16 de fevereiro de 2020

Marcos 3.13-19

A Identidade do Discípulo de Cristo
Marcos 3.13-19


Introdução
Marcos precisava mostrar aos cristãos de seu tempo as origens daquele grande movimento que mudara o Império e impactara a realidade das cidades da Ásia Menor, da Macedônia e a própria Cidade de Roma. Ele está disposto a mostrar que a força do Evangelho não estava nos discípulos, mas no Filho de Deus, que era o centro de toda a obra da Igreja de Cristo.
Neste trecho ele relata como Cristo escolheu aqueles doze homens, dos quais se dizia que transtornaram o mundo. Quem eram? Não eram super homens, não eram os mais fantásticos trabalhadores e estavam todos sujeitos à queda, ao fracasso... Mas, Cristo estava com aqueles homens.
Nem sempre o que vemos hoje é a convicção do discipulado. Muita gente pensa que a obra de Cristo será feita pelos grandes luminares, pelos mais capazes, pelos poderosos pastores, que arrebanham milhares de ovelhas em seus ministérios. A obra de Jesus Cristo na terra não está atrelada ao poder da Igreja ao poder dos ministros, mas ao próprio Cristo que pode de uma fagulha iluminar o universo inteiro. 
Precisamos reconhecer o nosso chamado e partir para viver este chamado e corajosamente operar para a glória de Cristo. Sem dúvida, ele não só irá nos levantar, mas também nos ensinar, exortar e estará conosco nesta caminhada.
Que o Senhor envie discípulos Identificados com Cristo para esta seara que precisa ser cultivada... Deus envie seus trabalhadores! 


Discípulo é Alguém Que Aprende o Agir Espiritual Com o Próprio Jesus Cristo 

Depois, subiu ao monte e chamou os que ele mesmo quis, e vieram para junto dele. Então, designou doze para estarem com ele e para os enviar a pregar e exercer autoridade de expelir demônios (Marcos 3.13-15)
Depois subiu ao monte e chamou os que ele mesmo quis – o discipulado jamais será o resultado de uma obra humana bem feita, o discípulo nasce da vontade e do coração de Deus, de Jesus. Marcos usa a expressão “subiu ao monte” não com uma ideia mística de um lugar especial, mas para mostrar o costume antigo, dos diversos mestres e até mesmo os filósofos andarilhos faziam isto: subiam ao monte para dar solenidade a um ato de ensino, para mostrar a importância do momento. Jesus Cristo está fazendo o mesmo e Marcos está nos dizendo: CHEGOU UMA HORA SOLENE! CRISTO JESUS ESTÁ CHAMANDO OS SEUS DISCÍPULOS. 
O dia da nossa profissão de fé, o dia da nossa conversão, o dia em que decidimos que nossa vida tomará o rumo do Reino de Deus, este é um dia SOLENE, é o dia do nosso chamado é o dia do NOSSO DISCÍPULADO.
Ele fez isso aos que ele mesmo quis chamar. Sua vida, como um discípulos, é um resultado da vontade de Deus. Portanto, não lute contra isso, não se desvie disto e não despreze este chamado.
E vieram para junto dele – o primeiro passo de um discípulo não é ir ao mundo fazer a obra do seu mestre, mas é sair do mundo para ir na direção do seu mestre. Ele precisa saber o que irá fazer no mundo, antes de ir até lá. Ele precisa da autoridade do Mestre para fazer a obra que o Mestre lhe der. Por isso, Marcos nos mostra que esse foi o primeiro passo que aqueles homens deram, eles foram até Jesus. 
O discípulo é alguém que está disposto a aprender de Cristo o que fazer. Ele não simplesmente sai fazendo a obra do Senhor, ele o faz, segundo a vontade do Senhor, segundo a orientação do sEnhor. Ele aprende com o Senhor o que fazer. Essa é a sua qualificação, sua credencial, sua identidade com Cristo.
Então designou doze para estarem com ele e para os enviar a pregar e expelir demônios – Nem todos que subiram aquele monte foram designados, nem todos seguiram para o passo seguinte. Agora, estes doze, os que de fato iriam viver mais perto dele, iriam aprender com ele e receber autoridade para espalhar a mensagem do Reino a todo o mundo. Eles tinham a autoridade para pregar, expelir demônios, o que indica o poder espiritual que envolve o discipulado cristão. 
O discípulo é alguém que anda com Cristo e com ele aprende o agir espiritual. Em todos os sentidos! Não se fixem na ideia do expelir demônio, mas pensem que toda a vida espiritual é uma constante luta contra as trevas, contra o mal. Contra os principados e potestades. Portanto, quando vivemos com Cristo estamos na batalha contra o Maligno o tempo todo. Essa é a nossa identidade esse é o nosso serviço em nome de Cristo. 

Discípulo é Alguém Que Vem a Cristo Como Está Para Ser Transformado

Eis os doze que designou: Simão, a quem acrescentou o nome Pedro. Tiago, filho de Zebedeu, e João seu irmão, aos quais deu o nome de Boanerges, que quer dizer: filhos do trovão; André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu, Tadeu, Simão, o Zelote e Judas Iscariotes (Marcos 3.16-19a). 

