26 de fevereiro de 2017

Mateus 5.27-32

O Alto Preço Para Um Coração Leal ao Senhor
Mateus 5.27-32

Introdução
Em geral, sempre que pensamos na nossa relação com Deus, estamos diante do dilema de pensar sobre o que realmente significa “amar a Deus”. Como temos visto aqui no Sermão da Montanha, o amor a Deus é explicitado na vida do cristão quando este demonstra amor para o outro.
Depois de suas palavras de abertura sobre as bem-aventuranças e as exortações sobre o erro de esconder a fé, sob qualquer que seja o pretexto, Jesus passou a ilustrar sua mensagem sobre ser sal e luz, com atitudes práticas. Ele começou com a adoração e o amor ao próximo. Agora, entretanto, Jesus passou a falar sobre a lealdade dos filhos ao seu Pai.
Ele toma o sétimo mandamento como ponto de partida e o padrão geral para o comportamento dos servos de Deus. Não adulterarás. O adultério é condenado na Lei Moral de Deus e em várias ocasiões, o texto sagrado enfrenta este tema no contexto do casamento do homem com sua mulher.
O adultério é o tema do mandamento, mas o mesmo está propondo muito mais que somente uma reflexão sobre o casamento e a sua estabilidade. Jesus está promovendo a discussão sobre a lealdade das pessoas a Deus.
A acusação primordial do capítulo 2 de Malaquias é a deslealdade do seu povo, que só se ilustrava na deslealdade que se manifestava em suas opções morais na relação conjugal.
Judá tem sido desleal, e abominação tem cometido em Israel e em Jerusalém... E perguntais: por quê? Porque o Senhor foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sento a tua companheira e a mulher da tua aliança (Malaquias 2.11-14).
O ponto que a Escritura levanta é que nossos comportamentos humanos são resultados de nossa relação com Deus e o adultério é um sintoma de nossa falta de lealdade à Deus. Por isso, quando nos voltamos para a mensagem de Jesus no sermão da Montanha, podemos pensar que estamos diante da ideia de que a Lei de Deus é o estabelecimento de uma relação sadia com o Senhor e a sua quebra é o sinal do contrário.
O que precisamos ver neste texto é que a lealdade a Deus, representada pelo comportamento da capacidade de demonstrar lealdade ao matrimônio, precisa ser buscada por cada um de nós, mas que isso tem um preço e resultados.

Para Ter um Coração Leal a Deus, Precisamos Pagar o Preço de Dominar os Impulsos Impuros do Coração.
Quando nos detemos com honestidade para investigar as profundezas de nossa alma, com certeza, reconhecemos que há senões de nossa interioridade que seriam, facilmente condenáveis pela lei de Deus. Seja aquela inveja secreta, a raiva contida, egoísmos etc, todas estas coisas são males que descobrimos dentro de nós, quando nos perguntamos honestamente sobre quem realmente nós somos.
Jesus toma o sétimo mandamento para nos ensinar sobre o que é ser luz. Ele próprio faz uma relação entre o adultério e a vida espiritual, quando afirma que é melhor perder um membro do corpo que ir ao inferno.
Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura no coração, já adulterou com ela (Mateus 5.27).
O que Jesus diz aqui é que a lealdade do homem exige um esforço para reter e dominar os seus impulsos impuros do coração.
Enquanto muitas pessoas pensam que a lealdade é um elemento que corresponde apenas aos fatores visíveis e tangíveis, mas no fundo, a lealdade verdadeira deve ser um compromisso da profundidade do nosso ser.
O texto de Malaquias aponta para Deus dizendo que o povo, apesar de estar sendo desleal, ainda perguntava: “por quê?” e faziam isto porque achavam que a deslealdade só era provada se houvesse uma prova física.
Jesus está nos dizendo que nossa lealdade começa no coração e exige o preço de dominar os impulsos impuros do coração. Este preço pode parecer pequeno, mas quando somos chamados a isso, nos arcanos mais escuros da nossa alma, temos de enfrentar desejos controladores do maligno que se impregnou ao nosso coração.
Quando você tiver de contrariar estes impulsos pecaminosos do coração, você enfrentará o pior de você, que é o você impulsivo, dominador e que irá fazer de tudo para se justificar. Mas, não se esqueça, este é um preço a ser pago para ser leal a Deus.


