26 de fevereiro de 2017

Mateus 5.27-32

O Alto Preço Para Um Coração Leal ao Senhor
Mateus 5.27-32

Introdução
Em geral, sempre que pensamos na nossa relação com Deus, estamos diante do dilema de pensar sobre o que realmente significa “amar a Deus”. Como temos visto aqui no Sermão da Montanha, o amor a Deus é explicitado na vida do cristão quando este demonstra amor para o outro.
Depois de suas palavras de abertura sobre as bem-aventuranças e as exortações sobre o erro de esconder a fé, sob qualquer que seja o pretexto, Jesus passou a ilustrar sua mensagem sobre ser sal e luz, com atitudes práticas. Ele começou com a adoração e o amor ao próximo. Agora, entretanto, Jesus passou a falar sobre a lealdade dos filhos ao seu Pai.
Ele toma o sétimo mandamento como ponto de partida e o padrão geral para o comportamento dos servos de Deus. Não adulterarás. O adultério é condenado na Lei Moral de Deus e em várias ocasiões, o texto sagrado enfrenta este tema no contexto do casamento do homem com sua mulher.
O adultério é o tema do mandamento, mas o mesmo está propondo muito mais que somente uma reflexão sobre o casamento e a sua estabilidade. Jesus está promovendo a discussão sobre a lealdade das pessoas a Deus.
A acusação primordial do capítulo 2 de Malaquias é a deslealdade do seu povo, que só se ilustrava na deslealdade que se manifestava em suas opções morais na relação conjugal.
Judá tem sido desleal, e abominação tem cometido em Israel e em Jerusalém... E perguntais: por quê? Porque o Senhor foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sento a tua companheira e a mulher da tua aliança (Malaquias 2.11-14).
O ponto que a Escritura levanta é que nossos comportamentos humanos são resultados de nossa relação com Deus e o adultério é um sintoma de nossa falta de lealdade à Deus. Por isso, quando nos voltamos para a mensagem de Jesus no sermão da Montanha, podemos pensar que estamos diante da ideia de que a Lei de Deus é o estabelecimento de uma relação sadia com o Senhor e a sua quebra é o sinal do contrário.
O que precisamos ver neste texto é que a lealdade a Deus, representada pelo comportamento da capacidade de demonstrar lealdade ao matrimônio, precisa ser buscada por cada um de nós, mas que isso tem um preço e resultados.

Para Ter um Coração Leal a Deus, Precisamos Pagar o Preço de Dominar os Impulsos Impuros do Coração.
Quando nos detemos com honestidade para investigar as profundezas de nossa alma, com certeza, reconhecemos que há senões de nossa interioridade que seriam, facilmente condenáveis pela lei de Deus. Seja aquela inveja secreta, a raiva contida, egoísmos etc, todas estas coisas são males que descobrimos dentro de nós, quando nos perguntamos honestamente sobre quem realmente nós somos.
Jesus toma o sétimo mandamento para nos ensinar sobre o que é ser luz. Ele próprio faz uma relação entre o adultério e a vida espiritual, quando afirma que é melhor perder um membro do corpo que ir ao inferno.
Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura no coração, já adulterou com ela (Mateus 5.27).
O que Jesus diz aqui é que a lealdade do homem exige um esforço para reter e dominar os seus impulsos impuros do coração.
Enquanto muitas pessoas pensam que a lealdade é um elemento que corresponde apenas aos fatores visíveis e tangíveis, mas no fundo, a lealdade verdadeira deve ser um compromisso da profundidade do nosso ser.
O texto de Malaquias aponta para Deus dizendo que o povo, apesar de estar sendo desleal, ainda perguntava: “por quê?” e faziam isto porque achavam que a deslealdade só era provada se houvesse uma prova física.
Jesus está nos dizendo que nossa lealdade começa no coração e exige o preço de dominar os impulsos impuros do coração. Este preço pode parecer pequeno, mas quando somos chamados a isso, nos arcanos mais escuros da nossa alma, temos de enfrentar desejos controladores do maligno que se impregnou ao nosso coração.
Quando você tiver de contrariar estes impulsos pecaminosos do coração, você enfrentará o pior de você, que é o você impulsivo, dominador e que irá fazer de tudo para se justificar. Mas, não se esqueça, este é um preço a ser pago para ser leal a Deus.


Para Ter um Coração Leal a Deus, Precisamos Pagar o Preço de Dominar os Elementos Que Claramente Nos Influenciam Para o Mal.

O apóstolo Paulo orientou Timóteo a fugir de toda a aparência do mal. Pedro, por sua vez, determinou que é preciso ter uma postura de vigilância diante do Diabo que está ao redor de nós como um leão pronto a tragar. Jesus também nos disse para vigiar e a orar para não entrar em tentação.
Um dos ensinos bíblicos mais claros sobre o modo como lutaríamos contra o pecado é nos afastar dos elementos que nos empurram para a vida pecaminosa. Um homem que tenha fortes impulsos impuros do coração para pecados sexuais, não pode se demorar noite à dentro diante de uma tela de computador a um toque do teclado de um site de pornografia.
SE o teu olho direito te faz tropeçar arranca-o e lança-o de ti; pois convém que se perca um dos teus membros, e não seja todo o teu corpo lançado no inferno. E, se a tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não vá todo o teu corpo para o inferno (Mateus 5.29-30).

