30 de junho de 2010

Atos 3.1 a 10

Uma Igreja Que Transforma Realidades


(Atos 3.1-10)



Aos poucos, percebemos que a Igreja de Jerusalém se desenvolvia em muitos sentidos. O Livro de Atos dos Apóstolos nos mostra a realidade desse desenvolvimento. Algumas noções são deixadas mais claras a cada relato, algumas das mais importantes é a noção de completa dependência da igreja em relação a Jesus Cristo e a sua percepção do Reino Celestial.
Gostaria de explorar nessa mensagem o contraste entre a expectativa do coxo mendigo e o que lhe é oferecido no evangelho. Na verdade, pretendemos refletir sobre a Igreja, como agente transformadora de realidades e o que de fato é a obra que viemos fazer neste mundo. 

FCD - Foco da Condição Decaída
Precisamos enxergar no texto que o papel da Igreja como anunciadora da Palavra da Salvação não é anunciar e dar ao mundo aquilo que ele sente como sua maior necessidade. Devemos compreender que a Igreja oferece Cristo ao mundo e o estimula à adoração do NOME de Deus. Qualquer ação da Igreja, deverá passar pela filtro da necessidade que temos de ser embaixadores do Reino. 


CONTEXTO DA PASSAGEM
Em nossa análise do livro, percebemos que Lucas tem enfatizado a visão que os apóstolos e a igreja primitiva tinham da realidade do Reino Celestial e como consideravam Cristo o Rei. Os relatos descritos no texto, devem sempre ser analisados como uma ferramenta para fortalecimento da fé e aprofundamento da convicção da veracidade da mensagem do Evangelho do Reino. 
O capítulo 3, gira em torno de um momento da vida de Pedro e João. Eles sobem ao templo para orar, quando encontram-se com um homem coxo, que diariamente esmolava naquele lugar. Eles curam aquele homem e passam a ser admirados pelos israelitas, sempre sedentos pelos sinais e manifestações de poder celestiais. 
Essa situação ensejou a oportunidade de mais um sermão de Pedro. Ele pregou àqueles homens com a finalidade de os exortar a confiar no Reinado de Cristo Jesus e que procurassem mudar sua mente em relação a essas coisas: arrependei-vos.
Portanto, o presente texto é uma exortação ao arrependimento e ao esclarecimento sobre a quem a Igreja representa nesse mundo. 


INTRODUÇÃO
O que o mundo espera da Igreja? Já tratamos dessa matéria, quando consideramos a expressão "...contando com a simpatia de todo o povo". Verdade é que o centro de nossa consideração anterior repousava sobre a visão que devemos ter daquilo que "verdadeiramente deve impressionar na igreja" e que o tratamos numa perspectiva teológica e exegética, nos limitando ao texto e a sua estrutura. 
Agora, entretanto, Lucas nos apresenta esse conceito de forma prática. Ou seja, ele descreve um acontecimento na vida de Pedro e João, o qual ilustra a verdade de que o mais profundo impacto que devemos procurar produzir, através da nossa vida, é revelar a centralidade de Cristo na nossa vida e na existência de todas as coisas. 
A passagem será analisada seguindo o roteiro: primeiro veremos a expectativa do mundo com a sua realidade; depois, o que temos a oferecer como resposta transformadora; terceiro, veremos o resultado que se espera em termos de transformação de realidades.


A REALIDADE QUE APRISIONOU O MUNDO - UMA EXPECTATIVA DO TAMANHO DA SUA VISÃO
O texto nos diz que aquele homem esmolava diariamente na porta do templo. Isso pode parecer corriqueiro, sem importância alguma, mas essas informações nos dão conta de que um dia, dentre todos aqueles que compunham a existência daquele homem, haveria de influir numa mudança radical para toda a sua vida. 
Com essa palavra "diariamente" compreendemos que já era esperado para aquele homem e para as pessoas que normalmente passavam por ali, que aquela realidade era normal, completamente aceitável e nada se poderia fazer para mudar. Existe no mundo uma certa acomodação com as coisas, ou seja, as pessoas tem uma visão extremamente pessimista sobre as possibilidades de mudanças, em particular, quando elas se vêem limitadas por fatores invencíveis, no caso uma doença, a paralisia, que não tinha nenhuma esperança de cura. 






O CRISTIANISMO TEM UMA RESPOSTA TRANSFORMADORA






ADORAÇÃO - A VERDADEIRA VIDA 





Continua....



22 de junho de 2010

Hebreus 13.4




SERVINDO A DEUS NO CASAMENTO
"a preciosidade da vida conjugal"



Uma Reflexão no Texto da Carta aos Hebreus Capítulo 13, verso 4




“Digno de honra entre todos, seja o matrimônio e leito sem mácula; porque Deus julgará os impuros e adúlteros”

FCD
Num mundo onde o casamento está sendo tratado como algo descartável e completamente obsoleto, devemos nos voltar para o que este texto diz e recuperar o valor inestimável da vida a dois, como um ato de obediência a Deus, bem como a melhor maneira de vivenciar o Reino de Deus na terra, reconhecendo que a vida conjugal tem uma função e valor inestimáveis no que tange a vivermos para Deus e agradá-lo.

