6 de abril de 2014

Marcos 11.12-14

“A Figueira – Por que não tinha frutos?”

(Marcos 11.12-14)

 

Foco da Nossa Condição Decaída

Todos os cristãos devem considerar atentamente a respeito dos frutos que sua vida está produzindo. Precisamos considerar o fato de que Deus espera frutos de nós, que devemos produzi-los como consequência natural de nossa nova vida em Cristo. Mas, também precisamos considerar seriamente todas as consequência da ausência de frutos em nosso viver. Este texto, nos conduz a estas reflexões e nos convoca a uma reconsideração dos caminhos que abraçamos, bem como do padrão de vida cristã que adotamos como norma para nós mesmos.

Introdução

Devemos nos aproximar deste texto, pensando em Marcos e no cristianismo do seus dias. Isso nos dará a medida mais adequada para a compreensão do que realmente importa em nossa vida de frutificação.
Também devemos pensar na conexão deste episódio com o Templo de Jerusalém. Pois isto é a uma importante chave para o entendimento das razões que levaram Jesus a impor sua palavra de maldição sobre a figueira.
Por fim, considerando que a figueira pode ser uma representação da nossa vida e da igreja como um todo. Levando em conta que o resultado da figueira é negativo, aliás, muito negativo, devemos de fato dar atenção especial ao que este texto tem a nos dizer sobre o fato de sermos ou não crentes frutíferos.


Por que a figueira não tinha frutos?
Porque não considerou mais atentamente que uma figueira é plantada para dar figos

Estamos diante de um texto que apresenta Jesus buscando algo que comer. Lembro-me de poucas vezes, Jesus indicar que estava com fome.
Ele buscou algo que comer, depois de sua ressurreição, quando os discípulos estavam indecisos sobre o seu futuro e, talvez, estivessem voltando ao hábito da pescaria.
Jesus os trouxe de volta à sua verdadeira natureza: eles eram pescadores de homens. Eles foram resgatados para produzir os frutos que realmente Jesus espera. Por isso, eles precisavam considerar exatamente o que Jesus esperava deles.
Da mesma forma, Jesus aproximou-se da figueira, o texto nos diz que ele “teve fome”.
No dia seguinte, quando saíram de Betânia, teve fome (Marcos 11.12).
Jesus e seus discípulos haviam, no dia anterior, vivido a experiência de terem sido recebidos em Jerusalém como Rei. Montado em um jumentinho e aos gritos de de
Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor! Bendito o reino que vem, o reino de Davi, nosso Pai! Hosana, nas maiores alturas! (Marcos 11.9-10).
O reino que Jesus veio estabelecer não era um reino de aparências, ou de momentos de entusiasmo. Nós sabemos que a mesma multidão que o recebeu com alegria em Jerusalém, dias depois estaria pronta para gritar: CRUCIFICA-O!
Então, retirando-se para Betânia, possivelmente para a casa de seus amigos Lázaro, Marta e Maria, Jesus retorna a Jerusalém, disposto a começar uma longa semana de expectativas quanto ao que irá acontecer, uma vez que ele havia, por três vezes, anunciado aos seus discípulos que iriam para Jerusalém e ele seria entregue.
Ele começa essa semana de ensinos mostrando que a sua ida a Jerusalém está ligada ao desejo de que Jerusalém produza os verdadeiros frutos para os quais foi plantada como uma planta dileta do Senhor (Leia Isaías 5.1-7).
Ele começa seus ensinos demonstrando que os frutos de Jerusalém são necessários, porque o Senhor deseja recebê-los. Ele teve fome e buscou frutos na figueira.
E vendo de longe uma figueira com folhas, foi ver se nela, porventura, acharia alguma coisa (Marcos 11.13).
Meus irmãos, precisamos entender que fomos plantados pelo Senhor com a finalidade de atendermos aos seus propósitos. Ele nos escolheu e nos designou para que nossa vida produzisse frutos.
Devemos mentalizar a ideia de que o Senhor sempre irá buscar em nós aquilo que nos designou para realizar. Ele nos fez para isso e é justo que espere e deseje isto de nós. Ele nos plantou para a justiça, para o que é bom, para o amor e tudo aquilo que nos ensina em sua palavra.
A figueira que não considera a vontade de Deus em receber os seus frutos não está preparando-se para a vida frutífera.


