11 de julho de 2018

Ezequiel 43.10-17 - IP Tatuapé

Uma Igreja Segundo As Medidas de Deus 
Ezequiel 43.10-17
(Sermão Pregado na IP Tatuapé em Julho de 2018 – Por Ocasião da Minha Participação no Processo Seletivo Para o Pastorado de 2019)


Caros irmãos, temos diante de nós um desafio maior esta manhã. Primeiro, porque temos o dever de nos conhecer e o fazemos neste momento de contato. Claro que estou muito feliz de estar aqui com os irmãos e um tanto desconcertado, pois para mim, sem dúvida alguma, uma situação diferente. 
Mas nosso maior desafio não é este. Nosso maior desafio é que estamos aqui, com todo este processo de sucessão pastoral nos abraçando nesta hora, mas temos o dever de honrar a Deus acima de tudo e fazer desta hora, um momento oportuno para ouvirmos a voz do Criador. 
Meu compromisso maior aqui não pode ser o de apresentar a mim mesmo para os irmãos, meu compromisso é o de ser portador da mensagem de Deus e apresentar a vontade do Senhor aos irmãos. O compromisso dos irmãos não é o de me ouvir e eu peço que todos se dominem muito bem nisto. Os irmãos vieram para ouvir o Senhor e Ele deve ser o centro de sua atenção nesta hora. 
Vamos pedir ao Senhor que nos guarde de errarmos o alvo neste momento e nos proteja de nós mesmos, para que ouçamos sua voz e somente a Ele glorifiquemos nesta hora. 

Introdução
O profeta Ezequiel viveu em um tempo bastante difícil da história do povo de Israel, o exílio babilônico. A principal mensagem da sua profecia está ligada ao tema da “glória de Jehovah” que havia abandonado o templo (Ez 10.18-20). Esta visão foi a mais terrível que o sacerdote Ezequiel poderia ter tido, porque ela indicava o mais alto grau de repúdio que Deus tinha para como os pecados do seu povo, deixa-lo. 
O mais significativo do exílio babilônico, portanto, não foi o fato de serem deportados para uma terra estranha, mas o saberem que o seu Deus deixado o lugar onde se revelava vazio. O Templo não somente foi destruído, mas tornado completamente sem sentido e isto indicava que o próprio povo de Israel era um povo vazio, uma videira estéril e inútil (Ez 15.1-8). 
Eles tinham se tornado um povo vazio e cultivaram uma relação estéril com o Senhor, porque haviam perdido o ponto central de sua relação com Deus. Eles haviam deixado que sua realidade de comunhão com Deus se tornasse apenas uma parte de sua vida. Eles elevaram outras prioridades e perderam a percepção da importância da sua relação com Deus. 
Vejam alguns textos de mais tarde procurem os próprios irmãos para que percebam qual era a prioridade do profeta Ezequiel nesta mensagem (Ez 5.13; 6.10, 13, 14; 7.4, 9, 27; 12.15,16, 13.9, 14, 21, 23; 14.8; 15.7 etc...). Até o capítulo 39, temos quase 40 citações da expressão: SABERÃO QUE EU SOU O SENHOR, ou semelhante a esta. 

Muitas vezes, nas Escrituras Deus mostra a seu povo que ele perde a sensibilidade e a percepção da verdade sobre a sua própria existência como criação de Deus. Eles perderam, muitas vezes, a percepção de que sua principal tarefa na vida era a amar a Deus sobre todas as coisas. O profeta Isaías e outros profetas acusaram essa situação: 
Criei filhos e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim. O boi conhece o seu possuidor, e o jumento o dono da sua manjedoura, mas meu povo não tem conhecimento, o meu povo não entende (Is 1.2-3). 
Jesus Cristo exortou seus discípulos a manter a relação com Deus em alta prioridade. Ele lhes ensinou que é impossível amar a dois senhores e neste contexto declarou: 
Buscai, pois, em primeiro lugar o meu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas (Mt 6.33).
Este é o problema enfrentado pelo profeta Ezequiel, o problema de um povo que acha que sabe tudo de Deus, tudo de templo e que confiava que tinha sua relação com Deus em um bom lugar na sua vida, mas tinham, há muito perdido o mais importante e não perceberam, como estavam vazios, cegos, pobres e nus. 
A segunda parte da profecia de Ezequiel, apontava para essa desolação e isso está principalmente ilustrada no capítulo 37, na visão do “Vale de Ossos Secos”. Deus quer que seu povo reconheça esse vazio e este sentimento de completa impotência que a falta de Deus provoca em nossa vida. Neste ponto a profecia sofre uma mudança de foco e caminha guiada por uma pergunta: “Filho do homem, acaso, poderão reviver estes ossos?” (Ez 37.3). 
A partir do capítulo 40, vinte anos após o início do exílio, o profeta tem uma visão da “Restauração do Templo” e indica um tempo em que a comunhão entre Deus e o seu povo seria completamente renovada. Uma descrição detalhada das formas e medidas do templo foram dadas ao profeta até chegar ao ápice da profecia: “A glória do Senhor entrou no templo, pela porta que olha para o oriente (...) e eis que a glória do Senhor enchia o templo” (Ez 43.4-5).
Claro que nós irmãos, não podemos nos esquecer de que precisamos olhar para estas realidades com as lentes aumentadas do Novo Testamento e a percepção não das sombras, mas das verdades realizadas em Cristo Jesus. Claro que o Templo descrito nestas passagens tem um sentido muito maior do que uma grande construção na Cidade de Jerusalém, mas o verdadeiro templo, a verdadeira morada de Deus é a vida do Crente. 

