O Que as Pessoas Precisam Sentir e Ver Quando Olham Para a Igreja?
Mateus 5.13-16
(Sermão Pregado em 05 de Fevereiro de
2017)
Introdução
Em
nossos dias, a Igreja é uma instituição a caminho do descrédito. Devido à sua
pouca ou quase nenhuma influência positiva na nossa sociedade, a Igreja, para
muitos, é considerada um “câncer”. O problema fica ainda mais grave quando os
próprios cristãos pensam assim e, eles próprios, trabalham desqualificando o
Evangelho.
Boa
parte dos filhos dos crentes não vêem nenhuma importância na Igreja porque seus
pais constroem uma imagem tão horrível da Igreja que afeta o senso de Corpo de
Cristo que seus filhos precisariam desenvolver.
Em
boa medida, esta atitude ingrata e injusta para com a Igreja de Cristo,
atrapalha e afasta os mais jovens da Igreja, além de enfraquecer as
possibilidades de que estes jovens sejam, algum dia, realmente ajudados e
conduzidos a Cristo pelo trabalho da Igreja.
É
verdade que esta visão negativa da Igreja não é somente um exagero. Devemos
admitir que muitas vezes a própria Igreja, por não saber exatamente o que é a
Igreja, alimenta com condutas equivocadas este pensamento negativo. Também é
verdade, que muitos crentes, mal formados em sua fé, preferem se colocar como
juízes dos outros e da Igreja, sem nada fazerem de realmente prático para que
ela seja a grande agência do Reino de Deus que precisa ser e para o que foi
chamada à existência.
A nossa passagem desta noite é um clássico
texto para a Eclesiologia. O Sermão da Montanha, como uma espécie de roteiro
geral da conduta no Reino de Deus, propôs estas duas ilustrações “Sal” e “luz”
como ferramenta para indicar o que Deus espera de seus discípulos. Portanto, os
versos 13 a 16 do capítulo 5 de Mateus, são prioritários como porta vozes da
vontade de Deus para o seu povo.
Hoje,
vamos nos deter e refletir sobre o que estas metáforas apontam como sendo
qualidades necessárias à igreja para que cumpra a sua missão. O QUE DEVEMOS SENTIR E VER QUANDO OLHAMOS
PARA A IGREJA? Você precisará encontrar nestes versos os pontos de sua
conduta que precisam se ajustar ao padrão de Deus para o seu povo.
QUANDO AS PESSOAS OLHAM PARA A IGREJA PRECISAM
SENTIR E VER O COMPROMISSO DE DAR AO MUNDO UMA QUALIDADE DE VIDA SUPERIOR
Vós sois o sal da terra – Jesus está propondo uma visão bem
clara da presença do Sal neste mundo. Era como se estivesse anunciando: pensem no sal que há na terra. Na
palestina era comum uma grande concentração de sal nas rochas. Haja vista que o
Mar-morto era um lugar de altíssima salinidade provinda dos grandes blocos de
rochas salíneas da região.
Jesus
está dizendo que a terra é preservada pelo sal que nela se contém. Eles entendiam
muito bem este papel preservador do sal, o que dava aos alimentos não somente
sobrevida, mas também qualidade e sabor.
Se o sal perder o sabor – a reflexão que Jesus propõe é
baseado na possibilidade de que o sal venha a perder a características que o
define, sua salinidade. Como lhe
restaurar o sabor – Como fazê-lo de novo “sal”? Jesus está usando de uma
figura de linguagem cuja ideia é que a resposta seja: um sonoro “não é
possível”.
AS pessoas precisam ver e sentir em
nós o sabor que implementamos a esta vida, quando somos os porta-vozes de uma
vida mais elevada, de valor muito maior que a mera situação de existência
biológica. A igreja não pode se acomodar ao mundo e não pode permitir que o
mundo se deteriore tanto ao seu redor, sem nada fazer por isto.
Sabemos
o que a Bíblia fala sobre o fato de que este mundo caminha para o caos.
Entretanto, não podemos nos omitir e simplesmente se esquecer de que NOSSA
PRESENÇA NESTE MUNDO PRECISA SER SENTIDA NÃO COMO AGENTE DO CAOS, MAS DA
RESTAURAÇÃO EM CRISTO JESUS.
Para nada presta – ser lançado fora –
pisado – Possivelmente
temos aqui uma referência aos calçamentos das estradas romanas, cujo elemento
agregador era o sal insosso, produzido por algumas pedras, cujo destino era
menos nobre e serviam de patamar de travessia para carroças, cavalos, camelos,
e homens.
A
realidade da igreja no mundo precisa ser de distinção pelo seu modo de agir no
mundo. O sal é imperceptível, sua presença não é vista à olho nu, senão quando
a comida é realmente experimentada.
