5 de junho de 2010

Atos 2

Porção Visível do Reino de Deus


Boa parte dos problemas que encontramos no modo como as pessoas lidam com sua “vida cristã”, está certamente ligada ao fato de considerarem as coisas da fé demasiadamente abstratas. A idéia de “Reino dos Céus” é quase sempre fundamentado em uma esperança futura e pouco concreta.
Ao focarmos nossas esperanças de fé nesses componentes invisíveis, abrimos espaço para um viver cristão dividido entre “as coisas de Deus” e as coisas “seculares”. A própria idéia de denominarmos nossa vida em relação ao Reino de “vida cristã”, já é um resultado dessa defeituosa impressão. É como se alguma parte do nosso viver não fosse de fato “cristão”.
Certamente, alguns elementos do Reino dos Céus são “não visíveis”. O próprio Rei se assentou no Trono de Sua Glória e isto ocorreu em um lugar espiritual longe de nossa visão. Não obstante, há um elemento fundamental do Reino que pode ser visto, tocado, aferido pelos sentidos e não somente pela fé. Jesus disse: Não vem o Reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o Reino de Deus está dentro de vós (Lucas 17.20-21). A parte visível do Reino de Deus somos nós!
Todos aqueles que compreenderem a mensagem do evangelho; receberem em suas mentes a convicção de que Cristo Jesus é o Senhor e se arrependerem de seus pecados, tornar-se-ão parte do Reino de Deus e serão responsabilizados com a incumbência de serem “embaixadores do Reino de Deus”, somos a irmandade do Reino.
Deus nos fez uma só família, chamou-a de “Família de Deus”. Essa Família se estabelece na fé que possuímos na Realidade do Reino, conforme anunciada pelas Escrituras. Por isso, é também chamada de Família da Fé.
Os nossos atos como Família da Fé são as mais visíveis e impressionantes marcas do Reino de Deus entre os homens: E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos. Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé (Gálatas 6.10). Essa é a principal marca visível do Reino: O Amor que demonstrarmos uns aos outros.
Assim, como visionários não podemos nos ater unicamente aos elementos invisíveis da nossa fé, mas sobretudo trabalhar para que o Reino de Deus seja cada vez mais visível a este mundo. Como o fez a igreja de Jerusalém, que vivia tão intensamente o Reino que impressionou grandemente o mundo, como registrou Lucas: Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos (Atos 2.46 e 47).
O impacto do cristianismo puro e simples, conforme vivido naqueles dias dos apóstolos, baseava-se em uma visão muito concreta do Reino. Talvez estimulada pela proximidade dos fatos da ascensão de Jesus e a incontestável esperança dos primeiros cristãos no retorno de Cristo, ou simplesmente, baseada no fato de que eles tinham uma percepção muito grande da realidade do Reino de Deus e de que eram responsáveis diretos pela divulgação de sua existência, pela pregação e vivência cristã autêntica e coerente.
Não resta dúvida de que precisamos renovar nossa visão da realidade do Reino e voltar a confirmar pela nossa vida sua visibilidade entre nós. Pois, nada é pior para a concepção do Reino de Deus na mente das pessoas que uma igreja com sinais de escrizofenia espiritual, ou seja, em sua mensagem anuncia uma verdade, mas vive outra.

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