6 de outubro de 2013

Josué 6.22-26

“A Escolha de Raabe”
Josué 6.22-27

Introdução
Em meio a toda a destruição de Jericó, Deus revelou a sua graça, salvando Raabe e toda a sua casa. Essa história da graça de Deus começa a se realizar no capítulo 2, quando os espias estiveram na cidade e Raabe os guardou dos homens de lá e lhes suplicou por sua salvação e de sua família.
Agora, pois, jurai-me, vos peço, pelo Senhor que, assim como usei de misericórdia para convosco, também dela usareis para com a casa de meu pai; e que me dareis um sinal certo de que conservareis a vida a meu pai e a minha mãe, como também a meus irmãos e a minhas irmãs, com tudo o que têm, e de que livrareis a nossa vida da morte (Josué 2.12-13).
Raabe escolheu o lado certo para andar, escolheu o lado do Senhor de Israel., quando escondeu aqueles dois espias. O sinal da graça estava sobre ela e por isso, foi poupada no dia do juízo do Senhor contra a cidade de Jericó.
Essa mulher, conhecida como uma prostituta, foi escolhida pela graça de Deus para ser salva da destruição de Jericó. Ela se tornou parte da história da  Redenção, uma vez que está inserida na linhagem daqueles por quem Deus trouxe ao mundo Jesus Cristo, pois se tornou mulher de Salmon, pai de Boaz, pai de Obede, pai de Jessé, pai do Rei Davi.
Ao ter ficado do lado certo, Raabe se tornou um modelo para nós também, um exemplo de fé, uma testemunha da graça de Deus. Esse é o resultado do que a graça é capaz de fazer na nossa vida e transformar tudo o que somos em algo muito melhor.
Pense que no momento em que Raabe escolheu o caminho certo, ela não tinha todos os elementos, não poderia saber o que iria acontecer, mas foi tocada por Deus para dar aquele passo e ter toda a sua vida transformada. Os únicos elementos que ela possuía eram imediatos e quais foram?
Que elementos ela usou como alavanca para a sua escolha cheia de graça?

Raabe escolheu o caminho certo porque sabia que sua família precisa ser salva da ira de Deus
E tiraram Raabe, e seu pai, e sua mãe, e seus irmãos, e tudo quanto tinha; tiraram também toda a sua parentela e os acamparam fora do arraial de Israel. Porém a cidade e tudo quanto havia nela, queimaram-no; tão somente a prata, o outro e os utensílios de bronze e ferro deram par ao tesouro da Casa do Senhor (Josué 6.23-24).
Às vezes precisamos aprender a fazer escolhas sensatas baseadas no amor que nutrimos por aqueles que amamos. Raabe, colocou-se em perigo quando fez a escolha de esconder os espiais, mas Raabe temia mais a ira de Deus que a dos homens e sabia que sua família também precisava desse temor.
Devemos estar bastante conscientes de que nossas escolhas, para o bem e para o mal, podem diretamente refletir na vida das pessoas que amamos. Os pais, em particular, deveriam ser mais prudentes nas suas escolhas por amor a seus filhos. Da mesma sorte, o marido deveria pensar em sua esposa e a esposa no marido.
Nossas escolhas nunca são neutras. Precisamos que Deus nos abençoe para que as façamos segundo as bênçãos de sua graça, foi desta forma que Raabe fora iluminada para escolher o fio de escarlata, a Cristo.
Raabe sabia que sua família precisava ser salva e por isso, escolheu o caminho melhor. Escolheu estar com Deus.

Raabe escolheu o caminho certo porque sabia que precisava dirigir sua lealdade a Deus
Mas Josué conservou com vida a prostituta Raabe, e a casa de seu pai, e tudo quando tinha; e habitou no meio de Israel até o dia de hoje, porquanto escondera os mensageiros que Josué enviara a espiar a Jericó (Josué 6.25).
Quando Raabe escondeu os espias, o que está relatado no capítulo 2, ela estava diante de uma decisão muito difícil. Ela estava sendo pressionada pelo Rei de Jericó a entregar os espias.
Ainda que tivesse ouvido falar do poder do Deus de Israel, ela tinha diante de si uma situação imediata muito clara, o Rei de Jericó enviara um recado muito claro:
Faze sair os homens que vieram a ti e entraram na tua casa, porque vieram espiar a terra (Josué 2.3).
Algumas vezes, nossas escolhas são definidas com base nas necessidades imediatas. É muito comum que sejamos tentados a satisfazer as necessidades mais imediatas.
Raabe estava diante de uma necessidade imediata e precisou tomar uma decisão. Naquele momento, ela sabia que sua lealdade deveria ser dedicada ao Deus de Israel. Ela creu que o Deus de Israel era poderoso para salvá-la e que agiria com graça, mesmo sendo uma estrangeira e prostituta.
Como saberia se sua escolha seria certa? Não sabia, ela exerceu fé.  O exercício da fé é a melhor maneira de mostrar nossa lealdade ao Senhor. Ela tomou a decisão de confiar em Deus, mesmo não tendo todos os elementos em suas mãos.
Nossa lealdade a Deus não deveria ser na base daquilo que vemos, mas na confiança, inclusive daquilo que não vemos. Sei que somos tentados a agir somente com todas as provas, é por isso, que muitas vezes, as pessoas se guiam por testemunhos. Afinal, se Deus fez na vida de alguém pode fazer na minha. Isso não é mal em si, mas muitas vezes, o desafio de Deus para nós é que nossa lealdade seja construída apenas pela fé.