O curioso desta lista de doze nomes é que não existe entre eles nenhum fora de série. Nenhum que fosse conhecido por alguma coisa boa que tivesse inventado, ou mostrado a todos. Eram apenas, homens comuns! 
Pedro, Tiago e João – Estes três terão um protagonismo maior no ministério de Jesus, em muitas oportunidades eles foram aqueles que experimentaram momentos decisivos com Jesus, como a transfiguração e como o momento do Getsemani, quando foram chamados a estar ainda mais perto de Jesus. 
No entanto, estes três pescadores, sócios nos barcos de suas famílias. Não foram chamados por nada que haviam feito antes. Aqui, neste momento, eles são apenas aqueles pescadores que conheceram Jesus em um dia de discurso. 
Simão – a quem deu o nome de Pedro – Aquele que ouve, foi chamado de “pedra pequena”. Tiago e João, chamados de Filhos do Trovão, o que pode simplesmente indicar o que viriam a ser depois. Seja como for, apesar do destaque dado a estes três primeiros nomes, o que temos aqui não é nenhuma qualidade formidável, apenas a normalidade de pessoas comuns.  
André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago filho de Alfeu, Tadeu, Simão, o Zelote e Judas Iscariotes -  quem foram estes homens antes deste momento? Homens comuns. A obra de Jesus não seria realizada pela capacidade destes homens, mas pelo Espírito de Deus que iria agir em suas vidas. 
Estes homens simples e comuns vieram a Jesus para serem transformados. Eles vieram como estavam, eles vieram imediatamente, o que era um mote do chamado dos primeiros discípulos e viram Deus agindo na sua vida. 
O discípulo de Cristo é alguém que vem a Cristo para ser transformado, para receber suas ferramentas para a obra. Eles não vêm a Cristo apresentando as suas qualidades para serem usadas, mas vêm como estão para serem treinados e equipados. 
O que faz a diferença não é o quanto trazemos para dentro do Reino, mas o quanto estamos dispostos a ser guiados por Cristo no Reino. O que faz a diferença não é tudo o que você sabe, mas tudo o que você está disposto a aprender. O discípulo é sempre alguém em busca de ser transformado.

Discípulo é Alguém Que Cuida de Sua Fé Para Não se Desviar

Judas Iscariotes, que foi quem o traiu (Marcos 3.19). 

Aqui, Marcos tem algo a nos dizer que nos serve de alerta. Judas Iscariores não é alguém que tivesse qualquer coisa que pudéssemos dizer dele que haveria realmente a chance de dar qualquer problema. Irmãos, os doze não viram nenhum problema dele se tornar o cuidador da bolsa, do dinheiro que se levantava para que pudessem seguir Jesus. 
Um dos doze - Marcos, no capítulo 14.10, tem isso em sua mente, quando diz que ele seria o traidor. Como neste próprio verso 19. Ele era um dos doze. 
Foi quem o traiu – Infelizmente, este é o ponto que precisamos destacar aqui. O traidor pode ser qualquer um, o coração do traidor engana ao próprio traidor. Judas, se amargurou depois de ter traído o Mestre. Seu coração se revelou a ele mesmo. 
Ele estava entre os doze, mas ele não era um filho de Deus, mas como a Escritura diz: ERA O FILHO DA PERDIÇÃO.
O discípulo é alguém que cuida da sua fé para não se desviar. Ele busca se aproximar de Jesus, aprender o viver espiritual com Cristo, ele não confia em si mesmo e ele não sede espaço para o Maligno na sua vida.
Ele traiu Jesus – Este é o ponto mais importante a pensar. Quando você não cuida da sua fé, o risco que corre não é apenas o de não dar certo na fé, mas o perigo de trair o Senhor da Glória. 
Você precisa considerar que a vida Cristã não é algo que damos apenas conta às pessoas que nos cercam. De fato, damos conta da nossa vida a Cristo Jesus, o Senhor da Glória. 
O Senhor espera dos seus discípulos que sejam encontrados fiéis. O discípulo de Jesus cuida de sua relação com Cristo e vigia o seu coração para que ele não o engane. 

Conclusão

Precisamos deste movimento na direção de Cristo para aprender com ele O AGIR ESPIRITUAL. Ele deve ser a fonte da nossa vontade, da nossa vida, das nossas prioridades, das nossas preferências. Ele deve ser o motivo que nos leva ao agir. 
Precisamos nos esvaziar de todo! Precisamos, como a semente, morrer para poder frutificar. Precisamos nos aproximar dele e buscar dele nossa força, nossa vida, nossas capacitações. 
Precisamos guardar o nosso coração, nossa fé e cultivar nossa proximidade com ele para que jamais o vendamos no mercado das opções deste mundo. 
Esperamos ser discípulos com identidade em Cristo Jesus! Esperamos nos tornar servos que serão aqueles que irão ao mundo mostrar Cristo e não nós mesmos. 

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