24 de fevereiro de 2013

Mateus 13.26 a 43


Joio No Meio do Trigal
MATEUS 13. 24 a 43

Um dos fenômenos religiosos do final dos tempos é a apostasia e as Escrituras, em muitos dos seus textos, nos falam dela. A apostasia é uma disposição que afetará muitos “chamados cristãos” e os levará a um comportamento completamente distante do padrão do Reino de Deus.
O problema mais sério com a apostasia está no fato de que, muitos afetados por esta inclinação sequer perceberão sua condição.
Ao contrário, muitos acharão suas escolhas as mais acertadas, ainda que implique em uma negação clara e obvia da fé.
Quando a Escritura nos apresenta o comportamento apóstata e o seu crescimento no final dos tempos, sua intenção não é apenas o de nos assustar ou somente informar sobre uma situação problemática. A Escritura, sendo a mente de Cristo deixada para nós, tem como prioridade nos preparar para cuidar de nós mesmos, a fim de que não sejamos, de modo algum, enganados e levados por este tipo de comportamento.
NO texto que estamos apreciando esta noite, Jesus Cristo nos deixou uma informação muitíssimo importante sobre a apostasia e os seus protagonistas. Ele os chamou de joio. Na verdade, o texto nos fala de uma planta chamada “cizânia”. Uma planta muito semelhante com o trigo. Alguns acham que é uma espécie de “trigo silvestre”. A qualidade mais conhecida do “joio” (como ficou conhecida nas nossas traduções)  é mesmo a sua semelhança com o trigo. Estas duas plantas se confundem e só podem ser distinguidas adequadamente no momento em que produzem suas sementes.
Enquanto que a parábola do semeador tem como objetivo fundamental nos convocar à trabalhar o nosso coração para a frutificação, portanto, olha para o campo no desejo de vê-lo produzindo, a parábola do joio completa esta ideia nos falando da má semeadura, daquela que é invasora e cujo objetivo é confundir.
Como devemos enfrentar essa situação? Como devemos nos guardar de sermos levados pelos falsos ensinos da má semeadura? O que devemos saber sobre isto para que nossa fé se mantenha firme?




Devemos Cuidar de Nós Mesmos
Considerando a Realidade das Estruturas Malignas Bem Próximos de Nós

Quando na sua explicação aos discípulos Jesus fala claramente de que, em meio aos filhos do reino está o joio, que são os filhos do maligno. Também quando diz que a semeadura do joio é uma obra do Diabo, ele está claramente levando os seus discípulos a caírem da ilusão de um mundo sem aflições.
Meus amados irmãos, um alerta como este nos é de grande importância substancial para que mantenhamos o nosso estado de atenção. Às maiores quedas espirituais nos acontecem quando baixamos o nosso estado de atenção.
A proximidade com a qual convivemos com as estruturas malignas deve nos fazer cuidar constantemente do nosso relacionamento com Deus. A Igreja deve manter continuo processo de frutificação para que nossas espigas manifestem nossa relação com Deus e seja possível então, ver o joio identificado e retirado do nosso meio.
Nossa sociedade contemporânea é altamente permissiva. Vivemos num estado moral em que vale tudo, a única coisa que não vale é dizer que o outro errou. Bem, um dos problemas mais comuns nas igrejas históricas é o momento de lidar com disciplina eclesiástica, com ordenanças sobre usos comuns e costumes. É evidente que não podemos simplesmente permitir que toda a permissividade do mundo penetre na Igreja, é obvio que precisamos cuidar para que em nosso ambiente, haja a possibilidade de se distinguir com mais facilidade entre o joio e o trigo.
Não podemos diminuir o estado de alerta e não podemos permitir que em nosso ambiente seja fácil se esconder o joio. Quando mais forte e mais bonito for o nosso trigal, quanto mais perfeita forem as plantas de trigo, mas claramente será possível identificar o joio.

