15 de setembro de 2013

Josué 1.1-9

“Força e Coragem Com Resultados do Amor”
Josué 1.1-9

Considerações Preliminares
Voltamos nossa atenção para o grande livro de Josué e nele buscaremos o ensino do Senhor para nossa vida. Convido a todos a lerem e atentarem para os ensinos deste grande livro. Em sete sermões, nas diversas porções deste livro, procuraremos conhecer essa grande profecia e aprender sobre os métodos de Deus para ensinar o seu povo a prática da Lei Perfeita do Amor nas circunstâncias reais da nova terra.
Josué é a personagem central do livro, contudo este não é um livro biográfico e não tem a finalidade apenas de apresentar a sua vida e liderança. Ainda que valiosas lições possam ser aprendidas por meio do valor pessoal da conduta de Josué, este livro tem um propósito ainda maior, o de mostrar os grandes desafios do seu povo, diante da nova terra e como a obediência à Deus seria fator importante para que entrassem na terra prometida e assumissem a sua função sacerdotal dentre todas as nações.
“Jehovah é Salvação” - este é o significado do nome “Josué”, que em números 13.8 é “Oséias” cuja raiz traz o mesmo sentido. Segundo o Escritor aos Hebreus, a luta do povo simbolizava uma luta ainda maior (Hb. 4.8-13) a de aprender com a Palavra de Deus e viver o descanso a que ela nos conduz, centrados na pessoa e obra de Cristo.
Hoje, voltaremos o nosso olhar para o capítulo 1, a sua porção inicial, a introdução geral deste livro. Deste trecho, podemos dizer, assimila-se algo que deverá guiar o nosso modo de olhar todo o livro: como o povo se comportou na sua relação com as ordenanças de Deus e como aplicaram a Lei Perfeita do Amor e introduziram na nova terra os seus valores.
Perceberemos, ao longo do livro que o pecado de um tem efeito sobre todos, assim como a obediência de um tem efeito sobre os demais. A nossa interligação comunal é um dos grandes fundamentos da nossa crença e a nossa responsabilidade pessoal também.
Deus nos ajude na meditação das verdades propostas nesta profecia.

Introdução
A Lei fora dada por intermédio de Moisés. Ela estabelecia os princípios fundamentais sobre os quais os israelitas deveriam construir toda a sua relação com Deus, o próximo e o mundo. O resumo do seu ensino é: Amor. Por isso, estamos chamando-a de “A Lei Perfeita do Amor”.
A Lei tem papel central no livro de Josué, pois aqui tratamos de como o povo de Deus deveria vivê-la em meio às suas circunstâncias reais na nova terra.
Tão somente sê forte e mui corajoso para teres o cuidado de fazer segundo toda a lei que meu servo Moisés te ordenou (Josué 1.7a).
Josué, como um tipo do próprio Cristo, serviria de paradigma para todo o povo. Sua responsabilidade seria muito maior do que a de apenas chefiar as guerras e as tomadas das cidades. Josué deveria refletir em sua própria vida o caráter santo propugnado na Lei e guiar toda a coletividade a seguir o mesmo caminho.
Hoje, vivemos dias muito confusos. Estamos inseridos em uma grande sociedade idólatra de si mesma, afundada na imoralidade e na corrupção. Infelizmente, temos de admitir com tristeza, que a matriz cristã da civilização ocidental está em completo declínio e o Ocidente, para muitos, já vive uma condição pós cristã.
Ergueu-se sobre nós o Império da Economia Globalizada, onde os grandes grupos econômicos são os responsáveis pela direção do mundo. G8 ou G20, sejam quantos forem, os poderosos se definem em termos de “as maiores economias do mundo”. Estes decidem sobre as guerras, o uso dos remédios, a fome, o clima ou qualquer outra situação.
Essa é a nossa “terra a ser conquistada”. Da mesma forma como Josué e o todo o Israel tinham de si o desafio de entrar e mudar a sua realidade, nós somos chamados a este grande desafio de, sob os mesmos valores, entrarmos em contato com este mundo oferecendo a salvação aos perdidos, como sacerdotes do Altíssimo e profetas para essa geração corrompida.
A grande força que nos moverá é o AMOR. A Lei de Deus, a Lei Perfeita do AMOR deverá nos conduzir entre os homens. Devemos desenvolver o padrão de Deus em nossas vidas, diante dos desafios que temos adiante. Eu convido você a refletir sobre estas coisas nesse texto forte e incisivo.
Começaremos falando sobre o que é necessário para se encarar esse desafio. Falaremos sobre “Força e Corajem” e como desenvolvê-las. Abordaremos esses elementos na sua proporcionalidade ao amor.