Para Ter um Coração Leal a Deus, Precisamos Pagar o Preço de Dominar os Elementos Que Claramente Nos Influenciam Para o Mal.

O apóstolo Paulo orientou Timóteo a fugir de toda a aparência do mal. Pedro, por sua vez, determinou que é preciso ter uma postura de vigilância diante do Diabo que está ao redor de nós como um leão pronto a tragar. Jesus também nos disse para vigiar e a orar para não entrar em tentação.
Um dos ensinos bíblicos mais claros sobre o modo como lutaríamos contra o pecado é nos afastar dos elementos que nos empurram para a vida pecaminosa. Um homem que tenha fortes impulsos impuros do coração para pecados sexuais, não pode se demorar noite à dentro diante de uma tela de computador a um toque do teclado de um site de pornografia.
SE o teu olho direito te faz tropeçar arranca-o e lança-o de ti; pois convém que se perca um dos teus membros, e não seja todo o teu corpo lançado no inferno. E, se a tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não vá todo o teu corpo para o inferno (Mateus 5.29-30).

SE o teu olho te faz tropeçar – se a tua mão te faz tropeçar – Irmãos os elementos que Jesus levanta como sendo as pedras de tropeço para a nossa vida tem uma característica comum: são coisas nossas. Jesus está falando de nós mesmos e não do que é externo a nós.
Em geral, pensamos que os elementos de tentação são sempre externos a nós. Lembro-me que antigamente, quando as revistas de pornografia começaram a sair dos fundos das bancas de jornais e ocupar as paletas de exposição pública, éramos orientados a não passar pela banca e se passar não olhar.
Mas o que Jesus está dizendo que o que realmente é ferramenta de tentação é algo em mim, sou eu mesmo: se o teu olho, ou a tua mão, te faz tropeçar. O que te faz tropeçar não é a moça bonita, ou o homem que oferece vantagem corrupta a você: o que realmente te leva a pecar é você.

Arranca e lança de ti – o pensamento de Jesus aponta para o fato de que a lealdade a Deus exigirá a capacidade de agir de forma radical contra si mesmo. Mateus registrou a força do ensino de Jesus com um tipo de verbo que indica uma ação intensa e decisiva.

Melhor perder que ir para o inferno – a atitude que se exige é radical porque ela é fruto de uma percepção da importância de que está em jogo a eternidade. Por isso, é importante que percebamos que a lealdade que está sendo discutida aqui tem a ver com o adultério do homem e da mulher, mas sob os auspícios da nossa lealdade ao próprio Deus.
Sem dúvida, você não irá só enfrentar inimigos que estejam fora de você, mas terá de enfrentar a si mesmo e ter um atitude radical de auto domínio para ter um coração leal a Deus.

Para Ter um Coração Leal a Deus, Precisamos Pagar o Preço de Dominar o Impulso de Esquecer Que a Vida Espiritual de Outras Pessoas Dependem da Nossa

O ponto trabalhado ainda é o mesmo, o adultério. Mas, aqui, Jesus propõe uma outra questão: A carta divórcio existe para ser concedida, mas ao conceder não podemos nos esquecer de que nossa decisão tem a ver com o outro e não somente conosco.
A relação com o próximo, claramente mais aprofundada na relação conjugal, não é uma relação espiritualmente neutra. Ao contrário, como cuidamos do outro, pode refletir uma intimidade com Deus ou um distanciamento.
Também foi dito: Aquele que repudiar sua mulher, exceto em caso de relações sexuais ilícitas, a expõe a tornar-se adúltera; e aquele que casar com a repudiada comete adultério (Mateus 5.31-32).
A nossa lealdade para com Deus está diretamente interligada à nossa capacidade de revelar lealdade espiritual também para com as pessoas que estão à nossa volta.

A expõe a tornar-se adúltera - A carta de divórcio, dada em razão de um simples deslealdade, produz uma condição negativa para a pessoa repudiada. Em geral, pensamos em tomar decisões e deixar que as outras pessoas se virem com as consequências que lhe dizem respeito. No entanto, o homem que ilumina o mundo ao seu redor e aponta para Deus, nunca age sem medir com cuidado o fato de que seus atos influenciam a vida de outras pessoas.