Devemos Cuidar de Nós Mesmos
Considerando o Fato de Que Deus Nos Plantou Para Sermos Genuinamente Trigo e Somos Fruto da Sua Vontade Positiva

Um aspecto da explicação desta parábola que me chamou a atenção é que o fazendeiro, se propôs a semear o seu campo com “a boa semente”. Ele o fez para que fôssemos a semente do reino dos céus.
Para Mateus este é um conceito muitíssimo importante, o conceito de “Reino dos Céus”. Ele, que escreveu primordialmente para alcançar uma audiência judaica que precisava compreender a igreja de seu tempo. OU seja, quando Mateus se dispôs a produzir este Evangelho, possivelmente algumas perguntas estavam na mente das pessoas.
Talvez Mateus estivesse enfrentando a dificuldade de muitos crentes sobre o seu papel como continuadores do Reino de Cristo, afinal, depois de alguns anos de Igreja Cristã, muitos eram perseguidos, alguns escândalos (como podemos obter informações nas cartas e no livro de Atos) estavam confundindo os crentes e desestimulando-os na sua tarefa de continuar sendo o Reino dos Céus.
O Reino dos Céus, segundo Mateus, não é um mar de rosas nesta presente existência. Teremos de enfrentar as estruturas malignas que nos cercam e, infelizmente, também estão presentes entre nós. Mas, o texto de Mateus nos dá conta de que, embora este problema deva ser enfrentado, há algo a ser considerado: O REINO DOS CÉUS É GENUÍNO E É PARTE DO PROPÓSITO SANTO DE DEUS PARA A REDENÇÃO DO HOMEM.
O próprio Cristo chama a si a responsabilidade da genuinidade do Reino entre nós, quando diz: O que semeia a boa semente é o Filho do homem. Jesus Cristo diz que a IGREJA NÃO É UM ERRO É FRUTO DA SUA VONTADE POSITIVA.  Repito: A IGREJA NÃO É UM ERRO É FRUTO DA VONTADE POSITIVA DE DEUS.
A semente que foi semeada era a “boa semente”. Não precisamos de uma atitude negativa em relação aos nossos irmãos. Eu quero lhes chamar a atenção que, quando frutificamos e quando nos preparamos para servir a Deus, temos em nós um grande potencial para fazer toda a diferença.
As parábolas intermediárias entre a parábola do joio e a sua explicação, a do grão de mostarda e a do fermento nos fazem meditar sobre a nossa capacidade de crescimento, isto é, elas vêm o reino dos céus e suas boas sementes frutificando e crescendo, mostrando positivamente sua ligação com Deus, sua origem. Deus seja louvado por isto!
Então, quando cuidamos da Igreja, cuidamos das boas sementes e trabalhamos para que ela produza a cem, sessenta e trinta por um. Quando investimos dinheiro no reino, quando investimos tempo, amor, preocupação, interesse etc... estamos fazendo um investimento que realmente dará resultado.
Enquanto muito têm um atitude cética para com a Igreja, Cristo nos propõe uma parábola que nos reanima e nos faz pensar COMO É BOM SER UM FILHO DO REINO DOS CÉUS. Como é bom saber que Deus nos escolheu e nos fez genuinamente seus filhos.

Devemos Cuidar de Nós Mesmos
Considerando o Fato de Que Deus Se Encarregará de Retirar o Joio do Meio do Trigo