Raabe escolheu o caminho certo porque seu coração foi tomado pelo temor do Senhor
Naquele tempo, Josué fez o povo jurar e dizer: Maldito diante do Senhor seja o homem que se levantar e reedificar esta cidade de Jericó; com a perda do seu primogênito lhe porá os fundamentos e, à custa do mais novo, as portas (Josué 6.26).
As Escrituras nos ensinam o temor do Senhor. Elas definem o temor do Senhor como o princípio da sabedoria e nos mostram que no final de todas as coisas, quando agimos com reverência e santo temor, aumentamos nossa capacidade de escolher melhor.
Decidir em temor ao Senhor é submeter a Ele as nossas decisões, nossas escolhas. É dispor o coração a fazer somente o que agrada a Deus.
Raabe, estava agora protegida e sua lealdade a Deus seria recompensada, entretanto, viver no meio do povo de Deus ainda exigiria que ela, uma estrangeira, se submetesse em temor a Deus.
No texto, Josué deixa uma marca para todos os que estavam agora entrando a possuir a terra de Canaã. Jericó serviria para se fazer lembrar o poder e o juízo de Deus. Ninguém deveria reconstruir aquela cidade e os que tentaram reedificar sobre os seus fundamentos, pagaram conforme a maldição proferida naquele dia.
Em seus dias, Hiel, o betelita, edificou a Jericó; quando lhe lançou os fundamentos, morreu-lhe Abirão, seu primogênito; quanto pôs as portas, morreu Segube, seu último, segundo a palavra do Senhor, que falara por intermédio de Josué, filho de Num (1 Reis 16.34).
Nossas escolhas precisam ser revestidas do temor do Senhor para que sejam conduzidas a construir um relacionamento com Deus que lhe agrade e que produza vida sobre nós.

Conclusão
O que esperamos que seja claro para todos nós nesse texto é que somos responsáveis por nossas escolhas e precisamos que o Senhor nos ajude a usar bem os elementos que temos para fazer as escolhas melhores.
A presença de Raabe no meio daquela geração de homens e mesmo a perpetuação de sua família em meio a Israel era um sinal de que o Senhor abençoa as boas escolhas que fazemos.
Nessa noite, somos chamados a fazer escolhas baseadas no amor que devemos ter por aqueles que serão diretamente afetados por elas. Também devemos escolher em lealdade a Deus. Nenhuma circunstância ou pressão dessa vida deve ser forte o suficiente para que mudemos de  nossa lealdade a Deus.
Por fim, o temor de Deus, segundo a palavra que ele nos diz, deve ser determinante para nos mantermos no caminho dele. Ele é a escolha mais sensata para quem tem temor no coração.

Aplicação para a Igreja Presbiteriana de Vila Formosa
O temor do Senhor deve conduzir as nossas escolhas, nossa lealdade a ele e o nosso amor uns pelos outros, enquanto família e família da fé também.
Quero pedir irmãos, a todos vocês que no caso da nossa coletividade, façam suas escolhas segundo esses princípios. Que você jamais seja guiado pela mera circunstância imediata, mas seja sábio para fazer escolhas duradouras e deixar sua marca na vida da nossa igreja para o bem de todos.

Oração
Dá-nos coragem para escolher o caminho que te honra e que abençoa o nosso próximo! Amém.


Um comentário:

Toda mensagem escrita é apenas um registro. O sermão bíblico de fato é único, como um rio que passa e muda a cada instante. Um sermão só pode ser pregado uma única vez. Caso seja repetido em outro púlpito, ainda que use os mesmos registros, será outro, por várias razões: a) o pregador nunca é o mesmo, pois está sendo transformado a cada mensagem que prega; b) os ouvintes são outros; c) o Espírito é o mesmo, mas é dinâmico e aplica o que quer aos corações.
Obrigado por ler estes pequenos e falhos esboços!