INTRODUÇÃO
No mês de Maio, a Revista INN, uma publicação que circula na região do Tatuapé, Vila Formosa e Carrão, registrou matérias sobre o chamado “Mês das Noivas”. Nada de novo para uma revista que circula principalmente para a divulgação do comércio e imóveis, não fosse pelo fato de que nessa edição, quando tratou da questão particular do casamento, deu um destaque especial e maior para a reportagem feita em uma festa de “descasamento”, na qual chama-se a atenção para a alegada nova moda de "comemorar o divórcio". Não nos interessam os detalhes, apenas pontuemos sobre a maneira banal e degradada com que as pessoas tem lidado com o que é viver a dois. 
Outro lado desse mesmo postulado contra o matrimônio está o chamado “casamento gay”. Compreendo claramente que, quando pessoas do mesmo sexo compreendem-se homossexuais e desejam viver juntos, ainda que eu não concorde com tal postura, não posso absolutamente impedi-los, mesmo que quisesse. Essa união de interesses, afetivos, emocionais, psicológicos e sociais, cada vez mais comum, exige da sociedade que estabeleça os parâmetros legais para que se torne algo justo entre as partes. 
Não obstante a necessidade de uma legislação que regule tais uniões, chamá-las de "casamento gay" é dar um uso diferente ao conceito cristão milenar da vida conjugal. Para mim, a verdade mais importante a ser é necessário que haja
 Devemos reconhecer aquele direito a divisão de propriedade de pessoas que, mesmo contrariando o ensinamento bíblico, desejam ligar-se a alguém do mesmo sexo e com essa pessoa construir patrimônio comum, portanto, deve ser de alguma forma legalizado esse direito de propriedade. Mas considerá-lo matrimônio, que é um conceito cristão fundamental, pois até mesmo aponta para a unidade entre Cristo e a Igreja, é somente mais uma consequência
Os cristãos precisam aprender a considerar o casamento não de uma forma aculturada, pois correm o risco de também se desfazerem da Palavra de Deus, procurando enxergar o matrimônio segundo a importância que o próprio Deus dá.

O TEXTO E O CONTEXTO
O escritor da Carta aos Hebreus trabalha em prol da firmeza da fé. Ele está preocupado em dar ao povo de Deus a orientação mais profunda sobre a realidade e a grandeza do Reino de Cristo, bem como o modo como os cristãos devem vencer as dificuldades da vida, os falsos ensinos e o próprio pecado que neles habita para servirem a Deus com reverência, santo temor e de modo agradável.
O capítulo 13 é a sua reflexão final. Nele, ele faz alguns resumos importantes, como a conclusão de um sermão. Por isso, esse é um capítulo muito importante da carta, pois aqui, o pregador-escritor dá as suas sugestões práticas sobre o que se espera daqueles que foram alcançados por Cristo e têm um relacionamento real com Deus.
Dentre suas sugestões práticas, encontramos a frase importante sobre o matrimônio, no verso 4 do capítulo 13 e iremos abordar o conceito nela contido, primeiramente olhando para o seu contexto literário-teológico, bem como para o que propriamente a frase estabelece sobre como viver em matrimônio e a importância do mesmo.

O CONCEITO DE HONRA DO MATRIMÔNIO
Antes de fazer as aplicações, preciso estabelecer um conceito exegético que creio será muito importante para o estudo da passagem. O ponto que quero trabalhar exegéticamente é a palavra TIMIOS – honrado ou digno de honra.
Quando essa palavra aparece no Novo Testamento, em muitas ocasiões ela aponta para um  significado de valorização e é traduzida por “precioso”, “estimado e amado pelo seu valor”, daí a idéia de “honrado”. Em 1 Coríntios 3.12, 2 Pedro 1.4, 1 Pedro 1.19, temos alguns exemplos do uso de "TIMIIOS" e seus derivados, quando a mesma é utilizada para designar: “pedras preciosas”, “precioso sangue de Cristo” e “preciosas promessas de Deus”.
Portanto, o ponto prático para o escritor aos Hebreus  é que o matrimônio seja valorizado, como algo muito precioso, de grande valor para a vida. Mas você deve ser perguntar, qual é o valor que o escritor da carta dá ao casamento? .A resposta a essa questão é o que queremos pontuar nessa mensagem.


O conceito de honra do casamento é que ele deva ser valorizado entre todos os que concebem a realidade do Reino de Deus. Mais que valorizado, deve ser considerado como uma preciosidade inestimável e esse é a visão apresentada por Deus em toda a Escritura. Você precisa descobrir esse valor do casamento para uma vida que mais agrada a Deus e seja o seu mais intenso culto de adoração a Deus. 


DESCUBRA QUE O CASAMENTO É PRECIOSO PORQUE É UM MODO DE VIDA PARA QUEM DESEJA SERVIR A DEUS DE MODO AGRADÁVEL COM REVERÊNCIA E SANTO TEMOR
Olhemos um pouco para o contexto anterior. No capítulo 12, temos uma grandiosa exortação a considerar nossa posição como filhos de Deus em aliança com Cristo Jesus. O autor faz uma comparação com os crentes do velho testamento e nos mostra nossa grande responsabilidade em relação ao que já sabemos do pacto que temos com Deus.
Por fim, ele nos diz que nos versos 28 e seguintes que devemos considerar a graça que nos foi outorgada em Cristo e viver adequadamente para Deus, pois recebemos um reino inabalável. Assim devemos viver servindo a Deus de modo agradável com reverência e santo temor e o motivo fundamental é que Deus é fogo consumidor.
Em seguida, no capítulo 12, ele nos dá sugestões práticas sobre como viver e você perceberá o seguinte:
Viver em amor fraternal – verso 1 – amar a classe de pessoas que formam o nosso rol mais próximo de irmãos em Cristo
Viver de forma acolhedora – verso 2 – amar aquelas pessoas que não conhecemos, mas que se precisam de alguma maneira pontual de nossa hospitalidade e amor.
Viver de maneira a socorrer o necessitado – verso 3 – amar pessoas que vivem em prisões, talvez pessoas maltratadas pela própria vida, que carecem de mais que uma hospitalidade, mas de um cuidado ainda maior de nossa parte.
Viver o matrimônio de forma imaculada – verso 4 – amar de forma profunda, íntima e imaculada a pessoa que Deus colocou ao nosso lado para nos completar
Viver sem avareza – verso 5 – tudo isso é uma maneira de mostrar que temos o Reino em primeiro lugar e estimamos ao próprio Deus e esperamos nEle as recompensas de nossa vida.

