1 de setembro de 2019

João 13.34-35

Um Amor Que Marca
(Culto da Manhã – Setembro 2019 – IP Tatuapé)
João 13.34-35

Introdução
O Evangelho de João começa com uma denúncia muito séria: 
“O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam” (Jo 1.10-11). 
Os desdobramentos da vida de Jesus levaram-no a Jerusalém para aquela última semana entre os homens e João começa os relatos desta semana no capítulo 12, verso 12. 
As multidões andavam atrás de Jesus e ele lhes falava, mas muitos resistiam às suas palavras. Jesus percebia que sua hora estava se aproximando e, diante de um grupo de gregos que lhe desejava conhecer, exclamou: 
É chegada a hora de ser glorificado o Filho do homem (Jo 12.23). 
Ele exorta a multidão para andar enquanto a luz estava entre os homens (Jo 12.35), mas, como o Evangelho anunciou no início: não o receberam. 
E, embora, tivesse feito tantos sinais na sua presença, não creram nele (Jo 12.37). 
Mesmo aqueles dentre eles que haviam crido, tomavam muito cuidado para não se associar a ele, pois temiam perder suas posições entre as autoridades. 
Porque amaram mais a glória dos homens do que a glória de Deus (Jo 12.43). 
A estes judeus, os seus que não o receberam, Jesus fez um profundo e sério discurso. Ele os advertiu sobre sua incredulidade e ganância entre os homens: 
Eu vim como luz para o mundo, a fim de que todo que crê em mim não permaneça nas trevas. (...) Quem me rejeita e não recebe as minhas palavras tem quem o julgue; a própria palavra que tenho proferido, essa o julgará no último dia (Jo 12.48). 
Esse é o discurso que ele havia feito diante dos judeus que o rejeitaram, mas em contraste, agora, ele fala aos seus discípulos num contexto diferente (Jo 13.33). A eles, é dado uma nova ordem, um novo mandamento, o qual será uma marca apresentada a todo o mundo. Eles, sim, diferentemente daqueles que buscavam glória e riqueza entre os homens, como o próprio Judas que acabara de sair para vendê-lo por 30 moedas de prata, a estes seus discípulos, ele tem uma ordem, um novo mandamento, que lhes marcaria como pessoas que verdadeiramente estavam com ele. 
Esse é o ponto em que eu e você somos chamados a refletir, isto é, o ponto de virada em nossa vida é aquele em que precisamos fazer uma escolha sobre o modo como desejamos deixar uma marca neste mundo. 
Precisamos escolher se iremos marcar este mundo por meio de nossa própria vida, ou se desejaremos que o mundo seja marcado com a vida de Cristo sendo refletida na nossa. Revelaremos ao mundo que a nossa vida pertence a Cristo? Ou revelaremos ao mundo, que nosso interesse em Cristo era parcial e focado em nós mesmos? 
Eu e você somos convidados neste texto a pensar sobre as marcas que fazemos no mundo com a nossa vida, especial sobre o modo como nossa vida apontará para Cristo.  
Desejo que você esteja pronto para deixar a sua marca neste mundo. Ao deixa-la você mostrará as marcas que Cristo fez em você, ou não! Você mostrará a todos, aquilo que o próprio Apostolo Paulo também mostrou: TRAGO NO CORPO AS MARCAS DE CRISTO. 

