24 de fevereiro de 2019

Apocalipse 11.15-19

Viver o Dia a Dia Olhando Para o Dia Final

Apocalipse 11.15-19

Foco da Nossa Condição Decaída
O que este texto deseja é nos mostrar essa âncora escatológica da fé, como um pressuposto básico da vida cristã na presente a era. A era porvir é o ponto de chegada de todo aquele que confia no Senhor. Somos instados a viver, esperando, almejando e olhando para o Dia Final, como o primeiro dia da eternidade. Filhos de Deus devem possuir sede de eternidade e devem andar como quem sonha. Sempre, desde Gênesis 3.15, foi assim: ESPERAR O DIA DA REDENÇÃO DO SENHOR. 
Introdução
O texto que nos lê essa manhã é o significativo relato da sétima trombeta. A sétima trombeta é o anuncio final do processo histórico da presente era e o estabelecimento da era vindoura. O Anjo mostrou a João como o reino deste mundo se tornou definitivamente do Cristo de Deus e como os anciãos se prostram ante o seu reinado. 
Este acontecimento é seguro e certo; será o ponto de chegada de uma era diante do seu Senhor para dele receber a recompensa e será o ponto mais elevado de toda a promessa feita à Abraão, a aliança que foi chancelada com o sangue do propiciatório, que sempre esteve no céu, diante do Senhor.
Toda a Escritura tem uma proposta escatológica como modo de vida induzido pelo Senhor. Ele sempre nos chama a confiar. Fez assim com Adão e Eva, quando lhes prometeu um descendente que pisaria a cabeça da serpente; foi assim com Abrão, quando lhe prometeu uma grande nação; foi também assim com Moisés, quando lhe ofereceu a terra donde mana leite e mel; para Davi prometeu um trono eterno; aos profetas com as promessas messiânicas de um reino de paz e eterno... etc. 
Depois que Cristo veio ao mundo e sua vida foi entregue para nos resgatar definitivamente do poder da pecado e da morte, ele prometeu voltar e chamou seus discípulos a esperarem a sua volta.
O livro de Apocalipse é entregue à igreja de Cristo no transe mais agudo da sua história apostólica. João, o último apóstolo, a testemunha de Cristo, é levado a ter a visão da história. Nela, Deus lhe revela um controle absoluto sobre toda a história, escrita para a sua glória. A Igreja precisa confiar que Deus, no processo histórico está fazendo o que é o melhor e purificando a sua Igreja, prepararando-a para o encontro com o Noivo. 
Seis selos, mais um, mostram este controle histórico de Cristo, o Senhor da realidade. Seis trombetas mais uma, mostram a purificação por meio do juízo de Deus contra os pecados dos homens. Você notará que tanto o sexto selo, quanto a sétima trombeta são histórias à parte. São epílogos, para os quais há uma preparação especial. Por isso, é tão importante que se destaque isto. 
Estamos diante do último juízo de Deus e ele é de anúncio da era porvir. Ele nos prepara dizendo que toda a obra de purificação está feita e que finalmente o Reino será totalmente de Cristo. O último dos inimigos será vencido e a aliança de Deus com os homens terá alcançado o êxito final. 
O movimento que o Senhor deseja das nossas almas é o de esperança e de desejo deste Dia. Ele deseja que nos sintamos seguros, responsáveis por estar preparados e prontos a reconhecer com gratidão que tudo isso foi uma obra perfeita do nosso Deus. 
Esta manhã, vamos encontrar neste texto que nos lê um motivo para despertar nossa santidade e preparação para este dia. Vamos propor uma vida que torna cada dia um ponto de ligação com o último e derradeiro dia, o Dia Eterno e primeiro dia da ERA ETERNA DO REINO DE PAZ COM O SENHOR. 

