24 de novembro de 2019

Malaquias 4.1-6

O Glorioso Dia da Reconciliação do Coração dos Filhos aos Pais 
Malaquias 4.1-6

(IP Tatuapé – Novembro 2019 – Culto da Noite)


Introdução
O capítulo 4 do livro de Malaquias, o Mensageiro de Yahweh, é um texto bastante enigmático. Ele encerra o Cânon do Velho Testamento com uma promessa: A PROMESSA DE UM DIA EM QUE O CORAÇÃO DOS FILHOS SE CONVERTERÃO AOS PAIS E VICE VERSA. 
Ele converterá o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos a seus pais, para que eu não venha e fira a terra com maldição (Ml 4.6). 
Há uma clara referência ao tema da Lei de Moisés, em especial, ao quinto mandamento. Este mandamento funciona como uma espécie de ligação entre os deveres do homem para com Deus e para com o próximo. Ele parece ser um termômetro de equilíbrio entre o AMOR A DEUS e o AMOR AO PRÓXIMO. Afinal na prática do quinto mandamento, estaremos aprendendo AMAR A DEUS, quando aprendemos a honrar e amar nossos pais, como superiores e nossos genitores do mesmo modo como Deus é para nós e devemos honrá-Lo. Por outro lado, também aprendemos a AMAR o PRÓXIMO, aprendendo a amar pessoas semelhantes a nós, que vivem e desfrutam das mesmas fraquezas e natureza que nós. Outra evidência da referência ao quinto mandamento é justamente o fato de que o QUINTO MANDAMENTO, é o único que é dado com uma promessa, que está ligada ao desfrute da vida na terra e aqui, em Malaquias, Deus diz que no dia da reconciliação, Deus queria ver essas atitudes entre pais e filhos para que não tivesse de vir ferir a terra. 
A profecia de Malaquias começa também com uma referência clara a este mandamento. NO capítulo 1, estes diálogos desafiadores entre Deus e o povo começa exatamente com uma exortação à essa relação entre Deus e os filhos de Israel: 
O filho honra ao pai, e o servo, ao seu senhor. Se eu sou pai, onde está a minha honra? (Ml 1.6). 
Caros irmãos, o Velho Testamento fecha com uma promessa focada na mudança de comportamento em relação à Lei de Deus. Uma promessa de dias em que Deus agiria no coração e os levaria ao cumprimento da Lei, permitindo uma profunda reconciliação do coração do Pai Celestial aos seus filhos e dos filhos de Deus ao seu Pai Celestial. Estes dias, sabemos que foram os dias da vinda de Cristo Jesus. Contudo, aquele dia foi o início de uma era, de um tempo em que Deus trabalharia o coração dos seus filhos para eles viessem a cumprir a Lei com um coração circuncidado e reconciliado com Deus. 
Devemos compreender o nosso dever para com a vinda de Jesus, que é o dever de considerar esta era de reconciliação como um dever pessoal e coletivo diante de Deus. A Igreja precisa esforçar-se para se tornar este povo reconciliado e praticar esse ministério da reconciliação que nos foi dado para que o mundo aprenda a viver de acordo com a Lei de Deus. 
Para que cumpramos coerentemente este MINISTÉRIO e viver esta ERA DE RECONCILIAÇÃO, precisamos considerar alguns significados da VINDA DE JESUS E SUAS IMPLICAÇÕES SOBRE A NOSSA VIDA. Para isso, eu peço a Deus que o texto da Escritura nos mostre o CAMINHO e que este trecho seja luz para todos nós nesta noite. 

O DIA DA RECONCILIAÇÃO SERÁ O INÍCIO DE UMA ERA DE QUEBRANTAMENTO DA ALTIVEZ E REBELDIA HUMANA.

O profeta Isaías começa a sua profecia com uma palavra dura contra os filhos de Israel: 
Criei filhos e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim  (Is 1.2). 
Meus amados irmãos, não podemos desprezar a importância do fato de Deus ser o Pai daqueles que escolheu fazer seus filhos eternos em Cristo Jesus. As Escritura nos incentivam a cultivar essa relação de filhos com Deus. 
Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam, mas todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos FILHOS DE DEUS, a saber, os que crêem no seu Nome (Jo 1.11-12). 
Porque convinha que aquele, por cuja causa e por quem todas as coisas existem, conduzindo muitos filhos à glória, aperfeiçoasse, por meio dos sofrimentos, o Auto da salvação deles (Hb 2.10). 
O Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus (Rm 8.16). 
Essa relação não é baseada em uma simples consideração do tribunal de Deus, mas em uma profunda transformação que acontecerá no coração do homem. Deus produzirá uma relação de amor em nosso coração, que levará o coração dos homens a vivenciarem essa vida como FILHOS DE DEUS. 
Pois eis que vem o dia e arde como fornalha; todos os soberbos e todos os que cometem perversidade serão como restolho; o dia que bem os abrasará, diz o Senhor dos Exércitos, de sorte que não lhes deixará nem raiz nem ramo (Ml 4.1). 
Todos os soberbos e perversos serão restolho – o problema que o profeta Malaquias está lidando é que as resistências e as inconsistências do povo de Deus estavam confundindo até os homens que realmente temiam a Deus. Chegou um ponto em que os justos estavam perdidos na sua relação com Deus, achando que os soberbos, que resistem a Deus e não o honram como Pai é que são felizes. 
Ora, pois, nós reputamos por felizes os soberbos; também os que cometem impiedade prosperam, sim, eles tentam ao Senhor e escapam (Ml 3.15). 
Diante deste quadro de confusão até para os retos, a Palavra de Deus por meio do seu Mensageiro é que os homens que vivem numa relação de filhos com Deus deveriam se lembrar que Deus sabe a diferença entre o justo e ímpio, entre o que serve a Deus e o que não o serve. 
Então, vereis outra vez a diferença entre o justo e o perverso, entre o que serve a deus e o que não o serve (Ml 3.18). 
Enquanto que o capítulo 3.17 a promessa e de poupar os servos de Deus, no capítulo 4 é a de exterminar a arrogância dos soberbos. Por isso, meus amados irmãos, precisamos lembrar que a ERA DA RECONCILIAÇÃO É UMA ERA EM QUE DEUS ESTÁ QUEBRANTANDO O CORAÇÃO DOS HOMENS QUE SÃO SEUS E CERTAMENTE ENDURECIMENTO NO CORAÇÃO DOS SOBERBOS. 
Por isso, o livro de Apocalipse, parece trabalhar com dois tipos de homens, os injustos que crescem e se fortalecem na injustiça, os quais serão destruídos; e os justos, que crescem e se fortalecem na prática da justiça. NÃO PODEMOS NOS ESQUECER DE QUE OS FILHOS DE DEUS DEVEM VIVER NESTE TEMPO COM CORAÇÕES QUEBRANTADOS. 
Pois, sem dúvida, uma das coisas que mais interferem na nossa relação de FILHOS COM O PAI CELESTIAL é a altivez do coração. 

