“A Nossa Missão de Fazer
Discípulos”
Mateus 28. 18 e 20
(Mensagem entregue à IP Vila Formosa – primeiro
domingo após a minha reeleição como pastor da igreja para um mandato de cinco
anos jan2014 a dez2018)
Introdução
Caros
irmãos, eu acho que é de certa importância simbólica que Deus tenha me trazido
esta noite ao púlpito desta igreja com este texto para a mensagem. Após a
assembleia que me reelegeu pastor da Igreja, penso que é de grande importância
que meditemos sob o tema desta passagem e reflitamos sobre a “Nossa Missão de
Fazer Discípulos”.
Sei
que ainda restam alguns passos, tais como, a aprovação do nosso presbitério
para tanto. Mas, acredito que possamos falar sobre a continuidade do nosso
trabalho aqui, começando por esta conversa a respeito da possibilidade de
sermos uma igreja intensa na evangelização e discipulado.
A
Igreja Presbiteriana de Vila Formosa precisa assumir com mais clareza este
papel evangelizador. Precisamos nos encontrar de forma mais aberta com esta
mentalidade formadora de discípulos. Particularmente, acredito que o meu
ministério precisa de uma restauração nesta arte e um envolvimento mais
concentrado com a proposta mais eficaz de apresentar com mais avidez o
evangelho a pessoas que ainda não tem conhecimento de Cristo.
O
texto que temos diante de nós é um dos mais desafiadores e um dos principais
materiais bíblicos sobre a proposta de Deus para a atuação da sua igreja na
face da terra, até que Jesus retorne na sua glória.
Hoje,
vamos falar sobre a nossa missão de sermos pescadores de almas e ganhadores de
vidas para o Reino de Jesus Cristo. Buscaremos Nestas palavras preciosas,
entender a natureza desta missão.
Antes
de começarmos, devemos pensar no fato de que a Igreja nos dias de Mateus estava
carente de estímulo para compreender e até mesmo empreender sua tarefa
evangelizadora. Estavam sendo comprimidos por uma estrutura social que fazia da
fé em Cristo uma posição difícil.
Que
tipo de estímulo eles precisavam ter impregnado em sua mente para que não
desistissem desta tarefa e não se intimidassem? O que precisavam saber sobre o
que fazer e o que deveriam esperar no final de tudo?
Estas
palavras foram tão preciosas e tão usadas por Deus para mudar sua Igreja, que
aqueles poucos discípulos, doze homens, foram espalharam a mensagem salvadora
de forma avassaladora, a ponto de terem registrado que eles transtornaram a
terra.
A Nossa Missão de Fazer
Discípulos é Realizada Debaixo da Autoridade de Jesus Cristo
Evidentemente,
a missão propriamente dita é enfatizada no verso 19: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações (...)”. Mas,
evidentemente, a palavra “portanto” faz uma ligação clara desta ordem com o
verso 18:
“Jesus,
aproximando-se, falou-lhes dizendo: ‘Toda autoridade me foi dada no céu e na
terra”.
Basileia – a autoridade que Cristo recebeu de Deus é a base
da Missão da Igreja neste mundo. Compreendo que este estímulo é fundamental
para que a Igreja descubra-se realizando algo para o que foi autorizada
completamente por Deus, através de Cristo.
Em
uma outra ocasião eu procurei mostrar que o próprio Evangelho de Mateus foi
construído com a finalidade de fortalecer a convicção dos crentes sobre a
autoridade de Jesus. Este texto é o só o culminar este argumento, que pode ser
visto em muitos textos, tais como: 7.28;
8,9 e 10; 8.27; 21.23 a 27.
A
autoridade que fora conferida a Cristo era legítima e não usurpada. Ele havia
recebido esta autoridade do Pai, portanto, todo o seu ministério não era um
ministério realizado de forma usurpadora.
O
pecado, quando entrou no mundo e estabeleceu seu reino de trevas no coração do
homem, o fez de forma intrusa, por isso é um reino rebelde e não legítimo. Não
é legítima a presença do pecado no coração do homem, seu poder e domínio sobre
as almas é intruso.
Portanto,
quando a Igreja apresenta a mensagem restauradora ela o faz de forma legítima e
quando acusa o pecado dos homens e da sociedade.
Como
igreja de Cristo, anunciamos a verdade de Deus e o reino do amor de Cristo sob
a autoridade de Cristo. Podemos e devemos anunciar a verdade, fomos autorizados
por Deus. A autoridade de Cristo foi dada por Deus e, assim, é em nome dEle que
nos dirigimos a este mundo e fazemos discípulos.
Portanto,
não temamos! A Igreja de Cristo evangeliza e alcança almas não na sua
autoridade ou poder, ela o faz na autoridade de Cristo. Por isto, ela não
precisa temer, seu ministério sempre efeito.
Também
precisamos nos conscientizar que não devemos diminuir os nosso valores porque
autoridades humanas desejam regular a nossa missão e tentarem nos limitar. A
Igreja primitiva viveu isto muitos dias.
Pedro
e João foram presos e ordenados a se calarem. A resposta deles às autoridades,
baseada na autoridade que Cristo havia compartilhado com eles foi a seguinte: antes importa obedecer a Deus que aos
homens.
Precisamos
desta perspectiva da autoridade de Jesus fortalecendo a nossa coragem,
impulsionando nossa missão e marcando a nossa resoluta postura de entrarmos
neste mundo como embaixadores de Cristo. A mensagem que nós anunciamos é
autorizada por Deus e por Cristo.