Como estarei com os irmãos por dois momentos hoje, agora pela manhã e à noite, escolhi esta passagem justamente porque ela nos remete a compreensão do que é ser Igreja de Cristo. 

Dos versos 10 a 17, Ezequiel nos fala do templo e de sua estrutura geral, vamos pensar nesta parte como estivéssemos olhando para a Igreja em sua cena coletiva. Dos versos 18 a 27, percebemos que o foco da passagem muda e sai das estruturas físicas do templo e recai sobre a obra do sacerdote, aqui, nossa cena será um enfoque para a individualidade do nosso sacerdórcio real. 

Na cena geral, o ponto central desta visão era o altar do sacrifício. O lugar onde o nome do Senhor era principalmente honrado com o seu povo, por meio da entrega completa do mais puro sacrifício. Devemos considerar que o profeta esta tendo uma visão gloriosa de que Deus não abandona o seu povo, mas esta reaproximação só acontecerá nos termos de Deus e não nos do homem. Esta lição precisa ficar clara! Não podemos imaginar que sabemos tudo de vida com Deus, que somos especialistas em comunhão com o Altísismo, se nossa percepção não é humilde e comandada pelos critérios de Deus. Não é à toa que muitas vezes nossas orações são vazias, que nossa vida com Deus é burocrática e que não há poder em nossa relação como Senhor. Porque as medidas que estamos levando em consideração não são as medidas dele para nós, mas ao contrário, nós estamos impondo medidas a Deus. 

A Nossa Realidade Como Igreja de Deus é Estabelecida e Balizada Segundo o Padrão de Deus e Não o Nosso

Tu, pois, ó filho do homem, mostra à casa de Israel este templo, para que ela se envergonhe das suas iniquidades; e meça o modelo (Ezequiel 43.10).
Meus irmãos estamos com o profeta Ezequiel olhando para dentro do interior do Templo, do lugar do relacionamento de Deus com o seu povo. Agora, estamos olhando para o centro desta relação, o lugar do grande holocausto, o lugar do sacrifício o altar interior, o grande lugar onde a oferta que entregamos a Deus atinge o ponto culminante do significado do nosso relacionamento com Deus. 
O que temos diante de nós é uma descrição do altar interno, mas devemos pensar além da ideia de uma descrição de uma construção, para um símbolo do relacionamento de Yaweh com seus filhos, uma ilustração do que Deus espera de nós. 
Aqui, neste verso 10, destacamos especialmente o fato de que Deus quer que Israel saiba qual é o seu projeto e que o siga. Porque o relacionamento que Yahweh quer ter com seus filhos não pode ser baseado na estética de seus filhos, mas no seu padrão. 
Tu, pois, o filho do homem, mostra à casa de Israel este templo – Beith Habbayti – Templo – Literalmente, lugar da convivência, lugar onde a família mora ou CASA DA MORADA, casa do relacionamento. O profeta é convocado a tornar exposta a vontade de Yahweh  e o padrão desta morada. Claro que Deus não está preocupado com tamanho físico do templo, aliás, jamais esteve, Deus usou a construção templo e todo os seus detalhamentos sempre como uma ilustração da sua vontade para a vida do seu povo. 
Para que ela se envergonhe de suas iniquidades – o templo era uma construção que tinha por finalidade expor, em sua arquitetura, a polaridade díspare entre a “santidade de Deus” e a “pecaminosidade humana”. Asafe percebe a santidade de Deus e a pecaminosidade do homem no salmo 73, quando ele atenta para a verdade quando é impactado pela construção do templo. 
Em só refletir para compreender isso, achei mui pesada tarefa para mim; até que entrei no santuário de Deus e atinei com o fim deles (Sl 73.16-17). 
 Deus precisa que atentemos para a grandiosidade da sua santidade, se queremos que nosso relacionamento com ele seja perfeito. Precisamos balizar nosso relacionamento com Deus pela santidade dele e não pela nossa própria percepção de pureza. Porque a pureza de Deus é absoluta e a sua simples presença revela nossas contaminações. Como naquelas propagandas de alvejantes, que os autores das propagandas, apresentam uma roupa branca e depois colocam uma alveja com o seu produto e você percebe que aquele branco primeiro, não é tão branco assim! Yahweh está dizendo ao profeta, fala para eles do meu templo para que reflitam sobre sua própria pecaminosidade. 
Meça o modelo – de fato, tudo o que precisamos pensar sobre nosso relacionamento com Deus precisa desta profunda reflexão, que tem como medida a própria santidade de Deus. Irmãos, em geral erramos muito, tendo como ponto de partida nós mesmos. Somos tão presunçosos! Somos tão arrogantes!! Quase sempre estamos contentes conosco mesmos e tentamos medir a vida com Deus por bases medíocres de nossa própria santidade. Por isso, é que a Escritura nos acusa de cegueira e nudez. 
Pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu (Ap 3.17).
O PROFETA CHAMA O POVO A PENSAR NO SEU RELACIONAMENTO COM DEUS BALIZANDO-O PELAS MEDIDAS DO SENHOR E NÃO PELAS SUAS PRÓPRIAS. 