Não desejo entrar em detalhes sobre cada uma dessas maneiras de viver de forma agradável, com reverência e santo temor a Deus. Apenas destacar que o casamento é mais que um status social, um contrato entre um homem e uma mulher, um acordo de comunhão de bens, desejos e ideais humanos. O CASAMENTO É UM ESTILO DE VIDA, O CASAMENTO É UM ATO DE OBEDIÊNCIA E REVERÊNCIA A DEUS, DEVE SER ENCARADO COMO UMA DAS MAIS SOLENES MANEIRAS DE SE VIVER PARA DEUS.
Não é sem propósito que a Bíblia compara o casamento com o relacionamento entre Deus e a sua Igreja, e o próprio apóstolo Paulo chama o casamento de um mistério que fora revelado em Cristo Jesus. VIVER CASADO É VIVER PARA DEUS, ISSO É MUITO IMPORTANTE.
Infelizmente, a quem pense diferente, a quem negligencie essa verdade e, por isso mesmo, nãos sabem o que é viver matrimonialmente.

DESCUBRA QUE O CASAMENTO É PRECIOSO PORQUE NOS TORNA MAIS COMPLETOS E ADEQUADOS PARA SERVIR A DEUS DE MODO AGRADÁVEL, COM REVERÊNCIA E SANTO TEMOR
Quando Deus instituiu o matrimônio, isto é a união íntima do homem e da mulher, ele o fez no Jardim do Éden. Ali, antes mesmo de criar a mulher, Deus disse: Não é bom que o homem esteja só. Essa é uma frase muitíssimo significativa, pois tudo que Deus havia criado era bom, mas o homem sozinho era algo não imperfeito, mas incompleto. Na verdade, Deus não estava tendo um plano b, para melhorar o projeto inicial, mas declarando o motivo porque criaria a mulher.
Quando Deus declara o motivo porque criaria a mulher ele define o que a mulher é para o homem: far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea. Essa expressão tem uma tradução difícil, ela não aponta para uma ajudante, mas um socorro para o homem.
A idéia é bem simples: não é bom o homem esteja só, preciso socorrê-lo, far-lhe-ei uma socorrista idônea.
O segundo conceito interessante é justamente o significado da palavra traduzida por idônea. Algumas mulheres preferem ler: “e dona”, mas isso não é correto. O teor da palavra “Negad” raiz de “kinegidoh” no texto conduz-nos ao entendimento de que Deus havia feito alguém para estar diante de Adão, parecido com ele, mas o contrário dele, como se Adão estivesse olhando num espelho. Pois quando olhamos num espelho, vemos uma imagem igual à nossa, mas ao contrário.
Em seguida,quando Deus apresenta a mulher para o homem, o próprio homem  a define como sendo “ossos dos meus ossos e carne da minha carne”. Daí a idéia de intimidade e completude, que se torna ainda mais claro na expressão do próprio Deus: “serão ambos uma só carne”.
Fiz essa digressão para que possamos compreender melhor o sentido das palavras do texto de Hebreus que não estão fora da realidade do matrimônio conforme seu estabelecimento em Gênesis.
As palavras que em Hebreus definem o matrimônio são: gamos (matrimônio) e koithos (leito). Essas palavras definem bem a idéia geral do que é o casamento: UNIDADE e INTIMIDADE.
Na palavra GAMOS, delineia-se a idéia de unidade de ligação afetiva e permanência junto para o homem e mulher. A palavra e seus derivados aparecem por 16 vezes no novo testamento, significando inclusive o próprio recinto íntimo dos cônjuges, ela destaca a UNIDADE DO CASAL, o que se vê principalmente em sua unidade de pensamentos, desejos, objetivos e trabalhos.
Homem e mulher servem a Deus de modo agradável e demonstram reverência e santo temor quanto mais desenvolvem essa UNIDADE.
Já o termo KOITHOS aponta para a idéia de LIGAÇÃO ÍNTIMA, a cópula do casal, que deve ser realizada de forma exclusiva e limpa entre um homem e uma mulher. Koithos completa a UNIDADE GÂMICA e torna a UNIDADE aprofundada em termos físicos e não apenas afetivo e emocional.
A limpeza do leito matrimonial é, no texto, apontada como a maneira mais direta de se mostrar a VALORIZAÇÃO do matrimônio. Ela também aponta para a mais rigorosa obediência à Deus, pois o adultério e a fornicação (pornéia) é considerada na Bíblia como o mais grotesco ato de desamor a Deus. Em muitas ocasiões a idolatria é chamada também de ADULTÉRIO.
A INTIMIDADE limpa do casal é a mais absoluta demonstração de temor a Deus.
O mais absoluto conceito de felicidade é esse: agradar a Deus e viver em temor. A mais absoluta felicidade é aquela que vem do fato de nos sentirmos completos e somos completos em Deus, nosso cônjuge é aquela pessoa escolhida por Deus para possibilitar que vivamos e temamos a Deus.

DESCUBRA QUE O CASAMENTO É PRECIOSO PORQUE DEUS REPROVA AQUELES QUE REPROVAM O CASAMENTO, BEM COMO A SUA PUREZA
As pessoas, quando buscam o divórcio, quase sempre o fazem dizendo: EU DESEJO SER FELIZ. Há certas afirmações que servem apenas para amenizar a culpa e como justificativa para os fracassos, essa é uma delas.
Certamente há matrimônios que estão tão afundados em erros que em lugar de tornarem as pessoas felizes e completas, acabam sendo uma prisão que destrói e compromete emocionalmente as pessoas. Não obstante, todos os que se casam deveriam aprender e evitar as situações de invasão da sujeira no casamento.
O verso nos dá uma informação muito importante no final: porque Deus julgará os impuros e adúlteros. O verbo “krineo” (julgar) é usado aqui para fazer referência ao fato de que Deus não tem prazer naqueles que cometem pecados contra o matrimônio.
Os pecados condenados são definidos em duas palavras: pornous e moikous. A primeira define o conceito das coisas mais sujas e a segunda, a falta de fidelidade.
Pornous – quem são estes “impuros” no casamento. São aqueles que permitem com que elementos estranhos à vida de serviço e temor a Deus permeie a sua vida matrimonial.


(Continua...)