Vivemos o Dia a Dia na Esperança do Dia Final Porque Temos Firme a Convicção da Fé Cristã de que CRISTO REINARÁ!
O Sétimo anjo tocou a trombeta, e houve no céu grandes vozes, dizendo: O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos. E os vinte e quatro anciãos que se encontram sentados no seu trono, diante de Deus, prostraram-se sobre o seu rosto e adoraram a Deus, dizendo: Graças te damos, Senhor Deus, Todo-poderoso, que és e que eras, porque assumiste o teu grande poder e passaste a reinar (Apocalipse 11.15-17). 
O texto nos coloca diante do poderoso anjo que toca a última trombeta. Este anjo é descrito como o “anjo forte”. Um poderoso anjo do Senhor que espanta a visão de João, ele comanda o fechamento do último momento da história. Ele brada com voz de trovão, que produz sons de juízo que João é proibido de escrever. 
O anjo revelará o mistério de Deus e dá a João um livro para ser sua comida. O qual na boca era doce, mas quando digerido ficava amargo. Palavras de esperança, que exigiam uma reflexão muito amarga sobre a vida. Este é o principio mais elementar da Palavra e das promessas da Aliança. Pois Deus, nos fala de propósitos elevados e doces para a nossa vida, mas que precisamos enfrentar a vida com o destemor e com coragem, diante do amargor do pecado que está sendo retirado de nós. 
Depois de medir o santurário que é a Igreja, o Senhor começa o processo profético final. Suas testemunhas são mandadas para anunciar o doce e sofrer o amargo da preparação. Até que então, tudo está pronto e o anjo toca a trombeta. 
O sétimo anjo tocou a trombeta: o reino deste mundo passou a ser do nosso Senhor e do seu Cristo – A linguagem empregada por João para descrever os acontecimentos que se seguem ao início do fim é que o Senhor vem para o movimento final com todo o seu poder e as forças do mundo percebem que ele agora vem para lutar e vencer. O reino, o governo está totalmente sob o controle do Senhor e do seu Cristo. Quando afirma, do seu Cristo, enfatiza que é aquele escolhido, o ungido das nações, a quem foi dada toda a autoridade no céu e na terra. Ele realmente assume a cena e toma todas as atenções no final, no dia da sua volta. 
O reino passou a ser  - O texto nos fala em uma linguagem de segurança, que indica que é uma certeza indelével, firme e concreta. O reino está firmemente nas mãos do Senhor e do seu Cristo. Ele rege as nações para o Pai e as conduz à redenção para o Pai. 
E ele reinará pelos séculos dos séculos– Aqui, a intenção é conduzir o coração da Igreja a pensar sobre a segurança eterna que nos é aberta no governo total do Senhor sobre a realidade. Agora, este novo governo não terá mais fim e será glorioso para sempre. 
Os anciãos prostraram-se diante do rosto e adoraram a Deus– estes que eram o sinal dos remidos de Deus no Velho e Novo testamento, que se achavam diante do trono, se levantam dos seus tronos, diante do trono central do poder de Deus e se curvam, ante a glória que lhes é revelada no poder do governo total de Cristo, eles adoram a Deus. Em reconhecimento oferecem a Deus um poema: 
Graças te damos, Senhor Deus, Todo-poderoso, que és e que eras, porque assumiste o teu grande poder e passaste a reinar– este poema tem duas partes principais, essa é a primeira, onde eles se mostram maravilhados com o surpreendente poder do Cristo, com o qual veio revelar o último momento da presente era. Eles afirmam este poder de várias formas: todo poderoso; cuja existência eterna, desde os primórdios deixava clara seu poder; mas que agora, ele revelava um espetacular poder, antes nem pensado e ao assumir o controle total do momento final, ficou claro quem era o Senhor.  
Irmãos, toda essa linguagem dos versos 15 e 16 são para nos fazer confiantes e certos de que de fato nada poderá resistir ao Senhor. Esse deve ser o mais completo motivo para nosso Dia a Dia estar focado, voltado e sendo instrumento de preparação para o Dia Final, a certeza de que o poder do Cristo será revelado e mostrado certa sua vinda e o seu governo final sobre todas as coisas. 
Eu e você precisamos considerar mais atentamente como estamos nos preparando para aquele dia. Eu e você precisamos ser mais cuidadosos, pois não é sábio que sejamos indolentes e inconsequentes com a nossa vida e não podemos perder tempo diante de algo tão grande e sério que está para acontecer, especialmente porque pode acontecer neste minuto seguinte. 