A mulher e o outro – no caso do exemplo de Cristo, duas pessoas são tomadas como sendo os prejudicados por uma atitude impensada: a própria mulher e o outro. Em outras palavras, parece que nãos somos responsáveis em sermos leais apenas para com as pessoas que estão próximas de nós, mas com todos os que de uma maneira ou de outra poderão ser atingidas com o nosso erro.
A lealdade a Deus é resultado de um forte pensamento sobre o que pode ou não pode acontecer com outros se nos tornarmos impuros e reprováveis. Precisamos nos dominar porque este é um preço que precisamos considerar com todas as nossas forças da alma.

Conclusão
Meus irmãos, ainda que seja muito importante tratar da questão pontual do adultério, acho que precisamos olhar bem além da superfície deste texto e perceber que a discussão de Jesus não é só sobre casamento, mas sobre a importante condição que nos foi dada de sermos luz para os que estão ao nosso redor.
Nossa lealdade a Deus está diretamente ligada à uma profunda preocupação com o que está ao nosso redor. Então, com certeza precisamos ter muito maior cuidado sobre o modo como estamos vivendo, sobre as decisões que tomamos e o que resolvemos fazer nesta vida.
Esta noite, nosso texto nos falou sobre o preço que precisamos pagar para ter um coração leal:
Um coração leal luta fortemente contra os impulsos pecaminosos da nossa natureza carnal.
Um coração leal luta fortemente contra todas as coisas que nos conduzem a agir de forma maligna
Um coração leal luta fortemente contra a falta de amor para com o próximo.
  


19 de fevereiro de 2017

Mateus 5.21-26

A Missão de Amar

MATEUS 5.21 a 26


FCD – o texto nos fala da integralidade da vida humana, o que relaciona a sobrenaturalidade de nossa relação com Deus e a naturalidade da nossa relação com o próximo. Fazer uma dissociação, ou separação destas duas esferas é o erro que a Escritura corrige. Viver, tendo o foco na unidade destas duas esferas, é o mesmo que “cumprir a Lei”, como Jesus disse que viria fazer.

Introdução

Eu não vim revogar a lei e sim cumprir - Jesus Cristo veio cumprir a Lei e o que isto significa? Quem viola os mandamentos e mínimo no reino dos céus, mas o que observa é grande. Como é que isso realmente funciona? Para o apóstolo Paulo, o cumprimento da Lei é o amor. Afinal, a Lei se resume no amor a Deus, que se torna evidente e materializa no amor ao próximo. Como estas coisas podem e devem ser relacionadas?

O texto que nos guia na mensagem desta noite é uma espécie de ilustração do que Jesus quis dizer com: ser mínimo quando quebramos a lei e ser grande quando a cumprimos. O ponto mais importante que precisamos estabelecer para entender isto é que a Lei de Deus é a ferramenta do Pai para fazer a importante conexão entre o céu e a terra. Entre o celestial e o terreal, entre a vida natural e sobrenatural.

A Palavra de Deus é a revelação que aponta para o fato de que toda a nossa vida tem uma relação com Deus e, portanto, homens que se aproximam de Deus, estão mais próximos de realmente entender a vida e todas as coisas que a compõem.

Por isso, Jesus toma como exemplo o nosso relacionamento e estabelece uma conexão direta entre a nossa adoração, isto é, a relação com o espectro sobrenatural da vida, e a nossa relação com as pessoas, nosso espectro natural da vida.

Reconcilia com o teu irmão depois entrega a tua oferta - A entrega de um culto que esteja desconectada da nossa realidade enquanto, pais, mães, vizinhos, irmãos de fé etc... nossos compromissos existências em todas as suas esferas, não é adoração de fato. Para uma adoração plena, leia no salmo 15, implica em “não emprestar dinheiro com usura, não falar mal do próximo etc”.,e aqui, em Mateus, implica em uma relação de harmonia com as pessoas e com a própria vida, representada aqui no exemplo do perdão que devemos dar e receber uns dos outros.

