável e sua retidão inspiradora – olhar para Cristo e para o seu exemplo e ensino, suas promessas nos conduzirá a sermos pessoas muito melhores.
Cristo ter vivido a vida com Deus com piedade singular é um chamado também para nós. Ele nos mostra que é possível essa mesma participação na sua vida. Estamos falando de ideais maravilhosos da vida com Deus.
O que é preciso considerar é a afirmação de Pedro: temos tudo o que é necessário para este tipo de vida. Para a total mudança que pode ser operada que nos transportará da corrupção para a vida e piedade, do mundo para sua própria glória e virtude.
 As questões que levantamos esta noite são:
O que Pedro espera que façamos em reação a essas verdades?
Por que espera que reajamos a estas verdades?
Para que espera que reajamos a estas verdades?


O QUÊ?
Pedro espera que sejamos diligentes na busca da vida e da piedade, do parecer-se com Cristo
Por isso mesmo vós reunindo toda a vossa diligência associai com a vossa fé...
 Meus irmãos, o primeiro e mais importante motivo para uma vida de crescimento e santificação é que todos fomos habilitados e recebemos tudo o que é necessário para uma vida de proximidade com Deus. Todos fomos habilitados e recebemos tudo o que é necessário para deixarmos para trás toda a corrupção da nossa natureza.
Precisamos considerar seriamente isto. Pedro está dizendo que é a confiança nisto, isto é, FÉ é o passo inicial é a base de tudo o que vem a seguir, o primeiro degrau desta escada.
A primeira coisa que precisamos fazer é reunir a nossa diligência – isto é nossa capacidade de se concentrar em algo, se concentrar no propósito de viver longe da influência da corrupção que há no mundo e da vida que se destina apenas a nós mesmos e seguir na direção de Cristo e da vida piedosa.
Precisamos crer nessa possibilidade, este é o primeiro degrau, mas precisamos também fortalecer esta fé. Não estamos diante de uma lista exaustiva, não são as únicas possibilidades de valores que devem fortalecer a nossa fé, mas é uma lista proposital e tentaremos entender o  propósito de Pedro.
A base de tudo é a fé e esta vem seguida de VIRTUDE. Virtude aqui tem a ver com a retidão, um comportamento adequado ao propósito de viver para Deus e deixar a corrupção do mundo. Esta palavra está ligada à ideia de excelência, buscar ser agir de uma maneira melhor. Um bom exemplo é o seguinte: a faca foi feita para cortar, então ela é uma faca virtuosa se estiver sempre afiada.
O CONHECIMENTO é mais um degrau desta escada baseada na certeza de que podemos deixar a corrupção para viver a natureza do Reino de Cristo. A palavra conhecimento aqui não é a comum palavra GNOSIS, mas sim EPIGNOSIS. Esta particular diferença pode apontar para o tipo de conhecimento que pode nos ajudar nessa caminhada: EPIGNOSIS é conhecimento do alto.
A Virtude não é uma excelência moral qualquer, do tipo que qualquer um pode alcançar se viver segundo regras morais, é uma virtude guiada por um conhecimento superior, um padrão superior, que só pode ser alcançado quando buscamos conhecer.
Caminharemos mais facilmente para longe da corrupção se tivermos nossas mentes esclarecidas sobre os valores do Reino.
DOMÍNIO PRÓPRIO – crescer na fé na direção certa exigirá esforços e lutas contra a nossa própria natureza corrupta. Não haverá progresso sem que tenhamos de encarar nossa própria inclinação para o mal. Isto não acontecerá sem que reunamos diligência para conter nossa velha natureza.
PERSEVERANÇA – Caros, quando começamos essa jornada não significa que vamos ganhar sempre e que sempre seremos bem sucedidos. As experiências mais amargas da nossa vida cristã não acontecem quando estamos começando, mas quando já progredimos. A tristeza enche o nosso coração quando, sabendo de tantas coisas a respeito do Reino, nos tornamos reprováveis. Então, quando isto acontecer, não se jogue de uma ponte, levante-se e siga em frente.
Aristóteles, o grande filósofo dizia o seguinte: o Domínio próprio tem a ver com os prazeres e a perseverança tem a ver com os pesares. Acho que dá para compreender porque estão unidas aqui também!
PIEDADE – este degrau tem a ver com o foco da nossa vida. Depois de subir alguns degraus, precisamos de estímulo para continuar subindo e continuar perseverando e continuar lutando contra a nossa velha natureza, continuar no caminho reto, continuar aprendendo e continuar crendo. Piedade é olhar para Deus e se concentrar nele.
FRATERNIDADE – meus caros, os degraus mais próximos de Deus tem a ver com a maior de todas as virtudes o amor. A primeira tem a ver com a nossa unidade no corpo, os irmãos.
AMOR – como alvo de uma vida madura, o Cristão deve amar até os inimigos. O alvo da vida cristã é a santidade que leva a amar. Você precisa entender que este é o degrau mais próximo de Deus.
Pedro espera que estejamos trabalhando duro na busca deste crescimento. Ele diz que fomos habilitados e capacitados para tal. Eu e você podemos nos concentrar nesta busca. A fé que nos foi dada é só um primeiro degrau, então agora reúna suas forças e associe à sua fé todos estes elementos.
POR QUÊ?
Pedro espera que sejamos diligentes na busca da vida e da piedade porque deseja que aprendamos o valor do trabalho no Reino.
Meus irmãos, tudo que vimos até agora nos sugere a ideia de alvo, meta. O que estamos fazendo aqui é vivendo sob os valores do alto da escada, do Reino do céu.
Precisamos nos perceber envolvidos com algo que esteja lá no alto. O que Pedro estava disposto a nos ensinar e estimular era um tipo de vida e piedade que nos tornasse mais ligados ao Reino de Deus.
Infelizmente ainda estamos muito mais inclinados a viver para propósitos ligados a esta vida. Pedro, ao contrário disto, está propondo o alto da escada para o modelo de vida que Deus nos habilitou a viver.
A ideia é que precisamos ser mais efetivamente ligados e decididos na nossa nova vida com Deus. Porque precisamos deixar de ser infrutuosos. Alguns de nós achamos que temos feito demais, me desculpem irmãos, somos como crianças brincando em uma praça, como se a realidade fosse uma enorme brincadeira e não deveríamos jamais deixar as coisas serem assim.
Inativos – aqueles crentes incapazes, paralisados espiritualmente, sem nenhuma vida se manifestando neles.
Infrutuosos – aqueles que possuem vida, mas ela não se manifesta senão para si mesmos.
Estas falhas tem a ver com a falta de foco e de alvo a EPIGNOSIS, o conhecimento do que está no alto e de como o que está acima de nós, Cristo e o seu Reino é uma realidade superior e que é por ela que devemos nos guiar.
Deus espera que sejamos diligentes na busca de uma fé mais vigorosa porque deseja que aprendamos o valor do serviço no Reino. Este apóstolo, escrevendo tudo o que escreveu na idade em que se encontrava, tinha todas as razões do mundo para nos estimular a uma vida superior.
Sinto que este é o mal da igreja em nosso tempo, ela é insistentemente desligada do seu alvo superior. É isto que significa estar cego para isto, estar cego para o alto da escada, que se quer discerne o porque fomos libertos da prisão do pecado.
Isto é semelhante a um escravo que recebe a liberdade, mas não sabe o que ela significa. Triste a realidade de muitos crentes. É por isto que precisamos crescer e amadurecer e fortalecer a nossa fé, para que não vivamos cegos, se podemos ver. Vivamos como escravos se podemos viver livremente.

