19 de outubro de 2010

Números 16.20 a 40 - A Correção de Deus - A Rebelião de Coré

“Porque Deus nos Corrige?”

Números 16. 20 a 40

Introdução
Uma das mais difíceis tarefas para os estudiosos bíblicos está a definição da importância prática das narrativas contidas em livros como o de Números. Nesse relato do Capítulo 16, o fato ocorrido é tão cheio de horror que parece distanciar Deus do seu povo, a ponto de nos fazer pensar se realmente o Deus que se revelou naquele deserto de Cades é o mesmo que se revela no Novo Testamento como o Deus que amou o mundo.
Evidentemente, é o mesmo Deus, mas de que maneira uma narrativa tão cheia de horror pode nos ajudar e nos fazer amar a Deus e não nos afasta dele?
Recorrendo aos escritos do Novo Testamento, podemos nos encontrar com o Apóstolo Paulo em 1 Coríntios 10.6. Neste capitulo, o apóstolo contrasta os acontecimentos terríveis do período da caminhada no deserto e os relaciona ao amor de Deus, nos mostrando que servem aqueles episódios de ensino e alerta, quanto a importância da santidade de Deus.

Foco da Nossa Condição Decaída
O texto nos ensina os motivos de Deus para nos corrigir. As nossas cobiças podem ser a maior armadilha contra nós mesmos. Para nos proteger de nossas cobiças, Deus trabalha com sua disciplina. Portanto, devemos aprender com as disciplinas de Deus, as quais nos preparam para viver para Deus e não para nós mesmos.

Introdução
Tendemos a nos deter na grandiosidade e na ferocidade da obra inaudita de Deus descrita nesse texto. Mas, como vimos a abordagem do apóstolo Paulo sobre essas histórias do deserto, devemos atentar para as instruções que tais eventos produziram.
Não desejo minimizar a importância do acontecimento em si, portanto, desejo apenas dizer sobre o evento e a dureza com que Deus tratou a Coré, Datã e Abirão.
Não se esqueçam de que, com igual rigor Deus fulminou os filhos de Arão, quando estes levaram fogo estranho ao altar do Senhor. A congregação de Israel deveria compreender que o Caminho Redencional foi traçado por Deus. Este tem sido uma temática acompanhada em nossos estudos do Pentateuco, ou seja, que desde Gênesis 3.15, um dos aspectos a ser discutido é que o Descendente da mulher que subjgaria a serpente e se tornaria o Redentor de Israel seria levantado pelo próprio Senhor.
Vimos as histórias de Caim, do seu filho, dos filhos de Deus no dilúvio, de Ninrode em Babel, da escolha de Isaque, da luta de Jacó e Esaú, na história de José, o escolhido para ser príncipe entre os seus irmãos até a escolha de Moisés como o “Tipo” do Redentor no tempo da libertação dos israelitas do Egito.
Irmãos, a santidade de Deus não virá a nós pelas nossas próprias forças e pelos nossos métodos de auto-santificação. Não é a nossa vontade que produz a santidade em nossos atos. Deus está nos ensinando que o método de Deus para nos santificar é o único possível.

1º Argumento
Quando Deus nos corrige está nos mostrando e ensinando o caminho da sua misericórdia
Na revolta de Coré, mais uma vez, a escolha de Deus para trazer santidade ao seu povo está cedendo lugar à insatisfação dos homens, que são movidos por cobiça pessoal.
No capítulo 16, verso 1 a 3, eles reclamam que toda a congregação é santa e que todos deveriam ser considerados dignos de servirem na mediação da relação com Deus.
Mas eles não estão errados em dizer que Deus havia santificado aquelas pessoas de Israel para fazer deles um povo particular. Entretanto, o modo como aquela santidade haveria de se manifestar tinha um caminho próprio e, Moisés e Arão foram escolhidos como os instrumentos para essa mediação profética e sacerdotal.
A correção de Deus sobre a casa dos rebeldes nos mostra que Deus está vindicando sua santidade em seu povo. Ele está dizendo aos seus filhos que eles não deveriam se esquecer que a santidade da casa de Israel é derivada do processo de libertação que Ele, Deus, como o Verdadeiro Redentor de Israel, haveria de conduzir, no caso, através dos seus servos Arão e Moisés.
Deus não está rejeitando a casa de Israel, mas mostrando o quanto é importante que eles reconheçam adequadamente aqueles que Deus levantou para seguirem à frente da casa de Israel. Por isso, os capítulos que se seguem nos mostrarão a intercessão de Arão em favor do povo e a graça de Deus de lhes conceder misericórdia.



2º Argumento
Quando Deus nos corrige quer que percebamos que as nossas cobiças são uma grave armadilha contra nós mesmos

Coré era da família dos levitas, mais precisamente do grupo dos Coatitas. Eles eram responsáveis, principalmente, pelo transporte dos utensílios do tabernáculo, conhecidos como “coisas santíssimas”. Entretanto, eles não tinham autorização para sequer olhar para estes utensílios, que eram cobertos pelos filhos de Arão, consagrados para o sacerdócio sacrificial.
Coré, entretanto, junto com outros líderes tribais Datã e Abirão, líderes da tribo de Ruben, não acharam que suas condições como líderes em aspectos “menores” (como julgavam) não seria justa, pois se sentiam em condição igual à de Moisés.
No fundo, o que Deus identificou na atitude de Coré e seus amigos é que eles desejavam uma autoridade que Deus não lhes dera. Eles cobiçaram o cargo de Moisés e Arão e desejaram aquilo que Deus não lhes dera, isso significa que sua cobiça ultrapassou a medida e os levou a agir contra a vontade de Deus. Por isso, diz o texto que a ira do Senhor se ascendeu contra eles.
A maneira como o texto descreve os intentos do coração daqueles homens nos revela o que Deus pensava deles: verso 26: desviai-vos desses homens perversos; verso 38: aqueles que pecaram contra sua própria vida.
Que essas advertências nos sirvam de auxílio a nós que amamos ao Senhor. Para que nossas cobiças não nos levem a condiçãod e homens perversos, nem tampouco conspirem contra nossa própria vida. 

3º Argumento
Quando Deus nos corrige pretende que não nos esqueçamos jamais de que Ele é Deus

Notadamente, um dos problemas que o texto apresenta é a ligação de Datã e Abirão com a revolta de Coré. Eles, pelo que o texto sugere, seguiram a Coré e participaram de sua perversidade e cobiça. Entretanto, preferiram seguir o seu pequeno líder humano a continuar se submetendo à liderança de Deus por meio do seu escolhido, Moisés. Talvez, pensaram em adquirir algum poder em meio aos filhos de Israel ou alguma supremacia em relação ao povo que se deslocava no deserto.
Por incrível que pareça, um dos nossos maus hábitos em relação a Deus é achar que podemos realmente construir nossa realidade sem Deus ou longe dos seus métodos para nós.
A Escritura é muito clara sobre a mediação de Jesus e a nossa aproximação dele por meio da Palavra, mas teimamos em nos deixar levar para longe do Senhor, seguindo outros conceitos, outras estratégias, como se apenas vivêssemos para nós mesmos.

Continua... 





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