FORÇA E CORAGEM SÃO PRODUTOS DE UMA CONSCIÊNCIA CLARA DO AMOR DE DEUS POR NÓS
As palavras bíblicas “força e coragem” (razaq veamah) sugerem uma atitude mental concentrada, uma autodeterminação à obediência. Algo que deveria acontecer primeiramente em uma determinação mental. O coração de Josué estaria envolvido em uma decisão pessoal de viver para Deus e seguir em obediência à Ele.
A palavra “veamah” foi traduzida por coragem. Essa palavra de origem latina expressa o sentido de “cor-atticum” apontando para algo que tem o seu nascedouro no coração. Dessa forma, quero que se imprima em nossa ideia que a sede de nosso amor maior o lugar onde encontraremos coragem para assumir esses desafios e tudo começa em uma consciência clara do amor de Deus por nós.
Os versos de 1 a 5 introduzem a história fazendo-nos lembrar de que a missão de Josué e a suplica para que tenha atitude de coração (força e coragem) devem decorrer de uma clara percepção de que Deus ama o seu povo e prometeu demonstrar esse amor dando-lhe a terra.
Moisés, meu servo, é morto; dispõe-te, agora, passa este Jordão, tu e todo este povo, à terra que eu dou aos filhos de Israel. Todo o lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado, como eu prometi a Moisés. Desde o deserto e o Libano até o grande rio, o rio Eufrates, toda a terra dos heteus e até o mar Grande para o poente do sol será o vosso termo (Josué 1.2-4).
Uma consciência clara do amor de Deus e da boa vontade de Deus para com o seu povo em lhe abençoar são as razões para a força e a coragem de Josué. Ele deveria ter uma atitude de coração, uma voluntariedade mental para se firmar nessas promessas.
Não estamos falando apenas de geografia, estamos nos reportando ao fato de que essas promessas tinham o intento de fazer o povo de Deus entrar em seu “shabat” ou “shalon” - o descanso prometido. Uma situação de relação com Deus tão intensa que significaria no coração do povo uma completa rendição à vontade de Deus e ao seu padrão. Como vimos no Decálogo, amar a Deus sobre todas as coisas e confiar em sua providência, agindo de conformidade com essa paz em nossos corações.
O segundo aspecto do amor de Deus reside no fato de que, além das suas promessas de descanso, o Senhor promete ser com o povo, ser a sua companhia fundamental e constante.
Ninguém te poderá resistir todos os dias da tua vida; como fui com Moisés, assim serei contigo; não te deixarei, nem te desampararei (Josué 1.5).
O maior descanso de Israel não era a terra, mas o próprio Senhor que se manifestava em meio ao seu povo. No deserto, eles não tinham “a terra”, mas tinham o Senhor. Da mesma forma como caminhou no deserto e foi com Moisés, deveria Josué entender que Deus estaria com eles.
Esse pressuposto do amor presencial de Deus deveria fortalecer o seu coração e trazer-lhe uma decisão mental bem definida pela obediência ao Senhor.
Essa palavra me faz lembrar Jesus: Eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos (Mateus 28.20).
Os discípulos, quando entenderam o que estava sendo proposto pelo Senhor nestas palavras, se tornaram homens e mulheres corajosos, diante da grande missão de espalhar aquela mensagem ao mundo, até os confins dele.