Vivemos o Dia a Dia na Esperança do Dia Final Porque Temos Firme a Convicção da Fé Cristã de que todos RECEBEREMOS DELE A RECOMPENSA!

Na verdade, as nações se enfureceram; chegou, porém, a tua ira, e o tempo determinado para serem julgados os mortos, para se dar o galardão aos teus servos, os profetas, aos santos e aos que temem o teu nome, assim aos pequenos como aos grandes, e para destruíres os que destroem a terra (Apocalipse 11.18)
Seguindo este pensamento sobre a volta de Cristo e o grande poder que ela revelará. Os anciãos cantam a segunda parte do cântico. Ela revela a consequência do preparo e do despreparo dos homens em relação à Cristo e a sua volta.
AS nações se enfureceram, chegou, porém, a tua ira, e o tempo determinado para serem julgados os mortos– os homens que se rebelaram contra Deus, aqueles que não perguntaram por ele, não se lembraram dele e viveram como se ele não fosse o Senhor, agora percebem que estarão diante dele, ficam enfurecidos. Eles sabem que o Senhor vem para lhes requerer os talentos, mas eles enterraram e venderam suas preciosas vida ao pecado. O encontro deles com a Ira não lhes trás arrependimento, mas raiva contra o Senhor, porque sabem que ele vem para lhes julgar e condenar. 
Para destruir os que destroem a terra– o texto segue o modo peculiar do hebraísmo de quiliasmo. Que é começar com um tema, passar para outro e voltar ao mesmo tema. É um modo de encapsular o principal conteúdo e explica-lo à luz do que está ao redor. Deixe-me explicar: o tema ao redor é a morte e o juízo dos ímpios, pelo grande poder da ira do Cordeiro. Bem, o ponto central que João quer comunicar não é o que o Senhor fará aos ímpios, mas aos crentes que estão no conteúdo central do quiliasmo. Contudo, este ponto central deve ser considerado mais ainda, em relação e em comparação ao conteúdo ao redor, isto é, o fato do Senhor derramar tanta ira sobre os ímpios que destroem a terra deveria ser motivo para que os crentes estivessem mais certos ainda do seu caminho no Senhor. 
Para se dar galardão aos teus servos, os profetas, aos santos e aos que temem o teu nome, assim aos pequenos como aos grandes– este é o núcleo desejado como foco e ênfase neste texto: a salvação e a recompensa que o Senhor dará aos seus servos, por saberem construir uma vida com Deus no seu dia a dia, esperando a volta do Senhor. 
Aqui, precisamos reforçar nosso desejo de viver para o Senhor, pensando exatamente sobre isto: que tudo valerá a pena, porque um dia receberemos o galardão do Senhor, enquanto os demais serão completamente destruídos pela Ira do Cordeiro. 
Viver o Dia a Dia à luz do Dia final é um ato que exige a paciência da espera, mas também a esperança gloriosa de que tudo tem uma razão: Cristo e sua volta, quando, então, tudo se revelará e seremos recompensados por viver por fé e não por vistas. 

Vivemos o Dia a Dia na Esperança do Dia Final Porque Temos Firme a Convicção da Fé Cristã de que temos uma ALIANÇA INVIOLÁVEL COM O REI!