PARA QUÊ?
Pedro espera que sejamos diligentes na busca da vida e da piedade, e que aprendamos o valor do serviço no Reino para que isso alimente nossa alma com segurança e alegria em Cristo
Por isso, com diligência ainda cada vez maior – você pode estar pensando na comparação com o ponto inicial – reunindo toda a vossa diligência e aqui é exigida uma diligência cada vez maior. Para quê? Qual o objetivo final de tudo isto?
O objetivo de tudo isto é você, somos nós, porque Deus nos ama. O projeto é a sua vida e a sua entrada no reino eterno. É a sua segurança e alegria.
A diligência cada vez maior aponta para a necessidade que temos de que em nosso coração se processe essa mudança para que realmente sejamos integrados ao que é eterno. A primeira parte desta integração tem a ver com a nossa segurança em meio as lutas, ao que ele chama de tropeçar em tempo algum.
É possível um modelo de vida amplamente concentrada e integrada ao projeto eterno de Deus. Pedro está nos propondo uma visão da glória e da virtude do Reino de Jesus e do próprio Jesus.

.Conclusão
Caros irmãos, todos fomos habilitados a viver este modelo de vida ligada a Deus. Todos fomos capacitados e temos a Palavra de Deus como o seu guia para que a glória e a virtude de Cristo nos preencha, para que a nossa ligação com reino seja completamente integrada.
Você pode! Repito: você pode! E Deus de deu todas as coisas para isto. A questão que levando é: você será diligente nisto? Ou prefere viver cego. A graça que nos foi dada em Cristo Jesus é suficiente para nos fazer prosseguir sempre, para aumentar a nossa fé, para nos dar mais retidão, domínio próprio enfim, tudo o que é necessário.
Hoje, o desafio que temos diante de nós é o que iremos fazer diante da verdade de Deus. Como você pode ficar assim tão concentrado em você mesmo? Como você pode simplesmente ir para casa hoje, falar sobre mais um culto, sobre o coral, sobre o centenário da Igreja do Bráz e permanecer sem um compromisso com o alto da escada?
N´so presbiterianos precisamos voltar no tempo, no sentido de voltarmos a ser a grande força do evangelho neste país. Não que sejamos melhores que outros para isto... mas somos chamados para viver no alto da escada, como nossos irmãos que labutaram nesta igreja, eles foram capazes de viver para o alto da escada e por isso, seus nomes foram gravados na história da fé.
Eles foram libertos e libertaram a muitos! Eu louvo a Deus pela vida deles e por termos a oportunidade de fazer o mesmo. Quero convidá-los a isto!

Oração

Eis-me aqui!  

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