O DIA DA RECONCILIAÇÃO SERÁ O INÍCIO DE UMA ERA DE LIBERDADE E ALEGRIA PARA QUEM EXPERIMENTA O AMOR DO PAI
O verso 2, do capítulo 4 de Malaquias, é um contraponto ao verso 1, do mesmo capítulo. Ele inicia com uma chamada adversativa, propondo uma reflexão que completa o pensamento: Deus pisará e destruirá os soberbos, mas a vós, filhos, de coração quebrantado e humilde diante de Deus ele dará outra experiência. 
Mas para vós outros que temeis o meu nome nascerá o sol da justiça, trazendo salvação em suas asas; saireis e saltareis como bezerros soltos na estrebaria  (Ml 4.2). 
Para vós que temeis o meu nome – Sem dúvida o contexto do capítulo 3 está na mente do autor aqui. Trata-se do contraste do tratamento de Deus em relação aos seus filhos e o modo como Ele seriamente tratará os soberbos. O ponto é que os filhos que temem o Senhor deverão também aprender a viver estes dias, esta era de reconciliação de forma livre e alegre diante de Deus. Há muita confusão entre os filhos de Deus sobre o que é a vida cristã e muitos têm uma visão estranha do Evangelho, como se o nosso dever fosse o de uma vida triste e profundamente amargurada, penitenciando a cada momento, afligindo a nossa alma. Ao contrário disto, a verdadeira vida Cristã deve ser a de desfrutar e experimentar a alegria do amor de Deus. 
Nascerá o sol da justiça trazendo salvação – claro que a razão para esta alegria incontida é a justiça de Deus que desce dos céus sobre nós, levando o homem pecador e inimigo de Deus à experiência da PAZ COM DEUS e da JUSTIFICAÇÃO. 
Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo (Rm 5.1).   
A experiência cristã mais maravilhosa é de que vivemos numa era de RECONCILIAÇÃO em que Deus não está mais irado contra nós. Ainda que nossos pecados sejam uma indesejada presença, eles não são mais uma presença bloqueadora da nossa relação com o Pai. Ainda que o Pai nos corrija, ele jamais nos rejeitará, a saber, aqueles que foram, em Cristo, feitos filhos de Deus por meio da fé. 
Essa expressão “sol da justiça” é o modo do profeta mostrar como essa justiça que seria realizada na OBRA JUSTIFICADORA DE CRISTO, tiraria o homem das trevas da perdição e o levaria para o lugar da luz da salvação. Lucas insere o mesmo conceito, ao falar de João Batista, como predecessor do Messias: 
Tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque precederás o Senhor, preparando-lhe os caminhos, para dar ao seu povo conhecimento da salvação, no redimi-lo dos seus pecados, graças à entranhável misericórdia de nosso Deus pela qual nos visitará o sol nascente das alturas, para alumiar os que jazem nas trevas e na sombra da morte, e dirigir os nossos pés pelo caminho da paz (Lc 1.76-79). 
Saireis e saltareis como bezerros soltos – a alegria desta era é a alegria da liberdade dos que não estão mais subjugados pelo pecado. A imagem que o profeta parece enfatizar é a da simplicidade com que bezerros tratariam a estrebaria, uam espécie de ATITUDE DE LIBERDADE SEM MALDADE. Soltos no lugar onde há alimento para sua vida. Um lugar de desfrute pleno da salvação. Essa imagem precisa se impregnar na mente dos filhos de Deus que são os filhos dessa liberdade que Cristo nos dá. 
Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará. 
Pisareis os perversos – o outro lado desta alegria e da figura da liberdade dos filhos de Deus (Rm 8.20-21) é a força que a FÉ CRISTÃ terá sobre as MENTIRAS DO MUNDO. Os que não temem a Deus serão humilhados diante da vida que os cristãos desfrutarão. Não é possível para IMPIO desfrutar da liberdade dos filhos de Deus e essa é a nossa maior força, a nossa fé, vence o mundo. O PROFETA ESTÁ MOSTRANDO AOS FILHOS DE DEUS QUE SEJAM FIÉIS, PORQUE A VIDA QUE TEMOS PRODUZ MAIOR PESO DE ALEGRIA QUE QUALQUER ALEGRIA QUE O MUNDO POSSA DAR AO ÍMPIO. É assim que a nossa experiência pisa a experiência dos ímpios, até aquele dia final, quando o próprio Cristo dará a cada um segundo as suas obras. 

O DIA DA RECONCILIAÇÃO SERÁ O INÍCIO DE UMA ERA DE REAVIVAMENTO DO AMOR SEGUNDO A LEI DE DEUS
Lembrai-vos da lei de Moisés, meu servo, a qual lhes prescrevi em Horebe para todo o Israel, a saber, estatutos e juízos. Eis que vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível Dia do Senhor, ele converterá o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos aos pais, para que eu não venha e fira a terra com maldição (Ml 4.4-6). 
Sem dúvida alguma, a relação que já mencionamos anteriormente está na mente de Malaquias durante esta mensagem. Deus conduz o seu profeta e entregar uma promessa: A RESTAURAÇÃO DA LEI NOS CORAÇÕES DOS HOMENS. 
A Lei de Deus é o AIO QUE NOS LEVA A CRISTO e nos leva a viver para Deus. Na semana passada, nosso pastor Eber trouxe uma mensagem baseada nos versos iniciais do capítulo 3, lembro-me dele fazer referência entre a Lei e a Graça naquele dia. Sim, Malaquias parece prever que a ERA DA RECONCILIAÇÃO seria uma ERA em que a LEI SERIA CUMPRIDA NA VIDA HUMANA POR OBRA DA GRAÇA DE DEUS. Este foi um tema dos profetas: 
Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei um coração de carne. Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis (Ez 36.26-27). 
Lembrai-vos da lei de Moisés – O ponto é que a Lei deveria estar na mente dos filhos de Israel nessa hora. Deus estava preparando o coração dos seus filhos para um  grande tempo de espera. O que eles deveriam esperar? Eles deveriam esperar o dia em que os homens voltariam à prática da Lei, observando-a para a glória de Deus, um tempo de paz e justiça, baseada na Lei de Deus. Não um tempo da restauração legalista dos fariseus do tempo de Jesus, mas da restauração espiritual que ocorreria nos corações, conforme profetizaram os profetas. 
Eis que vos enviarei Elias – o sinal que teriam e que deixaria claro para todos o tempo desta restauração seria o enviar de um Mensageiro. NO capítulo 3, a figura de Elias é evocada e para nós, que sabemos da vinda de João Batista sabemos que ele também está implicitamente citado nestas palavras: A VOZ DO QUE CLAMA NO DESERTO, do livro de Isaías, que PREPARA O CAMINHO DO SENHOR. 
Os homens deveriam esperar este tempo, por isso, Lucas ao registrar estes pontos da história de João Batista está tão pronto a identifica-lo como o cumprimento das promessas, dos que aguardavam a restauração do coração dos homens, filhos de Deus.
O terrível Dia do Senhor – terrível dia para os ímpios, terrível dia para os que resistem à Lei de Deus, terrível dia para os que não se deixam advertir pela Palavra. 
Ele converterá o coração dos pais e dos filhos – já mencionamos em nossa introdução a respeito do significado e do lugar do quinto mandamento nesta passagem e no próprio decálogo. Aqui, fica a lembrança de que é uma obra ESPIRITUAL NO CORAÇÃO, uma obra da Graça e não da vontade do homem. UMA OBRA DE DEUS NO CORAÇÃO DOS HOMENS, por isso, um REAVIVAMENTO.
Para que não fira a terra – havendo justos na terra, Deus há de preservar o lugar. Como nas orações de Abraão, como no Sermão da Montanha, em que os justos são O SAL DA TERRA E A LUZ DO MUNDO. A vida de todos está diretamente ligada à necessidade de um povo que viva no temor do Senhor, em amor ao Pai e em amor uns para com os outros. 
Eis aqui o desafio dos FILHOS DE DEUS: vivenciar esta ERA DE MODO A VIVER DE ACORDO COM ESTA PROMESSA, A DE QUE NO MUNDO SEMPRE HAVERÁ QUEM VIVA DE ACORDO COM A VONTADE DE DEUS. 