17 de junho de 2010

Atos 2.42 e 43 e




Conhecendo a Deus e Superando as Dificuldades


Deus insiste conosco para que o conheçamos e nos faz um alerta constante ao dizer que o nosso maior problema é a falta de conhecimento: "O boi conhece o seu possuidor, e o jumento, o dono da sua manjedoura; mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende (Isaías 1.3)". Para Deus, essa falta de conhecimento é a própria rebeldia do Éden que continua a nos contaminar e afastar de Deus. Caso você agora queira meditar, pense no fato de que no jardim do Éden a falsa promessa de Satanás é que haveríamos de ter "conhecimento" ao tomar da árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, mas o que aconteceu foi exatamente ao contrário.
Em toda a Bíblia muitos são os convites de Deus para que o conheçamos e a própria Bíblia existe para isso, ou seja, nos apresentar o Senhor e seu plano para que vivamos em sua presença. Muitas são as vantagens daqueles que conhecem a Deus, além da própria vida eterna (João 17.3), hoje desejamos abordar a vantagem de conhecer a Deus para enfrentar os momentos difíceis da vida.


FCD
Desejamos abordar o texto para que ele nos mostre como o Deus preparou a igreja primitiva para a grande perseguição que logo se seguiria após a morte de Estevão. Com isso, esperamos aprender a regra simples que estabelece: quanto mais conheço a Deus, melhor transito pelos momentos difíceis da vida. 


INTRODUÇÃO
Lucas focaliza o ensino dos apóstolos como a base fundamental de sustentação da Igreja primitiva e do seu crescimento. Era também o pensamento dos apóstolos que o conhecimento do Reino e de Jesus como Senhor e Salvador tornava a igreja mais forte e mais preparada para as vicissitudes da vida. 
Particularmente, penso que Deus aumenta o potencial de conhecimento da igreja em alguns momentos, quando ele levanta pregadores, mestres, pastores do rebanho. Creio que Deus procurar cuidar do seu povo sempre, principalmente seus filhos amados para enfrentarem os momentos difíceis. 
Quando Deus resolveu que haveria de tirar o seu povo do Egito e levá-lo à Canaã, para tomar posse da terra e desterrar seus inimigos, enviou Moisés, o grande mestre que trouxe ao povo de Abraão, a "Instrução" - A Torah - A Lei de Deus. Deus preparou o povo para entrar na terra e enfrentar os tempos de lutas, bem como o preparou para desfrutar o melhor da terra. 
Antes de enviar o seu povo para o exílio, o SENHOR mais uma vez enviou seus profetas para prepará-los, sobretudo Jeremias que foi o grande orientador daqueles que iriam passar setenta anos no Egito. 
Jesus preparou os seus discípulos para os dias de sua morte e para o ódio das principais lideranças e do povo. Muitos foram os seus sermões sobre isso, no entanto, se destaca a série de discursos do cenáculo. 


Continua...

15 de junho de 2010

Atos 2.47a

A Igreja Vista de Fora da Igreja


O cristianismo evangélico passa por uma fase de mudança muitíssimo importante. Nas últimas duas décadas, com o surgimento e crescimento de novas igrejas, apresentando um novo desenho estrutural, os evangélicos começaram a deixar aquele velho complexo de minoria, fechando-se em seus templos, procurando permanecer mais imperceptíveis e intocáveis, e partiram para uma agressiva luta de auto-promoção e propaganda, muitas vezes recorrendo às ferramentas do "marketing religioso".
Essa mutação se deve a vários fatores, inclusive a secularização da própria fé cristã evangélica, mas não podemos negar que uma importante e significativa alteração comportamental aconteceu no seio das igrejas evangélicas, as quais descobriram que existe uma lacuna que precisa ser preenchida e se tornaram mais audazes em buscar esse preenchimento. 
Dentre as mais importantes descobertas deste movimento, detectamos a necessidade de sermos vistos. Muitas igrejas tornaram-se especialistas em serem vistas, aportando em alguns lugares, até então, tidos como restritos das organizações seculares, o rádio e a televisão. Estes grupos começaram a mostrar para a sociedade o princípio evangélico de vida e também deixaram transparecer suas idiossincrasias. 
Surgem os defensores e os acusadores dos movimentos evangélicos, quase sempre com sua base conceitual formada a partir da igreja da mídia. Não obstante todos os problemas que esses grupos causam ao "evangelho" não posso negar que a mudança ocorrida, permitiu à igreja evangélica brasileira acordar para uma necessidade, até então, obscurecida: precisamos ser vistos pelo mundo. 


FCD
Não podemos negar que existe uma necessidade de que o mundo olhe para nós. Não é difícil perceber isso em vários dos textos da Escritura. Jesus disse em sua oração sacerdotal: "...eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim (João 17.23)". 





Nessas palavras de Jesus, devemos notar que a visão do mundo a respeito da igreja não é uma mera observação natural do fenõmeno religioso, mas faz parte integrante da nossa própria vocação para ser luz no meio das trevas.
NO texto de atos 2.42 a 47, focalizando a expressão "e contando com  a simpatia de todo o povo", destacaremos a visibilidade que foi dada à igreja primitiva nos seus primeiros dias e buscaremos alguns princípios que devem ser conhecidos sobre a nossa própria necessidade de ser vistos pelo mundo. 
...e contando com a simpatia de todo o povo

αινουντες τον θεον και εχοντες χαριν προς ολον τον λαον


INTRODUÇÃO
Um dos primeiros pontos é o estudo exegético das palavras do verso, pois nós precisamos compreender o que significam as palavras: contando com a simpatia de todo o povo. .
O texto nos mostra que a visibilidade dada à igreja nesses tempos era uma decorrência clara do modo de vida que se impregnou no coração dos cristãos logo após a sua conversão em Jerusalém. 
A reação da população de Jerusalém, descrita por Lucas é de "simpatia". Em grego "charis", que pode ser traduzido também por "amor" num sentido de aceitação, aprovação, ou ainda mais intenso, traduzido por "favor". Daí, creio, a opção pela tradução "simpatia" na maior parte das Bíblias em português. Em outra palavras, o povo aprovava o que estava acontecendo, ainda que não lhes caísse bem teológicamente, eles compreendiam que aquele grupo "sociológicamente falando" devia ser aprovado, pois sua conduta era boa.
O povo não estava, como depois ficará ainda mais claro, inclinado ao cristianismo daqueles homens, muito embora as conversões ocorriam diariamente, o que acontecia com aquela população é que o modo de vida cristão, forte impacto causou em sua mente, impressionando-os e causando uma importante ligação da igreja com os não cristãos.


