3 de fevereiro de 2019

Mateus 4.1-11

Cristo Como Modelo na Vitória Contra a Tentação
(Culto da Noite – Fevereiro – IPT)
Mateus 4.1-11

Foco da Nossa Condição Decaída
As tentações de Cristo são uma espécie de modelo para nós, por serem uma vitória da verdade sobre a mentira. O caminho e a verdade, contra o pai da mentira, a Escritura contra a idolatria, a glória de Deus contra as glórias falsas do mundo. Neste ponto, a vitória de Jesus é a vitória daqueles que entendem a vida sob a visão de quem sabe que Deus é o Senhor e que o mundo lhe pertence. Nesta mensagem, somos chamados a ver o mundo do modo de Deus e viver nele, vencendo a tentação de deixar Deus para amar o mundo. 

Introdução
Qual é a tarefa de Satanás? Boa pergunta! O que realmente ele faz neste mundo? Qual o propósito de sua existência? Por que Deus não o destrói, mas lhe permite existir e atrapalhar tudo? 
Claro que estas questões não são somente curiosidade infantil. Nossas respostas a estas questões sempre envolverão a ideia de que Deus tem um o propósito de fazer surgir um povo que compreenda o que realmente é a redenção e todo o valor de estar vivendo sob o governo poderoso, soberano e infinito de Cristo Jesus. 
Mateus está disposto a nos mostrar o grande Rei Jesus, cujo tema do início do Evangelho é mostrar como o Pai protegeu o seu Filho-Rei das mãos dos poderosos deste mundo e o levou ao ponto de estar ele, mesmo pronto para mostrar ao mundo quem é o Filho de Deus. 
O Espírito dá testemunho deste Rei-Filho, pois sobre ele vem repousar e descer, enquanto o Pai dele dá testemunho. 
Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele. Este é o meu filho amado, em que me comprazo! (Mateus 3.17).
Este Rei-Filho, também é o nosso Sacerdote-Filho, cuja identificação conosco o faz capaz de oferecer sacrifício por nós. Por isso, o escritor da Carta aos Hebreus nos diz que temos um sumo-sacerdote que se condói das nossas fraquezas, porque foi tentado como nós somos tentados. 
Pois, naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados (Hb 2.18) 
Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado (Hb 4.15). 
Sim, o Rei-Filho é também o Sacerdote-Filho de Deus, que o próprio Espírito está preparando para ser o nosso modelo. Por isso, o próprio Espírito o conduz ao deserto para ser tentado pelo diabo. 
A seguir, foi Jesus levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo (Mt 4.1). 
Sem dúvida alguma, não é uma coincidência este fato. Como também não é coincidência que o Diabo, ao se aproximar dele provoca:
Se és o Filho de Deus, atira-te abaixo (Mt 4.6). 
Mateus está atento para nos mostrar que o Filho de Deus é nosso Rei e Sacerdote, como também é aquele que como um Profeta, usa a Palavra de Deus para nos mostrar o caminho e, no caso, trilhar ele próprio o caminho da Palavra de Deus. 
Jesus, porém, respondeu: Está escrito – Também está escrito – Porque está escrito (Mt 4.4; 7; 10). 
Como Rei, como Sacerdote e como Profeta, nosso Senhor Jesus nos ensina como o Filho de Deus deve andar neste mundo, como devemos nos relacionar com a realidade que nos cerca e como devemos enfrentar o fato de que o mundo é tentador, a próprio realidade é uma tentação e o nosso coração precisa reagir, precisa vencer. 
Vencer neste texto é mais que simplesmente não cair. Vencer nesta passagem é encontrar o modo correto de viver cada realidade. Quero convidá-lo a pensar sobre sua própria maneira de se apropriar da realidade ao redor e chama-lo a perceber como o modelo de Cristo pode ajudar você a viver cada circunstância. 
Jesus Cristo era perfeito, ele não tinha um coração pecaminoso, mas o diabo tenta tirar a sua atenção da verdade de Deus e fazê-lo viver para outro propósito, mas o Filho perfeito de Deus nos dá um maravilhoso exemplo de como se vence as tentações. 


