14 de abril de 2013

Mateus 28.16 e 17



Vencendo a Distância do Nosso Coração



INTRODUÇÃO

Algumas distâncias são maiores que outras. Algumas são medidas por quilômetros, outras não. As que não são podem ser ainda maiores que aquelas que são.
No caso em tela, nesta mensagem, veremos nestes dois versos que Jesus convocou os discípulos na Judéia a caminharem até a Galiléia para um encontro. Este tipo de distância seria facilmente coberta, apesar deles terem de fazer a jornada à pé.
Entretanto, uma distância ainda maior e mais difícil de ser coberta estava começando a ser percorrida pelos discípulos e começando a ser vencida. Estou falando da dúvida que seus corações alimentaram a respeito de Jesus.
Em, geral a dúvida causa uma enorme distância entre o homem e Deus. Não obstante este poder distanciador da dúvida, devemos lembrar que a dúvida pode também representar uma parte significativa da nossa jornada na direção de Deus.
A dúvida pode ser uma alavanca para a nossa fé. Pois, se por um lado ela nos afasta, se for uma dúvida honesta diante de Deus, poderá nos levar às respostas certas para a nossa fé.
A dúvida constituiu-se em uma das mais significativas marcas dos encontros dos discípulos com o Cristo ressurreto. Eles, em muitas ocasiões, revelaram suas dúvidas.
O episódio mais marcante da dúvida dos discípulos foi o de Tomé. Entretanto, a dúvida de Tomé foi a oportunidade deste homem fazer uma das mais ousadas declarações de fé do Novo Testamento: Senhor meu e Deus meu! (João 20.28).
Convido a todos vocês a nos determos um pouco nestes dois versos, em que Mateus indica, como que despretensiosamente, a dúvida dos discípulos. Ele a menciona sem tecer detalhes. Ele não fala da dúvida ao ouvir a notícia por parte das mulheres, ou dos discípulos de Emaús, não fala de Tomé especificamente, apenas diz que “alguns duvidaram”.
Evidentemente, o objetivo de Mateus não era destacar a dúvida e sim logo mostrar que ela foi superada e             que a distância que a dúvida poderia ter causado fora vencida. Os discípulos de Jesus logo, se reuniram ao seu Mestre e seguiram o caminho que Ele lhes apontou, crendo piedosamente em toda a autoridade que ele havia recebido no céu e na terra.
Na verdade, acredito que esta meditação servirá primordialmente para que você vença todas as distâncias que podem estar ainda abrigadas dentro do seu próprio coração. Muitas das nossas dúvidas não formularam perguntas, apenas geraram comportamentos.
Muitas vezes, duvidamos sem saber, mas ainda existem distâncias interiores que nos afastam de uma vida próxima e intensa com aquele que deu a vida por nós. Vença cada uma destas distâncias, percorrendo o trajeto de uma fé viva no Salvador.