Conclusão
O compromisso da Igreja neste mundo não é o de operar o milagre da salvação e da mudança das vidas, mas o de espelhar o verdadeiro milagre que a vinda de Jesus faz: ELE VEIO PARA NOS DAR A SUA LUZ. 
Quando você nega o viver segundo este padrão há só duas possiblidades: VOCÊ ESTÁ NEGLIGENCIANDO SUA MISSÃO OU VOCÊ AINDA NÃO NASCEU DE NOVO PARA DEUS E ESTÁ SOB O JUÍZO DE DEUS. 
Se você está negligenciando esse ministério da reconciliação, lembre-se de que você é o Atalaia de Deus, aquele que Ele irá usar para avisar ao mundo. Você, neste caso, de alguma maneira, cumpre o mesmo papel que Elias, e João Batista, chamando os homens para viver a RECONCILIAÇÃO COM O PAI CELESTIAL. Negligenciar isso é se tornar um cúmplice da perdição dos homens. Quantas vezes, nós preferimos nos tornar cúmplices da queda, do desvio dos homens, deixando as nossas ações, muito mais produzir divisões e quebras da Lei. Quantas vezes deixamos de usar a PALAVRA TEMPERADA PARA UNIR, e usamos da amargura para destruir. Isso é negligência e grande pecado contra o Senhor e contra a missão da Igreja. 
Por outro lado, se você é alguém que ainda não viu este nascer de novo no coração. Lembre-se de que esta é a era da RECONCILIAÇÃO  e tome uma decisão hoje, de viver com Deus e se tornar um daqueles que terão o coração convertido ao Pai. 
Ele te chama para viver como FILHO e como FILHO ele promete te fazer parecido com o Pai, por meio do exemplo e da obra do nosso IRMÃO MAIS VELHO, que veio ao mundo justamente para fazer isto: FAZER DE VOCÊ UM FILHO DE DEUS. 

17 de novembro de 2019

João 11.21-27

Os Efeitos Eternos da Sua Fé em Cristo
(Culto da Manhã – Novembro 2019 – IP Tatuapé)
João 11.21-27

Foco da Nossa Condição Decaída
Crer em Cristo Jesus constrói um coração firme, capaz de resistir às maiores lutas da vida. Somos convidados a crer em Cristo e ter nossa esperança somente nEle, isto construirá em nós um caráter sólido, pronto para resistir aos dias maus e para viver as circunstâncias nos preparando para o grande dia da Vitória Final. Este texto é um convite a essa fé que repousa sua esperança em Cristo e no seu poder. 

Introdução
Com certeza, depois deste episódio, Marta, Maria e Lázaro não seriam mais as mesmas pessoas. Precisamos experimentar valores de eternidade e aprender a ver a vida com Cristo em um patamar mais elevado, que nos leve a pensar em coisas muito maiores. 
Algumas vezes, nos deixamos cativar por sentimentos pequenos produzidos pelo nosso próprio coração pecaminoso. Nos achamos cheios de razão, comendo migalhas e pensamos de nós mesmos muito além do que convém. Nem sempre percebemos que há mais além do nosso horizonte, porque ricos tesouros de fé estão escondidos em Cristo e nós achamos que somos ricos, com migalhas. 
Marta, aqui será mais uma vez a figura central do relacionamento desta família com Jesus Cristo. Embora Lázaro é quem seja ressuscitado é no coração de Marta, principalmente, que Jesus irá profundamente tocar. Ela estava pronta para este passo, seu coração, sua fé, estavam em condições de subir degraus e ver a vida em outro patamar. Isto é exatamente o que Jesus irá fazer: elevá-la! 
Esta manhã, eu queria que nossos corações desejassem muito mais do que estamos vivendo e experimentando. Que nossos corações estivessem prontos para seguir Jesus acima. Desejo que nossa mente esteja pronta para ver que Jesus é muito maior do que estamos percebendo e que nossa fé, pode possuir sinais de eternidade, que nos desprendem da mera terrestralidade passageira. Você consegue pensar sobre isso, se consegue pensar em viver mais que está experimentando de Cristo, prepare sua fé para este novo passo, que Cristo pode te elevar. 

Para Que Sua Fé Vivencie Efeitos Da Eternidade 
Ela Precisa Estar Pronta Em Todo o Tempo 

