A Glória de Deus Veio Até Nós
(Culto da Manhã – Novembro 2019 – IP Tatuapé)
João 1.1-14
Introdução
O homem não subiu ao céu e trouxe Deus à terra, mas foi Deus que veio à terra para levar o homem ao céu. Precisamos considerar mais atentamente o que isto significa e o tamanho da importância desta realidade para a vida cristã e o rumo que damos à nossa própria vida aqui na terra.
As verdades que fizeram os homens do primeiro século darem a vida por uma crença. AS verdades que foram pregadas pelos apóstolos, a respeito do Verbo da Vida, que veio ao mundo, que transformaram cidades e o Império, que levaram homens à decisões radicais e a mudanças tão profundas. Esta verdades, são as mesmas que deveriam nos mover nos dias de hoje a um patamar de fé que nos fizesse transtornar também o nosso próprio contexto.
João, o apóstolo do amor, morreu exilado na Ilha de Patmos, de onde seguiu até o seu último suspiro, espalhando pelo mundo a confiança que a sombra da cruz escreveu em seu coração. Ele jamais deixou de lado o impressionante amor que Jesus lhe ensinou e buscou servir à causa, às custas de sua própria liberdade. Meus irmãos, todos precisamos ouvir o que disse este homem que empreendeu viver para mostrar ao mundo tudo o que o Senhor havia feito, sabendo que muito mais ainda poderia ser contado. Desejou ele que isso produzisse fé em nosso coração e nos levasse a desejar viver e morrer por este Cristo.
Eu te convido nesta manhã a seguir na mesma direção da cruz e do amor de Jesus e ouvir o testemunho que o apóstolo dá da sua história entre nós, a fim de que seu coração se sinta compelido, como está o meu, a viver em resposta a este poderoso amor que deixou a glória e fez brilhar entre nós a sua glória.
A Glória de Deus Veio ao Mundo Para Trazer Vida e Luz Onde Havia Morte e Trevas
No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez. A vida estava nele e a vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela (Jo 1.1-5).
O modo como João coloca estas verdades é impressionante, por sua riqueza e por sua pureza de coração. Ele está claramente extasiado com a verdade que está nos apresentando. Podemos dizer que este capítulo é fruto de um coração que está completamente embevecido do que está sentido e vivendo, a respeito dos pensamentos que estão movendo o interior desta alma, que só consegue nos levar a pensar com a mesma emoção a respeito do Verbo da Vida.
Estas afirmações são a mais magnífica abertura para um Evangelho que seria o último escrito a cerca da vida de Cristo entre os homens, o último dos apóstolos que conviveu com Jesus durante a sua caminhada na terra. Certamente, João tem clara noção do que significa ser o último daqueles que estiveram ombro a ombro, face à face com o Mestre e, por isso, está disposto a nos conduzir a um andar superior de fé, onde podemos mesmo contemplar com os olhos da fé, as verdades das palavras que relatam os pensamentos do apóstolo.
O verbo era Deus, o verbo estava com Deus, tudo isto desde o princípio – este modo de se referir a Cristo é glorioso e pretende nos dar a medida o ponto de partida para a nossa reflexão. Estamos falando do Eterno, do Infinito, do Todo-poderoso, que se tornou homem, da Glória de Israel, do Glorioso Unigênito Perfeito do Pai, daqueles para quem e diante de quem a luz mais profunda é treva. Este é o ponto aonde o seu coração precisa chegar para depois pensar sobre o que significa o fato dele ter vindo ao mundo.
Ele estava no princípio com Deus e todas as coisa foram feitas por intermédio dele – novamente o ponto de partida é colocado no alto da montanha mais alta. Contudo, aqui, ele exalta sua obra criadora e sua alta autoridade sobre tudo e todos. Nada foi feito sem ele, tudo existe em decorrência do seu querer e do seu poder.
A vida estava nele e a vida era a luz dos homens – o patamar aonde o nosso coração deve se elevar é este, em que consideramos que a vida, um valor superlativo para qualquer um de nós, era parte de sua própria natureza. Ele não somente era o Verbo Vivo, mas a vida existia nEle e esta vida era o poder que Deus estava trazendo ao mundo morto e tenebroso dos homens.