SE o teu olho te faz tropeçar – se a tua mão te faz tropeçar – Irmãos os elementos que Jesus levanta como sendo as pedras de tropeço para a nossa vida tem uma característica comum: são coisas nossas. Jesus está falando de nós mesmos e não do que é externo a nós.
Em geral, pensamos que os elementos de tentação são sempre externos a nós. Lembro-me que antigamente, quando as revistas de pornografia começaram a sair dos fundos das bancas de jornais e ocupar as paletas de exposição pública, éramos orientados a não passar pela banca e se passar não olhar.
Mas o que Jesus está dizendo que o que realmente é ferramenta de tentação é algo em mim, sou eu mesmo: se o teu olho, ou a tua mão, te faz tropeçar. O que te faz tropeçar não é a moça bonita, ou o homem que oferece vantagem corrupta a você: o que realmente te leva a pecar é você.

Arranca e lança de ti – o pensamento de Jesus aponta para o fato de que a lealdade a Deus exigirá a capacidade de agir de forma radical contra si mesmo. Mateus registrou a força do ensino de Jesus com um tipo de verbo que indica uma ação intensa e decisiva.

Melhor perder que ir para o inferno – a atitude que se exige é radical porque ela é fruto de uma percepção da importância de que está em jogo a eternidade. Por isso, é importante que percebamos que a lealdade que está sendo discutida aqui tem a ver com o adultério do homem e da mulher, mas sob os auspícios da nossa lealdade ao próprio Deus.
Sem dúvida, você não irá só enfrentar inimigos que estejam fora de você, mas terá de enfrentar a si mesmo e ter um atitude radical de auto domínio para ter um coração leal a Deus.

Para Ter um Coração Leal a Deus, Precisamos Pagar o Preço de Dominar o Impulso de Esquecer Que a Vida Espiritual de Outras Pessoas Dependem da Nossa

O ponto trabalhado ainda é o mesmo, o adultério. Mas, aqui, Jesus propõe uma outra questão: A carta divórcio existe para ser concedida, mas ao conceder não podemos nos esquecer de que nossa decisão tem a ver com o outro e não somente conosco.
A relação com o próximo, claramente mais aprofundada na relação conjugal, não é uma relação espiritualmente neutra. Ao contrário, como cuidamos do outro, pode refletir uma intimidade com Deus ou um distanciamento.
Também foi dito: Aquele que repudiar sua mulher, exceto em caso de relações sexuais ilícitas, a expõe a tornar-se adúltera; e aquele que casar com a repudiada comete adultério (Mateus 5.31-32).
A nossa lealdade para com Deus está diretamente interligada à nossa capacidade de revelar lealdade espiritual também para com as pessoas que estão à nossa volta.

A expõe a tornar-se adúltera - A carta de divórcio, dada em razão de um simples deslealdade, produz uma condição negativa para a pessoa repudiada. Em geral, pensamos em tomar decisões e deixar que as outras pessoas se virem com as consequências que lhe dizem respeito. No entanto, o homem que ilumina o mundo ao seu redor e aponta para Deus, nunca age sem medir com cuidado o fato de que seus atos influenciam a vida de outras pessoas.

A mulher e o outro – no caso do exemplo de Cristo, duas pessoas são tomadas como sendo os prejudicados por uma atitude impensada: a própria mulher e o outro. Em outras palavras, parece que nãos somos responsáveis em sermos leais apenas para com as pessoas que estão próximas de nós, mas com todos os que de uma maneira ou de outra poderão ser atingidas com o nosso erro.
A lealdade a Deus é resultado de um forte pensamento sobre o que pode ou não pode acontecer com outros se nos tornarmos impuros e reprováveis. Precisamos nos dominar porque este é um preço que precisamos considerar com todas as nossas forças da alma.

Conclusão
Meus irmãos, ainda que seja muito importante tratar da questão pontual do adultério, acho que precisamos olhar bem além da superfície deste texto e perceber que a discussão de Jesus não é só sobre casamento, mas sobre a importante condição que nos foi dada de sermos luz para os que estão ao nosso redor.
Nossa lealdade a Deus está diretamente ligada à uma profunda preocupação com o que está ao nosso redor. Então, com certeza precisamos ter muito maior cuidado sobre o modo como estamos vivendo, sobre as decisões que tomamos e o que resolvemos fazer nesta vida.
Esta noite, nosso texto nos falou sobre o preço que precisamos pagar para ter um coração leal:
Um coração leal luta fortemente contra os impulsos pecaminosos da nossa natureza carnal.
Um coração leal luta fortemente contra todas as coisas que nos conduzem a agir de forma maligna
Um coração leal luta fortemente contra a falta de amor para com o próximo.
  


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