2 de setembro de 2018

2 Samuel 5.6-10

Como a Cidade Pecadora se Tornou na Cidade Santa
2 Samuel 5.6-10
(Pregado no Dia do 69ºaniversário da UMP Vila Formosa)



Introdução
Dificilmente conseguiremos exagerar a importância destes primeiros capítulos do livro de Segundo Samuel para a História da Redenção. Enquanto o primeiro livro de Samuel tratava da história a partir da pessoa de Davi, no segundo livro, a história do Reino Davídico é o centro.  
Na verdade, devemos lembrar que a sua unção como Rei, foi ainda realizada por Samuel, ainda na casa de Jessé, quando Davi era apenas um jovem pastor de ovelhas, desconhecido e desprezado. Após a morte Saul, Davi é reconhecido como Rei em dois momentos, primeiro, seu reinado foi reconhecido na Tribo de Judá, na cidade de Hebron: 
Agora, pois, sejam fortes as vossas mãos, e sede valentes, pois Saul, vosso senhor, é morto, e os da casa de Judá me ungiram rei sobre si (2Samuel 2.7). 
Houve ainda um período de guerras entre a Casa de Saul, ajudada pelo grande capitão Abner, que apoiou Is-Bosete, filho de Saul, e a Casa de Davi, apoiada pela grande força do valente capitão Joabe.
Durou muito tempo a guerra entre a casa de Saul e a casa de Davi; Davi se ia fortalecendo, porém os da casa de Saul se iam enfraquecendo (2Samuel 3.1). 
Diante do enfraquecimento da Casa de Saul, Abner resolve fazer uma aliança com Davi e apoiar que todas as tribos se juntem ao filho de Jessé. Não obstante essa aliança entre Davi e Abner, Joabe, o general de Davi, numa vingança pessoal, mata a Abner, fato que Davi lamentou fortemente.
O enfraquecimento da Casa de Saul e a morte de Abner fizeram com que os apoiadores de Is-Bosete se afrouxassem e dois deles, o traíram e mataram em seu próprio leito. Davi reprovou o assassinato de Is-Bosete e mandou matar os traidores. 
Foi assim que Davi consolidou sua supremacia como Rei, sendo mais tarde ungido por todas as tribos de Israel, reconhecendo o seu governo sobre toda a nação. Assim, é introduzida a história do Reino de Davi no livro de Segundo Samuel. 
Então, todas as tribos de Israel vieram a Davi, a Hebrom, e falaram, dizendo: Somos do mesmo povo de que tu és. Outrora, sendo Saul ainda rei sobre nós, eras tu que fazias as entradas e saídas militares com Israel; também o Senhor te disse: Tu apascentarás o meu povo de Israel e serás chefe sobre Israel. Assim, pois, todos os anciãos de Israel vieram a ter com o Rei, em Hebrom, e o rei Davi fez com eles aliança em Hebrom, perante o Senhor. Ungiram Davi rei sobre Israel (2Samuel 5.1-3). 
Davi tinha trinta anos quando começou a reinar sobre Israel e eu reinado durou 40 anos. Os relatos nos dizem que por sete anos ele reinou a partir da cidade de Hebrom, mas logo tratou de centralizar o seu poder e dar um dos passos mais importantes do seu reinado: a conquista de Jerusalém. 
A história desta cidade remonta ao próprio Abrão, quando este entrega o seu dízimo ao Rei Melquisedeque, rei de Salém. Nos dias de Josué, os filhos de Judá não conseguiram expulsar dali os Jebuseus que permaneceram naquelas regiões até os dias de Davi. 
A cidade era uma fortaleza dos Jebuseus, suas muralhas eram a sua confiança e eles acreditavam que com o mínimo esforço eram capazes de afastar qualquer inimigo que tentasse escalar as encostas dos morros para chegarem à muralha da cidade. 
Os Jebuseus eram descendentes de Cam, uma das tribos cananeias sempre citadas nos textos bíblicos, como sendo um dos moradores da terra prometida, antes da chegada dos israelitas. Eram idólatras e uma nação muito autonfiante, um povo arrogante que se achava invencível.
Digo que não podemos exagerar a importância destes capítulos para a História da Redenção, porque esta cidade estará no centro da História Bíblica, como sendo a Cidade Escolhida por Deus para por o seu NOME. Até os dias de hoje, Jerusalém é considerada uma cidade mítica e há quem diga que sua importância ainda será revelada. Eu, particularmente, acredito que a NOVA JERUSALÉM bíblica é ainda mais importante e esta é a IGREJA DO NOVO TESTAMENTO.
Em Apocalipse ela é a NOIVA de CRISTO, que desce do céu, preparada por Deus para ser a morada do Altíssimo. Evidentemente, ali se refere muito mais que a Cidade de Muros e Ruas, Portões e Torres, mas está falando de uma construção de um povo, uma nação santa, de propriedade exclusiva de Deus. NO entanto, a Jerusalém cidade de Davi será alvo de grandes mudanças ao longo da História, sempre apontando para esta NOVA JERUSALÉM de DEUS. 
Acredito que podemos trabalhar com a ideia de que a Cidade de Jerusalém e o seu trajeto histórico possa simbolizar direta e indiretamente a NOVA JERUSALÉM, a IGREJA DE CRISTO, a morada do Altíssimo. Por isso, eu quero ir com os irmãos a este tão importante capítulo da Escritura e ver como a Cidade Pecadora de Jebus, se tornou a Cidade de Davi, a Cidade de Deus. Talvez seguindo a analogia de Agostinho, possamos dizer, como a IGREJA pode deixar de ser a CIDADE DOS HOMENS para ser a CIDADE DE DEUS. 