Deixaremos a Marca de Cristo Neste Mundo Quando Possuirmos um Amor Que Produz Um Coração Disposto a Perder Para Obedecer
Jesus havia alertado a todos que o seguem que em muitas coisas seriamos desafiados a perder para poder ganhar. Como vimos a pouco, muitos dos judeus que ouviram as palavras de Jesus, creram nele, mas amaram mais a glória dos homens que a de Deus. 
Novo mandamento vos dou- O verso 34 começa com uma afirmação: MANDAMENTO VOS DOU. Isso implica no fato de que Jesus, em contraste com o que havia dito sobre os judeus, chama seus discípulos a repensarem a respeito do seu interesse nessa vida. Ele os convoca a perceber que é um imperativo uma atitude de obediência disposta a não viver para os seus próprios interesses. 
Que vos ameis uns aos outros– seria neste amor abnegado de um pelo outro que a presença de Cristo seria vista neste mundo. Obedecer seria, portanto, um ato de negação de si mesmo para que o outro veja Cristo em nós. Enquanto os judeus incrédulos se afastam de Cristo por causa da busca de seus próprios interesses, os seus discípulos estão marcando o mundo, vivendo uns pelos outros. 
Meus irmãos, precisamos buscar esse ideal de vida, que implica em tornar a nossa vida útil ao outro. Precisamos buscar um amor a Cristo tal, que sejamos capazes de conduzir o nosso coração a essa disposição mental de tornar o ganho do outro o nosso ganho. 
Se queremos que o mundo seja marcado com a marca de Cristo através  da nossa vida, precisamos deste amor que produza em nós um coração disposto a perder para obedecer a Cristo, deixando com que os outros ganhem.



Deixaremos a Marca de Cristo Neste Mundo Quando Possuirmos um Amor Que Produz Um Coração Disposto a Imitar Jesus
O mandamento que Cristo nos dá de buscar um coração pronto para perder para obedecer é reforçado não pela simples imposição de uma ordem, mas, sobretudo, por um exemplo glorioso. OU seja, Cristo dá um novo mandamento, que está fortemente baseado no seu próprio exemplo. 
Assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros (Jo 13.34b). 
Assim como (kathôs) eu vos amei– A palavra grega usada para esse advérbio, carrega a ideia de “do mesmo modo”, isto é, Jesus deseja que eles percebam o que ele fez por eles e sejam impactados pelo seu exemplo. Momentos antes, ele havia lavado os seus pés e lhes dito que deveriam seguir o seu exemplo: 
Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também (Jo 13.15). 
Kathôs aponta para o desejo de que o exemplo seja seguido na mesma intensidade e com os mesmos propósitos. ÀS vezes, é comum que as pessoas queiram imitar Jesus não com o mesmo propósito, que é realmente a busca do bem do outro, mas buscam a si mesmos. Na última semana, parece que esse era o contexto da mensagem que ouvimos sobre Ananias e Safira. Eles não buscavam, de fato, o interesse da coletividade. A venda do campo de Barnabé e a entrega de valores aos pés dos apóstolos visava a coletividade. Mas Ananias e Safira visavam proeminência do seu próprio nome. Esse é o ponto: ASSIM COMO EU VOS AMEI.   
Que também vos ameis uns aos outros– a reciprocidade do amor na coletividade Cristã é baseada no desprendimento pessoal. Eu não posso fazer você me amar, mas eu posso decidir que irei te amar. Não se trata de que eu te ame, para que você me ame, mas de que eu desejo imitar Cristo, que me amou, mesmo sendo eu um inimigo seu. 
Quando dois de nós tiverem um coração disposto a “imitar Jesus” os dois ganharão, porque terão alguém que seja capaz de lhe amar como Cristo o amou. Irmãos, precisamos que nosso amor a Cristo produza em nós um coração assim disposto a imitá-lo. Deixaremos uma marca duradoura na vida das pessoas, quando nosso amor alcançar essa graça, a de buscar IMITAR JESUS. 
Como seria o mundo caso os filhos de Deus estivessem assim dispostos?