Lendo este diálogo entre Marta e Jesus, você pode ser levado a pensar que a irmã de Lázaro está sendo ríspida com o Mestre. Por outro lado, pode ser que você pense em que ela está sendo também exagerada em cobrar de Jesus um milagre. Afinal, ela lhe diz: 
Senhor, se estiveras aqui, não teia morrido meu irmão (João 11.21).
Mas também sei que, mesmo agora, tudo quanto pedires a Deus, Deus to concederá (João 11.22).  
Marta confiava em Cristo por isso mandou chamá-lo – Estas duas frases de Marta estão completamente de acordo com o contexto, de alguém que estava pronta a confiar em Jesus nos seus momentos mais difíceis. Na verdade, as irmãos haviam enviado pessoas até Jesus para avisá-lo acerca da enfermidade de Lázaro. Jesus ao receber a notícia, apesar de ter sido em cima da hora e sem tempo para chegar antes de que acontecesse o pior, Jesus havia lhe mandado uma resposta que produzira em seus corações uma expectativa: 
Esta enfermidade não é para a morte, e sim para a glória de Deus, a fim de que o Filho de Deus seja glorificado (João 11.4). 
Marta descansava em Cristo por isso conseguiu esperá-lo com fé - Ao receber, por parte daqueles que haviam enviado até Jesus, essa resposta. Marta guarda no coração alguns valores da sua fé. O primeiro deles é a certeza de que Jesus teria poder suficiente para impedir que seu irmão tivesse morrido. Mas também, que de alguma maneira, mesmo ele tendo morrido, algo poderia acontecer, até mesmo a ressurreição. Ela não sabia ainda o que estava para acontecer, mas o seu coração está cheio de expectativa, baseada na sua fé em Cristo Jesus. 
Senhor se estiveras aqui meu irmão não teria morrido – Marta sabia que a morte não poderia resistir a Jesus. Essa declaração é uma afirmação desta certeza, dessa convicção do poder de Jesus. Ela atribui a Jesus o poder sobre a morte. Diante da morte de Lázaro, poderia sim assumir o fato, afinal, devemos pensar que ela ou qualquer outra pessoa, sabe muito bem o poder terrível da morte e como é implacável quando chega. Ela sabia disto, a questão nesta declaração é que ela sabia que mesmo este poder implacável poderia ser vencido por Cristo Jesus. 
Mas também sei, que mesmo agora – Marta diz que “sabe” (eido), isto é, que ela considera em reflexão, que mesmo a “morte” tendo exercido o seu poder implacável, aquele episódio era servo da vontade de Deus, através da palavra do seu Mestre Jesus. Mesmo o fato definitivo da morte poderia ser usado do modo como Jesus quer. Ela não define o que espera de Jesus, mas sabia que aquele “agora” não era o fim. 
Tudo o que pedires a Deus – to concederá – este é o ponto, pois ela não impõe nada. Não exclui nada, mas não estabelece o que quer. Claro que sabia que o irmão estava morto, mais tarde ela mesma vai dizer a Jesus: já cheira mal, porque já é de quatro dias. Mas ainda assim, sabendo que Jesus é Senhor, que Deus poderia trazer glória a seu Filho naquela triste situação. Ela confiava que aquela resposta de Jesus estava valendo e sua fé está pronta para esperar. 
Naquele “agora” a fé de Marta estava pronta para ver o que Cristo iria fazer. Esse é o ponto que precisamos considerar também aqui. Cristo a qualquer momento e em qualquer que seja a situação pode irromper com poder a história e transformar a noite em dia, o choro em riso e revelar o seu poder e sua glória. Para experimentar elementos de eternidade na vida, você precisa estar sempre pronto para confiar e experimentar mais de Cristo.     


Para Que Sua Fé Vivencie Efeitos Da Eternidade 
Ela Precisa Estar Pronta Para Ser Surpreendida

Todo o conhecimento é concedido em partes. A mente humana aprende por etapas. As crianças não entram na escola e já vão aprender cálculo integral. Antes, muito antes de sua mente conseguir realizar cálculos mais complexos, as crianças precisam aprender as contas mais básicas. Todo grande matemático, um dia, teve de ser ensinado na técnica básica das contas de adição, subtração, divisão e multiplicação. O conhecimento mais elevado é posto sobre blocos de conhecimentos anteriores. Assim é que nos preparamos para coisas grandes. 
Teu irmão há de ressurgir – Jesus aponta para Maria um caminho. Ele busca ir além do que o coração dela poderia imaginar. Aparentemente, mesmo ela não tendo limitado o poder de Cristo, não estava pensando que Cristo haveria de ressuscitar o irmão naquele momento. Ela não está negando que o poder de Cristo seja o suficiente para isto, mas, agora, está buscando respostas normais, dentro do contexto da sua realidade. 
Eu sei que ele há de ressurgir no último dia -  Marta tinha uma vida com Cristo. Ela o conhecia pessoal e intimamente. O texto nos diz que os três irmãos, Marta, Maria e Lázaro eram amigos de Jesus, ele se hospedava em sua casa. Essa amizade de Marta com Jesus, certamente lhe trouxe grandes benefícios e um dos maiores foi o de aprender acerca da fé. 
Lucas descreve um destes momentos em que Jesus estava hospedado em sua casa. Quando ele ensinava à Maria e repreendeu Marta por estar preocupada com muitas coisas e não em estar ali a seus pés, aproveitando o melhor: 
Marta! Marta! Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas. Entretanto, pouco te é necessário ou mesmo uma só coisa; Maria, pois, escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada (Lucas 10.41-42).
Podemos observar que neste momento, ela está demonstrando que havia aprendido coisas sobre a fé e a crença em Deus. A ressurreição do último dia era um tema polêmico entre os judeus, nem todos compreendiam muito bem o que significava e como haveria de se manifestar essa ressurreição. Ela porém, demonstra que sua fé está pronta, ela crê no que lhe foi dito e ensinado, quem sabe pelo próprio Senhor. 
Nossa fé está pronta para ser surpreendida quando estamos já vivenciando as coisas que aprendemos e estamos dispostos a confiar em nossas crenças aprendidas de todo o coração. Ela disse a Jesus “eu sei”, isto é, eu confio, minha mente deposita nisto a minha esperança. Você precisa viver o que já aprendeu! Com diz o cantor cristão: ÀS vezes chega o dia de viver tudo o que se aprendeu! Neste dia, você é desafiado a confiar e se torna pronto para que ELE TE SURPREENDA AINDA MAIS!! 
A nossa fé deve estar firmada naquilo que já aprendemos, disposta a por em prática tudo que até aqui já nos foi revelado. Preciosos Efeitos da Eternidade serão disponibilizados para os que buscam viver o que sabem de sua fé em Cristo e ser fiel no pouco, é o único modo de ser posto sobre o muito.
Como crianças que estão aprendendo as primeiras contas, estamos nós em nossa fé. Mas Deus nos dará conhecimentos mais elevados e eternos, no tempo oportuno em que este básico for conhecido e praticado por nós. Prepare sua fé para isso! 