Nos pontos seguintes pretendemos refletir sobre alguns dos aspectos fundamentais para esse impacto sobre as pessoas e, em que, isso favoreceu o crescimento fenomenal da igreja de Jerusalém, ao menos naquele momento inicial. 


A IGREJA IMPRESSIONAVA PORQUE VIVIA PRIORITARIAMENTE PARA DEUS
O que muitos fazem para impressionar hoje tem a ver com o que o mundo deseja ver. Na verdade, estamos adotando aquelas mais básicas estratégias de marketing como uma forma de escolher o caminho para tornar a igreja impresionante aos que são de fora. 
Não são poucos os casos em que líderes denominacionais, lançam pesquisas sobre o bairro, a cidade ou o distrito onde estão instaladas suas igrejas e procuram saber quais elementos os não crentes gostariam de ver em uma igreja e, a partir daí, estruturar um trabalho para atrair esse público. 
Rick Warren, um dos grandes mestres do movimento de crescimento de igreja, chega a sugerir no seu best seler "Igreja com Propósito" (um dos mais vendidos na primeira década do século XXI de repercussão tão grandiosa que logo se transformou numa série e em um ministério "qualquer coisa com propósito"), que existe um padrão de membro a ser alcançado  em cada igreja e região, que se deve pesquisar qual o perfil desse membro e começar a moldar o trabalho para alcança-lo.
Há muita coisa boa, bíblica, inteligente e bastante útil naquilo que Warren escreveu, por isso, não podemos dizer que sua obra não tenha nenhuma serventia. Particularmente, muita coisa do que ele escreveu ajudou-me em algumas mudanças que precisei efetivar em meu próprio trabalho na igreja. Entretanto, não podemos nos deixar guiar apenas pragmaticamente sobre o assunto crescimento de igreja, como se o foco fosse o que devemos fazer pelos de fora, na verdade, podemos e devemos pensar muito mais no que podemos e devemos fazer internamente para que isso, se torne em verdadeiro impacto na vida daqueles que olham pelas nossas janelas. 


Voltemos o olhar para a igreja de Jerusalém. Ninguém irá dizer que a frase: "contavam com a simpatia de todo o povo" era fruto de um trabalho intenso que faziam na busca de agradar a população da sua cidade. Na verdade, Lucas parece nos dar a idéia de que isso ocorreu automaticamente, a partir do modelo de vida que eles, assumiram assim que receberam a Palavra de Deus e o Espírito Santo lhes transformou a consciência. 
Em outras oportunidades, exploramos o conteúdo dessa passagem, descrevendo as áreas de perseverança dessa igreja, concluímos dizendo que eles possuíam um FOCO EM DEUS. A frase posta por Lucas no final do verso 46 e início do 47 nos mostra que eles perseveravam unânimes, tanto no templo como de casa em casa e o resultado do seu agir é que isso era em função do temor do Senhor, por isso, louvavam a Deus - louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. 
Não creio que Lucas tenha construído todo esse pensamento e mencionado a simpatia do povo depois apenas por escrever, mas que tinha a intenção de mostrar que isso estava acontecendo como resultado da obra do Espírito Santo na igreja. 


Tenho formada uma convicção de que o melhor momento para visitar a igreja é o culto dominical. Para mim, esse é o momento que melhor nos revela aos que não são cristãos, pois é o momento em que o trabalho está mais exclusivamente voltado para Deus e a adoração do seu nome. O apóstolo Paulo disse que "...aquele que invocar o nome de Deus, será salvo".  Essa é uma frase de perspectiva doxológica, ou seja de adoração. O modo como nos aproximamos de Deus é o que causará o maior impacto na vida dos não crentes, pois isso é justamente o que eles precisam: a presença de Deus. 
Por isso, o culto é um momento muito importante e deve ser tratado de forma muito responsável pela igreja. Transformar o ato cúltico em uma colcha de retalhos sem nexo, em um teatro antropocêntrico não impressiona, pode atrair o homem para o espetáculo musical, plástico ou oratório, mas não causa impacto na alma sedenta da presença de Deus. 


A IGREJA IMPRESSIONAVA PORQUE ERA UMA AGÊNCIA TRANSFORMADORA DE VIDAS
Em segundo lugar, a Igreja de Jerusalém preenchia uma lacuna muito importante, ela descobriu a necessidade de cuidar de si mesma como um corpo. Aquela igreja estava pronta a receber pessoas e trabalhava na vida desses que ela recebia. 
O texto de Lucas nos diz: "enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor dia a dia os que iam sendo salvos". Lucas nos passou a exata noção do quanto Deus estava trabalhando através daquele povo que se reunia em seu nome e conclui esse maravilhoso trecho do seu livro, com a conclusão estrutural sobre o crescimento da igreja. Entretanto, aqui, ele fazia uma referência a tudo o que estava acontecendo e disse que o crescimento da igreja acontecia, porque Deus concedia, acontecia enquanto eles viviam focados em Deus e acontecia na vida dos que eram salvos. 
O conceito de salvação nesse texto está muito ligado a tudo o que Pedro anunciou naquele dia da conversão dos quase 3000. No seu Sermão, ele cita Joel e fala sobre o vale da decisão de Josafá, e ali ele diz que todo o que invocar será salvo, também, quando questionados pela multidão que se arrependia, ele dizia: crede e sejais salvo dessa geração pervertida. Portanto, quando lemos sobre a salvação no verso 47, temos um background que nos ajuda a compreender o que estava aocntecendo na vida dos judeus que se convertiam ao cristianismo, eles estavam reconhecendo sua necessidade, pois viviam corruptamente perante Deus. 
A igreja recebia essas pessoas e logo lhes introduzi em uma comunidade de transformação, isso impressionava os de fora. Não tenha dúvidas de que as pessoas querem saber o que pode mudar a sua vida naquela comunidade e, à medida que a igreja recebe pessoas e trabalha pela transformação de sua vida, isso atrai outros mais. 