A luz resplandece nas trevas – agora estamos percebendo que a Glória de Deus é a perfeição incomparável e a Glória de Deus estava agora pronta salvar homens perdidos, mortos e envolvidos nas mais profundas trevas.
E as trevas não prevaleceram contra ela – João parece terminar com uma reflexão de que apesar de nós, a Glória de Deus veio ao mundo trazer luz para os que andavam e desejavam continuar andando em trevas. O ponto de João é que os homens tenebrosos resistiram à luz, mas não foram capazes de se manter resistentes, ao contrário, a luz de Cristo não podia jamais ser vencida por nossa incredulidade e ou infidelidade.
Irmãos, precisamos parar para pensar em todas esta coisas e do que João está buscando inflamar em nosso coração, isto é, UMA PERCEPÇÃO DO ELEVADO SIGNIFICADO DO AMOR DE DEUS E DE CRISTO POR SUA IGREJA, QUE LEVOU A GLÓRIA PERFEITA A DESCER AO MUNDO PERDIDO, PARA SALVAR HOMEM ENTENEBRECIDOS E MORTOS EM DELITOS E PECADOS. Eu e você precisamos considerar que a nossa vida deve ser correspondente ao elevado conceito aqui nomeado, nestes versos que nos fazem olhar para cima e perceber o que significou O VERBO VIR AO MUNDO PARA SALVAR.
A Glória de Deus Veio ao Mundo Para Trazer Fé Onde Só Havia a Incredulidade
Houve um homem enviado por Deus cujo nome era João. Este veio como testemunha para que testificasse da luz, a saber, a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem. O verbo estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus (Jo 1.6-13).
Nestes versos, o apóstolo parece se incomodar com o fato de que somos capazes de transferir a glória de Deus para os homens e esvaziar a nossa fé, tornando-a num amontado de imprecisões idólatras.
Houve um homem enviado por Deus cujo nome era João – primeiramente, devemos levar em consideração que ele tem em mente algumas correntes, especialmente gnósticas, que haviam dado tanta atenção ao ministério de João Batista, que chegaram a confudi-lo com a Glória de Deus. Somos tão inconsistentes em nossa fé, algumas vezes, que somos capazes de idolatrar homens, que são apenas servos enviados de Deus, a ponto de desviar nosso coração do Deus vivo e verdadeiro. Gosto da ideia de comparar os dois fatos paralelos destes primeiros versos: Cristo sempre foi – João veio a existir e ser; Cristo era Deus – João era só um mensageiro enviado – Cristo era a Luz – João só testemunhava da luz. João, o nome, significava Jeovah é gracioso – ESSE é um fato que precisamos atentar, que a obra de Deus foi graciosa apesar da nossa constante falha na fé.
A fim de todos virem a crer por intermédio dele – Ele testemunhou da luz para que os corações incrédulos fossem transformados e a fé nascesse no solo incrédulo do coração. Esse era o ministério de João Batista e sua busca mais incessante: que as pessoas fossem iluminadas pelo conhecimento de Cristo e deixassem as trevas e viessem para a luz.
A luz era verdadeira – a luz ilumina – a luz estava no mundo na pessoa do Verbo - mas o mundo não o conheceu– o testemunho de João passava por estes fatos a respeito do Verbo da Vida, mas o texto nos diz que a incredulidade cegou o mundo que não o conheceu. O mundo não reconheceu o seu dono, o seu Criador e o seu Senhor.
Os seus não o receberam – mas o que receberam foram feitos filhos de Deus – aqueles poucos privilegiados que tinham acesso à verdade, deixaram se levar por sua incredulidade. Mas ele mostrou o seu poder e o seu amor, quando os que antes eram incrédulos e não tinham acesso à verdade, foram alcançados pela luz e a luz os fez viver e se tornarem filhos de Deus.
A Glória de Deus veio ao mundo para tornar os corações incrédulos e condenados ao inferno, em filhos crentes, que irão morar para sempre com Deus. Este é um ponto que precisamos considerar também, que NOSSO CORAÇÃO ERA UM POÇO DE INCREDULIDADE E ELE NOS AMOU E NOS TRANSFORMOU, PRODUZINDO VIDA ONDE SÓ HAVIA MORTE E PRODUZINDO FÉ, ONDE SÓ HAVIA INCREDULIDADE.
