22 de dezembro de 2013

Marcos 1.1-5

O Evangelho no Deserto


Foco da Nossa Condição Decaída

Jesus Cristo é a resposta de Deus para o deserto da existência humana vazia e inóspita. Nesse texto, o Senhor chama o seu povo para um novo começo, cheio de vida e do derramar da graça de Deus. Os que ouvem a voz do evangelho poderão viver dias de grande mudança. 


Introdução

Um dos problemas enfrentados em nossos dias é a desertificação. Alguns lugares do mundo, estão se tornando em lugares impróprios para a vida, porque, aos poucos estão se tornando em desertos. No Brasil, todas as regiões, de Norte a Sul, temos lugares que estão se tornando em desertos. 
Deus se utilizou de várias figuras para ensinar a respeito do nosso relacionamento com ele. Uma das figuras que mais exemplificam o viver do homem sem Deus é o "deserto". 
O deserto fazia parte da vida dos palestinos. Era um lugar que apontava para um dos mais significativos momentos da sua história, a caminhada de Moisés e o do povo por quarenta anos, aguardando a terra que mana lei e mel. 
Deus desejava usar essa figura para fazer o seu povo lembrar de como é ruim viver em um lugar caótico, inóspito, cuja habitação é precária e a vida difícil. O texto que temos diante de nós é uma referência ao começo da vida pública de Jesus. Antes mesmo do início do ministério público de Jesus, Deus cumpriu a profecias de Isaías enviando uma voz, João Batista, ele clamava no deserto e chamava o povo de Deus ao arrependimento, por que era chegado o reino de Deus. 
Quando vivemos sem Deus, descobrimos que a vida pode se transformar em um grande deserto. Podemos ir, aos poucos, aprendendo o mal que faz afastar Deus dos nossos planos, do nosso dia-a-dia e dos nossos ideais de vida. O deserto não se faz em um dia, ele vai se intensificando e se espalhando.


Para Que a Vida Não Seja Um Deserto, Precisamos Admitir o Deserto

A profecia que emoldura o texto de Marcos 1.2-6 é Isaías 40.3. Ela aponta para um tempo, como temos visto, nas pregações em Miquéias, para um tempo desértico na relação dos homens com Deus. 
O problema não era a falta de religião, mas a própria falta de Deus. Eles o  buscavam, criam nele, mas o seu coração não se rendia ao Senhor. Eles se serviam de Deus e não estavam dispostos a integrar a vida toda à vontade de Deus. 

Voz do que clama no deserto - Com essa expressão, o que o Senhor enfatiza é que o lugar onde o Evangelho de Jesus é pregado não é um lugar maravilhoso, mas um deserto. 
Deus vem ao deserto para chamar o homem ao caminho da transformação. Todas as vezes que nos fechamos e perdemos de vista a desertificação da nossa vida, nos tornamos presas fáceis dos efeitos devastadores do pecado. 
A chegada de Jesus, o transformador do deserto, é antecedida pela chegada da percepção do deserto, a isso chamamos de o processo de arrependimento, quebrantamento do coração. 

Apareceu João Batista o deserto - Deus, propositadamente, envia João Batista a clamar literalmente no deserto. Ele não cumpre a profecia apenas por que prega no deserto, mas porque deserta era a vida do povo de Israel nos seus dias. 
Nos dias de João Batista, havia corrupção na terra, quem dominava eram os romanos e as autoridades religiosas eram corruptas, o templo era o de Herodes e o sacerdócio não seguia a linhagem bíblica. A pregação de João, era ilustrada pelo próprio lugar onde ele pregava.

A admissão da desertificação é um dos indícios mais claros de que estamos caminhando para o processo de restauração. Precisamos, abandonar todo e qualquer orgulho, pois isto desertifica a nossa vida. Também precisamos de um genuíno quebrantamento vindo de Deus, que proporcione o rompimento como quadro devastador da nossa alma, do nosso relacionamento com Deus. 


Para Que a Vida Não Seja Um Deserto, Precisamos de Uma Correção do Caminho

A profecia de Isaías, repetida por Marcos, emoldurou também a mensagem de João Batista. O seu conteúdo era: 

Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas -  ainda que a chegada de Deus na nossa história não dependa de nós, o próprio Deus deseja que nosso coração seja estimulado a buscá-la. O profeta Isaías, tanto quanto muitos outros, clamou pelo retorno do coração do povo de Deus à sensatez e ao próprio Deus. 
O clamor da profecia era para que todos os homens preparassem o caminho do Senhor e o fariam por uma correção de seu caminho. O que chamamos de conversão a Deus. 
Buscai o Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. Deixe o ímpio o seu caminho, o iníquo os seus pensamentos; converta-se ao Senhor, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar (Isaías 55.6-7). 
Pregando batismo de arrependimento para a remissão de pecados  - a mensagem pregada por João era direta e ia ao ponto central. Ele não chamava a desertificação da vida e do relacionamento com Deus de "enfraquecimento da fé", não a chamava de "uma diminuição do interesse"... Ele dizia que os homens estavam dominados pelo "pecado". Ele os exortava a não se presumirem santos, mas a reconhecerem seus pecados e buscarem caminhos novos para os pés. 
Dizia ele, pois, às multidões que saiam para serem batizadas: Raça de víboras, quem vos induziu a fugir da ira vindoura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento e não comeceis a dizer entre vós mesmos: temos por pai Abraão; porque eu vos afirmo que destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão (Lucas 3.7-8). 
Meus irmãos, novas atitudes devem compor a nossa vida com Deus. Novas atitudes são necessárias para evitar a desertificação da vida com Deus. Muitas vezes, vejo as pessoas orando e pedindo transformações na sua vida e na vida de outras pessoas queridas. 
Acredito que as orações sejam uma parte muito importante da nossa vida, mas elas não podem ser um fim em si mesmas. Não poderemos dizer a Deus que nossa vida não se transformou porque ele não atendeu às orações. 
Deus nos chama a viver para ele e a buscá-lo. Deixar o  mal caminho e se converter ao Senhor. O arrependimento é composto de duas coisas: reconhecimento e mudança. 