Para Tornar Consistente a Nossa Missão de Amar Precisamos Considerar Que a Nossa Realidade Natural Está Conectada à Nossa Realidade Espiritual ou Sobrenatural

Muitos foram os efeitos do pecado na vida humana e na sua relação com a realidade. O mais danoso destes efeitos, na minha opinião, foi o encobrimento da totalidade da realidade na qual vivemos.
Deixe-me explicar um pouco mais.  O apóstolo Paulo, falou que os homens, mortos em seus delitos e pecados, vivem de forma “alheia” a Deus. Ou seja, o pecado causa uma alienação e passamos a vivenciar a nossa realidade como se Deus não existisse.
Este tipo de percepção da realidade, que afasta o homem da realidade de Deus, é chamado nas Escrituras de “viver em trevas”. Tento exemplificar isto com uma pessoa que entrou em um quarto escuro, que ele não consegue enxergar nada e alguém diz para ele que aquele lugar é um parque de diversões. Ele encontra um objeto que julga ser o carrinho de uma montanha russa e começa a sentir a sensação de subir e descer da montanha russa.
De repente, alguém acende a luz e percebe que está nas instalações de uma mina abandonada e que o carrinho que ele agora está sentado é um daqueles carrinhos de mina que está caminhando para o mais profundo abismo das escavações. Bem, com certeza, o desfrute e a sensação desta nova realidade é muito diferente da primeira.
Quando uma pessoa vive no mundo sem a realidade de Deus, pode até desfrutar do ato de existir, mas não tem a noção completa do que é. Por isso, é que muitas vezes, o viver é difícil e cheio de problemas insolúveis, porque estamos vivendo uma realidade parcial.
Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não matarás; e Quem matar estará sujeito a julgamento. Eu, porém, vos digo que todo aquele que sem motivo se irar contra seu irmão, estará sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento de tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo (Mateus 5.21-22).
Não matarás – Jesus está tomando como ponto de partida para o seu argumento a própria Lei. Aqui, ele não está só propondo um aprofundamento da interpretação da Lei, como em geral nós tratamos neste texto. Acredito que Jesus está propondo uma reorientação da mentalidade dos seus discípulos para entender que a Lei aponta e desvela uma realidade superior que todos precisamos enxergar: ela une a realidade natural com a sobrenatural.
Julgamento – Julgamento de Tribunal – Inferno de Fogo – Existe nestas palavras uma certa progressão de conceitos. Ele começa com uma ideia mais leve de justiça para uma crescente construção até chegar ao ponto do inferno de fogo. Ou seja, ele está mostrando que existe uma relação entre os valores que regulam nossas relações nas esferas humanas e horizontais com aqueles valores que regulam a nossa relação com Deus. Curiosamente, propositadamente, Jesus une estes conceitos crescentes de justiça com os conceitos decrescentes de males: Irar – insultar – chamar tolo. Assim ele nos faz perceber o quanto importante é fazer uma relação entre a nossa realidade natural e a nossa realidade sobrenatural, o que fazemos em relação ao próximo e o que isso representa na nossa relação com Deus. O detalhe desta inversão de importâncias entre a falta e o julgamento é que, ao chegar no ponto da realidade espiritual, ou sobrenatural mais evidenciada, a atitude de menor poder ofensivo é considerada importante.
Precisamos discernir que a nossa realidade material é também uma realidade espiritual, que a nossa nossa vida natural tem uma relação direta com a nossa vida sobrenatural.
Para Tornar consistente a nossa percepção de que amar é uma missão, precisamos começar a perceber que as nossas relações naturais estão ligadas à nossa relação com Deus.



