Vencendo a Distância do Nosso Coração
INTRODUÇÃO
Algumas
distâncias são maiores que outras. Algumas são medidas por quilômetros, outras
não. As que não são podem ser ainda maiores que aquelas que são.
No
caso em tela, nesta mensagem, veremos nestes dois versos que Jesus convocou os
discípulos na Judéia a caminharem até a Galiléia para um encontro. Este tipo de
distância seria facilmente coberta, apesar deles terem de fazer a jornada à pé.
Entretanto,
uma distância ainda maior e mais difícil de ser coberta estava começando a ser
percorrida pelos discípulos e começando a ser vencida. Estou falando da dúvida
que seus corações alimentaram a respeito de Jesus.
Em,
geral a dúvida causa uma enorme distância entre o homem e Deus. Não obstante
este poder distanciador da dúvida, devemos lembrar que a dúvida pode também
representar uma parte significativa da nossa jornada na direção de Deus.
A
dúvida pode ser uma alavanca para a nossa fé. Pois, se por um lado ela nos
afasta, se for uma dúvida honesta diante de Deus, poderá nos levar às respostas
certas para a nossa fé.
A
dúvida constituiu-se em uma das mais significativas marcas dos encontros dos
discípulos com o Cristo ressurreto. Eles, em muitas ocasiões, revelaram suas
dúvidas.
O
episódio mais marcante da dúvida dos discípulos foi o de Tomé. Entretanto, a
dúvida de Tomé foi a oportunidade deste homem fazer uma das mais ousadas
declarações de fé do Novo Testamento: Senhor
meu e Deus meu! (João 20.28).
Convido
a todos vocês a nos determos um pouco nestes dois versos, em que Mateus indica,
como que despretensiosamente, a dúvida dos discípulos. Ele a menciona sem tecer
detalhes. Ele não fala da dúvida ao ouvir a notícia por parte das mulheres, ou
dos discípulos de Emaús, não fala de Tomé especificamente, apenas diz que “alguns
duvidaram”.
Evidentemente,
o objetivo de Mateus não era destacar a dúvida e sim logo mostrar que ela foi
superada e que a distância que
a dúvida poderia ter causado fora vencida. Os discípulos de Jesus logo, se
reuniram ao seu Mestre e seguiram o caminho que Ele lhes apontou, crendo
piedosamente em toda a autoridade que ele havia recebido no céu e na terra.
Na
verdade, acredito que esta meditação servirá primordialmente para que você
vença todas as distâncias que podem estar ainda abrigadas dentro do seu próprio
coração. Muitas das nossas dúvidas não formularam perguntas, apenas geraram
comportamentos.
Muitas
vezes, duvidamos sem saber, mas ainda existem distâncias interiores que nos
afastam de uma vida próxima e intensa com aquele que deu a vida por nós. Vença
cada uma destas distâncias, percorrendo o trajeto de uma fé viva no Salvador.
Para Vencer a Distância Procure
se Manter No Lugar Onde Cristo Está
Pode
parecer bastante óbvio, mas nem sempre é tão obvio na vida de muitos crentes.
Muitos ainda são persuadidos pelo seu coração a se manterem à uma certa
distância de Jesus Cristo.
Algumas
vezes, andamos em direções opostas à de Jesus e desejamos ter um encontro com
Ele, contudo evitamos os lugares mais próprios para isto. Não estou falando da
Igreja apenas. Antes, quero me referir a nossa ausência na oração, na leitura e
meditação da Palavra, nossa distância do Corpo de Cristo e de tantos lugares e
situações onde aprendemos e podemos resolver muitas distâncias e dúvidas do
nosso coração.
Jesus,
antes mesmo de sua crucificação, havia indicado aos seus discípulos que lhes
encontraria depois destes acontecimentos em um Monte na Galiléia.
Mas, depois
da minha ressurreição, irei adiante de vós para a Galiléia (Mateus 26.32).