A IGREJA IMPRESSIONAVA PORQUE DEUS LHE CONCEDIA PODER
Outro aspecto importante, na verdade o mais importante sobre o impacto que a igreja produzia nos de fora era o poder que Deus concedia àquela igreja para alcançar essa graça. Existem oportunidades que Deus dá a igreja e que precisam ser bem aproveitadas. Não tenho dúvidas de que a igreja de Jerusalém aproveitou bem a chance que teve. 
Na verdade, o entusiasmo dos de fora para com aquela igreja e todo o seu favor, não durariam muito tempo. O ritmo normal das coisas está pontuado na fala de Jesus: o mundo os odiará. Entretanto, o coração do crente e do descrente estão nas mãos do mesmo Deus e Ele os inclina conforme o seu querer. 
Deus concedia à igreja de Jerusalém um grande e poderoso carisma. Deus faz isso de vez em quando, especialmente em tempos em que ele quer salvar muitas vidas e tornar um ministério mais visível. Isso tudo deve ocorrer em consonância com a vida de adoração e amor da igreja, não obstante, a vida de submissão e disposição de servir a Deus, conforme as oportunidades que Ele conceder. 
A soberba é um dos pecados mais abominados na Escritura. A soberba nos leva a considerar que nossos sucessos existem exclusivamente por conta de nossa eficiência e capacidade. Isso nos leva a voltar as costas para Deus e nos ter como deuses. 
Deus deseja que sua igreja saiba que tudo o que acontece em sua vida é fruto e obra do trabalho dEle, usando nosso labor, nunca como resultado direto de nosso labor exclusivamente. Creio que um dos principais fatores para causar um impacto positivo é que deixemos Deus fazer as coisas do jeito dEle e não tentemos dar uma de "pequenos deuses" como maneira de forçar tal impacto. 
Lucas escreveu esse livro para nos mostrar que o poder que havia descido sobre a Igreja era de Deus (o Espírito Santo) e não um poder centrado na capacidade dos seus apóstolos. Um dos erros cometidos no novo testamento pela igreja primitiva foi o de, muitas vezes, considerar os seus líderes mais importantes que a mensagem do Evangelho e tantas vezes o próprio Reino. 


CONCLUSÃO
Aprendemos algumas coisas sobre a relevância, importância e impacto da igreja em relação aos descrentes. Primeiramente, que não devemos centrar o nosso trabalho nas pessoas de fora, mas concentrar as nossas energias em agradar a Deus. Em segundo lugar, ao cuidarmos da igreja como um corpo e agência de transformação de vidas, não iremos no caminho contrário de nos parecer com o mundo e sim transformar os que vêem do mundo. Em terceiro lugar, submissão a Deus e humildade devem marcar nossa característica eclesiástica. Não podemos fazer do crescimento eclesiástico um instrumento de auto-glorificação, mas considerar que, quando Deus nos conceder essa possibilidade, a glória deverá ser dada a Ele e somente a ele. 


APLICAÇÃO
Como igreja desejamos crescer e nos tornar uma igreja influente e presente na sociedade que nos cerca. SE não desejássemos isso, creio que estaríamos faltando em parte com o nosso papel de luz para o mundo em trevas. Entretanto, primeiramente, como igreja devemos trabalhar internamente para que nossa aproximação com Deus seja intensa e verdadeira. Enquanto tivermos uma oscilação tão grande de crentes que vêem à adoração do nome de Deus tão rarefeitamente, e outros tão desinteressados, outros tão pouco comprometidos com esse momento e outros só quando lhes interessa... bem, enquanto tudo estiver acontecendo assim em nossa igreja, poucas serão as nossas esperanças de crescer e causar impacto nos de fora, pois eles não amarão a Deus mais do que nós que já estamos nessa casa. 
Também devemos pensar em que a igreja deve ser uma agência de acolhimento de pessoas para serem transformadas. Duas coisas perigosas aqui: a primeira, quando a igreja achar que tem de se parecer com o mundo para lhes ser interessantes, eu afirmo que não é isso que eles precisam e não é isso que eles querem encontrar na igreja, pois isso já encontram de monte em outros lugares. O segundo perigo: é o da igreja não se importar com os que chegam e exigir-lhes somente que se adequem ao nosso padrão sem trabalhar em prol de sua transformação, esse tipo de comportamento, legalista faz a igreja se tornar um lugar desagradável e pouco eficiente na renovação de vidas. 
Para finalizar, creio que a nossa igreja deve seguir em sua maneira humilde de ser e seu apego ao serviço de Deus e submissão à sua vontade. Vamos pedir a Deus que nos mande o crescimento, por meio de avivamentos, crescimento natural, ou outro que ele achar apropriado, mas nunca, desejemos, para nosso próprio bem, domesticar Deus e impor-lhe nossos interesses. A vontade dele será feita. Amém. 

Atos 2.47b




Crescimento da Igreja - Sinal de Deus


Um dos fenômenos mais discutidos sobre a igreja evangélica brasileira nos últimos anos é o seu crescimento numérico. Não resta dúvida de que esse é um movimento sociológico que precisa melhor analisado. Estimasse que, no final de 2010, os evangélicos serão 19% do total da população brasileira, chegando à grande soma de 192.000.000 de evangélicos.
Os elevados números evangélicos brasileiros são corados também com elevadas cifras e tornam as igrejas evangélicas num mercado atrativo e cobiçado, por aqueles que vêem na fé uma oportunidade para ganhar dinheiro. E, por fim, em alguns momentos, a alegria pelo crescimento da igreja, dá lugar a uma tristeza incontida com a revelação da imoralidade e ganância de alguns.
Muitas vezes, de olho nas cifras e na vitrine do poder, ministérios e denominações se vêem às voltas como movimento de crescimento de igrejas e com milhares de estratégias para abarcar uma parte significativa desse “mercado” de fiéis e passamos a viver uma competição e as mudanças das bíblicas estratégias do testemunho, pregação da palavra e evangelização, transitando para todo tipo de adaptações mundanas à igreja, desde que proporcione “crescimento”.
Tem se tornado muitíssimo necessário que a igreja pense em seu crescimento e no modo como esse deve acontecer. Não podemos negar que um dos sinais apresentados no livro de Atos dos Apóstolos para indicar a veracidade da obra do Espírito Santo é o crescimento da igreja.