Para Tornar Consistente a Nossa Missão de Amar Precisamos Considerar Que Deus Só Pode Ser Completamente Amado, Quando Amamos ao Nosso Próximo

As Escrituras tratam a relação entre o amor a Deus e o amor ao próximo como uma decorrência mútua. João propôs a mais importante reflexão a este respeito quando declarou: Como podemos dizer que amamos a Deus a quem não vemos, se não amamos ao irmão a quem vemos?
Seu irmão tem algo contra você – Lembre-se que nos versos anteriores, Jesus apontou sobre coisas que fazemos uns contra os outros, por causa das quais somos levados às instâncias de julgamento, inclusive, lembrando que  a menor ação é julgada no maior tribunal. Partindo deste princípio, agora, Jesus chama à consciência do crente para outra realidade, de que devemos nos lembrar de que se estivermos em falha com o próximo, essa própria pessoa é nossa adversária e acusadora. A realidade do que fazemos é a prova contra nós.
Deixa a tua oferta no altar – Você não perde o interesse da oferta, mas você precisa trabalhar sua vida como um todo. A ideia não é deixar de oferecer culto a Deus, mas de saber que ele só se completa na ação de amar o outro de forma completa. A ideia que este verso nos passa é de uma construção de adoração que se inicia nos alicerces da vida natural e da relação com o próximo e se completa na relação com Deus.
Primeiro reconciliar depois adorar – A construção da nossa vida com Deus começa na construção da nossa visão de mundo conectada com Deus. Toda a realidade que nos cerca fala sobre Deus e aponta para ele. Contudo, isso acontece de forma muito especial com todos os seres humanos que nos cercam, afinal, todos os homens, além de serem criados por Deus, são a imagem e semelhança do seu Criador.
Note o processo que Jesus propõe: você se aproxima de Deus primeiro. Vem ao altar e traz a sua oferta. Contudo, você contempla a Deus e pensa sobre a sua vida e a relação que tem com as outras pessoas e percebe se sua vida tem acusações contra você. Então vai ao próximo – O ato de deixar a oferta e ir na direção do próximo é parte do ato de adoração inicial, que começou em uma percepção do próprio pecado.
Depois volta e faz a oferta – Ao final do processo, a reconciliação entre o amor a Deus e ao próximo é o conjunto da integridade da adoração.
Quando você começar a perceber essa relação direta do amor a Deus e ao próximo e começar a exercitar isto, você começará a pensar no AMOR COMO UMA MISSÃO.
Imagine pessoas que não se importam se estão ou não se relacionando bem com Deus, mas que querem adorar a Deus, o quanto a sua quebra da Lei está evidenciando a separação entre realidade material e espiritual e o quanto estão em processo de empobrecimento espiritual. A correção disto é a reconstrução do caminho para Deus usando o seguinte trajeto: DEUS-PROXIMO-DEUS.


Para Tornar Consistente a Nossa Missão de Amar
Precisamos Considerar Que o Amor é a Chave Para Uma Liberdade Eterna

Embora tenhamos que trabalhar os mesmos conceitos já postos nos pontos anteriores, nos versos, 25-26 temos uma consideração sobre a urgência desta obra e o perigo de não realizá-la.
O tema da justiça está presente em toda esta passagem e já estava nos versículos anteriores, quando Jesus disse que a justiça dos discípulos deve ser maior que a dos fariseus. Até porque, o ponto de discussão é a Lei de Deus, portanto, o conceito de justiça tem de estar presente.
Entra em acordo sem demora – literalmente podemos dizer: corra e faça amizade com o teu adversário. A ideia de urgência está ligada, claramente à ideia fuga do julgamento, mas sobretudo de importância do ato. A urgência de se entrar em acordo com o adversário não é pelo medo de ser julgado somente, mas pela importância de entregar a oferta.
Enquanto está com ele a caminho -  parece apontar para o tempo em que a oportunidade está dentro do que seria uma reconciliação amigável. Acredito que o conceito é o mesmo que está em Isaías 55.7: Buscai a Deus enquanto se pode achar.
Antes de ser entregue ao juiz -  claro que o julgamento de Deus sobre os nossos pecados está no horizonte da nossa urgência e mais uma vez há uma noção de progressão: juiz – oficial de justiça – prisão.
Por este verso, podemos dizer que a missão de amar é uma prioridade absoluta e para ela devemos estar muitíssimo atentos. O ponto crucial desta prioridade é que o amor ao próximo é a parte fundamental do nosso amor a Deus e não amar a Deus é não perceber o real e não perceber a realidade de Deus na existência é viver sob condenação.
Não sairá enquanto não pagar – irmãos, precisamos conceber em nossa mente que enquanto vivermos alheios a esta realidade de Deus e da necessidade de servi-lo integralmente por meio do amor, seremos pessoas sempre incompletas e jamais libertas. O pecado, que nos afasta da realidade de Deus é uma prisão e precisamos ficar livres dela com urgência.
Você dará grau elevado de consciência à sua missão de amar, quando notar que sem isto, é impossível realmente ser livre. Deus não está tratando de uma questão social de nossa convivência e Jesus Cristo não está só criando uma regra para que a igreja consiga conviver. O que está em jogo é a nossa própria percepção da realidade, é o viver livre, que significa, conseguir ver Deus em todas as dinâmicas da vida, mesmo e até no relacionamento com os inimigos.