Evidentemente,
Jesus deixou um sinal inequívoco aos seus discípulos de que ele controlava os
acontecimentos de sua vida. Depois da sua ressurreição essa foi a mensagem que
Jesus designou as mulheres a anunciarem aos seus discípulos: Ide avisar a meus irmãos que se dirijam à
Galiléia e lá me verão (Mateus 28.10). Você deverá lembrar que esta foi
exatamente a mensagem que o anjo anunciou às mulheres também no vero 7.
Enfim,
Jesus estaria na Galiléia e se quisessem vê-lo que fossem até lá. Meus irmãos,
se você fosse um daqueles discípulos e quisesse ver Jesus você deveria correr
até a Galiléia.
Jesus
poderia sim, ter se manifestado a eles ali na Judeia mesmo, contudo escolheu um
lugar específico para fazê-lo. Volto a dizer: se você fosse um daqueles
discípulos e quisesse ver Jesus deveria correr para a Galiléia.
Jesus
tem o seu método peculiar de se manifestar a cada um de nós e não o fará onde
não queira. Você precisa ter discernimento de ir aonde Jesus está se revelando.
Lógico, você deve estar dizendo: mas ele não está comigo em todos os lugares?
Sim, mas tem lugares específicos onde ele te chama para estar com ele de modo
particular, para se revelar a ti.
Pode
ser em qualquer lugar, mas não pode ser num lugar em que Ele não esteja
desejando te revelar sua vontade, seu amor, sua paz. Pense no que ele disse
quando nos ensinou a respeito da oração: entra
no teu quarto e fechada a porta, orarás a teu Pai que está em secreto.
Existem
alguns aspectos do nosso relacionamento com Deus que são revelados em momentos
específicos e situações específicas. Há coisas que Deus nos revelará no momento
específico da adoração do seu nome, o culto a Deus, então esteja lá. Há outras
coisas que serão reveladas no quarto de oração, então esteja lá... há outras
ainda que estará numa reunião com outros crentes onde se lê a Palavra, corra!
Vá para lá... etc.
O
problema de muitos é que desejam viver experiências de conhecimento com Deus.
Desejam vencer dúvidas e ter vitórias sobre as distâncias do coração, mas se mantêm
fora do lugar onde o verão face a face e poderão tocá-lo, comer com ele e viver
com ele.
Para Vencer a Distância Procure
Ouvir os Seus Comandos e Ir ao Seu Encontro
Evidentemente,
este passo é muito próximo ao primeiro, uma vez que é um complemento da própria
informação do verso: Seguiram os onze
discípulos para a Galiléia, para o monte que Jesus lhes designara.
Não
obstante ser apenas uma informação complementar, é importante destacarmos a
força desta afimação: foram para o monte
em que Jesus lhes designara. Pois, Jesus não os mandou a qualquer lugar na
Galiléia, mas a um lugar específico, a um monte específico.
Aquilo
que os discípulos viram e ouviram naquele monte não teriam apreciado se
estivessem longe de cumprir o que Cristo lhes designara. A palavra bíblica para
designar é “eksatasso” – carrega a ideia de apontar e definir, ordenando que
seja ali, tornando exata a ordem.
Meus
irmãos, ainda que possa parecer apenas incidental no texto, quero que a ideia
inicial seja completa. Não basta apenas estarmos onde ele está, no lugar em que
esperamos que se manifeste. Precisamos ter sensibilidade para ouvi-lo dizer o
que temos a fazer e obedecer.
A
falta de obediência às ordens do Nosso Senhor é uma correnteza que alimenta a
dúvida. Na verdade, esta falta de obediência além de reforçar nossas dúvidas,
revelam que ainda não estamos prontos e não cremos como deveríamos.
Vamos
pensar na seguinte situação. Você está com uma questão clara acontecendo na sua
vida e sua mente cristã consente que obedecer estritamente a Cristo exige que você
confesse um pecado ou mude um comportamento. Por outro lado, por orgulho,
vaidade etc, você se recusa a dar aquele passo. Às vezes, fazemos isto por medo
do que acontecerá!!