Paulo
se utilizava desta autoridade para escrever e falar de Jesus Cristo. Ele não
temeu autoridades, não se submeteu à vontade dos homens, mas à de Deus. Ele
sabia que cumprir o mandato de Deus era muito mais sério que cumprir os
desígnios dos homens, pois Deus é autoridade superior e a Lei de Deus é
superior à dos homens. Veja o prólogo de suas cartas, como por exemplo: Gálatas
1.1.
Um
crente que não busca fazer discípulos, qualquer que seja a razão, está
desobedecendo uma ordem e não está vivendo sob a autoridade de Cristo. Isto é
muito sério!!
A Nossa Missão de Fazer
Discípulos é Realizada Como Resposta Obediente ao Nosso Envio ao Mundo e Como
Consequência Natural da Nossa Nova Vida
Ao
nos chamar para estar perto dele, Jesus nos concedeu, além da sua companhia o
privilégio de sermos seus discípulos o que implicou em nos transformar,
dando-nos uma nova vida. Foi o que ele disse aos seus discípulos: recebei o espírito! (isto se tornaria
mais claro ainda no Pentecostes, por isto é que eles ainda não fariam esta
obra, enquanto o Espírito Santo não viesse).
Ide,
portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e
do Filho e do Espírito Santo.
Estudiosos
deste texto nos ensinam que as palavras aqui usadas seriam mais consistentemente
traduzidas da seguinte maneira: “indo,
portanto, fazei discípulos (...). Na verdade, o verbo colocado no
imperativo não é o verbo “ir”, mas sim o verbo “fazer”. Contudo, entendemos,
como Wiliiam Hendriksen propôs, que a construção toda é fortalecida no
imperativo e que o verbo “ir” é instrumental do verbo “fazer”. Em outras
palavras eu só consigo cumprir a determinação imperativa de fazer discípulos,
indo.
Esta
construção nos propõe algumas importantes definições sobre a nossa missão. Primeiramente, que a nossa Missão é uma
ordenança – Isto implica em nossa obediência. Em segundo lugar, só conseguimos cumprir esta missão se formos – este
é o ponto que desejo começar abordando.
O que é Ir?
O
texto não está propondo apenas uma ação física, no sentido motor, saia deste
lugar e vá àquele. Acredito que a Igreja faz isso indo no sentido físico e vivendo o evangelho onde estiver. São dois
aspectos do irfinal nos foi ordenado “fazer discípulos”.
Quando
a Igreja primitiva começou a viver o Evangelho em Jerusalém, o texto bíblico
diz que eles, pelo modo como viviam, contavam com a simpatia de todo o povo e o
Senhor acrescentava dia a dia os que iam sendo salvos. Há uma dimensão do ir e
da nossa obediência que tem a ver com a natureza de quem somos.
Por
isto, devemos compreender que fazer discípulos é uma resposta obediente ao
mandamento de fazer discípulos que cumprimos na busca de viver em consonância
co a nossa nova natureza e, que portanto, será uma decorrência natural de quem
somos.
Quando
não cumprimos a nossa missão, duas coisas acontecem que descaracterizam a nossa
vida como servos de Deus. A primeira é que estamos em franca desobediência ao
Senhor, vivendo à revelia da ordem de quem tem autoridade para mandar na nossa
vida.
Não
sei se você entende, mas o que acontece quando você não faz discípulos é que
você está se posicionando em rebeldia. Você não está neste mundo para um
passeio, você está sob as ordens do Rei, que tem autoridade para te comandar. O
principio da rebeldia contra a autoridade de Deus e de Cristo é o princípio do
reino intruso, do pecado, o principio do reino de Cristo é a submissão a
Cristo.
Segunda
coisa importante é que viver em desobediência já é uma descaracterização da
natureza da Igreja. Então, ainda que tenhamos um comportamento exemplar em
termos éticos, a falta de obediência é uma negação da natureza da verdadeira igreja.
Acredito
que a Igreja pode ter estratégias evangelísticas, contudo o que irá determinar
o alcance deste projeto é que esta igreja viva o evangelho que anuncia. Afinal,
mesmo que tenha um bela estratégia missionária e evangelística, se não viver o
padrão do Reino, estará estranhamente descumprindo o propósito de seu envio ao
mundo.
Quando
a igreja faz discípulos, como resultado de sua obediência e de sua disposição
de viver inteiramente o padrão da fé que lhe foi entregue, ela caminha na
direção certa e saudável. A questão não é medida em termos de resultados, mas
em determinada obediência. Ela cumpre sua missão e vive a natureza do seu
chamado.
A Nossa Missão de Fazer
Discípulos é uma Proposta de Formação de Um Reino de Amor
Poderíamos
falar ainda sobre a abrangência da fé, que deve ser espalhada para todas as
nações. Também poderíamos falar sobre o fato de que autoridade de Cristo é
sobre todas as esferas da vida, afinal ele tem toda a autoridade nos céus e na
terra.
Mas,
vamos seguir adiante, focando ainda mais na nossa missão de fazer discípulos é
que esta missão, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo tem uma função
educadora.
A
educação a que nos propomos não é baseada nas premissas estabelecidas pela igreja,
mas pelo próprio Senhor. A igreja não tem a missão de espalhar o seu ensino,
mas o ensino de Cristo.
Ensinando-os a guardar todas as
coisas que vos tenham ordenado.
Este
ponto é de fundamental importância. Fazer discípulos não é fazer adeptos de um determinado modelo de
culto ou a um princípio ético. Mas,
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