Conclusão
Claro que temos muita dificuldade para a amar o próximo. Jesus, porém, propõe que sejamos guiados pela Lei e o que ela significa. Ou seja, que possamos ver e ter como referência a relação que a vida natural, o cotidiano tem com o empreendimento de uma relação com Deus.
Jesus toma um exemplo de que como o cumprimento da Lei é libertador e provoca a integridade de nossa fé e vida. Entrar no Reino é vivê-lo agora e não somente ter esperança dele no futuro.
Somos a luz de Cristo e podemos desfrutar desta luz já agora.
Aplicações Para a IPBVF
Caros irmãos, entre as coisas que mais atrapalham uma igreja como a nossa a ser uma agência de reprodução de um evangelho transformador é a nossa resistência em enxergar a realidade dividida que vivemos em muitas circunstâncias.
Há muitos que preferem fazer de conta que o evangelho que vivem é pleno, mas sabem, no fundo sabem que está errado. Sabem que precisam perdoar, viver bem com o outro, entrar em acordo e que não estão praticando a verdadeira vida cristã.
Algumas vezes nos alegramos em atrapalhar a vida dos outros com Deus, semeando dúvidas, acusando pessoas por meio da maledicência e de outros processos que só diminuem nossa confiança uns nos outros.
Claro que não somos perfeitos e que temos muitos defeitos! Será que alguém duvida desta realidade? Claro que não fazemos a obra do Senhor do jeito que tem de ser, porque somos pecadores e nos desviamos para cuidar mais de nossos interesses que dos interesses de Deus!
Mas, uma coisa é certa. É nesse esparramar de defeitos e pecados, que somos chamados a amar e servir a Deus, servindo uns aos outros. A realidade de que Deus existe e que deve ser amado e servido se torna evidente do grande desafio que temos de nos aproximar uns dos outros com amor e compaixão.
Três lembretes antes que você ouça este sermão e volte para a sua vida como se Deus estivesse aqui falando contigo:
1)   Sua realidade espiritual está concectada ao modo como vive sua vida natural, então seja sábio.
2)   Não é possível amar a Deus completamente e permanecer dividido em relação ao próximo
3)   Você não sentirá a liberdade dos filhos de Deus enquanto não amar.

PORTANTO, ASSUMA O AMOR COMO UMA MISSÃO PARA VOCÊ

  

5 de fevereiro de 2017

Mateus 5.13-16

O Que as Pessoas Precisam Sentir e Ver Quando Olham Para a Igreja?

Mateus 5.13-16

(Sermão Pregado em 05 de Fevereiro de 2017)