Para Que a Vida Não Seja Um Deserto, Precisamos de Jesus Cristo, o Filho de Deus

O verso primeiro é uma introdução à mensagem de todo o Evangelho. Marcos, escreve seu evangelho com a perspectiva de toda a obra de transformação que Deus pode fazer e esta obra está centrada na vida de Jesus Cristo. 

Princípio do Evangelho de Jesus Cristo Filho de Deus - Jesus Cristo é o centro da experiencia transformadora e da mudança do Evangelho em manancial de águas. Marcos coloca em destaque a figura de Jesus como o Filho de Deus. 
Também os espíritos imundos, quando o viam, prostravam-se diante dele e exclamavam: Tu és o Filho de Deus! (Marcos 3.11). 
Quando, de longe, viu Jesus, correu e o adorou, exclamando em alta voz: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? (Marcos 5.6-7).
O centurião que estava em frente dele, vendo que assim expirara, disse. Verdadeiramente, este homem era o Filho de Deus (Marcos 15.39).
Todos estes testemunhos vinham de estranhos à experiência com Deus. Marcos prefere nos mostrar a insensatez do povo de Deus quando não percebe isso. Precisamos voltar nosso olhar para a nossa realidade e perceber os desertos do nosso relacionamento com Deus, mas, em seguida, precisamos olhar para Cristo Jesus e notar o seu poder transformador. 

Saia a ter com ele toda a província da Judéia e todos os habitantes de Jerusalém; e, confessando os seus pecados eram batizados no rio Jordão - Algumas agências de viagem proporcionam uma viagem para Israel e muitos desejam ir até as margens do Rio Jordão para se batizar. 
Na verdade, esse gesto, muitas vezes, cheio de fé, carece de qualquer significado bíblico. O que devemos também lembrar é que o batismo para o qual o Senhor nos chama é o de arrependimento dos nossos pecados e o início de uma vida nova, com transformações. Isso só pode verdadeiramente ocorrer quando Cristo é o centro da nossa experiência. 
Evidentemente, como veremos no texto que segue, o batismo de João tinha como propósito a mudança e a reaproximação dos homens a Deus, por meio de Cristo Jesus. 
Eu vos tenho batizado com água; ele porém, vos batizará com o Espírito Santo (Marcos 1.8). 


Conclusão

O Natal é revestido de forma muito especial desse significado de mudança. Quero chamá-los a uma profunda reavaliação da sua vida com Deus. Essa é uma das épocas mais oportunas para uma reaproximação com Deus, afinal, além do Natal nos fazer olhar para Jesus como o centro da vida, também nos aproximamos do recomeço do ano novo. 
Evite a desertificação da sua vida, voltando a traçar caminhos para uma vida cheia da presença de Jesus Cristo. Deus o chama a viver para ele e a fazer caminhos direitos para os seus pés. 

Aplicação Para a Igreja Presbiteriana de Vila Formosa

Caros irmãos, a nossa missão como Igreja é proclamar a mensagem do Evangelho. Devemos nos tornar pessoas conscientes de nossos próprios desertos, mas ao mesmo tempo, ser os primeiros a caminhar na direção certa. 
Deus nos tem abençoado, mas também tem nos provado muito. Muitos irmãos e irmãs vivem momentos difíceis. Somos tão susctíveis à desertificação quanto qualquer um. Por isso, devemos buscar a vida com Deus de forma insistente, contínua. 
Quero estimulá-los a pensar com toda a seriedade nessas coisas da nossa vida com Deus e a tomarem decisões que promovam significativas e positivas mudanças. Em nossas casas, voltemos a Deus. Em nossos planos, voltemos a Deus. Em nossas atitudes, voltemos a Deus. 

Oração

Conceda o fim de toda a desertificação.

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Toda mensagem escrita é apenas um registro. O sermão bíblico de fato é único, como um rio que passa e muda a cada instante. Um sermão só pode ser pregado uma única vez. Caso seja repetido em outro púlpito, ainda que use os mesmos registros, será outro, por várias razões: a) o pregador nunca é o mesmo, pois está sendo transformado a cada mensagem que prega; b) os ouvintes são outros; c) o Espírito é o mesmo, mas é dinâmico e aplica o que quer aos corações.
Obrigado por ler estes pequenos e falhos esboços!