QUANDO AS PESSOAS OLHAM PARA A IGREJA PRECISAM
SENTIR E VER A CORAGEM DE ASSUMIR O SEU PAPEL CUSTE O QUE CUSTAR
Não se pode esconder a cidade
edificada sobre o monte – Quando
Jesus fez a afirmação: sois a luz do mundo. Ele logo tratou de afirmar que esta
é uma realidade que não se pode negar. Ou seja, ao se referir ao papel de seus
discípulos, ele não coloca a sua condição de luz como uma possibilidade e sim
como uma realidade. A cidade está edificada, escondê-la é impossível.
Precisamos
repensar qual é a nossa situação no mundo. A igreja precisa lutar contra a
tendência pecaminosa de se esconder. Existe uma natural inclinação do coração
pecador, inclusive dos crentes, de abafar a voz de Deus e a fazer esconder a
presença de Deus.
Deus
se faz presente por meio do seu povo. A Igreja é quem reflete para o mundo a
LUZ DE DEUS. Portanto, tentar esconder a IGREJA é um ato impossível, mas que
muitas vezes parece ser o único plano de alguns crentes, no que diz respeito ao
seu interesse nas coisas de Deus.
Não debaixo do alqueire mas no velador – O Evangelho de Lucas usa dizer que
ninguém acende uma vela e a cobre com um vaso para por debaixo da cama. A ideia
é que a luz precisa estar e ocupar o lugar certo. Precisamos ter a coragem de levar
a Igreja a ocupar o lugar certo neste mundo, o lugar onde pode cumprir o seu
papel como elemento transformador. Essa coragem passa por uma mais completa
ideia de O QUE É A IGREJA E O QUE ELA DEVE FAZER.
Mas
se ainda temos crentes tão imaturos e tão preocupados em administrar as trevas
que norteiam suas escolhas, exatamente como os outros homens do mundo o fazem,
como levaremos a Igreja ao alqueire, ao lugar mais alto da casa?
A
CORAGEM PARA FAZER A IGREJA BRILHAR é um compromisso que as pessoas precisam
ver em nós. Afinal, a omissão dos cristãos tem sido uma das marcas do nosso
mundo. O mundo já nos odeia, mas em alguns momentos parece que nós odiamos mais
a Igreja.
Irmão,
em lugar de você ser um depreciador da Igreja, reveja a sua postura, porque ela
é covarde. É muito fácil aliar-se ao mundo para atacar a Noiva de Cristo. O
difícil e necessário é sair de casa e estar aqui ao nosso lado, nas reuniões de
oração, nos estudos bíblicos, dando sua contribuição, sustentando a obra moral
e financeiramente. Corajoso é aquela irmã, que mesmo doente e idosa, sai da sua
casa de ônibus e vem para cultuar a Deus, como fazia Dna Augusta Pereira, nossa
querida que já mora como Senhor.
Aliar-se
ao mundo para fazer o papel do Diabo de apontar os defeitos da Igreja é um ato
de covardia. Mas unir-se ao rebanho para lutar pela santificação dos eleitos e
fazê-los brilhar no aconselhamento, no ensino, na pregação, no louvor, no
testemunho... é ISSO QUE O MUNDO PRECISA VER EM NÓS, A CORAGEM PARA LEVAR A
IGREJA A SER A LUZ DE CRISTO NO MUNDO.
QUANDO AS PESSOAS OLHAM PARA A IGREJA PRECISAM
SENTIR E VER EM NÓS A PRESENÇA DE DEUS
Brilhe a nossa luz – Quando Jesus falou aos discípulos
sobre eles serem a luz do mundo, certamente não estava lhes dizendo que eram
bons por si mesmos, mas que eram um reflexo da nova vida do Reino que agora
brilhava neles e lhes tornava em refletores da luz de Deus.
Diante dos homens – o que a igreja precisa fazer é entrar
no campo minado do mundo, o lugar onde a Escritura diz que são odiados e
repudiados por todos. Eles precisam, apesar das perseguições previstas nos
versos 11 e 12, atuar entre os homens. Jesus disse que foram chamados para
viver como ovelhas no meio de lobos. A igreja precisa ter coragem e fibra no
seu caráter. Aqueles que preferem fazer o jogo do mundo não serão capazes de
brilhar diante dos homens.
John
Piper, falando sobre o Evangelho da Prosperidade, diz que ele não será capaz de
dar ao mundo o testemunho de quem está disposto a perder tudo para seguir a
Cristo. Sim, crentes que fazem o jogo do mundo não possuem as fibras do caráter
que precisam para fazer a diferença e trazer luz ao mundo caído.
Para que vejam a igreja agindo e
glorifiquem a Deus – a
grande missão da Igreja é mostrar ao mundo o seu Deus e revelar, por meio de
sua vida, um compromisso e percepção maior da vida, baseada e centrada em Deus
e na sua glória. A igreja, tem o chamado de ser a agência que revela Deus ao
mundo. Cristo fez isto para a Igreja e nos deu a mesma missão.
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