Segundo o Exemplo de Jesus 
Vencer as Tentações é Aprender a Compreender Que as Necessidades Não Podem Comandar a Nossa Vida Mais Que a Vontade de Deus

Um dia um soldado romano se aproxima de um velho presbítero e lhe propõe: deixe o seu Deus e o seu Cristo e volte à sua vida, à sua família e vá cuidar das suas coisas. Caso contrário será morto na fogueira. O velho presbítero responde: “Há oitenta e seis anos que o sirvo e nunca me fez mal algum. Como poderia blasfemar meu Rei e Salvador?” 
Levaram-no à fogueira, ajuntaram os guardas cordas para o amarrar, mas ele lhes pediu que não o amarrassem, dizendo:  “Deixa-me livre. Quem me dá forças para suportar o fogo, dar-me-á igualmente a de ficar nele imóvel sem necessitar deste vosso cuidado”.
Meus irmãos, as necessidades mais básicas, podem ser uma forte tentação. Podemos parar de olhar para Deus por causa da nossa realidade finita e necessitada. Mas Jesus, aqui, nos ensinar a olhar para a vontade de Deus como nosso alimento. 
E, depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome. Então, o tentador, aproximando-se, lhe disse: Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães. Jesus, porém, respondeu: Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus (Mt 4.2-4). 
Se és o filho de Deus manda- Aparentemente, o que o Diabo propõe não é tão ruim assim. Ele pede a Jesus que nos dê uma prova de sua filiação divina. Qual o mal o de transformar as pedras em pão? A questão, meus amados irmãos, que o Diabo está propondo é muito mais sutil e profunda. Ele está propondo que aquela realidade de Jesus não seja vivida segundo a vontade do Pai, mas que Cristo pense em si mesmo, mais que em realizar aquilo que o Pai está lhe dando a viver. 
Deus, naquele momento, pelo Espírito Santo, o está levando ao deserto e ao jejum. Deus lhe propõe essa realidade o de viver privado de satisfazer necessidades básicas, Cristo estaria tentando viver do seu jeito, se esquecesse da vontade de Deus e escolhesse viver para si. Aqui Ele tinha uma missão, dar início ao seu ministério e mostrar que a vontade do Pai é a sua comida. 
Não só de pão viverá o homem – mas de toda a palavra que procede da boca de Deus– Jesus está nos ensinando que a nossa realidade deve ser interpretada pela Palavra de Deus. O que Deus diz e como Deus diz é o que precisamos usar para interpretar os nossos momentos e as nossas mais básicas necessidades. 
Precisamos nos lembrar de que foi questionando a Palavra de Deus e mostrando uma nova maneira de matar a fome básica que o Diabo fez cair o primeiro Adão. Aqui, o segundo Adão vence a tentação e vive para Deus, segundo a vontade de Deus. 
Pode ser que você tenha os seus desafios sobre o que Deus espera de você e o que as necessidades estão levando você a decidir. Cuidado, aqui o seu coração pode fazer o papel do próprio Satanás num certo sentido, pode ser que você mesmo esteja precisando olhar para Jesus e fazer o que Ele fez, ir à palavra e pedir que Ela te mostre o que fazer e como viver este momento. Irmão, VENÇA A TENTAÇÃO, VIVA PARA DEUS E SEGUNDO A VONTADE DE DEUS, NÃO DEIXE SUAS NECESSIDADES TE AFASTAR DE DEUS. 