Deixaremos a Marca de Cristo Neste Mundo Quando Possuirmos um Amor Que Produz Um Coração Disposto a Revelar ao Mundo Quem é Jesus
Alguns dias depois deste discurso e após a sua morte e ressurreição, Jesus se encontraria novamente com esses discípulos para lhes dizer: IDE POR TODO O MUNDO E PREGAI O EVANGELHO A TODA CRIATURA. Desta forma, ele encheria o mundo da BOA NOVA, da mensagem do Reino e da vida do reino. 
Claro que essa pregação que o mundo ouviria seria corroborada pela ilustração que cada cristão daria a partir de seu próprio exemplo. Esse é o ponto central da palavra de Jesus no verso 35.
Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros (Jo 13.35). 
Nisto conhecerão (Ginosko) todos– logo a seguir, Pedro será advertido sobre o fato de não ser capaz de sustentar diante das pessoas que ele andava com Jesus: 
Darás a vida por mim? Em verdade, em verdade te digo que jamais cantará o galo antes eu me negues três vezes (Jo 13.38). 
Pedro não foi capaz de vivenciar Cristo diante das pessoas e falhou! Portanto, precisamos considerar que nessa prática abnegada de amar o outro como Cristo nos amou, precisamos ter um coração que esteja maduroe pronto para REVELAR CRISTO AO MUNDO! 
Que sois meus discípulos– a associação e a comunhão com Cristo foi o tema da negação de Cristo por parte de Pedro. Afirmaram dele que era um dos que estava com Cristo e ele respondeu: NÃO CONHEÇO ESTE HOMEM. O que você acha de um cristão se comportando assim. Bem, ao que podemos compreender do texto, todas as vezes que nos negamos a amar uns aos outros como Cristo nos amou, estamos afirmando: NÃO CONHEÇO ESTE HOMEM. 
A associação e a comunhão com Cristo são verdadeiramente atestadas na nossa disposição de revelar Cristo ao mundo em nossa disposição de amar uns aos outros. Como disse Francisco de Assis: Pregue! Se necessário, com palavras! 
Se tiverdes amor uns aos outros– nestes dois versos temos algumas expressões que se repetem: amar uns aos outros. Quando olho ao redor e leio este mandamento, eu compreendo o tamanho da minha responsabilidade e do meu privilégio. Eu posso revelar Cristo ao mundo e todos saberão que eu sou seu discípulo e vivem em comunhão com ele, por meio da sua vida. 
Neste sentido, todos vocês são uma bênção para minha vida. Eu posso alcançar o mais elevado padrão de existência, oferecendo a vocês um amor que imita a Jesus, que obedece a Jesus e que REVELA JESUS. 
Quando os vizinhos vêm o marido amando a esposa como Cristo amou a Igreja; quando vêm a mulher vivendo para o seu marido como Cristo viveu para a Igreja; quando as pessoas nos virem amando ao próximo; quando a igreja for humilde no seu amor aos não crentes etc. Eles aspirarão o ar onde nós estamos o perfume que sentirão não é o nosso! Eles sentirão o perfume de Cristo!! Louvado Seja Deus! 
Precisamos de um amor que produz em nós um coração assim disposto a revelar Cristo ao mundo. Essa é a marca que precisamos deixar neste mundo: QUE CRISTO ESTÁ AQUI! 

Conclusão
  
Você pode se posicionar de duas formas: VOCÊ PODE PENSAR SOBRE AS DIFICULDADES PARA TER UM CORAÇÃO ASSIM DISPOSTO. E isso pode ser uma maneira de seu coração se convencer em não viver assim para Cristo. Mas você pode CONFIAR QUE CRISTO É CAPAZ DE PRODUZIR ESTE CORAÇÃO EM VOCÊ. Então, você poderá se dispor a buscar em Cristo essa graça. 
Olhe ao redor e o que você vê? Dificuldades, pessoas difíceis e situações absolutamente complexas? Você está certo! É isso que somos! Mas, este é o ponto: é por isso, que Cristo é revelado ao mundo é por isso, que precisa ser um ato de obediência é por isso que precisamos de disposição para imitar. Porque não é fácil, não é natural! MAS É POSSÍVEL!! 
Olhe ao seu redor e veja a oportunidade de viver como Deus espera que você viva. Esse é um discurso não para os judeus incrédulos, mas para discípulos crentes, que tomam o pão e o vinho como FILHOS DE DEUS. 
Que Deus nos ajude e nos mostre a sua vontade. 

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