FCD
A meditação no texto de Atos 2.42 a 47, focalizando o crescimento da igreja, tem como objetivo nos chamar atenção sobre as premissas lucanas a respeito do crescimento da Igreja. Focalizado em Deus, o crescimento natural e sobrenatural da igreja aponta para a necessidade de que a vida cristã sadia seja a principal estratégia para o crescimento da Igreja Cristã.

INTRODUÇÃO
Quando nos detemos sobre a necessidade de ver a igreja crescendo, somos levados a pensar sobre a importância desse elemento na vida natural da igreja. Todos desejamos que a igreja cresça. A idéia de que o sucesso da igreja está diretamente ligada ao crescimento é muito forte. Na verdade, para muitas pessoas o crescimento é o próprio sucesso em si.
Igrejas muito grandes nos impressionam, mexem com nossos brios e nossos sonhos. Eu me lembro que quando iniciei o meu ministério sonhava em ver uma grande multidão em minha igreja. De certa forma, ainda me pego pensando na possibilidade de Deus nos dar uma igreja muito grande.
Uma das leituras que mais gosto é sobre a história dos avivamentos e sobre os grandes pregadores. Para mim, é um grande desafio compreender a teologia de Jonathan Edwards e sua visão sobre o Grande Avivamento do século 18, em que Deus concedeu às igrejas não somente um grande crescimento, mas uma incontestável mudança espiritual, levando milhares e milhares de pessoas a um verdadeiro arrependimento.


CONTEXTUALIZAÇÃO
Lucas, no livro de Atos, está propondo uma reflexão muito séria sobre a continuidade da obra de Jesus, seu poder, reinado e presença no mundo. Para ele, todos os fatos que ocorreram na igreja revelam a realidade deste reinado, em particular na condução do Espírito Santo à frente da Igreja Primitiva.
Entre os elementos que demonstram a realidade do Reino e o seu poder, bem como a ação do Espírito Santo, está o crescimento da igreja primitiva. Quando lemos os relatos dos Lucas veremos que ele dedica uma atenção particular para isso.
Devemos nos lembrar de que Lucas não está propondo que consideremos apenas a ação espetácular do Espírito Santo na conversão de massas como em Atos 2.41, 4.4, mas dá atenção particular àquelas conversões isoladas, pessoais, tais como a conversão de Lídia, do Carcereiro de Filipos e sua família, a conversão de Paulo, Cornélio e sua família, todas ocorridas por intervenção direta do Espírito Santo. Lucas irá mostrar o crescimento da igreja também em termos geográficos, mas não faz um relato ufanista, antes também mostra as perseguições, as falsas conversões e até mesmo o evangelismo fracassado em Atenas.
Como dissemos anteriormente, o crescimento não deve ser tido como um elemento final para a avaliação da saúde de uma igreja e da presença do Espírito Santo, visto que devemos julgar qual o tipo de crescimento que estamos vivenciando. A julgar pelo crescente número de igrejas descompromissadas com a pregação fiel da palavra, crentes ambiciosos, desejosos de buscar a Deus apenas por causa das bênçãos que ele pode dar; pastores corruptos e corruptores, escândalos envolvendo ministérios etc... devemos considerar quais os elementos do crescimento, conforme Lucas nos apresenta, devem estar presentes para julgarmos que este denota a presença do Espírito Santo, bem como a saúde eclesiástica.

O CRESCIMENTO SAUDÁVEL DA IGREJA É AQUELE QUE ESTÁ FUNDAMENTADO NA PRESENÇA DE DEUS
Enquanto isso, acrescentava-lhes o SENHOR, dia a dia, os que iam sendo salvos
Acrescentava-lhes o SENHOR, dia a dia

Essa expressão, sem dúvida alguma, está no centro do conceito que Lucas deseja estabelecer, ou seja, O SENHOR, aqui um designativo dado a Jesus Cristo, era o grande responsável pelo crescimento.
A igreja primitiva focava-se em Deus. Já pontuamos sobre os versos anteriores, quando vimos a idéia de que a comunhão dos crentes, seus encontros no Templo, bem como sua proposta de vida comunitária, refeições etc., estavam todas centradas em Deus, sendo resumidas em duas palavras: Louvando a Deus e Perseverando na Oração (verificar mensagem em que abordamos os versos 42 a 47).
Se andarmos um pouco no Livro, lendo as passagens que ele faz referência ao crescimento da Igreja, veremos que a ação da Trindade, em particular do Espírito Santo e do Rei Jesus, não é somente importante, mas o fundamento do crescimento.
Algumas das passagens de Atos nos mostrarão que a ênfase da ação eclesiástica bem como a visão do resultado de crescimento é na obra divina, bem como, em particular, no poder da Palavra. Era a palavra de Deus que crescia e isso significa "crescimento da mensagem do Reino".
O Espírito Santo conduz a igreja escolhendo pregadores, enchendo as pessoas de santidade e poder para a pregação. O Espírito é quem envia Paulo e BArnabé e é ele quem abre o coração de Lídia para aceitar o Evangelho. É o Espírito que leva Filipe ao deserto, depois de tê-lo usado poderosamente em Samaria. Muitas passagens denotam a visão lucana de que o crescimento que acontecia na igreja primitiva, tanto nos momentos de conversão de massa, quando nas conversões individuais ou familiares, era uma obra do Espírito Santo, a serviço do Filho Rei, para o louvor do Pai.
Um dos textos marcantes sobre essa consicência é o parecer de Gamaliel que é registrado no capítulo 5. "Agora, vos digo, dai de mão a estes homens, deixai-os , porque, se este conselo ou esta obra é de homens, perecerá, mas, se é de Deus, não podereis destruí-los, para que não sejais, porvendutra, achados lutando contra Deus (At.5.38-39)".
Este parecer de Gamaliel veio na comparação com suas experiências com Teudas e Judas, o galileu, os quais também se levantaram com uma mensagem, dizendo-se alguma coisa, arrebanhando seguidores, mas que depois de sua morte não dera em nada cada um desses levantes. Quando você lê o livro de Atos e percebe que esta mensagem e obra se espalhou e transtornou o mumdo, você compreende o que Lucas quer que tenhamos como resposta ao parecer de Gamaliel.