Segundo o Exemplo de Jesus 
Vencer as Tentações é Aprender a Não Confiar Em Suas Próprias Presunções e Possibilidades Pessoais

O texto nos diz que o Diabo o leva ao alto do Templo, ao pináculo. Estamos falando da Cidade Santa e ao Templo. O lugar certo para um homem de Deus estar e um homem justo ainda mais. O Diabo cita o salmo 91, que trata dos homens justos que andam com Deus e sobre o modo como Deus os protege em todos os seus caminhos. 
Se és Filho de Deus atira-te abaixo – está escrito – os anjos de susterão - Portanto, o Diabo está provocando a “presunção” de Jesus, em outras palavras, àquela ideia que temos tão  positiva de nós mesmos e de como a nossa vida tem que dar certo, afinal nós entendemos da vida e fazemos a coisa mais certa que todo mundo. 
O homem presunçoso é aquele que não admite que deve ser humilde e rever seus conceitos e caminhos. O homem presunçoso acha que sabe mais sobre a vida que qualquer outra pessoa e que sua palavra é mais sábia. A presunção é um perigo, porque ela conta com a ideia de que podemos forçar Deus, uma vez, que Deus é quem se submete às nossas escolhas.
O Salmo não ensina a presunção do justo, mas à ideia do justo de viver retamente para não correr riscos desnecessários e, Deus, quando quer o livra e o protege, justamente porque ele escolhe o caminho de Deus e não o seu. 
Também está escrito: não tentarás o Senhor, teu Deus– o Diabo tentou lhe oferecer um entendimento diferente da Palavra do Salmo, fazendo com que a presunção lhe levasse ao erro de tentar forçar o caminho de Deus e a própria vontade de Deus. Mas, Jesus, volta a ver a vida segundo a Palavra de Deus e está trazendo a Palavra ao seu verdadeiro sentido. Nenhum homem pode ser presunçoso achando que pode forçar Deus, mas todos devemos nos colocar em nosso lugar e jamais tentar Deus, isto é, força-lo ou provoca-lo.
Cuidado, muitas vezes, eu e os irmãos podemos ser presunçosos demais. A cerca de nós mesmos ou acerca do que sabemos sobre os outros. O melhor é viver o que Deus nos dá e estarmos prontos a repensar, rever. Algumas vezes, nos colocaremos em caminhos não tão claros, nem sempre fáceis de discernir o que é o correto. Nem tudo é tão claro o tempo todo. Mas o que precisamos é não nos tornarmos em pessoas teimosas com Deus, que querem de qualquer forma que Deus se adapte à nossa presunçosa vontade. 
IRMÃOS VENÇAMOS A TENTAÇÃO DEIXANDO A NOSSA PRESUNÇÃO. O CAMINHO QUE TEMOS DE TRAÇAR TEM QUE SER O CAMINHO DE DEUS E NÃO FORÇA-LO A SEGUIR O NOSSO. 

Segundo o Exemplo de Jesus 
Vencer as Tentações é Aprender a Não Sermos Guiados Pela Nossa Própria Cobiça

Na verdade, estamos falando de uma pessoa que está interpretando a realidade do jeito de Deus. A cobiça tem como raiz a ideia de que desejamos viver no mundo de Deus sem Deus, segundo os nossos próprios valores. Tiago, o irmão de Jesus, escreveu em sua carta algo sobre essa cobiça: 
Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta. Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte (Tg 1.13-15). 
Nós estamos falando das mesmas coisas que Tiago aqui em Mateus. A tentação e a cobiça. Nosso coração pode nos levar a caminhos ruins. Jesus, vence a tentação, vencendo a cobiça. 