A CIDADE PECADORA SE TORNARÁ A CIDADE DE DEUS  QUANDO ELA FOR GOVERNADA PELO REI ESCOLHIDO DE DEUS E NÃO PELOS MODELOS PECADORES DOS HOMENS SEM DEUS

O verso 6 resumem esta história de uma forma bem simples. Primeiro ele diz que Davi partiu contra aquele governo apóstata e em segundo lugar nos mostra que o governo apóstata arrogantemente se mostrou resistente à mudança de governo. 
Partiu o rei com os seus homens para Jerusalém, contra os jebuseus que habitavam naquela terra e que disseram a Davi: Não entrarás aqui, porque os cegos e os coxos te repelirão, como quem diz: Davi não entrará neste lugar (2Samuel 5.6). 
Partiu o Rei com os seus homens para Jerusalém contra os jebuseus– irmãos Davi sabia que era necessário lutar contra os Jebuseus se quisesse que aquela cidade se rendesse ao seu governo. Não se importou com o fato de ser ela uma fortaleza e não se importou com a história dos dias de Josué. Davi estava disposto a arrancar do governo daquela cidade o povo apóstata que ali habitava. 
Nesta atitude existe um processo pedagógico que precisamos pensar sobre as lições que nos ficam como NOVA JERUSALÉM. OU seja, Deus está nos dizendo que ela não pode ser CHAMADA CIDADE DE DEUS se o Rei que Deus escolheu não estiver controlando a cidade. 
Da mesma forma, acredito que é muito importante que você note a importância da ideia de Senhorio de Cristo sobre a Igreja, que não pode ser governada pela mente humana apóstata e ser chamada Cidade de Deus. Para ser a Cidade de Deus ela precisa sofrer uma mudança radical de governo. Pense que assim deve ser a sua vida, que assim, para que você seja chamado de Cidade de Deus, Morada do Altíssimo, ser a Casa de Habitação de Deus, o Rei escolhido deve estar no controle da Cidade. 
Não entrarás aqui– os jebuseus naturalmente resistiram àquela mudança de governo. Poderiam ter se rendido ao poder de Davi e seus exércitos, ao verdadeiro Rei de Israel, mas sua natureza autoconfiante, autocentrada e arrogante não permitia que se submetessem ao novo governo. Da mesma forma acredito que a NOVA JERUSALÉM encontra dificuldades para se tornar a cidade de Deus, pois encontra resistências dentro da própria cidade. Sinais de nossa arrogância diante de Deus podem ser notados sempre que nosso VELHO HOMEM, GOVERNADO PELO PECADO, resiste entregar suas posses ao REI ESCOLHIDO DE DEUS. 
Os cegos, os coxos te repelirão– uma das estratégias do pecado é nos fazer acreditar que o NOVO REI é fraco e não é suficiente para tornar a cidade forte. Da mesma forma, pensam muitos crentes que não deixam o controle do Novo Rei, do Rei Escolhido se efetivar no seu modo de viver, porque não acreditam que o REI DE DEUS seja suficiente para fazer a cidade continuar. 
Precisamos olhar com cuidado para a realidade de quem somos diante de Deus e o quanto estamos dispostos a ceder espaço para o NOVO REI, o REI ETERNO SOBRE NOSSO CORAÇÃO. Não poderemos realmente ser a CIDADE DE DEUS, governada pela IMPIEDADE e a falta de justiça. Você não pode imaginar que é possível agradar a dois senhores, ou pensar que é possível enganar Deus. Reveja os valores que governam sua vida, suas preferências, suas decisões, suas palavras, seus sentimentos. 