O apóstolo Paulo trabalhou a idéia de crescimento centrado em Deus, quando disse: "Eu plantei, Apólo regou, mas o crescimento veio de Deus. De modo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento (1Co 3. 6-7)". Isso volta a nos mostrar que a IGREJA PRECISA CENTRAR-SE EM DEUS na comunhão com Ele, na busca da glória dELE, no viver para ELE para que o seu crescimento seja saudável e denote a PRESENÇA DE DEUS.

Dia a dia

Às vezes, as pessoas pensam que o crescimento da igreja denota saúde da igreja quando ele acontece em eventos espetaculares com um número elevado de conversões. Mas essa não é uma verdade para Lucas. Pois, nos relata várias conversões individuaise de poucos indivíduos. O próprio texto deste verso já nos indica isso, pois o Senhor, no capítulo 2.41, em um só dia trás quase 3000 convertidos, e nos dias que se seguiram, "dia a dia" pessoas eram salvas, isso aponta para a continuidade da obra de conversão em termos muito pessoais.
O que se deseja mostrar neste verso é que o trabalho do SENHOR, como rei de sua igreja, é constante na construção do seu Reino. Esse é o ponto que se deve evidenciar aqui, que o Reino é uma realidade contínua e que o deve ser levada em conta não apenas em termos do entendimento de que o Senhor trabalha sempre, como também para a nossa prática cristã, tal como eles faziam diariamente no templo e de casa em casa. Isso aponta para o nosso próximo sub-tema.

O CRESCIMENTO SAUDÁVEL DA IGREJA É AQUELE QUE ESTÁ LIGADO À VIVÊNCIA CRISTÃ CHEIA DO ESPIRITO
Enquanto isso, acrescentava-lhes o SENHOR, dia a dia, os que iam sendo salvos


O CRESCIMENTO SAUDÁVEL DA IGREJA É AQUELE QUE PRODUZ A TRANSFORMAÇÃO DAQUELES QUE CHEGAM À IGREJA
Enquanto isso, acrescentava-lhes o SENHOR, dia a dia, os que iam sendo salvos




5 de junho de 2010

Atos 2

Porção Visível do Reino de Deus


Boa parte dos problemas que encontramos no modo como as pessoas lidam com sua “vida cristã”, está certamente ligada ao fato de considerarem as coisas da fé demasiadamente abstratas. A idéia de “Reino dos Céus” é quase sempre fundamentado em uma esperança futura e pouco concreta.
Ao focarmos nossas esperanças de fé nesses componentes invisíveis, abrimos espaço para um viver cristão dividido entre “as coisas de Deus” e as coisas “seculares”. A própria idéia de denominarmos nossa vida em relação ao Reino de “vida cristã”, já é um resultado dessa defeituosa impressão. É como se alguma parte do nosso viver não fosse de fato “cristão”.
Certamente, alguns elementos do Reino dos Céus são “não visíveis”. O próprio Rei se assentou no Trono de Sua Glória e isto ocorreu em um lugar espiritual longe de nossa visão. Não obstante, há um elemento fundamental do Reino que pode ser visto, tocado, aferido pelos sentidos e não somente pela fé. Jesus disse: Não vem o Reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o Reino de Deus está dentro de vós (Lucas 17.20-21). A parte visível do Reino de Deus somos nós!
Todos aqueles que compreenderem a mensagem do evangelho; receberem em suas mentes a convicção de que Cristo Jesus é o Senhor e se arrependerem de seus pecados, tornar-se-ão parte do Reino de Deus e serão responsabilizados com a incumbência de serem “embaixadores do Reino de Deus”, somos a irmandade do Reino.
Deus nos fez uma só família, chamou-a de “Família de Deus”. Essa Família se estabelece na fé que possuímos na Realidade do Reino, conforme anunciada pelas Escrituras. Por isso, é também chamada de Família da Fé.
Os nossos atos como Família da Fé são as mais visíveis e impressionantes marcas do Reino de Deus entre os homens: E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos. Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé (Gálatas 6.10). Essa é a principal marca visível do Reino: O Amor que demonstrarmos uns aos outros.
Assim, como visionários não podemos nos ater unicamente aos elementos invisíveis da nossa fé, mas sobretudo trabalhar para que o Reino de Deus seja cada vez mais visível a este mundo. Como o fez a igreja de Jerusalém, que vivia tão intensamente o Reino que impressionou grandemente o mundo, como registrou Lucas: Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos (Atos 2.46 e 47).
O impacto do cristianismo puro e simples, conforme vivido naqueles dias dos apóstolos, baseava-se em uma visão muito concreta do Reino. Talvez estimulada pela proximidade dos fatos da ascensão de Jesus e a incontestável esperança dos primeiros cristãos no retorno de Cristo, ou simplesmente, baseada no fato de que eles tinham uma percepção muito grande da realidade do Reino de Deus e de que eram responsáveis diretos pela divulgação de sua existência, pela pregação e vivência cristã autêntica e coerente.
Não resta dúvida de que precisamos renovar nossa visão da realidade do Reino e voltar a confirmar pela nossa vida sua visibilidade entre nós. Pois, nada é pior para a concepção do Reino de Deus na mente das pessoas que uma igreja com sinais de escrizofenia espiritual, ou seja, em sua mensagem anuncia uma verdade, mas vive outra.