Levou-o ainda o diabo a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles e lhe disse: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares. Então, Jesus lhe ordenou: Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus adorarás, e só a ele darás culto (Mt 4.8-10). 
Mostrou-lhe os reinos do mundo e a glória deles– este é um ponto muito importante para o texto. O Diabo estava mostrando a Cristo uma outra razão para existir e um novo propósito para viver as coisas. A cobiça deveria agir e levar Jesus a desejar algo de forma mais profunda que o próprio Deus. Num certo sentido, foi isso o mesmo que ele fez com o primeiro Adão: como Deus sereis conhecedores do bem e do mal. 
Eu te darei se prostrado me adorares– essa foi uma chave para que Jesus caminhasse noutra direção. Nada nessa vida deve nos afastar de viver e encontrar Deus na vida, como amor último e único a quem devemos realmente adorar. Meus irmãos, aqui, Jesus se levanta veemente contra o Diabo. O discurso muda, até então, as respostas de Jesus não soam pesadas contra o Diabo, mas aqui, ele o repele, porque percebe que ele tenta lhe tirar o bem mais precioso: O AMOR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS. 
Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto– todas as coisas devem nos levar a experimentar Deus. Não precisamos rechaçar tudo o tempo todo, mas precisamos ter consciência das coisas que nos aproximam do Senhor. Talvez, algum dia, alguém lhe ofereça algo muito, mas muito bom e você seja tentado a querer. Não exatamente significa que você deva refutar, mas você deve pensar, o quanto o SEU AMOR A DEUS SERÁ PREJUDICADO.
Irmãos, Jesus, acima de tudo, veio ao mundo para fazer a vontade do Pai e ele glorifica o pai consumando a obra que foi lhe dada. Qualquer coisa que entre na sua vida para lhe roubar a atenção e a presença de Deus é pernicioso e deve ser refutado. Toda a cobiça nos faz desejar viver para nós mesmos e não para o Senhor. 
O PECADO CONSISTE EM NÃO ENCONTRAR DEUS NA NOSSA REALIDADE VIVENCIAL. Por isso, precisamos persistir em vencer toda a cobiça que nos leva para longe de Deus, porque ela é que nos afasta do Senhor. 


Conclusão

Jesus venceu: as necessidades, a presunção e a cobiça. Na verdade, o que Cristo fez foi escolher que sua vida deveria servir para glorificar a Deus e nada mais. Não há nada mais importante que fazer a vontade de Deus, honrá-lo com a nossa retidão e deseja-lo como nosso maior e mais profundo amor, que nos leve a adora-lo. 
Senhor, Deus onipotente, Pai de Jesus Cristo, teu Filho amado e bendito, pelo qual te conhecemos: Deus de toda a família dos justos que vive na tua presença – eu te bendigo por me haveres julgado digno deste dia e desta hora, digno de participar no número dos mártires, do cálice do teu Cristo para a ressurreição da vida eterna do corpo e da alma, na incorruptibilidade do Espírito Santo! (Policarpo de Esmirna no dia do seu martírio).
Policarpo, eu e você, somos pessoas que foram criadas para a glória de Deus. Imitar Jesus é um alvo que eu e você, assim como Policarpo desejou, devemos almejar. Vencer as tentações irmãos e vencer com Deus. 
O sangue que foi derramado para nos comprar, nos torna capazes de fazer o que o primeiro Adão não foi, o de resistir. O Espírito Santo que conduziu Jesus é o mesmo que nos conduz hoje. Ele, o próprio Cristo é quem nos socorre para que possamos vencer hoje, como diz o escritor aos hebreus. Assim, somos chamados para uma vida muito, mas muito diferente da de todos os demais homens. Somos dá luz e sabemos que este mundo é Deus e que nós também somos de Deus.  

Oração
Ajuda-nos a vencer, Senhor, todas as nossas tentações. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Toda mensagem escrita é apenas um registro. O sermão bíblico de fato é único, como um rio que passa e muda a cada instante. Um sermão só pode ser pregado uma única vez. Caso seja repetido em outro púlpito, ainda que use os mesmos registros, será outro, por várias razões: a) o pregador nunca é o mesmo, pois está sendo transformado a cada mensagem que prega; b) os ouvintes são outros; c) o Espírito é o mesmo, mas é dinâmico e aplica o que quer aos corações.
Obrigado por ler estes pequenos e falhos esboços!