A Nossa Realidade Como Igreja de Deus Aponta Para a Influencia Que Precisamos Estabelecer Com Tudo ao Nosso Redor 

Envergonhando-se eles de tudo quanto praticaram, faze-lhes saber a planta desta casa e o seu arranjo, as suas saídas, as suas entradas e todas as suas formas; todos os seus estatutos, todos os seus dispositivos e todas as suas leis; escreve isto na sua presença para que observem todas as suas instituições e todos os seus estatutos e os cumpram. Esta é a lei do templo; sobre o cume do monte, todo o seu termo ao redor será santíssimo; eis que esta é a base do altar (Ezequiel 43.11-12). 
Nestes versos, ao profeta é proposto uma outra atitude. Veja, no verso 10, eles deveriam tomar a medida de Deus para perceber sua própria pequenez, sua falta diante de Deus, sua carência... Aqui, nos versos 11 e 12, especialmente no 11, a proposta é diferente. Eles deveriam partir de sua percepção e pequenez para uma atitude de adequação. 
Envergonhando-se eles de tudo quanto praticaram – (Nicklemu – calam) Serão envergonhados pelo que praticaram e estarão aptos para olhar ao redor. Esta é a expectativa de Yahweh, que seu povo seja conduzido para fora de si, percebendo-se tão sujo e desejem se adequar para servir a Deus. Desta forma, o próximo passo é o conhecimento da expectativa de Yahweh. Por isso, o profeta é conclamado a fazer conhecida a planta do templo. 
Faze-lhes saber a planta desta casa – Dar conhecimento da planta, de toda a estrutura, todos os caminhos do templo, como entrar, como sair, o que ele possuir de dispositivos para o seu uso – toda esta linguagem arquitetônica é usada para falar do modo de relacionamento que o Senhor quer desenvolver entre ele e seu povo. Por isso, estas descrições também são dadas como uma “Torah” (Instrução – Lei). 
Escreve isto para que observem e cumpram – Esta linguagem é tomada do Pentateuco, do Deuteronômio e do livro de Êxodo e Levítico... Uma linguagem de lei que fornece o padrão para a vida de relacionamento com Yahweh. Irmãos, estamos diante de um texto não de descrição física da construção o templo, mas de um chamado para adequar a vida ao padrão de santidade de Yahweh. A GLÓRIA deixou o templo quando o pecado do povo se agravou, ela agora volta ao templo nos seus termos e não nos termos dos homens.
Esta é a lei do templo todo o seu termo ao redor será santíssimo – Não existe relacionamento com Deus se ele não for estabelecido e balizado pelas medidas de Deus, o sinal de que estamos vivendo com Deus é que estamos dispostos a santificar tudo que está ao nosso redor. 
Eis que esta é a lei do templo – nesta repetição, podemos entender que ele esteja então apontando para o assunto que vem a seguir, mas também podemos imaginar que o texto deseja reafirmar que este padrão divino é sério e portanto, faz os leitores, compreenderem a seriedade do que Deus está requerendo. 
Tudo ao redor da vida do filho de Yahweh precisa refletir e ser atingido pela santidade do nosso relacionamento com o Pai. Lembre-se de Moisés, todas as vezes que descia do Monte de Deus. Ele resplandecia e as pessoas sequer conseguiam olhar para o seu rosto, porque a glória de Deus era vista fisicamente no brilho que ele carregava deste contato com Yahweh. Obviamente não devemos pensar que a glória de Deus possa ser vista fisicamente nos mesmos termos, mas a glória de Deus precisa ser vista na santidade que permeia a vida do crente e tudo o que está ao seu redor. O modo santo com que nos relacionamos com a vida, em tudo o que fazemos e como vivemos. 
Muitas vezes irmãos, a marca que imprimimos na realidade que está ao nosso redor, revela muito mais a nossa pecaminosidade que a glória santa do Deus a quem servimos. Isto é só um sinal de que nosso relacionamento não está sendo vivido nos termos de Deus. Trata-se de uma consequência natural, viva a vida nos termos de Deus e tudo o seu redor será impregnado por isto! Pense muito sobre o que você vê a partir de como você vive, quando não está aqui, onde supostamente sua vida é santa. Pense no que está ao redor e pense sobre o que está no interior do seu coração. 