Por que a figueira não tinha frutos?
Porque não considerou o fato de que o natural para a sua vida cristã é a produção de frutos
A figueira é a planta da palestina que apontava para a aproximação da estação dos frutos. Ela era a primeira de todas as árvores a produzir. Antes de encher-se de folhas, já começa a apresentar seus primeiros frutos. Então, era natural que uma figueira com folhas tivesse repleta de frutos.
Vendo de longe uma figueira com folhas, foi ver se nela, porventura, acharia alguma coisa. Aproximando-se dela, nada achou, senão folhas; porque não era tempo de figos (Marcos 10.13).
Há uma conexão importante desta episódio da figueira com o templo de Jerusalém. O templo, representava mais que uma construção de pedras destinada ao serviço religioso. O templo apontava para uma verdadeira ligação entre Deus e o seu povo, uma relação de amor.
Mas, quando Jesus entrou no templo não viu este fruto. O que viu ali foram pessoas procurando os seus próprios interesses. Desde os líderes da religião judaica, até os mais homens que se prestavam a vender o material usado nos sacrifícios, todos estavam ali por amor a si mesmos e não por amor a Deus.
Meus irmãos, a figueira tinha aparência de frutos, mas não os possuía de fato. Isso fez com que a busca de Jesus fosse frustrada. Aquela figueira, à beira do caminho, fosse considerada inútil.
Nela, nada achou, senão folhas - As folhas eram uma demonstração de que a natureza daquela planta estava ativa e pronta. Entretanto, diferentemente do que lhe seria natural, ela não possuía frutos.
Precisamos considerar que uma igreja viva e saudável deverá produzir mais que aparências de vida. O fruto da vida cristã deve realmente estar lá. Pois a aparência não é suficiente para satisfazer o Senhor.
Joel Beeke, conta que no quintal de sua casa havia uma macieira, mas ela não produzia frutos. Essa árvore se tornou motivo de uma grande frustração da sua esposa. Ele conta que um dia, para alegrar a sua esposa, foi a uma feira e comprou várias maçãs, e as pendurou no árvore para que parecesse uma árvore em plena produção. Obviamente, isso não resolveria o problema. A questão tem a ver com o fato de que não podemos importar, terceirizar ou mesmo artificializar a nossa vida cristã.
Não era tempo de figos - eu sempre me questionei quanto ao que aconteceu com a figueira, especialmente porque não era tempo de figos. Duas coisas tenho a dizer sobre isso.
Primeiro, o problema tem a ver com o fato de que ela tinha folhas e, naturalmente, uma figueira com folhas deveria também ter frutos.
Mas a segunda e mais importante questão aqui é a seguinte: no mundo inteiro, somente aquela figueira poderia ter frutos, pois não era tempo de figos. O que me faz pensar que no mundo inteiro, nenhum outro templo representava o relacionamento de Deus com os homens, pois somente aquele lugar tinha sido escolhido para tal representação.
Assim também, somente a igreja, ou somente você pode espalhar o bom perfume de Cristo neste mundo e o Senhor espera que, quando tivermos folhas, também tenhamos os verdadeiros frutos que devemos produzir.
Por que a figueira não tinha frutos?
Porque não considerou mais atentamente os resultados de uma vida sem Deus
Uma vida cristã que não desfruta de uma relacionamento vivo com Deus é como uma árvore sem frutos. Estar ou não ali não faz diferença alguma.
Nunca jamais como alguém fruto de ti! E seus discípulos ouviram isto (Marcos 11.14).
Os discípulos, no outro dia, passaram em frente à figueira e depois a viram seca, como se nunca tivesse tido folhas. Talvez, agora, fosse a mais seca de todas as figueiras do caminho.
E, passando eles pela manhã, viram que a figueira secara desde a raiz (Marcos 11.20).
Algo semelhante nos é ensinado no Sermão da Montanha, quando o Senhor fala sobre o “sal” e diz que se ele não cumprir o seu papel, para nada mais presta, senão ser lançado fora e pisado pelos homens. O mesmo, nos é dito sobre a vinha em Isaías 5, que será pisada por todos.
Mas, que frutos realmente o Senhor espera receber de nós? Como este episódio pode nos estimular hoje?
Nos dias de Marcos, a Igreja estava vendo a sua fé fracassar. O Evangelho conta a história das expectativas de Jesus com a sua igreja, afinal ela é a planta dileta do Senhor, plantada no solo mais fértil que há, a vida Jesus entregue na Cruz. Mas aquela igreja estava vivendo momentos de indecisão sobre o que deveria fazer. Eles estavam vendo fracassar a sua fé. 
Meus irmãos, o fruto que precisamos desenvolver é, em resumo, é uma vida de profunda fé em Deus. A falta mais sentida no templo de Jerusalém é que ela tinha se tornada uma casa de homens e não uma casa de fé em Deus, não uma casa de oração. Um lugar onde todas as nações poderiam buscar a Deus com fé.
A minha casa será chamada casa de oração para todas as nações. Vós, porém, a tendes transformado em covil de salteadores (Marcos 11.17).
Jesus chamou os seus discípulos, impressionados que estavam com a figueira, e lhes disse o seguinte:
Tendes fé em Deus; porque em verdade vos afirmo que, se alguém disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar em seu coração, mas crer que se fará o que diz, assim será com ele (Marcos 11.22-23).
Vivemos em um mundo sob o norte direcionado por Deus. Somos o povo chamado a viver o padrão de Deus em um mundo caído, distante e inimigo do Senhor. Por isso, somos chamados a viver por fé.
O fruto da nossa vida mais importante é a certeza de que estamos no caminho certo e de que este é o único possível para nós. Qualquer outro tipo de vida que não envolva uma confiança total em Deus é um modelo de aparência e de folhas.
A vida cristã de aparência não satisfaz a Deus, nem deveria nos satisfazer também. Devemos buscar, com todas as forças, um modelo baseado em uma fé vigorsa e transformadora que nos impulsiona a vencer toda a sequidão dos nossos dias e produzir muito fruto.
Damos, sempre, graças a Deus por todos vós, mencionando-vos em nossas orações sem cessar, recordando-nos, diante do nosso Deus e Pai, da operosidade da vossa fé, da abnegação do vosso amor e da firmeza da vossa esperança em nosso Senhor Jesus Cristo (1TEssalonicenses 1.2-3).
Uma relação com Deus que não envolva uma vida de fé verdadeira, de entrega positiva aos propósitos de Deus, atendendo ao seu chamado é o mesmo que uma planta seca desde a raiz e não pode produzir o que mais esperamos: felicidade e futuro.