Introdução

Em nossos dias, a Igreja é uma instituição a caminho do descrédito. Devido à sua pouca ou quase nenhuma influência positiva na nossa sociedade, a Igreja, para muitos, é considerada um “câncer”. O problema fica ainda mais grave quando os próprios cristãos pensam assim e, eles próprios, trabalham desqualificando o Evangelho.
Boa parte dos filhos dos crentes não vêem nenhuma importância na Igreja porque seus pais constroem uma imagem tão horrível da Igreja que afeta o senso de Corpo de Cristo que seus filhos precisariam desenvolver.
Em boa medida, esta atitude ingrata e injusta para com a Igreja de Cristo, atrapalha e afasta os mais jovens da Igreja, além de enfraquecer as possibilidades de que estes jovens sejam, algum dia, realmente ajudados e conduzidos a Cristo pelo trabalho da Igreja.
É verdade que esta visão negativa da Igreja não é somente um exagero. Devemos admitir que muitas vezes a própria Igreja, por não saber exatamente o que é a Igreja, alimenta com condutas equivocadas este pensamento negativo. Também é verdade, que muitos crentes, mal formados em sua fé, preferem se colocar como juízes dos outros e da Igreja, sem nada fazerem de realmente prático para que ela seja a grande agência do Reino de Deus que precisa ser e para o que foi chamada à existência.
A  nossa passagem desta noite é um clássico texto para a Eclesiologia. O Sermão da Montanha, como uma espécie de roteiro geral da conduta no Reino de Deus, propôs estas duas ilustrações “Sal” e “luz” como ferramenta para indicar o que Deus espera de seus discípulos. Portanto, os versos 13 a 16 do capítulo 5 de Mateus, são prioritários como porta vozes da vontade de Deus para o seu povo.
Hoje, vamos nos deter e refletir sobre o que estas metáforas apontam como sendo qualidades necessárias à igreja para que cumpra a sua missão. O QUE DEVEMOS SENTIR E VER QUANDO OLHAMOS PARA A IGREJA? Você precisará encontrar nestes versos os pontos de sua conduta que precisam se ajustar ao padrão de Deus para o seu povo.

QUANDO AS PESSOAS OLHAM PARA A IGREJA PRECISAM SENTIR E VER O COMPROMISSO DE DAR AO MUNDO UMA QUALIDADE DE VIDA SUPERIOR


Vós sois o sal da terra – Jesus está propondo uma visão bem clara da presença do Sal neste mundo. Era como se estivesse anunciando: pensem no sal que há na terra. Na palestina era comum uma grande concentração de sal nas rochas. Haja vista que o Mar-morto era um lugar de altíssima salinidade provinda dos grandes blocos de rochas salíneas da região.
Jesus está dizendo que a terra é preservada pelo sal que nela se contém. Eles entendiam muito bem este papel preservador do sal, o que dava aos alimentos não somente sobrevida, mas também qualidade e sabor.
Se o sal perder o sabor – a reflexão que Jesus propõe é baseado na possibilidade de que o sal venha a perder a características que o define, sua salinidade. Como lhe restaurar o sabor – Como fazê-lo de novo “sal”? Jesus está usando de uma figura de linguagem cuja ideia é que a resposta seja: um sonoro “não é possível”.
AS pessoas precisam ver e sentir em nós o sabor que implementamos a esta vida, quando somos os porta-vozes de uma vida mais elevada, de valor muito maior que a mera situação de existência biológica. A igreja não pode se acomodar ao mundo e não pode permitir que o mundo se deteriore tanto ao seu redor, sem nada fazer por isto.
Sabemos o que a Bíblia fala sobre o fato de que este mundo caminha para o caos. Entretanto, não podemos nos omitir e simplesmente se esquecer de que NOSSA PRESENÇA NESTE MUNDO PRECISA SER SENTIDA NÃO COMO AGENTE DO CAOS, MAS DA RESTAURAÇÃO EM CRISTO JESUS.
Para nada presta – ser lançado fora – pisado – Possivelmente temos aqui uma referência aos calçamentos das estradas romanas, cujo elemento agregador era o sal insosso, produzido por algumas pedras, cujo destino era menos nobre e serviam de patamar de travessia para carroças, cavalos, camelos, e homens.
A realidade da igreja no mundo precisa ser de distinção pelo seu modo de agir no mundo. O sal é imperceptível, sua presença não é vista à olho nu, senão quando a comida é realmente experimentada.

