11 de novembro de 2018

Gênesis 3.15

A Primeira Promessa – O Início de Uma Fé Escatológica
Gênesis 3.15

“Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente, este te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar”


Introdução
Quebrada Carthuasanta, no Perú, a mais de cinco mil metros acima do nível do mar é uma parede de pedra em Arequipo, parte da Cordilheira dos Andes. Ali, há uma fenda de mais ou menos um metro, donde flui um veio de água que rola montanha abaixo e que depois de percorrer mais de 6.900,00 se encontra com o mar. Ao se encontrar com o mar, aquela pequena nascente já havia tomado vários nomes, terminando o seu percurso como Rio Amazonas, o mais caudaloso de todos os rios do planeta e o segundo maior em extensão e percurso. 
Gênesis 3.15 é como essa nascente da Quebrada Carthuasanta, uma pequena fenda no alto da montanha que percorre toda a história humana e um dia desembocará na eternidade, percorrendo uma longa extensão histórica, formando um caudaloso rio de bênçãos sobre a humanidade que um dia estará diante do trono, cantando a glória daquele que foi prometido, o Filho do Homem. 
Obviamente a nascente da Quedrada Carthuasanta será fortemente ajudada por mais de 1000 outros veios de água e incontáveis fontes desconhecidas que somam suas forças de água para formar o poderoso Amazonas, que em algum lugar na Amazônia também se chama Solimões e se junta ao Rio Negro, seguindo o seu destino até à pororoca no Oceano Atlântico. 
Também a promessa mãe de Gênesis 3.15 se somará a milhares de pronunciamentos divinos construindo a mente e formando um caudaloso pensamento que nos leva ao Trono da Glória do Cordeiro, onde o Filho do Homem se assenta poderoso e vitorioso. Estes elementos que se agregam são expansões e pensamento, que formam o pensamento que Deus deseja produzir para que o sirvamos pela eternidade. 
Caros irmãos, começamos neste domingo uma série de mensagens e reflexões sobre as promessas bíblicas da vinda de Jesus. São sete domingos que chamamos de “Advento”, que servem à liturgia cristã como um momento de reflexão sobre a vinda de Jesus ao mundo nos preparando para a grandiosa data do nascimento de Cristo. 
Hoje, veremos a promessa mãe e como ela dá startinicial e como delineia as primeiras noções do pensamento que Deus deseja construir em nós, para que o sirvamos por toda a eternidade. 
Gostaria de começar apresentando um conceito que estou trabalhando ultimamente, já há um ano aproximadamente e tenho exposto nos estudos bíblicos sobre o Reino de Cristo, também já falei em algumas Escolas Dominicais. Este é conceito anuncio com o seguinte tema: NO PRINCÍPIO ERA O FIM. A ideia é que o que desde a eternidade Deus desejou não era um homem como Adão, mas ele sempre planejou que sua principal criação, o homem fosse à semelhança de seu filho eterno, Jesus Cristo. 
O homem que Deus sempre desejou ter pela eternidade em sua companhia, adoroando-o por toda a eternidade, era alguém que olharia para o trono com o sentimento de quem foi eternamente salvo pela graça. E essa mentalidade começa na promessa mãe, em Gênesis 3.15. 

Para A Construção de Uma Fé Escatológica Precisamos Estar Conscientes de Que Deus o Pai Pessoalmente Tem Interesse em Nós

“Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente, este te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar”

Porei– O texto é uma palavra do Criador para a serpente. Ele está no domínio da cena deste o momento em que o homem comeu do fruto e percebeu a sua chegada. A palavra de restauração é uma palavra do próprio Deus, ele pessoalmente está interessado em trazer o homem de volta a si mesmo e libertar o homem do jugo do maligno. 
Precisamos considerar com muita clareza que a nossa vida cristã é resultado direto da vontade ativa de Deus. Não podemos tratar a nossa caminhada cristã apenas como algo nosso, como se o Cristianismo fosse apenas um movimento de homens, seguindo um planejamento humano ou resultado ocasional da sociologia humana. 
Os elementos que devem estar impregnados em nossa mente, quando estivermos diante do trono do Cordeiro é a de que aquele resultado final é o resultado prático da vontade de Deus e do seu agir na história. 
Grandes e admiráveis são as tuas obras, Senhor Deus, Todo Poderoso! Justo es e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei das Nações! (Apocalipse 15.3). 
Deus age na história fazendo a sua vontade prevalecer– Deus propõe os caminhos que a história irá percorrer e como ele fará prevalecer a sua vontade e como a sua vida seguirá o curso que Deus tem traçado. 
Precisamos desenvolver esse tipo de fé, que tem paz no que Deus faz e como ele dirige os nossos passos. Irmãos esse amadurecimento da nossa fé é imprescindível para que nos tornemos este povo cheio de fé e que poderá servir ao Senhor com alegria, não importando quais sejam as circunstâncias.
Olhamos para frente, isto é, cremos escaologicamente com paz de que tudo seguirá o curso da vontade de Deus e ele o fará prontamente. Isso nos tranquiliza e isso fortalece nossa fé. 