Para Que Sua Fé Vivencie Efeitos Da Eternidade 
Ela Precisa Estar Pronta Para Conhecer Mais de Cristo 

Seguindo o nosso ponto anterior, um conhecimento mais elevado de Cristo estava para ser revelado e maravilhar os homens, especialmente, as irmãs, Marta e Maria. Cristo Jesus estava encaminhando seus corações para receber seu irmão de volta da morte, tendo já quatro dias de sepultado. Mas, mais importante que receber Lázaro de volta, afinal, algum momento depois, este mesmo Lázaro voltaria ao túmulo, Jesus estava desejando dar a eles uma fé ampliada, pronta para valores eternos. 
Eu sou a ressurreição e a vida – Marta já estava pronta para esse novo passo, afinal sua crença na doutrina da ressurreição e na vida eterna que todos receberão no último dia estava firme, mas agora, Jesus está lhe mostrando algo muito maior. A expressão EU SOU é uma constante no livro de João e este EU SOU é o quinto, que aparece no livro, ao todo serão sete, este aponta para aquilo que logo no começo do Evangelho foi dito sobre o Verbo Eterno: NELE ESTAVA A VIDA E A VIDA ERA A LUZ DOS HOMENS. 
Jesus está ensinando que não somente um dia ele vira com as chaves da VIDA ETERNA PARA OS SEUS, mas que ELE PRÓPRIO É A NOSSA VIDA. Ele nos dá vida, veja a ordem das palavras: A RESSURREIÇÃO, isto é, Ele é a própria ressurreição, nele está a nossa confiança de que podemos ser redimidos, nele reside a nossa crença de que podemos ser salvos da morte. Eu sou a vida, nele está a nossa vida, Ele é a nossa vida. 
Quem vive e crê em mim– este é o principal motivo deste episódio estar acontecendo, a ideia de que Cristo é o motivo da nossa crença e da nossa vida. Ele é quem deve ser o centro de nossa existência.  
Ainda que morra viverá e todo que vive e crê em mim não morrerá eternamente – Jesus está falando de vida ainda mais elevada, está falando de eternidade, está falando de toda a existência humana tendo como sentido e significado nEle. Nele estava a vida e a vida é a luz dos homens, não podemos nos esquecer disto. Ele veio para que a vida em abundância nos fosse dada. 
Nunca não morrerá para sempre – Uma redundância na fala, aqui, Jesus usa duas palavras negativas: NUNCA E NÃO mostrando algo importante à Marta: que a morte jamais nos matará, nós que elevamos nossa fé à valores e efeitos eternos, porque a nossa fé, vence até a morte. Para nós a morte não mais existe. 
Crês isto? – Algumas vezes, Marta afirmou o que sabia: EU SEI TAMBÉM... Mas, aqui, Jesus propõe um amadurecimento da sua fé, uma elevação da sua mente, ele propõe um novo patamar de conhecimento de fé: VOCÊ CRÊ NISTO? 
Somos chamados a viver em níveis mais agudos de fé e é nosso dever aprender de Cristo. Precisamos estar preparados para que ele nos mostre mais e mais dEle, os mistérios da SUPREMACIA DE CRISTO, as RIQUEZAS INSONDÁVEIS DE CRISTO.  
Cristo estava pronto para surpreendê-los trazendo Lázaro do túmulo. Mas muito mais que isso, Cristo estava preparando o seu coração para uma fé em valores eternos superiores, que fariam aquela família, aqueles corações arderem em profunda fé, precisamos deixar o assédio do pecado e viver para Cristo. 

Conclusão

Marta responde: EU TENHO CRIDO QUE TU ÉS O CRISTO, O FILHO DE DEUS QUE DEVIA VIR AO MUNDO. Assim, essa mulher nos mostra que está pronta para seguir adiante e passar a CRER NA RESSURREIÇÃO E NA VIDA CONTÍNUA, que supera todas as dificuldades, todas as mortes deste mundo e do nosso próprio coração. Aqui ela não simplesmente diz: EU SEI (EIDO), mas diz: EU CREIO (EPISTEUO). É um outro padrão de compreensão! 
Meus irmãos, precisamos considerar o fato de que nossa vida com Cristo é uma constante elevação e que há momentos em que precisamos nos desvencilhar do peso do pecado. Neste mundo, somos assediados pela morte todos os dias, isto é, somos levados às sombras pelo nosso coração e por aqueles que não estão em Cristo Jesus. Eles nos fazem andar para longe deste Cristo elevado. 
Temos de tomar muito cuidado, para que nosso coração não seja enganado. Há falsos mestres, falsos crentes, falsos desejos de piedade que tendem a nos fazer pessimistas, nos fazer desistir, nos levar a um poço, onde nossa fé não progride, onde nosso olhar não consegue se elevar. 
Cristo preparou aqueles corações para um patamar elevado. Eles precisariam deste novo e elevado sentimento de fé em Cristo, afinal, a história diria que aquela família se tornaria vítima dos olhares odiosos dos inimigos de Cristo: O MUNDO OS ODIOU PORQUE PRIMEIRO ODIOU A MIM. Eles teriam em Lázaro e suas irmãs um alvo da sua inveja e fúria, eles tentariam destruí-los, porque sua vida apontaria para a verdade. 
Para enfrentar os dias maus que estão por vir, todos precisamos de fé que se eleve, que esteja pronto a apreciar a vida para muito além do túmulo e ver que sobre toda a morte que nos cerca, Jesus tem controle. ELE É A RESSURREIÇÃO E A VIDA, ele é o que precisamos para que a eternidade se faça presente em nosso coração hoje. 
Deixemos as coisas próprias de meninos na fé e nos tornemos pessoas maduras. Deixemos irmãos de nos apegar a nossos próprios valores mudanos passageiros, à pequeneza da nossa fé, calibrada pelos acontecimentos corriqueiros e notemos o elevado momento de Cristo. CRISTO É A VIDA! 

Oração
Permita Senhor que nosso coração se eleve e nossa fé vá além das nuvens, para um patamar de crença em Ti que nos transforme de meros homens mortais em almas com sede de eternidade. Coloque a eternidade em nossa mente e nos faça deseja-la ardentemente e nos transforme em homens e mulheres que vivem noutro patamar de fé. 

3 de novembro de 2019

1 Reis 17.1-16

A Providência de Deus Tem os Seus Modos e Caminhos – Mas Sempre Manifesta o Poder Divino
(Culto da Noite – Novembro 2019 – IP Tatuapé)
1 Reis 17.1 a 16

Introdução
Um homem como o profeta Elias é uma raridade no mundo dos homens. Elias foi um homem forjado para uma época muito difícil. O povo de Israel estava vivendo em reinos separados, havia uma deserção e muita idolatria em Israel, de repente, aparece um homem que assusta a todos, por sua dignidade diante de Deus, sua coragem em favor da fé no Deus Vivo e pelo seu caráter contundente. Este homem foi forjado para enfrentar a idolatria e o próprio poder maligno de corações dominados pela ganância. 
O ministério de Elias é um fenômeno, que ocorre poucas vezes na história do mundo. Semelhante ao seu tempo e ao que Deus fez neste momento, talvez só encontremos nos dias de Jesus e seus milagres. Este homem de Deus é quem reaparece no Monte da Transfiguração, representando o testemunho bíblico de todos os profetas. Ele não escreveu nenhum livro, mas sua história marcou a História dos homens, como um tempo em que a voz de um homem podia ser considerada como a VOZ DO HOMEM DE DEUS. 
A forja que forjou esse precioso instrumento de Deus foi a própria relação com Deus. No texto que veremos em espelho esta noite, olharemos para o início do ministério de Elias e notaremos que houve uma certa temática presente durante toda a sua jornada profética: ELIAS FOI UM PROFETA QUE SE RELACIONAVA COM DEUS APRENDENDO QUEM ERA DEUS POR MEIO DOS ATOS PROVIDENCIAIS DO CRIADOR. 
Aprender de Deus por meio da sua Providência e o modo como Ele graciosamente forja a nossa fé, na espera, na angústia, na libertação, na bênção é um dos modos de alcançar a maturidade. Sem dúvida alguma, precisamos aprender mais sobre O VIVER DEBAIXO DA PROVIDÊNCIA DIVINA E SOB A SUA DEPENDÊNCIA CONSTANTE. 