FORÇA E CORAGEM SÃO PRODUTOS DE UM AMOR QUE SE DEDICA AOS OUTROS E NÃO SOMENTE A SI
Deus propõe a Josué que compreenda que a sua missão está viceralmente ligada ao povo de Israel. Ele seria instrumento de deus para fazer o povo herdar a terra prometida.
Sê forte e corajoso, porque tu farás este povo herdar a tera que, sob juramento prometi dar a seus pais (Josué 1.6).
Muitas vezes, usamos as palavra “força e coragem” somente no contexto da luta pelos nossos próprios privilégios e bênçãos. Usamos o conceito da companhia de Deus apenas numa perspectiva das coisas que Ele pode nos oferecer para o nosso gozo. Até mesmo as palavras como as dos versos seguintes que oferecem “serás bem sucedido”, pensamos prioritariamente em nosso sucesso pessoal.
A bem-aventurança aqui para Josué não é proposta no sentido da vitória pessoal, mas da capacidade de ser instrumento para abençoar outros e servir-lhes, proporcionando que eles alcancem a herança que lhes é oferecida.
Essa missão é como a missão que temos como pais. Construímos o que construímos com o claro objetivo de oferecer aos nossos filhos coisas boas. Da mesma maneira, devemos ser estimulados pelo amor ao próximo para servir no reino.
Um amor que se estabelece na decisão de servir ao próximo fortalecerá a nossa coragem. O apóstolo Paulo nos oferece em belo exemplo quando nos fala de sua luta pela igreja:
Temos, porém esse tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós. Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados; perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos; levando sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a sua vida se manifeste em nosso corpo. Porque nós, que vivemos, somos sempre entregues à morte por causa de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nossa carne mortal. De modo que, em nós opera a morte, mas em vós a vida (2 Coríntios 4.7-11).
Se é com o sofrimento pessoal que Paulo alcançará a graça de que a vida de Cristo se manifeste e abençoe os crentes de Corinto, isso é o que o apóstolo deseja. Ele o faz por amor, isso é o que o move em coragem.
SE tivermos amor aos nossos filhos, se tivermos amor aos homens perdidos, se tivermos amor uns para com os outros e esse amor for verdadeiro, nossa coragem e disposição para servir mudarão.
Josué foi chamado a servir ao seu povo e o fez. Ele lutou e lhes ofereceu grande exemplo. Ele se despediu dessa vida cumprindo a sua tarefa (ver Josué 24.26-28).

FORÇA E CORAGEM SÃO PRODUTOS DE UM AMOR A DEUS QUE SE REVELA EM NOSSA OBEDIÊNCIA AOS SEUS MANDAMENTOS
Sê forte e mui corajoso - Meus irmãos, os versos 7 a 9 possuem como parte central a obediência aos mandamentos. Aqui, Josué é chamado a uma missão ainda maior a de ser muito mais corajoso para observar a Lei de Deus.
A proposta deste texto é a de nos fazer decididos a aprender a amar a Deus continuamente. A Lei Perfeita, nos ensina a amar a Deus. Aplicar a Lei de Deus à vida é a maior e mais excelente proposta de vida para quem deseja alcançar a vida próspera.
Não desviar - esta proposta é de que o caminho é um só e não há outro. Não há atalhos, não há outras opções. Jesus nos disse que seriamos prudentes se observássemos as suas palavras e teríamos comunhão com Deus.
Meditar dia e noite - o aprendizado é constante e vai se completando. Não é místico, é um exercício continuo na piedade e na busca de conformar a nossa vida à palavra do Senhor. A prática é o caminho do amadurecimento da verdade em nosso coração. A força e a coragem aumentarão exatamente aqui.

FORÇA E CORAGEM SÃO PRODUTOS DE UM AMOR QUE NOS CONFORTA NA NOSSA COMUNHÃO COM DEUS
EU SEREI CONTIGO - Mais uma vez é aqui que estamos, vivendo na comunhão com Deus. Ele é a nossa força. Fazer a sua vontade aumenta  a nossa percepção da comunhão com Deus.
Nossa coragem para enfrentar todos os desafios da nossa vida está firmada no fato de que Deus é conosco. SE Deus é por nós, quem será contra nós. Todos os inimigos serão resistidos e os venceremos.
O grande desafio de Josué era o de ensinar a seus irmãos essa grande verdade. Mesmo quando os momentos de Israel na nova terra fossem os mais difíceis, como passar o vale do Jordão, Deus é quem lhes ofereceria a vitória e não apenas os seus esforços.
A razão de crermos que a nossa vida com Deus é a melhor está baseada no fato de crermos em Deus e não em nós; em sua força e não na nossa; no seu amor por nós.

Conclusão
Acredito que nosso desafio é grande, mas podemos acreditar que é possível mostrar ao nosso mundo muito mais. Vivemos em uma sociedade completamente indiferente a Deus e distante cada vez mais dos valores que pregamos. Isso não será nada, se tivermos verdadeiro amor a nos mover.
Conhecer o amor de Deus por nós e amar os outros, além de amar a Deus de forma prática, amando a sua palavra. Isso nos moverá no caminho e fortalecerá os nossos passos.

Oração
Aumente o nosso amor! Amém.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Toda mensagem escrita é apenas um registro. O sermão bíblico de fato é único, como um rio que passa e muda a cada instante. Um sermão só pode ser pregado uma única vez. Caso seja repetido em outro púlpito, ainda que use os mesmos registros, será outro, por várias razões: a) o pregador nunca é o mesmo, pois está sendo transformado a cada mensagem que prega; b) os ouvintes são outros; c) o Espírito é o mesmo, mas é dinâmico e aplica o que quer aos corações.
Obrigado por ler estes pequenos e falhos esboços!