A Nossa Realidade Como Igreja de Deus Exige Uma Elevada Consciência de Entrega Total e Absoluta da Vida a ELE

São estas as medidas do altar, em côvados, sendo o côvado de côvado comum e quatro dedos; a base será de um côvado de altura e um côvado de largura, e a sua borda, em todo o seu contorno, de quadro dedos; está a base do altar. Da base, na linha da terra, até a fiada do fundo, dois côvados, e de largura, um côvado; da fiada pequena até à fiada grande, quatro côvados, e a largura um côvado. A lareira, de quatro côvados de altura; da lareira para cima se projetarão quatro chifres. A lareira terá doze côvados de comprimento e doze de largura, quadrada nos quatro lados. A fiada terá catorze côvados de comprimento e catorze de largura, nos seus quatro lados a borda ao redor dela, de meio côvado e a base ao redor do altar se projetará um côvado. (Ezequiel 43.13-17). 
Nesta última parte do texto, encontramos uma narrativa descritiva do altar. Até aqui, ele trabalhou conceitualmente e agora passa a dar uma descrição da sua visão em termos completamente práticos e narrativos. Isso nos confunde um pouco, porque em geral, temos a tendência de considerar que estes textos não têm muita importância, afinal, não vamos construir um altar, nem precisamos mais. Contudo, esta descrição está carregada de significado importante e precisamos encontra-los. Claro que em textos de natureza descritiva que precisam ser interpretados conceitualmente, podemos perder alguma coisa pelo empobrecimento ou o exagero. Vamos, portanto, atentar ao prático e o mais simples. 
Côvados e altura – minha principal preocupação não é com a medida em si, como disse, não pretendemos e não precisamos construir este altar, então, não vou entrar no mérito sobre o que é côvado, de côvado comum. Ele está apenas dizendo que a medida era a mais simples que eles conheciam.  O mais importante deve ser visto no fato de que a construção do altar deve receber um especial destaque, porque se trata de algo que deve ficar elevado e centralizado.
Esta construção está em destaque na arquitetura do prédio, ela nasce do chão e se eleva à quatro côvados de altura. Ela é observada como algo importante, especial que deve chamar a atenção. Esta construção central na entrada do templo é um ponto de passagem que não pode passar despercebido, isto é o que texto indica descritivamente. Esta é a intenção desta obra e de sua descrição. 
Uma lareira para o sacrifício – Neste altar, chama-se a atenção para o fato de que em destaque está a função de lareira do altar e não tanto para a função de lugar da morte do animal. Lembrando que o animal sacrificado era oferecido a seguir em holocausto, isto é, a oferta era totalmente queimada. Ariel – isto é – Lareira de Deus, ou o Altar de Deus. Nesta descrição, o que Yahweh primordialmente coloca em destaque é a entrega total de seu povo a ele próprio. 
O texto descritivo da Lareira do Sacrifício aponta para a necessidade de um relacionamento centralizado na entrega completa da vida a Deus. O profeta está nos conduzindo a pensar sobre o fato de que somos filhos de Deus porque pertencemos a Ele. No Novo Testamento, este entendimento se tornou ainda mais profundo pelo ensino de que Deus nos comprou para si mesmo pelo derramamento do SANGUE DO CORDEIRO. Afinal, todas as sombras que Ezequiel e Moisés descreveram sobre o templos, apontavam para um verdadeiro templo, feito não de pedras e argamassa, mas de vidas compradas pelo sangue de Jesus. Veja a união destes conceitos em 1 Coríntios 6.19-20: 
Acaso não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo (1Co 6.20). 
Isso me faz pensar no sermão que ouvimos a semana passada, baseado em Romanos 12.1-2 – Ofereceis o vosso corpo por sacrifício, vivo, santo e agradável a Deus. 
ESTE É O PONTO, em sua visão, Deus conduz Ezequiel a percorrer os caminhos da volta da sua glória ao templo e diz que esta glória repousa sobre o relacionamento santo que ele quer ter com o seu povo, segundo o seu padrão santo e impregnando tudo ao redor por esta santidade. Mas isto, deve ser considerado a prioridade total, baseada em uma entrega total da nossa vida. 
NÃO PERTENCEMOS A NÓS MESMOS, MAS SOMOS DELE E VIVEMOS PARA ELE. 