Bem,
este medo, esta vaidade que alimentamos contra a ordem de Jesus é justamente o
contrário da obediência. Obedecer é resultado de uma mente que compreendeu que
Jesus está sempre certo quando nos indica e ordena o caminho preciso para a
nossa fé. Desobedecemos quando somos tardios para crer no que Ele diz, isso é
fruto da dúvida e a reforça.
Por
que a reforça? Porque enquanto eu não me lanço à obediência, ainda que exija um
passo no escuro para mim, eu jamais saberei ao certo o valor e a bênção de
seguir as ordens precisas de Jesus, jamais venço o poder de distanciamento da
dúvida. Jamais me permito dar um passo para mais perto de uma vida, segundo a
vontade completa de Jesus.
Vença
sua distância por meio da disposição de ouvir e obedecer precisamente aos
comandos de Jesus, indo aonde ele quer que você vá. Os discípulos só saberiam o
que aconteceria no Monte, se fossem exatamente àquele monte indicado. Eles só
ouviram as ordens e as promessas da presença de Jesus, porque foram ao lugar
certo, segundo Jesus lhes designara exatamente.
Para Vencer a Distância Procure
Adorá-lo Mesmo Sendo Imperfeito
Uma
das coisas mais belas nos relatos evangélicos das dúvidas dos discípulos, mesmo
depois da ressurreição, é que eles não precisaram esconder de nós as suas
fraquezas, assim como nós não precisamos esconder as nossas.
A
nossa fé não se baseia em contos fantasiosos de heroísmos, supercrentes e
excepcionalidades da fé. Nossa fé, se baseia apenas na disposição de crer que
as promessas de Jesus podem atingir e mudar pessoas tão imperfeitas como nós o
somos.
Jesus
recriminou a fé vacilante, que duvida. Quando Pedro, foi afundando no mar, no
momento em que tirou os olhos de Jesus e se fixou na tempestade, Jesus lhe
recriminou por sua fé inconstante e pequena.
“...Homem de pequena fé, por que duvidaste?”
(Mateus 14.31).
Este
é um ponto importante para a sua vida. Ainda que você tenha muitas dúvidas
mantenha o seu foco em Jesus Cristo. Ele é o ponto de sustentação da sua fé,
ele é o único que pode conduzi-lo em meio a sua jornada.
Quando
Tomé manteve o seu coração endurecido para crer no que os outros apóstolos
diziam, quando apareceu apenas a eles. Tomé precisou fixar-se de novo em Jesus,
ele tocou as cicatrizes de sua mão (acho que elas ainda estavam lá) e no seu
lado e sua dúvida foi cicatrizada também. Sua fé foi curada e ele passou a
olhar para Jesus com outros olhos, venceu a distância.
O
texto diz o seguinte: quando o viram, o
adoraram, mas alguns duvidaram (Mateus 28.17). Uma sequência interessante
de informações:
O
viram – “hidontes” – mais que ver apenas como reflexo da luz, uma propriedade
visual. O sentido desta palavra é perceber, ver com entendimento, discernindo
as propriedades do que se vê.
Isto
é um encontro mais significativo que apenas um simples ajuste da lente para
ver. Estamos falando de um foco mais profundo, que adentra ao potencial do
significado de Jesus. Então é importante que este é o caminho para vencer a
distância.
O
adoraram – “prosquineo” – este verbo indica uma adoração que envolve a
prostração, um reconhecimento da majestade e sublimidade daquele a quem viram,
em contraste com o reconhecimento da pequenez de quem vê. Mais ou menos como
aconteceu com Isaías que viu o Senhor e se prostrou, caído em terra, temeroso
por seu pecado.
Este
termos faz uma transição importante e significativa entre o “viram” e o “duvidaram”.
Ou seja, duvidaram porque eram imperfeitos. Adoraram, porque precisavam
reconhecer suas limitações diante da glória daquele a quem viram.
Nossas
imperfeições e dúvidas não são um impasse intransponível para Deus. Aliás, ele
se revelou a nós, justamente porque não conseguiríamos discerni-lo sozinhos.
Ele foi quem primeiramente venceu estas distâncias do nosso coração.