A CIDADE PECADORA SE TORNARÁ NA CIDADE DE DEUS QUANDO O REI DOS REIS DECIDE ROMPER SEUS CICLOS DE PECADO E MUDAR A SUA REALIDADE

A realidade de Jebus, a cidade pecadora era de ser uma fortaleza invencível, contudo, os versos 7 e 8 nos dão conta de que Davi a venceu com certa facilidade. Mesmo relato das Crônicas fala de forma bem simples sobre a conquista de Jebus por Davi. 
Porém, Davi tomou a fortaleza de Sião, esta é a Cidade de Davi. Davi, naquele dia, mandou dizer: Todo o que está disposto a ferir os jebuseus suba pelo canal subterrâneo e fira os cegos e os coxos, a quem a alma de Davi aborrece. (Por isso, se diz: nem cego nem coxo entrarão na casa). (2Samuel 5.7-8). 
Porém, Davi tomou a fortaleza – O texto nos mostra que Davi age soberanamente, apesar da resistência de Jebus e toma a fortaleza. É interessante que essa maneira de descrever parece um pouco contrastante, afinal, não se tratava de uma fortaleza, como caiu tão facilmente? O que texto sugere é que de fato a cidade era uma fortaleza, mas Davi era mais forte que as forças de Jebus. 
Esta é a Cidade de Davi– o redator do Livro de Segundo Samuel, está dando preferência a mostrar que houve uma mudança de comando. A fortaleza de Jebus, foi vencida e se tornou a Cidade de Davi, onde Davi era o Rei. 
Precisamos pensar sobre essa mudança e como ela está ligada à força do Rei Escolhido para fazer com que a cidade caísse diante de si. Da mesma forma, precisamos pensar sobre como Deus vence nossa própria resistência, as fortalezas que o pecado levanta sobre a nossa mente. Para Deus não é impossível vencer o nosso pecado. 
Todo o que está disposto a ferir os jebuseus a quem a alma de Davi aborrece– a convocação dos soldados indica que era necessário fazer os soldados aborrecerem aquilo que o próprio Deus aborrece. A força desta conquista está no fato de que eles desejam fazer a vontade do Rei e não buscam suas próprias preferências. Eles queriam limpar a cidade de tudo o que não agradava o Rei. Os cegos e os coxos, como diz o texto, são símbolos da arrogância da cidade dos homens, da cidade pecadora. 
Precisamos pensar sobre o que realmente é a Cidade de Deus. Ela é a Cidade que rejeita tudo o que O REI REJEITA. Ela é a Cidade que procura viver para o Rei pois se submete à sua força. Ela é a cidade que se entrega ao poder do Rei e da sua vontade. 
Pense sobre isso, no que diz respeito à sua vida e as coisas que você rejeita e ou as coisas que você aceita como válidas. Entregue-se ao poder e à soberania daquele que vence o pecado. Deus vence o nosso pecado e para isto, nos convoca a odiar o pecado. A primeira vitória da CIDADE DE DEUS ACONTECE QUANDO ELA ROMPE COM OS CICLOS DE DOMÍNIO DO PECADO E SE RENDE AO PODER DE DEUS. 