Abriu-se, então, o santuário de Deus, que se acha no céu, e foi vista a arca da aliança no seu santuário, e sobrevieram relâmpagos, vozes, trovões, terremoto e grande saraivada (Apocalipse 11.19). 
Abriu-se, então, o santuário de Deus, que se acha no céu-Essa última parte, parece um tanto enigmática. João fala em uma linguagem que indica surpresa, como se diante de tudo que está acontecendo, em uma ação repentina o céu tivesse se aberto e uma surpreendente revelação lhe foi feita. Como se Deus estivesse agora revelando o que havia dito no verso 7, do capítulo 10: foi revelado o mistério de Deus aos seus profetas. 
Foi vista a arca da aliança no seu santuário– a arca havia se perdido da história do povo de Deus, quando os babilônicos tomaram o templo do Senhor e Israel e Judá foram deportados ao exílios nos dias de Daniel, Jeremias, Ezequiel. Mas, o texto nos diz que a arca sempre esteve diante de Deus. Portanto, o que o texto nos diz é que os valores da aliança de Deus sempre estiveram diante do Senhor. Talvez este seja o memorial que MALAQUIAS diz que Deus tem diante de si, que lhe faz lembrar dos seus justos dizendo: ELES SERÃO PARA MIM UM PARTICULAR TESOURO NAQUELE DIA QUE PREPAREI(Malaquias 3.7). 
Relâmpagos, vozes de trovões, terremoto e saraivada– estes sons e abalos apontam para o modo como os céus reagem à essa realidade. Em alguns textos, quando os anjos louvam e ou festejam, o que os homens ouvem são os trovões (Ap 10.3). 
Em outras palavras, a visão da Arca da Aliança traz sobre todos um grande júbilo. O mistério revelado é o amor pactual de Deus por seus filhos e a certeza de que Ele nunca os deixou de amar. O propiciatório e o sangue derramado sobre a Lei, que esconde o juízo da Lei e revela o amor da graça do sangue do Cordeiro, estão sempre diante de Deus, no seu santuário e ele jamais se esquecerá de que firmou com Abrão uma aliança e nós todos somos filhos da aliança. 
Meus irmãos, nossos dias devem ser vividos nessa convicção profunda de que temos uma aliança inviolável com Deus, protegida pelo maior de todos os poderes, o poder glorioso do amor invencível de Deus. Deus tem guardado por você tudo o que é ele precisa para constantemente lembrar de que você pertence a Ele. 
Este é um motivo sério para vivermos os nossos dias para o Senhor, esperando aquele dia final. Maranata.  

Conclusão

Estes versos que nos lêem essa manhã, sabem que precisamos de fé  para viver os nossos dias. Esse foi o motivo porque Deus conduziu seu apóstolo a nos dar estes textos, a nossa fé precisava ser iluminada por eles. 
Considere, meu amado irmão, que o fim de uma viagem deve determinar cada passo do percurso. Cada decisão que tomamos no percurso de uma viagem deve sempre estar ligado ao ponto de chegada. Cada rua que entramos, cada pequena viela, cada paisagem e cada momento mais difícil da viagem tem como propósito, chegar ao destino. 
Reveja o percurso que você está traçando! Acho que talvez você esteja perdendo tempo demais em pequenas voltas sem sentido, curvas indevidas e paradas inapropriadas, porque está se esquecendo de que vivemos neste mundo para um dia nos encontrar com Jesus. 
Você deve se lembrar de que a história da presente era é só uma preparação para aquele Dia e que cada Dia, no seu dia a dia, conta de fato como parte da sua preparação para Aquele Dia. Como é que você está se preparando hoje? 
Se o Dia Final começasse agora, e a trombeta fosse soada neste minuto, como está a sua preparação? Não tema, entregar a Deus todos os seus dias, não temas, porque enquanto ele lança seu juízo contra os que se esquecem dele, ele está preparando as recompensas para os que lhe entregam a vida. 
Hoje, é um dia para e pensar, nAquele grande terrível dia, o Dia do Senhor. 
Oração
Pai, coloca um selo sobre os nossos olhos e nos faça ver a eternidade todos os dias, mude nosso coração e faça-o querer, amar e esperar intensamente aquele Dia. Maranata! 

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