Conclusão
Você é capaz de fazer uma autoavaliação de sua relação com Deus? Você estaria pronto para apresentar a Jesus os frutos da sua vida?
Precisamos considerar atentamente o fato de que Deus nos plantou para um propósito e isto é o que deve nos guiar neste mundo. Também devemos considerar o fato de que temos de atender à natureza da nossa vocação e frutificar.
Por fim, é de extrema urgência considerar que uma vida sem a relação de fé com Deus é um desastre religioso e não uma vida em abundância.
Pense em rever sua posição diante de Deus. Procure construir essa relação com Deus de forma mais consistente e mais coerente com aquele que te deu tudo para uma vida de frutificação.
Eu quero lhes dizer que somos o templo do Senhor, a igreja de Cristo e não podemos ser menos que isso tudo, um lugar de relação com Deus e de vida plena e frutífera.

Aplicação Para a Igreja Presbiteriana de Vila Formosa

Falando de maneira muito direta e prática, cremos que a Igreja presbiteriana de Vila Formosa é muitíssimo abençoada. Você deveria considerar que estar em uma igreja tão abençoada é um privilégio.
Mas tudo isso nos faz muito responsáveis. Não podemos deixar todo este potencial se tornar apenas em folhas. Discursos, irmãos, não são suficientes.
A começar em mim, mas passando em particular por sua vida e família. Todos precisamos considerar que tudo o que Deus nos tem dado deve atender a algo maior que apenas o nosso conforto. Temos de exercer o nosso papel e protagonizar uma história de uma igreja na zona leste de São Paulo que represente Deus, com fidelidade doutrinária e prática.
Famílias da Igreja presbiteriana de Vila Formosa há um desejo de Deus para nós e é que frutifiquemos e sejamos um povo de fé.

Oração

Dá-nos fé e usa-nos como a vinha do Senhor!

Amém.



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