Precisamos Aprender Que Nos Momentos Em Que a Escassez é a Face Visível da Providência Divina Um Homem Precisa Estar Pronto Para Estar Diante da Face de Deus

Então, Elias, o tesbita, dos moradores de Gileade, disse a Acabe: Tão certo como vive o Senhor Deus de Israel, perante cuja face estou, nem orvalho nem chuva haverá nestes anos, segundo a minha palavra (1 Reis 17.1). 
Elias entra na história sendo enviado por Deus a comparecer diante de uma das cortes mais corruptas do quadro de reis do Norte a dinastia de Acabe. Ele vai ao rei e sabe que não será fácil, a ponto do Senhor lhe ordenar, após trazer esta palavra dura ao rei, para ele se afastar ir a um lugar retirado. 
Tão certo como vive o Senhor – Elias tinha uma consciência clara de que sua fé em Deus não era apenas uma ideia religiosa de sua mente ou que aprendera. O Deus a quem serve é verdadeiro e está vivo. Sua palavra revela que ele tem confiança no que Deus havia lhe dito que faria e não se omite em dizer isto ao Rei. 
Perante Cuja Face eu Estou – enquanto Deus revela os seus planos e vai executar sobre o povo de Israel o seu juízo por causa dos seus pecados, enquanto a mensagem que Elias está apresentando vai se cumprir terrivelmente trazendo fome, este homem de Deus não se assusta, ele diz ao Rei: EU ESTOU DIANTE DA FACE DE DEUS. O Deus a quem serve Elias é o Deus que Elias conhece bem e por isso mesmo está pronto para fazer a sua obra, custe o que custar. 
Não haverá nem chuva nem orvalho nestes anos – segundo a minha palavra – a confiança deste homem em Deus é a razão de sua força de caráter e a força do seu ministério. Ele sabe bem que o Deus a quem serve não está brincando de controlar o mundo e de oferecer a sua providência.
Neste momento, Elias está dizendo que a Providência Divina iria levar os homens a se humilhar diante dos seus pés e este homem não tem medo de ser o mensageiro destas péssimas notícias. Ele sabe que andar diante da face de Deus é tudo o que um homem precisa em tempos em que a Providência de Deus nos faz passar por aflições. 

Precisamos Aprender Que a Providência Divina Também Pode Escolher Seus Filhos Para Enfrentar a Escassez

Veio a palavra do Senhor, dizendo: Retira-te daqui, vai para a banda do oriente e esconde-te junto à torrente de Querite, fronteira do Jordão. Beberás da torrente e ordenei aos corvos que ali mesmo te sustentem. Foi, pois, e fez segundo a palavra do Senhor; retirou-se e habitou junto à torrente de Querite, fronteira do Jordão. Os corvos lhe traziam pela manhã pão e carne, como também pão e carne ao anoitecer, e bebia da torrente. Mas, passados dias, a torrente secou, porque não chovia sobre a terra (1 Reis 17.2-7). 
Uma geração de crentes inconsistentes não quer sequer pensar nesta possibilidade, a de que Deus poderia suspender o nosso sustento. Mas, a forja que está levando o coração deste homem a ser forte para enfrentar a idolatria aquece o aço e o molda, de todos os modos e Elias está sendo preparado por Deus. 
Retira-te daqui – esconde-te – as notícias que Elias deu a Acabe não foram boas, sua palavra sobre a falta de chuvas, logo iria produzir ira no coração maligno daquele governante, como veremos que se tornou inimigo figadal de Elias. Deus, então, proteje o seu profeta e lhe provê um lugar aprazível, onde o sustentará.  
Beberás da torrente e os corvos te alimentarão – a providência correrá naturalmente para servir a Elias e também a providência ocorrerá sobrenaturalmente. O que vemos é que exatamente o que Deus havia prometido ele cumpriu, ou seja, a providência de Deus guardou Elias do perigo e o encheu de fartura, natural e sobrenaturalmente. 
Mas, passados dias, a torrente secou – Os filhos de Deus também podem passar pelos vales da provação como todos os homens. Quando todos estão sendo testados e provados, muitas vezes, os filhos de Deus também o são e isso deveria nos levar a pensar sobre a nossa própria condição como pecadores, como os demais. 
O homem de Deus está sendo forjado para lutas muito superiores, ele precisa aprender com o bem que Deus lhe oferece nos dias de abundância e com as provas que Deus traz sobre ele, nos dias de lutas e escassez. Deus, muitas vezes, trabalha com estes dois lados da moeda da Providência, fazendo com que sua vontade produza em nós a resiliência e a gratidão. A condição adequada para saber suportar as adversidades e a condição de gratidão para vivenciar as felicidades providenciais que Deus nos dá. 
Assim como o aço, precisa ser aquecido no fogo e esfriado na água. Assim não seremos temperados em nossa vida cristã não estivermos prontos para passar pela planície e subir as montanhas, experimentar a água, mas também o fogo da vida. 

Precisamos Aprender Que a Providência de Deus Sempre se Manifestará Para Exaltar o Poder de Deus e Forjar em Nosso Coração Uma Fé Agradecida

Então, lhe veio a palavra do Senhor, dizendo: dispõe-te, e vai a Sarepta, que pertence a Sidom, e demora-te ali, onde ordenei a uma mulher viúva que te dê comida.  (1 Reis 17.8-9). 
Uma mulher viúva te dará comida - Agora, a Providência divina acontecerá por meio da vida de uma mulher viúva, alguém com quase nada, por meio de quem, Deus vai mostrar a Elias que a Providência divina não depende dos recursos dos homens para realizar a sua obra. 
Nada tenho cozido – somente um punhado de farinha numa panela e um pouco de azeite – vou comer com meu filho e depois morreremos – um HOMEM DE DEUS precisa aprender que os poderes que movem o mundo não são humanos, que Deus está acima das limitações humanas. Deus havia enviado o profeta com fome para ser alimentado por uma viúva que não tinha comida. Aqui, Elias é desafiado a viver na expectativa do que a Providência divina proverá ou se de fato, Deus o levará para a casa eterna. 
Não temas e traze para mim o pão – a providência divina que forja o caráter de Elias agora também conduzirá a história a fazer o HOMEM DE DEUS NOTAR que a vida de alguém que confia em Deus é um instrumento da PROVIDÊNCIA PARA A VIDA DE MUITAS OUTRAS PESSOAS. 
A farinha da tua panela não acabará nem o azeite da tua botija – enquanto todos estão passando fome em Israel, Elias está sendo o instrumento da providência para que a viúva e seu filho tenham pão, farinha, azeite por muitos dias. Deus está cuidando do profeta e fazendo a sua vida útil à viúva. 
Pessoas que são forjadas pela Providência a viver para a glória de Deus e a fazer a sua obra, deverão aprender a deixar sua fé, forte como aço, trabalhar para que outros também vivam segundo a providência divina.  