Para Vencer a Distância Procure se Manter No Lugar Onde Cristo Está

Pode parecer bastante óbvio, mas nem sempre é tão obvio na vida de muitos crentes. Muitos ainda são persuadidos pelo seu coração a se manterem à uma certa distância de Jesus Cristo.
Algumas vezes, andamos em direções opostas à de Jesus e desejamos ter um encontro com Ele, contudo evitamos os lugares mais próprios para isto. Não estou falando da Igreja apenas. Antes, quero me referir a nossa ausência na oração, na leitura e meditação da Palavra, nossa distância do Corpo de Cristo e de tantos lugares e situações onde aprendemos e podemos resolver muitas distâncias e dúvidas do nosso coração.
Jesus, antes mesmo de sua crucificação, havia indicado aos seus discípulos que lhes encontraria depois destes acontecimentos em um Monte na Galiléia.
Mas, depois da minha ressurreição, irei adiante de vós para a Galiléia (Mateus 26.32).
Evidentemente, Jesus deixou um sinal inequívoco aos seus discípulos de que ele controlava os acontecimentos de sua vida. Depois da sua ressurreição essa foi a mensagem que Jesus designou as mulheres a anunciarem aos seus discípulos: Ide avisar a meus irmãos que se dirijam à Galiléia e lá me verão (Mateus 28.10). Você deverá lembrar que esta foi exatamente a mensagem que o anjo anunciou às mulheres também no vero 7.
Enfim, Jesus estaria na Galiléia e se quisessem vê-lo que fossem até lá. Meus irmãos, se você fosse um daqueles discípulos e quisesse ver Jesus você deveria correr até a Galiléia.
Jesus poderia sim, ter se manifestado a eles ali na Judeia mesmo, contudo escolheu um lugar específico para fazê-lo. Volto a dizer: se você fosse um daqueles discípulos e quisesse ver Jesus deveria correr para a Galiléia.
Jesus tem o seu método peculiar de se manifestar a cada um de nós e não o fará onde não queira. Você precisa ter discernimento de ir aonde Jesus está se revelando. Lógico, você deve estar dizendo: mas ele não está comigo em todos os lugares? Sim, mas tem lugares específicos onde ele te chama para estar com ele de modo particular, para se revelar a ti.
Pode ser em qualquer lugar, mas não pode ser num lugar em que Ele não esteja desejando te revelar sua vontade, seu amor, sua paz. Pense no que ele disse quando nos ensinou a respeito da oração: entra no teu quarto e fechada a porta, orarás a teu Pai que está em secreto.
Existem alguns aspectos do nosso relacionamento com Deus que são revelados em momentos específicos e situações específicas. Há coisas que Deus nos revelará no momento específico da adoração do seu nome, o culto a Deus, então esteja lá. Há outras coisas que serão reveladas no quarto de oração, então esteja lá... há outras ainda que estará numa reunião com outros crentes onde se lê a Palavra, corra! Vá para lá... etc.
O problema de muitos é que desejam viver experiências de conhecimento com Deus. Desejam vencer dúvidas e ter vitórias sobre as distâncias do coração, mas se mantêm fora do lugar onde o verão face a face e poderão tocá-lo, comer com ele e viver com ele.


Para Vencer a Distância Procure Ouvir os Seus Comandos e Ir ao Seu Encontro

Evidentemente, este passo é muito próximo ao primeiro, uma vez que é um complemento da própria informação do verso: Seguiram os onze discípulos para a Galiléia, para o monte que Jesus lhes designara.
Não obstante ser apenas uma informação complementar, é importante destacarmos a força desta afimação: foram para o monte em que Jesus lhes designara. Pois, Jesus não os mandou a qualquer lugar na Galiléia, mas a um lugar específico, a um monte específico.
Aquilo que os discípulos viram e ouviram naquele monte não teriam apreciado se estivessem longe de cumprir o que Cristo lhes designara. A palavra bíblica para designar é “eksatasso” – carrega a ideia de apontar e definir, ordenando que seja ali, tornando exata a ordem.
Meus irmãos, ainda que possa parecer apenas incidental no texto, quero que a ideia inicial seja completa. Não basta apenas estarmos onde ele está, no lugar em que esperamos que se manifeste. Precisamos ter sensibilidade para ouvi-lo dizer o que temos a fazer e obedecer.
A falta de obediência às ordens do Nosso Senhor é uma correnteza que alimenta a dúvida. Na verdade, esta falta de obediência além de reforçar nossas dúvidas, revelam que ainda não estamos prontos e não cremos como deveríamos.
Vamos pensar na seguinte situação. Você está com uma questão clara acontecendo na sua vida e sua mente cristã consente que obedecer estritamente a Cristo exige que você confesse um pecado ou mude um comportamento. Por outro lado, por orgulho, vaidade etc, você se recusa a dar aquele passo. Às vezes, fazemos isto por medo do que acontecerá!!
Bem, este medo, esta vaidade que alimentamos contra a ordem de Jesus é justamente o contrário da obediência. Obedecer é resultado de uma mente que compreendeu que Jesus está sempre certo quando nos indica e ordena o caminho preciso para a nossa fé. Desobedecemos quando somos tardios para crer no que Ele diz, isso é fruto da dúvida e a reforça.
Por que a reforça? Porque enquanto eu não me lanço à obediência, ainda que exija um passo no escuro para mim, eu jamais saberei ao certo o valor e a bênção de seguir as ordens precisas de Jesus, jamais venço o poder de distanciamento da dúvida. Jamais me permito dar um passo para mais perto de uma vida, segundo a vontade completa de Jesus.
Vença sua distância por meio da disposição de ouvir e obedecer precisamente aos comandos de Jesus, indo aonde ele quer que você vá. Os discípulos só saberiam o que aconteceria no Monte, se fossem exatamente àquele monte indicado. Eles só ouviram as ordens e as promessas da presença de Jesus, porque foram ao lugar certo, segundo Jesus lhes designara exatamente.