Este é o segundo ponto de Comparação, isto é, que ele nos deu vida, quando ainda éramos mortos em delitos e pecados. Eu e você precisamos considerar a gratidão que devemos a ele e o que lhe devotamos em demonstração desta gratidão. Não podemos cair na cilada de transferir a glória de Deus para o homem ou para qualquer outra criatura; também não podemos perder de vista onde ele foi nos resgatar para que nosso coração seja completamente grato.
A Glória de Deus Veio ao Mundo Para Que Pudessemos Contempla-la e Amá-la
E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai (Jo 1.14).
Um Deus que assim vem ao mundo para trazer luz a quem está em trevas, vida a quem está em morte, quebrar a incredulidade e nos dar fé, este Deus deve ser amado, ele é AQUELE que AMA e nós somos aqueles que precisamos dar a Ele tudo, nosso coração, nossa vida e nosso amor.
Neste último verso, João registra o que o seu coração sentia diante dele e de seu amor sacrificial:
E o Verbo se fez carne – aqui a ação indica que ele decidiu fazer-se carne, sem deixar de ser o Verbo eterno, ele assume uma nova natureza, sem abrir mão da outra. João está enfatizando que Aquele que todo o amor resgatador que nos deu, quando ainda na eternidade (estava com Deus), ele continua tendo a mesma natureza, mas se faz carne, se insere em nossa realidade de natureza. Aquele que ERA e É Deus, agora se fez carne, por sua própria decisão.
Habitou entre nós – seguindo o mesmo padrão, aquele que estava com Deus agora também habita com os homens, vive ao lado dos homens, veio ao mundo dos homens e aos limites próprios da temporalidade do homem.
Vimos a sua glória – Tudo isto, que Ele eternamente é e que temporalmente se fez, mostra a sua GLÓRIA. Ele agora quer que percebamos, que vivenciemos, que sintamos e desfrutemos deste seu AMOR, QUE BUSCA, QUE SE SACRIFICA, QUE RESGATA E TRANSFORMA. Irmãos, João está nos dizendo o que ELE E SEUS IRMÃOS naqueles dias vivenciaram, quando a Glória de Deus veio viver entre eles.
Eles sabiam que eram pecadores, simples pescadores, homens sem nada a oferecer e que muitos outros, que naquele momento, em todo o mundo conhecido, entre os gregos, estavam experimentando, em meio às perseguições e às dificuldades do final do século primeiro, que tudo aquilo que estavam enfrentando era resultado do impacto que a Vida de Cristo causou-lhes no coração.
Glória como do Unigênito do Pai – Ele é o único perfeito filho do Pai, o único sem pecado, o único digno, ele veio a nós para nos tirar da morte para a vida. João está nos fazendo pensar, nos levando a perceber o seu amor e a amá-lo também.
Meus irmãos, eis o que Deus espera de nós, diante deste intenso amor, este amor de Tal Maneira... que o amemos a Cristo e aprendamos a considerar e contemplar a sua glória.
Cheio de graça e de verdade – como graciosamente esteve entre nós e nos levou a viver a verdade é o suficiente para a vida nossa pertença completamente a Ele.
Nesta manhã, este é o valor que a Palavra espera produzir em nós: AMOR E ENTREGA, APEGO A ELE E DESPRENDIMENTO DE NÓS MESMOS. Que consigamos amados, lembrar de onde ele partiu para nos salvar e aonde espera que cheguemos.
Conclusão
Foi ele que veio a nós e nos reclamou para si, para sermos seus. Ele pagou o preço por nós e agora a Ele pertencemos e desejamos pertencer de todo o coração. Precisamos lutar para que a nossa vida corresponda a seu amor e precisamos continuar contando tudo isto ao mundo, como João nos contou e como agora é nosso dever dizer a todos quem ele ERA, É e como um dia há de vir para nos buscar.
Espero que minha vida e a vida de cada um dos irmãos esteja escondida em Cristo, que amadureçamos em fé e em gratidão Àquele que deu sua vida por nós... mais que isso, que nos deu a vida!
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