31 de dezembro de 2013

Marcos 1.12-13

Lições da Tentação de Jesus Para o Ano Novo

 

(Por ocasião da virada do ano de 2013-2014)

 

Introdução

A virada para um novo ano é sempre uma grande oportunidade para todos nós, pois proporciona um ponto de chegada e um novo ponto de partida. Na verdade, oportunidade igual todos nós temos todos os dias. Afinal, sempre é possível encerrar fases da nossa vida e procurar começar ou recomeçar coisas.
Iniciar um novo ano pode ser uma oportunidade para dar inicio a algumas mudanças em nossa vida. Acredito que cristãos devem estar interessados em uma vida mais adequada, que mantenha intensa coerência entre fé e atitudes.
Bem, se você deseja começar bem este ano de 2014 e pretende iniciar coisas novas, esta noite desejo abordar um texto que também era o começo de uma nova fase. Trata-se do texto que inaugurou o ministério público de Jesus Cristo.
Parte da dificuldade que temos de implementar novas perspectivas para a nossa vida tem a ver com o fato de que muitas vezes, a boa vontade para mudanças não é suficiente pela falta de maturidade de percebemos as dificuldades da vida.
Quando propomos mudanças sem encarar os fatos com realidade, muitas vezes, nossas propostas não possuem a força necessárias para nos fazer saltar as barreiras. Como um atleta que salta à distância, precisa de empreender uma corrida para o seu alvo, pensando na distância e no tamanho do vão a ser vencido.
Logo após o seu batismo, Jesus Cristo foi impelido ao deserto, onde, por quarenta dias fez jejum e foi tentado. O ministério público de Jesus teve este início e algumas lições aprendidas aqui podem muito nos ajudar a vivenciar os novos começos de 2014 com maturidade.

Jesus Nos Ensina a Iniciar Novas Fases Com Uma Visão Bastante Realista da Vida


Uma das situações que nos chama a atenção no início do ministério de Jesus é que ele teve início em uma imersão no deserto. A questão que nos chama a atenção é que ele foi impelido a esta situação depois de ter sido exaltado pelo próprio Pai e o Espírito Santo.

Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo (Marcos 1.11).

Há um contraste bastante grande entre o que aconteceu às margens do Jordão e o texto que se segue. Ele é louvado pelo Pai, mas em seguida levado ao deserto para ser tentado.
Jesus não teve tempo de olhar para o seu momento positivo e descansar nele. Logo voltou à dura realidade.  O próprio texto é construído de uma maneira a mostrar que a transição de um momento para o outro foi rápida.
E logo o Espírito o impeliu para o deserto
Existe uma certa tendência a desejarmos desfrutar dos momentos de vitória, ou dos nossos grandes momentos de forma a nos esquecermos da realidade na qual estamos de fato inseridos.
Quando traçamos planos novos e decidimos a respeito de mudanças na nossa vida, não podemos nos conformar com o momento da decisão, como um grande momento. Não podemos viver do sonho do momento da decisão de mudança, as mudanças precisam de atitudes que levem em conta a realidade em que de fato vivemos.
Este é o meu filho amado em quem me comprazo - essa expressão tinha de ser completada pela realidade de Jesus, viver em meio ao deserto. Estamos falando do fato de que o grande ministério do Amado é provado em condições adversas. Ele é Filho Amado porque sabe vencer o deserto.
Jesus encarou o deserto como o seu verdadeiro campo, como o seu ministério. Precisamos de atitudes realistas para a nossas mudanças. Se você já sabe onde é necessário mudar, não adianta apenas sonhar com a mudança, ela precisa estar inserida no contexto da sua realidade.
Você deseja ser um crente que tenha mais comunhão com Deus. Então, avalie a sua realidade atual e comece a mudar o que é importante para poder ter mais comunhão com Deus. O que falta é tempo, então este é o seu deserto e você precisa mudar exatamente isto. Se o seu problema com a falta de comunhão está concentrada em uma deficiência no seu conhecimento da Escritura, então, o seu problema está aí.
Enfim, Jesus tinha de exercer o seu ministério no deserto, porque ele tinha de nos salvar no deserto. Ele precisava ser tentado para poder nos socorrer em nossas tentações. E não alcançaria o objetivo do seu ministério se adiasse ou não tivesse a sua experiência no deserto.
É preciso uma visão realista do que realmente a nossa vida precisa e nossas decisões precisam ter as atitudes necessárias.
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Jesus Nos Ensina a Iniciar Novas Fases Com Uma Visão Clara de Que Deus é Quem Dirige Nossas Experiências


E logo o Espírito o impeliu para o deserto onde permaneceu quarenta dias - O verbo ekibalo (lançar) é usado para mostrar que uma força externa é aplicada sobre um ponto. Não se trata de pensar que Jesus foi obrigado, ele o fazia voluntariamente, mas foi conduzido pelo Espírito ao deserto.

Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi guiado pelo mesmo Espírito, ao deserto (Lucas 4.1).

Lucas nos dá uma dimensão do fato de que Jesus foi compelido, ou guiado pelo Espírito, pelo simples fato de estar cheio do Espírito Santo.
Precisamos começar nossas novas fazes sob a intensa direção de Deus, por outro lado, devemos começar a considerar o fato de que os caminhos que iremos andar são resultado da vontade de Deus e isso implica em que nossos projetos considerem cada nova realidade dada por Deus, com submissão e humildade.
Jesus Cristo, podemos dizer, teve a sua vida toda em meio ao deserto. Sua experiência de humilhação estendeu-se por toda a sua vida humana, mas ele sempre entendeu cada momento da sua vida na perspectiva da vontade de Deus.

 

 

 

 

Jesus Nos Ensina a Iniciar Novas Fases Com Uma Visão Clara de Que é Preciso Perseverar em Momentos Adversos


E logo o Espírito o impeliu para o deserto onde permaneceu quarenta dias, sendo tentado por Satanás - Jesus Cristo permaneceu no deserto sendo tentado. Esta frase implica no fato de que Cristo Jesus foi perseverante em meio à situação adversa em que foi inserido pela vontade de Deus e pela necessidade de cumprir o seu ministério.
A expressão “permaneceu” é o uso de um verbo de uma maneira que indica que Jesus tomou a decisão de permanecer naquelas condições.
O fato de ser um número tão significativo “quarenta dias”, o que logo nos faz lembrar de Elias ou de Moisés que também ficaram este tempo jejuando. Marcos nem cita o jejum, na verdade não dá detalhes da tentação. O seu propósito é destacar o tempo e a situação em si.
Importa que percebamos o ponto de que Jesus Cristo não recuou. O ministério de Jesus não poderia ser completado sem essa decisão clara de enfrentar todas as condições adversas com perseverança.
Quando foi mais duro seguir adiante, Jesus orou e pediu a Deus que passasse dele o cálice, mas logo afirmou: contudo seja feita a tua vontade.
Decida, mude e persiga o seu alvo. Muitas serão as tentações para todo tipo de inversão de valores e planos. Não sonhe com um ano sem lutas, mas esteja pronto a enfrentar as adversidade por causa do seu novo projeto de vida com Deus.

Jesus Nos Ensina a Iniciar Novas Fases Com Uma Visão Clara de Que Deus Sempre Nos Socorrerá


E logo o Espírito o impeliu para o deserto onde permaneceu quarenta dias, estava com as feras, mas os anjos o serviam - Meus irmãos, Jesus não andou no deserto sem uma certeza em seu coração: Deus estava com ele.
Ele era o filho amado do Pai e manteve essa convicção em cada momento de sua vida. Uma única vez ele se espantou quando essa realidade não se tornou clara para ele, na cruz.
Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste? - Essa foi a única vez em que Jesus procurou a marca fundamental da sua vida humana e não a encontrou: a presença de Deus.
Ao contrário de Jesus, que era puro e santo, nossa vida de comunhão com Deus é muitíssimo influenciada pela presença do pecado. O que a tentação de Jesus nos ensina é que devemos enfrentar todas essas situações adversas mantendo uma certeza de fé: Deus está conosco.
Esteve com as feras, mas os anjos o serviam - A frase foi construída para ser uma expressão de contraste evidentemente. Em meio as dificuldades próprias do deserto e dos maiores perigos, podia contar com a providência divina.
Esta é a lição mais importante para nosso novo ano. Devemos manter a consciência de que, não importa o que acontecer, a nossa comunhão com Deus é o sustento necessário.

Conclusão

Todos podemos e devemos fazer planos que incluam uma vida mais próxima de Deus. A vida sem Deus é um enorme deserto que precisa ser enfrentado com realidade e, portanto, devemos atingir os aspectos reais da nossa situação.
Devemos observar com cuidado o fato de que a vontade de Deus estará operando em cada momento da nossa vida, ele está nos guiando, mesmo em meio as mais violentas tentações e provocações para que mudemos a nossa direção no encontro com Deus.
O grande desafio de todo o trabalho da nossa tarefa de existir como filhos de Deus em 2014, é o de continuarmos a viver à sombra da certeza de que Deus está conosco todos os dias.

Oração

Ajuda-nos a viver, cada dia, na tua presença, desfrutando dos teus cuidados e caminhando na direção de viver em comunhão contigo.
Amém.



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