Para A Construção de Uma Fé Escatológica Precisamos Estar Conscientes da Inimizade Que Há Entre os Filhos da Luz e o Mundo

“Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente, este te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar”

Inimizade entre ti e a mulher– a sequência é dominada por um resultado, uma oposição clara, imposta pela vontade de Deus que deseja que haja uma clara separação entre as duas descendências. 
Meus irmãos, aqui o que temos é que Deus deseja que fique clara uma distinção entre os filhos da luz e os filhos das trevas. Este pequeno veio de fé será completado ao longo da Escritura, quando Deus irá mostrar que tem um povo distinto, escolhido, separado para si e tirado de entre os homens caídos para ser seu povo exclusivo. 
Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a luz (1Pedro 2.9). 
A ferida na cabeça da serpente a ferida no calcanhar– não podemos ler essa passagem sem lembrar da cruz e de como ela se encaixa na história da redenção sendo exatamente ali que o Rei foi ferido de morte, mas também ali que feriu de morte a morte. Ali, ele suplantou o seu inimigo e ali cumpriu o que estava proposto nesta primeira promessa. 
Evidentemente a inimizade que gera essa ferida não pode ser considerada apenas como uma inimizade a Cristo, mas como a todos os que são de Cristo também. A Escritura propõe claramente esse pensamento e isto é o que precisamos saber e conhecer para nos portar neste mundo como filhos da luz e não compactuar com as obras das trevas. 
Pois, outrora éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz, porque o fruto da luz consiste em toda bondade, e justiça, e verdade, provando sempre o que é agradável ao Senhor. E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas, antes, porém, reprovai-as (Efésios 5.8-11). 
Uma fé escatológica consistente, olha para frente com a consciente posição de que estamos colocados neste mundo para sermos a luz do mundo e que temos o dever de viver para Deus, segundo a luz, mostrando sempre a quem pertencemos.

Para A Construção de Uma Fé Escatológica Precisamos Estar Conscientes de Que Jesus Nosso Rei é Vencedor
“Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente, este te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar”

A Ferida na Cabeça– o que precisamos destacar aqui é que essa inimizade não se trata de uma luta de iguais, como se na verdade, o Diabo estivesse de fato com alguma chance de vencer a Cristo. O que temos aqui é o poderoso Senhor dos Senhores, Rei dos Reis, recebendo o mandato de ser o vitorioso da história. 
Evidentemente, qualquer guerra é em si um combate e merece toda a seriedade e consideração cuidadosa da nossa parte. Não estamos em um passei turístico por uma região onde houve uma guerra, nem assistindo um filme de guerra, mas estamos em uma luta verdadeira contra o inimigo de nossas almas, contudo, diante da nossa guerra, há um elemento que deve nos preencher e encher de esperança: JESUS CRISTO É O VENCEDOR. 
A fé escatológica é aquela que se completa em esperança na vitória de Cristo e o efeito disto é CERTEZA E PAZ.
Certeza– esta é a postura que nos faz confiar na palavra de Deus e na sua providência. A própria ideia de promessa tem como objetivo nos fazer ter essa confiança. Em um mundo que nos questiona, que nos imprime a dúvida, que tenta minar nossa fé e desviá-la, precisamos saber e confiar no fato de que estamos ao lado do Senhor, que vencerá. 
Em Cristo, somos mais que vencedores!
Paz– paz é o estado de alma em uma total e completa tranquilidade nos faz viver os momentos sem perturbações. Ainda que haja tempos de guerra, sabemos que um dia, Cristo virá em nosso socorro e nossa vida, nele estará sempre segura. 
A minha paz vos dou! 


Conclusão
Irmãos, note como a promessa mãe está impregnada de ensinos que a Escritura irá desenvolver ao longo do grande percurso da história. Precisamos manter nossa fé sustentada nestes caminhos antigos e firmar nossa esperança nas promessas do Senhor. os
Precisamos confiar no AMOR DE DEUS e no fato de que Ele pessoalmente está interessado em nossa vida. Não devíamos em tempo algum negligenciar isso, não deveríamos, em tempo algum, deixar nossa mente perder isso de vista e nos desviar desse propósito final de sermos o seu povo exclusivo. 
Também precisamos lembrar que precisamos considerar que somos filhos da luz e nunca permitir que nossa vida se construa fora dessa verdade. Sempre devemos pensar em que temos o dever de viver de forma distinta para agradar a Deus sempre. 
Por fim, certeza e paz devem ser o travesseiro do nosso coração, de uma maneira que vivamos de forma serena e comprometida com a verdade, sem nos desviar e sem negociar nossa fé. 
Deus nos conceda graça e nos ABENÇOE!!



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Toda mensagem escrita é apenas um registro. O sermão bíblico de fato é único, como um rio que passa e muda a cada instante. Um sermão só pode ser pregado uma única vez. Caso seja repetido em outro púlpito, ainda que use os mesmos registros, será outro, por várias razões: a) o pregador nunca é o mesmo, pois está sendo transformado a cada mensagem que prega; b) os ouvintes são outros; c) o Espírito é o mesmo, mas é dinâmico e aplica o que quer aos corações.
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