A CIDADE PECADORA SE TORNARÁ NA CIDADE DE DEUS QUANDO O REI HABITÁ-LA E EM PLENITUDE OPERAR AS TRANSFORMAÇÕES DELA

Por fim, olharemos para os versos 9 e 10 e veremos um resumo dos resultados do NOVO GOVERNO DA CIDADE. Ela se tornará a cidade onde a justiça do Rei Escolhido será vista na realidade de progresso da cidade. 
Assim, habitou Davi na fortaleza e lhe chamou a Cidade de Davi; foi edificando em redor, desde Milo e para dentro. Ia Davi crescendo em poder cada vez mais, porque o Senhor, Deus dos Exércitos, era com ele (2 Samuel 5.9-10).
Habitou Davi na Fortaleza – o termo bíblico traduzido por “habitou” seria melhor traduzido por “assentou-se”, o que aponta para a ideia de ser introduzido em um trono. Ele assentou-se para governar sobre a fortaleza. Ele estava ditando as regras, determinando o que fazer e como deveria ser a vida da Cidade. 
A chamou de Cidade de Davi– Decorrente do governo de Davi se impregnou na cidade o caráter do seu Rei. Então, por isso, a Cidade é chamada de “Cidade de Davi” isto é, cidade que é governada por Davi. Realmente, a Cidade deve revelar quem está no trono, por meio do caráter que ela revela ao mundo. 
Foi edificando em redor– meus irmãos, precisamos notar que Cristo está no controle da sua cidade na nossa vida, olhando para a nossa vida exatamente e enxergando estas mudanças que Cristo, o Filho de Davi está operando na nossa vida. Davi edificou a cidade, do ponto mais distante até o lugar mais íntimo. Este é o tipo de mudança que precisamos buscar na CIDADE DE DEUS, QUE ELA REVELE QUEM A GOVERNA. 
O poder de Davi cresceu Deus era com ele – Davi foi mostrando o seu poder na mudança que esta cidade sofreu. Meus irmãos, a Igreja é o corpo de Cristo e as suas transformações são a mais completa revelação o poder de Cristo. Precisamos ser uma CIDADE QUE REVELE A PRESENÇA E O PODER DE DEUS. 

Conclusão

Você e eu precisamos buscar e desejar ser a CIDADE DE DEUS. Precisamos ser governado pelo Senhor e não pelo modelo pecaminoso da CIDADE DOS HOMENS. Irmãos a Igreja é a CIDADE DE DEUS e ele a governa soberanamente, mas precisamos revelar mais e mais que a nossa vontade é que a VONTADE DO REI PREVALEÇA SOBRE A NOSSA. 
POR fim, precisamos de uma disposição de mostrar ao mundo a VERDADEIRA NATUREZA DE DEUS, POR MEIO DA CIDADE DE DEUS. 
Estamos em uma semana importante para a pátria brasileira, a Semana da Pátria. Infelizmente o BRASIL é uma nação governada por sistemas pecaminosas, sem Deus é uma CIDADE DE HOMENS. Não estou falando de governo político ou partidários, estou falando da vida, do caráter nacional. 
Precisamos que MODELOS DE CIDADE DE DEUS sirvam à nação como homens e mulheres de bem. Gente disposta a realizar a vontade de DEUS NO SEU DIA A DIA. Revelar a justiça de Deus e servir como uma Janela do Reino para que os outros homens tenham alguém para imitar. 
Do mesmo modo como Davi era um modelo de cidadão para os habitantes de Jerusalém, Jerusalém foi chamada a ser um modelo de cidade para o mundo e a Igreja cumpre esse papel e não podemos abrir mão disto. 


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