Para Vencer a Distância Procure Adorá-lo Mesmo Sendo Imperfeito

Uma das coisas mais belas nos relatos evangélicos das dúvidas dos discípulos, mesmo depois da ressurreição, é que eles não precisaram esconder de nós as suas fraquezas, assim como nós não precisamos esconder as nossas.
A nossa fé não se baseia em contos fantasiosos de heroísmos, supercrentes e excepcionalidades da fé. Nossa fé, se baseia apenas na disposição de crer que as promessas de Jesus podem atingir e mudar pessoas tão imperfeitas como nós o somos.
Jesus recriminou a fé vacilante, que duvida. Quando Pedro, foi afundando no mar, no momento em que tirou os olhos de Jesus e se fixou na tempestade, Jesus lhe recriminou por sua fé inconstante e pequena.
“...Homem de pequena fé, por que duvidaste?” (Mateus 14.31).
Este é um ponto importante para a sua vida. Ainda que você tenha muitas dúvidas mantenha o seu foco em Jesus Cristo. Ele é o ponto de sustentação da sua fé, ele é o único que pode conduzi-lo em meio a sua jornada.
Quando Tomé manteve o seu coração endurecido para crer no que os outros apóstolos diziam, quando apareceu apenas a eles. Tomé precisou fixar-se de novo em Jesus, ele tocou as cicatrizes de sua mão (acho que elas ainda estavam lá) e no seu lado e sua dúvida foi cicatrizada também. Sua fé foi curada e ele passou a olhar para Jesus com outros olhos, venceu a distância.
O texto diz o seguinte: quando o viram, o adoraram, mas alguns duvidaram (Mateus 28.17). Uma sequência interessante de informações:
O viram – “hidontes” – mais que ver apenas como reflexo da luz, uma propriedade visual. O sentido desta palavra é perceber, ver com entendimento, discernindo as propriedades do que se vê.
Isto é um encontro mais significativo que apenas um simples ajuste da lente para ver. Estamos falando de um foco mais profundo, que adentra ao potencial do significado de Jesus. Então é importante que este é o caminho para vencer a distância.
O adoraram – “prosquineo” – este verbo indica uma adoração que envolve a prostração, um reconhecimento da majestade e sublimidade daquele a quem viram, em contraste com o reconhecimento da pequenez de quem vê. Mais ou menos como aconteceu com Isaías que viu o Senhor e se prostrou, caído em terra, temeroso por seu pecado.
Este termos faz uma transição importante e significativa entre o “viram” e o “duvidaram”. Ou seja, duvidaram porque eram imperfeitos. Adoraram, porque precisavam reconhecer suas limitações diante da glória daquele a quem viram.
Nossas imperfeições e dúvidas não são um impasse intransponível para Deus. Aliás, ele se revelou a nós, justamente porque não conseguiríamos discerni-lo sozinhos. Ele foi quem primeiramente venceu estas distâncias do nosso coração.
O que você precisa não é adorar as suas dúvidas, mas a Jesus Cristo, ainda que muita distância exista entre ele e você. Busque a Ele em adoração, prostre-se diante dele e ponha a sua imperfeição aos seus pés para que ele o cure.
Há um grande poder curador de dúvidas na entrega voluntária e adoradora ao Senhor. Jesus nos conduzirá a Ele, pois tem poder para isto. Vença a distância por meio de uma completa entrega de adoração ao Senhor.