O
que você precisa não é adorar as suas dúvidas, mas a Jesus Cristo, ainda que
muita distância exista entre ele e você. Busque a Ele em adoração, prostre-se
diante dele e ponha a sua imperfeição aos seus pés para que ele o cure.
Há
um grande poder curador de dúvidas na entrega voluntária e adoradora ao Senhor.
Jesus nos conduzirá a Ele, pois tem poder para isto. Vença a distância por meio
de uma completa entrega de adoração ao Senhor.
Conclusão
Acredito
que devo dizer pouco em termos de conclusão desta meditação. Na verdade, muita
coisa já vimos pelo caminho pontuando sobre sua vida e a necessidade que você
tem de vencer a distância que às vezes o separa de uma vida completa nas mãos
do Senhor.
Farei
o seguinte: repetirei os conceitos elencados nesta mensagem: vença a distância
por meio de uma atitude positiva de estar onde Cristo está; complemente este
conceito dizendo a si mesmo, que deseja estar exatamente onde ele te ordena
estar, isto é, esteja disposto a vencer a distância da dúvida pelo experimentar
da obediência irrestrita às suas ordens sobre a sua vida; e, por fim, vença pela
entrega voluntária que considera também suas próprias imperfeições. Lembre-se
de que suas imperfeição não são intransponíveis, ao contrário, elas serão
curadas aos pés de Jesus.
Aplicação para a Igreja
Presbiteriana de Vila Formosa
Será
que em nossa igreja ainda temos muitas pessoas que duvidam? Que não conseguem
vencer a barreira da distância provocada por uma fé, débil e inconstante?
O
que tem revelado essa sua fé vacilante? Sua incapacidade de ser se lançar
totalmente na confiança em Jesus. Um coração duro para estar onde ele se
revela? Falta-lhe o quê, quebrantamento para se lançar aos seus pés?
Meus
irmãos, existem passos decisivos para a
nossa igreja nestes tempos que se aproximam e que nós, como Corpo de Cristo
precisamos dar. Estou falando de nossa igreja assumir um papel mais ativo na obra
missionária em nossa região.
Vocês
que nos visitam e que se mantém distantes, convocamos vocês a pensarem
seriamente em ajuntar-se a nós no papel de protagonistas do espalhar do Reino,
seguindo o Ide de Jesus Cristo. Considerem seriamente se a sua recusa em dar
este passo não está ligada às duvidas que se arraigaram em sua alma. Lute, como
dissemos hoje, contra estas distâncias e venha para o lugar onde Cristo está e
Cristo está aqui, ele é Senhor desta Igreja! Para a glória de Deus e não de
homens.
Aos
membros da Igreja vacilantes. Nossos conselhos são os mesmos. Faz muita falta a
sua participação. Existem lacunas que vocês podem preencher e muito trabalho
pode ser feito. Darei a seguir alguns exemplos: trabalho com pessoas em
situação de risco nas ruas, trabalho com enfermos, trabalho com visitantes que
querem conhecer melhor o evangelho, discipulado, obras sociais etc.
Caros
irmãos, uma coisa eu lhes peço, jamais percam de vista suas imperfeições, limitações...
jamais seremos supercrentes... somos apenas discípulos que estamos dispostos a
servir ao Senhor, prostrados, lançando sobre Ele toda a nossa vida.
Então,
não deixemos que nenhuma vanglória nos roube a graça de ser uma igreja que vive
perto do Senhor. Eu vos convoco a não faltarem à adoração do NOME DE DEUS.
Programe-se para durante o ano, mais vezes você estar conosco no culto. Podemos
ter momentos de adoração com muitos irmãos, quebrantados na presença do Senhor e
ele se manifestará porque escolheu este lugar para ser nosso monte do encontro
e da vitória.
CRISTO VIVE? SIM! Ele vive em
meu coração! Aleluia!!!
Em
Cristo
Rev.
José Mauricio Passos Nepomuceno
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirCristo vive em meu coração. Mas há muito o que crescer e muitas "dúvidas" para vencer.
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