QUANDO AS PESSOAS OLHAM PARA A IGREJA PRECISAM SENTIR E VER A CORAGEM DE ASSUMIR O SEU PAPEL CUSTE O QUE CUSTAR

Não se pode esconder a cidade edificada sobre o monte – Quando Jesus fez a afirmação: sois a luz do mundo. Ele logo tratou de afirmar que esta é uma realidade que não se pode negar. Ou seja, ao se referir ao papel de seus discípulos, ele não coloca a sua condição de luz como uma possibilidade e sim como uma realidade. A cidade está edificada, escondê-la é impossível.
Precisamos repensar qual é a nossa situação no mundo. A igreja precisa lutar contra a tendência pecaminosa de se esconder. Existe uma natural inclinação do coração pecador, inclusive dos crentes, de abafar a voz de Deus e a fazer esconder a presença de Deus.
Deus se faz presente por meio do seu povo. A Igreja é quem reflete para o mundo a LUZ DE DEUS. Portanto, tentar esconder a IGREJA é um ato impossível, mas que muitas vezes parece ser o único plano de alguns crentes, no que diz respeito ao seu interesse nas coisas de Deus.
Não debaixo do alqueire mas no velador – O Evangelho de Lucas usa dizer que ninguém acende uma vela e a cobre com um vaso para por debaixo da cama. A ideia é que a luz precisa estar e ocupar o lugar certo. Precisamos ter a coragem de levar a Igreja a ocupar o lugar certo neste mundo, o lugar onde pode cumprir o seu papel como elemento transformador. Essa coragem passa por uma mais completa ideia de O QUE É A IGREJA E O QUE ELA DEVE FAZER.
Mas se ainda temos crentes tão imaturos e tão preocupados em administrar as trevas que norteiam suas escolhas, exatamente como os outros homens do mundo o fazem, como levaremos a Igreja ao alqueire, ao lugar mais alto da casa?
A CORAGEM PARA FAZER A IGREJA BRILHAR é um compromisso que as pessoas precisam ver em nós. Afinal, a omissão dos cristãos tem sido uma das marcas do nosso mundo. O mundo já nos odeia, mas em alguns momentos parece que nós odiamos mais a Igreja.
Irmão, em lugar de você ser um depreciador da Igreja, reveja a sua postura, porque ela é covarde. É muito fácil aliar-se ao mundo para atacar a Noiva de Cristo. O difícil e necessário é sair de casa e estar aqui ao nosso lado, nas reuniões de oração, nos estudos bíblicos, dando sua contribuição, sustentando a obra moral e financeiramente. Corajoso é aquela irmã, que mesmo doente e idosa, sai da sua casa de ônibus e vem para cultuar a Deus, como fazia Dna Augusta Pereira, nossa querida que já mora como Senhor.
Aliar-se ao mundo para fazer o papel do Diabo de apontar os defeitos da Igreja é um ato de covardia. Mas unir-se ao rebanho para lutar pela santificação dos eleitos e fazê-los brilhar no aconselhamento, no ensino, na pregação, no louvor, no testemunho... é ISSO QUE O MUNDO PRECISA VER EM NÓS, A CORAGEM PARA LEVAR A IGREJA A SER A LUZ DE CRISTO NO MUNDO.

QUANDO AS PESSOAS OLHAM PARA A IGREJA PRECISAM SENTIR E VER EM NÓS A PRESENÇA DE DEUS

Brilhe a nossa luz – Quando Jesus falou aos discípulos sobre eles serem a luz do mundo, certamente não estava lhes dizendo que eram bons por si mesmos, mas que eram um reflexo da nova vida do Reino que agora brilhava neles e lhes tornava em refletores da luz de Deus.
Diante dos homens – o que a igreja precisa fazer é entrar no campo minado do mundo, o lugar onde a Escritura diz que são odiados e repudiados por todos. Eles precisam, apesar das perseguições previstas nos versos 11 e 12, atuar entre os homens. Jesus disse que foram chamados para viver como ovelhas no meio de lobos. A igreja precisa ter coragem e fibra no seu caráter. Aqueles que preferem fazer o jogo do mundo não serão capazes de brilhar diante dos homens.
John Piper, falando sobre o Evangelho da Prosperidade, diz que ele não será capaz de dar ao mundo o testemunho de quem está disposto a perder tudo para seguir a Cristo. Sim, crentes que fazem o jogo do mundo não possuem as fibras do caráter que precisam para fazer a diferença e trazer luz ao mundo caído.
Para que vejam a igreja agindo e glorifiquem a Deus – a grande missão da Igreja é mostrar ao mundo o seu Deus e revelar, por meio de sua vida, um compromisso e percepção maior da vida, baseada e centrada em Deus e na sua glória. A igreja, tem o chamado de ser a agência que revela Deus ao mundo. Cristo fez isto para a Igreja e nos deu a mesma missão.