Meus queridos irmãos. Pode ser que você pense assim: mas, como ficam as coisas? Continuamos a nossa vida e as coisas ficam assim, o joio ficará aí atrapalhando, enquanto vivemos a nossa vida?
Quando olhamos para a explicação da parábola, no momento em que Jesus torna claro o que significa a colheita do trigo e do joio, haveremos de aprender uma das coisas mais importantes que a Escritura constantemente nos relata: Deus sabe fazer a diferença entre aquele que o serve e o que não serve. Deus sabe fazer a diferença entre o que o teme e o que não o teme, entre o que o ama e aquele que não o ama.
Não duvide do fato de que Deus está considerando cada um dos nossos atos e vendo atentamente os nossos frutos e que ele sabe quem realmente nós somos.
Medite comigo em alguns textos: Malaquias 3.13 a 15; Salmo 73. 1 a 4, 18; Salmo 1.6. Estes, entre outros, nos ensinam que podemos confiar no Senhor. Leia ainda Eclesiastes 12.13 e 14 e Apocalipse 22. 11 a 14. Eles nos ensinam que podemos confiar no Senhor e devemos continuar a ser o seu trigo amado, sua igreja querida, seus filhos do Reino.
Pois, assim como o joio é colhido e lançado no fogo, assim será na consumação do século. Mandará o filho do homem os seus anjos, que ajuntarão do seu reino todos os escândalos e os que praticam a iniquidade e os lançarão na fornalha acesa, ali haverá choro e ranger de dentes. Então, os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.
Neste ponto, prefiro deixar claro algo para aqueles que Deus chamou para serem filhos do Reino. Meus caros irmãos, toda a luta pela fé neste mundo será grandemente recompensada.
A questão que deveria preocupar sobre o joio é colocada de lado para dar ênfase ao fato de que o propósito de Deus é tornar a sua lavoura amada a mais perfeita lavoura de todas.
Ele tirará do meio de nós todo o erro, todo o engano, toda planta venosa. Ele cuidará de nós. Eu só posso compreender que a própria presença do joio entre nós é um instrumento de Deus para nos fazer mais fortes.
Quero que você cuide de sua vida com Deus. Cuide dos frutos do trigal. Cuide para que valha a pena no final. Quando Cristo voltar, quando ele vier nos buscar, nos encontrará prontos.
Apenas tome um cuidado: NÃO SEJA VOCÊ O JOIO! VOCÊ ME ENTENDEU? CUIDADO, NÃO SEJA O JOIO!  Ele é muito parecido, mas não é o trigo. Ele não terá a mesma sorte do trigo. Portanto, de novo: NÃO SEJA O JOIO!

Conclusão
Como pudemos perceber, temos razão suficiente para investir em uma vida que frutifica, sem medo de ter sido “perda de tempo” ou “em vão”. Esta parábola nos trouxe a consciência do fato de que é muito bom ter sido escolhido para fazer parte da família de Deus.
Uma atitude positiva para com a Igreja é uma ação sábia da parte daqueles que foram chamados para serem do Reino de Cristo. Por isso, acredito que precisamos recuperar o que podemos chamar de “alegria de pertencer ao povo de Deus”.
Por outro lado, é importante não esquecer de que não podemos viver como se estivéssemos em um mundo livre de aflições. Um comportamento ingênuo como este é um erro. Devemos estar sempre alertas para os perigos de sermos enganados e levados pelas circunstâncias.
A parábola do joio, portanto, é um estímulo para que a igreja continue sendo fiel e sirva ao Senhor com alegria.

Aplicação para a Igreja Presbiteriana de Vila Formosa
Na minha última mensagem à igreja eu terminei em tom bastante grave pedindo aos irmãos que invistam na sua vida pessoal, para que frutifique. Eu disse: “Aos líderes, em particular aos pastores e presbíteros, eu peço: Santifiquem-se! Aos pais, que sejam poderosos nas orações! Às mães que conduzam seus filhos aos pés do Senhor. Aos jovens que vivam com Evangelho no seu dia-a-dia! Às crianças, que sejam obedientes a seus pais e amem a Deus”.
Hoje eu quero lhes pedir que invistam na saúde do trigal. Que cuidem melhor para que em nosso meio a presença da estrutura do mal seja minizada, pouco seja percebida, tanto por meio da santificação e frutificação pessoal, quando no cuidado que todos nós devemos ter para o desenvolvimento saudável do trigal.
Deus pode te chamar para cuidar das nossas crianças, como um professor ou um mestre do culto infantil, um monitor etc. Deus pode te chamar para ocupar um oficialato da Igreja, Deus pode te chamar para receber os visitantes, cantar no coral, servir o cafezinho, ser secretário, presidente, orar pelas pessoas, visitar os enfermos etc. Nâo importa, cuide do trigal. Cuide do trigal.
Vamos trabalhar em nossa igreja para que seja um lugar de adoração, santificação, edificação. Vamos orar mais uns pelos outros, vamos pensar nos que estão afastados. Parem de falar mal uns dos outros, parem de apontar os defeitos, vamos nos estimular à prática das boas obras e do amor.
A Igreja Presbiteriana de Vila Formosa tem de ser saudável, um trigal maravilhoso que honre a Deus e exalte o seu nome. Oremos para que o Senhor esteja sempre limpando o seu trigal. E, se por acaso, para nos provar, ele deixar o joio entre nós. Lembre-se Ele é quem irá, da mesma forma, nos livrar do mal.

Em Cristo e no temor do Supremo
Rev. José Mauricio Passos Nepomuceno

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