Conclusão
  
Irmãos, nossos dias também clamam por homens e mulheres de Deus que sejam forjados por meio dos atos de Providência. Manter os olhos atentos, viver na presença de Deus e saber aprender com a abundância e a escassez é o modo como trazemos ao mundo pessoas capazes de tudo suportar para abençoar outros. 
O mundo precisa ver nos filhos de Deus as fibras de uma fé robusta, cujas forças não são medidas pelas medidas dos homens, mas recebem de Deus sua esperança. O mundo precisa ver homens e mulheres que saibam viver na dependência e agradecidos a Deus em todo o tempo. O mundo precisa voltar a ver que somos capazes de viver não somente para nós mesmos, mas que é possível existir pessoas dispostas a levar outros a viver por fé, como nós. 

João 1.1-14

A Glória de Deus Veio Até Nós
(Culto da Manhã – Novembro 2019 – IP Tatuapé)
João 1.1-14

Introdução
O homem não subiu ao céu e trouxe Deus à terra, mas foi Deus que veio à terra para levar o homem ao céu. Precisamos considerar mais atentamente o que isto significa e o tamanho da importância desta realidade para a vida cristã e o rumo que damos à nossa própria vida aqui na terra. 
As verdades que fizeram os homens do primeiro século darem a vida por uma crença. AS verdades que foram pregadas pelos apóstolos, a respeito do Verbo da Vida, que veio ao mundo, que transformaram cidades e o Império, que levaram homens à decisões radicais e a mudanças tão profundas. Esta verdades, são as mesmas que deveriam nos mover nos dias de hoje a um patamar de fé que nos fizesse transtornar também o nosso próprio contexto. 
João, o apóstolo do amor, morreu exilado na Ilha de Patmos, de onde seguiu até o seu último suspiro, espalhando pelo mundo a confiança que a sombra da cruz escreveu em seu coração. Ele jamais deixou de lado o impressionante amor que Jesus lhe ensinou e buscou servir à causa, às custas de sua própria liberdade. Meus irmãos, todos precisamos ouvir o que disse este homem que empreendeu viver para mostrar ao mundo tudo o que o Senhor havia feito, sabendo que muito mais ainda poderia ser contado. Desejou ele que isso produzisse fé em nosso coração e nos levasse a desejar viver e morrer por este Cristo. 
Eu te convido nesta manhã a seguir na mesma direção da cruz e do amor de Jesus e ouvir o testemunho que o apóstolo dá da sua história entre nós, a fim de que seu coração se sinta compelido, como está o meu, a viver em resposta a este poderoso amor que deixou a glória e fez brilhar entre nós a sua glória.  

A Glória de Deus Veio ao Mundo Para Trazer Vida e Luz Onde Havia Morte e Trevas

No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez. A vida estava nele e a vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela (Jo 1.1-5). 
O modo como João coloca estas verdades é impressionante, por sua riqueza e por sua pureza de coração. Ele está claramente extasiado com a verdade que está nos apresentando. Podemos dizer que este capítulo é fruto de um coração que está completamente embevecido do que está sentido e vivendo, a respeito dos pensamentos que estão movendo o interior desta alma, que só consegue nos levar a pensar com a mesma emoção a respeito do Verbo da Vida. 
Estas afirmações são a mais magnífica abertura para um Evangelho que seria o último escrito a cerca da vida de Cristo entre os homens, o último dos apóstolos que conviveu com Jesus durante a sua caminhada na terra. Certamente, João tem clara noção do que significa ser o último daqueles que estiveram ombro a ombro, face à face com o Mestre e, por isso, está disposto a nos conduzir a um andar superior de fé, onde podemos mesmo contemplar com os olhos da fé, as verdades das palavras que relatam os pensamentos do apóstolo. 
O verbo era Deus, o verbo estava com Deus, tudo isto desde o princípio – este modo de se referir a Cristo é glorioso e pretende nos dar a medida o ponto de partida para a nossa reflexão. Estamos falando do Eterno, do Infinito, do Todo-poderoso, que se tornou homem, da Glória de Israel, do Glorioso Unigênito Perfeito do Pai, daqueles para quem e diante de quem a luz mais profunda é treva. Este é o ponto aonde o seu coração precisa chegar para depois pensar sobre o que significa o fato dele ter vindo ao mundo. 
Ele estava no princípio com Deus e todas as coisa foram feitas por intermédio dele – novamente o ponto de partida é colocado no alto da montanha mais alta. Contudo, aqui, ele exalta sua obra criadora e sua alta autoridade sobre tudo e todos. Nada foi feito sem ele, tudo existe em decorrência do seu querer e do seu poder. 
A vida estava nele e a vida era a luz dos homens – o patamar aonde o nosso coração deve se elevar é este, em que consideramos que a vida, um valor superlativo para qualquer um de nós, era parte de sua própria natureza. Ele não somente era o Verbo Vivo, mas a vida existia nEle e esta vida era o poder que Deus estava trazendo ao mundo morto e tenebroso dos homens. 
A luz resplandece nas trevas – agora estamos percebendo que a Glória de Deus é a perfeição incomparável e a Glória de Deus estava agora pronta salvar homens perdidos, mortos e envolvidos nas mais profundas trevas. 
E as trevas não prevaleceram contra ela – João parece terminar com uma reflexão de que apesar de nós, a Glória de Deus veio ao mundo trazer luz para os que andavam e desejavam continuar andando em trevas. O ponto de João é que os homens tenebrosos resistiram à luz, mas não foram capazes de se manter resistentes, ao contrário, a luz de Cristo não podia jamais ser vencida por nossa incredulidade e ou infidelidade. 
Irmãos, precisamos parar para pensar em todas esta coisas e do que João está buscando inflamar em nosso coração, isto é, UMA PERCEPÇÃO DO ELEVADO SIGNIFICADO DO AMOR DE DEUS E DE CRISTO POR SUA IGREJA, QUE LEVOU A GLÓRIA PERFEITA A DESCER AO MUNDO PERDIDO, PARA SALVAR HOMEM ENTENEBRECIDOS E MORTOS EM DELITOS E PECADOS. Eu e você precisamos considerar que a nossa vida deve ser correspondente ao elevado conceito aqui nomeado, nestes versos que nos fazem olhar para cima e perceber o que significou O VERBO VIR AO MUNDO PARA SALVAR.  
  