Conclusão
Não sei o quanto você consegue perceber a seriedade do que chamamos de VIDA COM DEUS e o quanto isto exige compromisso de nós. Infelizmente, nossa medida de vida com Deus, quase sempre é baseada em nossas percepções e intenções pessoais, quando deveriam ser norteadas pelas instruções de Deus primordialmente. 
Não podemos impor nossas medidas a Deus, temos de estar prontos a permitir que ELE nos molde e nos adeque às suas medidas. Isto é central para que nossa relação de amor a Deus produza o efeito da verdadeira comunhão. Podemos dizer, que as frases que norteiam o pensamento de Ezequiel tomarão forma: SABERÃO QUE EU SOU DEUS. 
Você precisa estar mais disposto a OUVIR AS PRESCIÇÕES DE DEUS em lugar de ficar tentando impor a Deus as suas vontades, pequenas, egocentradas e sujas na maior parte do templo. ESTA É A LEI DO TEMPLO, está a LEI QUE COORDENA A VIDA DE QUEM PERTENCE A DEUS. 
Mas você pode se deparar com sua realidade e notar que você é realmente incapaz desta construção. Talvez, como diz no texto, você realmente, quando olha Deus cara a cara, você se envergonhe de sua iniquidade e isto produz um sentimento de tristeza e impotência. Lembre-se, é Deus quem volta ao Templo e não o Templo que busca a Deus. 
Os seus degraus olharão para o oriente – Note, porém como é que o texto termina. Eles apontam para o Oriente e o que isto significa? Bem, no capítulo 10, foi na direção do oriente que a GLÓRIA DE DEUS DEIXOU O TEMPLO, no capitulo 40, é PELO ORIENTE É QUE A GLÓRIA RETORNA AO TEMPLO. O lado oriente, em si, nada significa, senão que aqui no texto aponta para os atos de Yahweh, isto é, tudo caminha, segundo a vontade de Yahweh. 
Mas o Oriente tem um valor profético e escatológico importante na Escritura: Jesus vem do Oriente. Todas as promessa do Messias, dizem que ele viria do Oriente. 
DO EGITO (ORIENTE) CHAMEI MEU FILHO – Kadim – É O lugar de onde vem a Salvação. Você e eu não conseguimos ser este altar de entrega, de santidade, de influencia, sem Cristo, por isso, o ALTAR E SEUS DEGRAUS SÓ PODEM APONTAR PARA CRISTO, NOSSO ORIENTE. 
Não há verdadeiro relacionamento com Deus se as medidas que usamos para nos regular não forem as de Deus. Se você insiste em viver segundo o seu padrão, o que você colherá é que sua vida não será percebida no altar de Deus, ele não a receberá como um sacrifício. As medidas do altar são de Deus, assim, também as medidas do verdadeiro templo do Espírito Santo, que é a vida do crente, assim, o Senhor nos será propício (Ez 43.27).
Como igreja, somos uma coletividade com o compromisso de deixar nossa coletividade na medida de Deus, influenciar o mundo ao nosso redor, tudo o que tocarmos precisa refletir quem somos, como a cidade e o bairro ao nosso redor. Assim como no texto, também precisamos oferecer a Deus o melhor dos nossos esforços e esta deve ser a prioridade da nossa vida. 
Esta é uma cena que olha primordialmente para nossa tarefa como coletividade santa. Hoje, no final do dia, vamos olhar para a nossa realidade pessoal e nosso sacerdórcio. Vamos focar em como eu e você, damos a nossa contribuição pessoal para que esta comunidade e família da fé glorifique a Deus. 

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