Conclusão

Acredito que devo dizer pouco em termos de conclusão desta meditação. Na verdade, muita coisa já vimos pelo caminho pontuando sobre sua vida e a necessidade que você tem de vencer a distância que às vezes o separa de uma vida completa nas mãos do Senhor.
Farei o seguinte: repetirei os conceitos elencados nesta mensagem: vença a distância por meio de uma atitude positiva de estar onde Cristo está; complemente este conceito dizendo a si mesmo, que deseja estar exatamente onde ele te ordena estar, isto é, esteja disposto a vencer a distância da dúvida pelo experimentar da obediência irrestrita às suas ordens sobre a sua vida; e, por fim, vença pela entrega voluntária que considera também suas próprias imperfeições. Lembre-se de que suas imperfeição não são intransponíveis, ao contrário, elas serão curadas aos pés de Jesus.


Aplicação para a Igreja Presbiteriana de Vila Formosa

Será que em nossa igreja ainda temos muitas pessoas que duvidam? Que não conseguem vencer a barreira da distância provocada por uma fé, débil e inconstante?
O que tem revelado essa sua fé vacilante? Sua incapacidade de ser se lançar totalmente na confiança em Jesus. Um coração duro para estar onde ele se revela? Falta-lhe o quê, quebrantamento para se lançar aos seus pés?
Meus irmãos, existem passos decisivos para  a nossa igreja nestes tempos que se aproximam e que nós, como Corpo de Cristo precisamos dar. Estou falando de nossa igreja assumir um papel mais ativo na obra missionária em nossa região.
Vocês que nos visitam e que se mantém distantes, convocamos vocês a pensarem seriamente em ajuntar-se a nós no papel de protagonistas do espalhar do Reino, seguindo o Ide de Jesus Cristo. Considerem seriamente se a sua recusa em dar este passo não está ligada às duvidas que se arraigaram em sua alma. Lute, como dissemos hoje, contra estas distâncias e venha para o lugar onde Cristo está e Cristo está aqui, ele é Senhor desta Igreja! Para a glória de Deus e não de homens.
Aos membros da Igreja vacilantes. Nossos conselhos são os mesmos. Faz muita falta a sua participação. Existem lacunas que vocês podem preencher e muito trabalho pode ser feito. Darei a seguir alguns exemplos: trabalho com pessoas em situação de risco nas ruas, trabalho com enfermos, trabalho com visitantes que querem conhecer melhor o evangelho, discipulado, obras sociais etc.
Caros irmãos, uma coisa eu lhes peço, jamais percam de vista suas imperfeições, limitações... jamais seremos supercrentes... somos apenas discípulos que estamos dispostos a servir ao Senhor, prostrados, lançando sobre Ele toda a nossa vida.
Então, não deixemos que nenhuma vanglória nos roube a graça de ser uma igreja que vive perto do Senhor. Eu vos convoco a não faltarem à adoração do NOME DE DEUS. Programe-se para durante o ano, mais vezes você estar conosco no culto. Podemos ter momentos de adoração com muitos irmãos, quebrantados na presença do Senhor e ele se manifestará porque escolheu este lugar para ser nosso monte do encontro e da vitória.

CRISTO VIVE? SIM! Ele vive em meu coração! Aleluia!!!

Em Cristo
Rev. José Mauricio Passos Nepomuceno

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Cristo vive em meu coração. Mas há muito o que crescer e muitas "dúvidas" para vencer.

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Toda mensagem escrita é apenas um registro. O sermão bíblico de fato é único, como um rio que passa e muda a cada instante. Um sermão só pode ser pregado uma única vez. Caso seja repetido em outro púlpito, ainda que use os mesmos registros, será outro, por várias razões: a) o pregador nunca é o mesmo, pois está sendo transformado a cada mensagem que prega; b) os ouvintes são outros; c) o Espírito é o mesmo, mas é dinâmico e aplica o que quer aos corações.
Obrigado por ler estes pequenos e falhos esboços!