A Glória de Deus Veio ao Mundo Para Trazer Fé Onde Só Havia a Incredulidade

Houve um homem enviado por Deus cujo nome era João. Este veio como testemunha para que testificasse da luz, a saber, a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem. O verbo estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus (Jo 1.6-13). 
Nestes versos, o apóstolo parece se incomodar com o fato de que somos capazes de transferir a glória de Deus para os homens e esvaziar a nossa fé, tornando-a num amontado de imprecisões idólatras. 
Houve um homem enviado por Deus cujo nome era João – primeiramente, devemos levar em consideração que ele tem em mente algumas correntes, especialmente gnósticas, que haviam dado tanta atenção ao ministério de João Batista, que chegaram a confudi-lo com a Glória de Deus. Somos tão inconsistentes em nossa fé, algumas vezes, que somos capazes de idolatrar homens, que são apenas servos enviados de Deus, a ponto de desviar nosso coração do Deus vivo e verdadeiro. Gosto da ideia de comparar os dois fatos paralelos destes primeiros versos: Cristo sempre foi – João veio a existir e ser; Cristo era Deus – João era só um mensageiro enviado – Cristo era a Luz – João só testemunhava da luz. João, o nome, significava Jeovah é gracioso – ESSE é um fato que precisamos atentar, que a obra de Deus foi graciosa apesar da nossa constante falha na fé. 
A fim de todos virem a crer por intermédio dele – Ele testemunhou da luz para que os corações incrédulos fossem transformados e a fé nascesse no solo incrédulo do coração. Esse era o ministério de João Batista e sua busca mais incessante: que as pessoas fossem iluminadas pelo conhecimento de Cristo e deixassem as trevas e viessem para a luz. 
A luz era verdadeira – a luz ilumina – a luz estava no mundo na pessoa do Verbo  - mas o mundo não o conheceu– o testemunho de João passava por estes fatos a respeito do Verbo da Vida, mas o texto nos diz que a incredulidade cegou o mundo que não o conheceu. O mundo não reconheceu o seu dono, o seu Criador e o seu Senhor. 
Os seus não o receberam – mas o que receberam foram feitos filhos de Deus  – aqueles poucos privilegiados que tinham acesso à verdade, deixaram se levar por sua incredulidade. Mas ele mostrou o seu poder e o seu amor, quando os que antes eram incrédulos e não tinham acesso à verdade, foram alcançados pela luz e a luz os fez viver e se tornarem filhos de Deus. 
A Glória de Deus veio ao mundo para tornar os corações incrédulos e condenados ao inferno, em filhos crentes, que irão morar para sempre com Deus. Este é um ponto que precisamos considerar também, que NOSSO CORAÇÃO ERA UM POÇO DE INCREDULIDADE E ELE NOS AMOU E NOS TRANSFORMOU, PRODUZINDO VIDA ONDE SÓ HAVIA MORTE E PRODUZINDO FÉ, ONDE SÓ HAVIA INCREDULIDADE. 
Este é o segundo ponto de Comparação, isto é, que ele nos deu vida, quando ainda éramos mortos em delitos e pecados. Eu e você precisamos considerar a gratidão que devemos a ele e o que lhe devotamos em demonstração desta gratidão. Não podemos cair na cilada de transferir a glória de Deus para o homem ou para qualquer outra criatura; também não podemos perder de vista onde ele foi nos resgatar para que nosso coração seja completamente grato. 
  
A Glória de Deus Veio ao Mundo Para Que Pudessemos Contempla-la e Amá-la

E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai (Jo 1.14). 
Um Deus que assim vem ao mundo para trazer luz a quem está em trevas, vida a quem está em morte, quebrar a incredulidade e nos dar fé, este Deus deve ser amado, ele é AQUELE que AMA e nós somos aqueles que precisamos dar a Ele tudo, nosso coração, nossa vida e nosso amor. 
Neste último verso, João registra o que o seu coração sentia diante dele e de seu amor sacrificial: 
E o Verbo se fez carne – aqui a ação indica que ele decidiu fazer-se carne, sem deixar de ser o Verbo eterno, ele assume uma nova natureza, sem abrir mão da outra. João está enfatizando que Aquele que todo o amor resgatador que nos deu, quando ainda na eternidade (estava com Deus), ele continua tendo a mesma natureza, mas se faz carne, se insere em nossa realidade de natureza. Aquele que ERA  e É Deus, agora se fez carne, por sua própria decisão. 
Habitou entre nós – seguindo o mesmo padrão, aquele que estava com Deus agora também habita com os homens, vive ao lado dos homens, veio ao mundo dos homens e aos limites próprios da temporalidade do homem. 
Vimos a sua glória – Tudo isto, que Ele eternamente é e que temporalmente se fez, mostra a sua GLÓRIA. Ele agora quer que percebamos, que vivenciemos, que sintamos e desfrutemos deste seu AMOR, QUE BUSCA, QUE SE SACRIFICA, QUE RESGATA E TRANSFORMA. Irmãos, João está nos dizendo o que ELE E SEUS IRMÃOS naqueles dias vivenciaram, quando a Glória de Deus veio viver entre eles. 
Eles sabiam que eram pecadores, simples pescadores, homens sem nada a oferecer e que muitos outros, que naquele momento, em todo o mundo conhecido, entre os gregos, estavam experimentando, em meio às perseguições  e às dificuldades do final do século primeiro, que tudo aquilo que estavam enfrentando era resultado do impacto que a Vida de Cristo causou-lhes no coração. 
Glória como do Unigênito do Pai – Ele é o único perfeito filho do Pai, o único sem pecado, o único digno, ele veio a nós para nos tirar da morte para a vida. João está nos fazendo pensar, nos levando a perceber o seu amor e a amá-lo também. 
Meus irmãos, eis o que Deus espera de nós, diante deste intenso amor, este amor de Tal Maneira... que o amemos a Cristo e aprendamos a considerar e contemplar a sua glória. 
Cheio de graça e de verdade – como graciosamente esteve entre nós e nos levou a viver a verdade é o suficiente para a vida nossa pertença completamente a Ele. 
Nesta manhã, este é o valor que a Palavra espera produzir em nós: AMOR E ENTREGA, APEGO A ELE E DESPRENDIMENTO DE NÓS MESMOS. Que consigamos amados, lembrar de onde ele partiu para nos salvar e aonde espera que cheguemos.  


Conclusão
  
Foi ele que veio a nós e nos reclamou para si, para sermos seus. Ele pagou o preço por nós e agora a Ele pertencemos e desejamos pertencer de todo o coração. Precisamos lutar para que a nossa vida corresponda a seu amor e precisamos continuar contando tudo isto ao mundo, como João nos contou e como agora é nosso dever dizer a todos quem ele ERA, É e como um dia há de vir para nos buscar. 
Espero que minha vida e a vida de cada um dos irmãos esteja escondida em Cristo, que amadureçamos em fé e em gratidão Àquele que deu sua vida por nós... mais que isso, que nos deu a vida!