Lutando Para Alegrar-se Na
Justa Recompensa
“Os últimos serão primeiros e os primeiros serão
últimos”.
Mateus 20.16
INTRODUÇÃO
De
onde surgem tantas discussões e tantos irmãos e irmãs desistindo do trabalho na
seara do Senhor? Por que somos tomados de surpresa com irmãos e irmãs que se cansaram
e estão frustrados com o desempenho da Igreja? Por que tão poucos são os que
realmente carregam o piano na seara do Senhor?
Estas
perguntas já fizeram e fazem parte das minhas mais difíceis perguntas sobre o
ministério pastoral. Lendo a parábola da vinha aprendi um pouco mais sobre
estas coisas e desejo compartilhar com todos vocês as respostas que encontrei.
Também
desejo compartilhar com vocês estas verdades porque acredito que isto poderá
lhes ajudar a seguir mais firme na seara do Senhor e a disporem mais sua vida
para a obra.
Desejo
também que os irmãos encontrem paz em sua caminhada e desfrutem da alegria e o
prazer que residem no compromisso de viver para o Senhor.
Uma
única mensagem não será o suficiente para lhes convencer. Por isto, oro para
que o Senhor faça essa grande obra na vida desta igreja que precisa tanto de
seus trabalhadores.
SE VOCÊ DESEJA SE ALEGRAR NA JUSTA
RECOMPENSA QUE DEUS LHE DARÁ, APRENDA A SE ALEGRAR NA ALEGRIA DO SENHOR –
ATITUDE DE ADORAÇÃO
Caminhando
no texto, perceberemos que a parábola insistirá em nos apresentar o Reino dos
Céus focando o dono da casa.
Porque o
reino dos céus é semelhante a um dono de casa que saiu de madrugada para assalariar
trabalhadores para a sua vinha (Mateus 20.1).
Neste
verso, percebemos que o “reino dos céus” é explicado através da figura de um
dono de casa que sai para chamar trabalhadores para a sua vinha. Embora o texto
discorra a respeito de vários homens que são chamados ao longo da jornada do
dia, estes chamados e escolhidos são, nesta parábola, apenas coadjuvantes do
reino, o ponto central é a figura do dono da casa.
Portanto,
é muito importante que você considere este aspecto como uma das maneiras mais
significativas de compreender o que está acontecendo no seu relacionamento com
Deus, no que diz respeito à sua vida no Reino. O primeiro conselho que podemos
extrair deste ensino de Jesus é que a Justa Recompensa é uma medida
estabelecida e concedida pelo “dono da casa”.
A
questão toda do texto se dá na maneira equivocada como os primeiros
trabalhadores compreenderam o seu papel no reino e o próprio reino em si. Eles
haviam ingressados no trabalho da vinha, pensando em si mesmos. Por isso, não
conseguiram receber com alegria a sua recompensa, ao contrário, mesmo tendo
sido recompensados ao logo de todo o dia, não eram capazes de se alegrar na
alegria do dono da casa, antes, egocentricamente fecharam-se em si mesmos e se
frustraram por sentirem-se explorados e mal recompensados.
Muitas
partes desta parábola apontam para a grandeza do Senhor, do Dono da casa. Eles
é quem toma a iniciativa de chamar trabalhadores, que, doutra sorte, estariam
ainda desocupados. Ele também é quem lhes oferece trabalho na sua vinha. Por fim,
ele é quem ajusta o preço.
Ao
final, uma palavra de repreensão às reclamações dos que se sentiram
injustiçados:
“amigo, não
faço injustiça; não combinaste comigo um denário? Toma o que é teu e vai-te,
pois quero dar a este último tanto quanto a ti. Porventura, não me é lícito
fazer o que quero do que é meu? Ou são maus os teus olhos, porque eu sou bom?”
(Mateus 20.13 a 15).
Eis
um ponto em que muitos erram. NO que diz respeito ao Reino de Cristo, estão
concentrados demais em si mesmos. Vivem o reino, a partir da foco dos seus
interesses pessoais.
Mas,
se você deseja lutar para receber a justa recompensa, ajuste o seu foco primeiro
aprenda a lutar pelo Senhor e não por você mesmo.
SE VOCÊ DESEJA LUTAR PARA SE
ALEGRAR NA JUSTA RECOMPENSA QUE DEUS LHE DARÁ, APRENDA A SE ALEGRAR NO PROVEITO
DOS IRMÃOS – ATITUDE DE COMUNHÃO
O
desenvolvimento do texto relaciona a chamada daquele dono de casa para os
desocupados, concedendo-lhes a oportunidade de trabalho.
E, tendo
ajustado com os trabalhadores a um denário por dia, mandou-os para a avinha.
Saindo pela terceira hora, viu, na praça, outros que estavam desocupados e
disse-lhes: ide vós também para a vinha, e vos darei o que for justo. Eles
foram. Tendo saído outra vez, perto da hora sexta e da nona, procedeu da mesma
forma e, saindo por volta da hora undécima, encontrou outros que estavam
desocupados e perguntou-lhes: porque estivestes aqui desocupados o dia todo? .
Responderam-lhe: porque ninguém nos contratou. Então, lhes disse ele: Ide
também vós para a vinha (Mateus 20.2 a
7).
Esta
relação nos chama a atenção para um detalhe. Estes trabalhadores estavam todos
eles “desocupados”. Este é um aspecto que os ligava uns aos outros. Outro ponto
é que o Senhor, se compadeceu de sua situação e lhes ofereceu trabalho, a
condição de serem úteis.
Especialmente,
para os últimos que foram chamados, o diálogo mostra que a oferta de trabalho
era um ato de misericórdia e fora feita com o objetivo de oferecer uma condição
de utilidade aos trabalhadores e não pela vinha em si.
Afinal,
os últimos trabalhariam tão pouco, que possivelmente sua falta nem seria
sentida. Contudo, por misericórdia da sua situação de desocupados, aquele
Senhor os contrata e envia para a vinha.
A
reclamação dos primeiros é procedente, quando trabalhamos competindo e nos
comparando com os outros e sua eficiência. Entretanto, aparentemente, lhes
faltou a sensibilidade para alegrarem-se no fato de que eles não eram mais
desocupados, assim como os demais.
Se
você deseja ter alegria em tudo o que recebe de Deus e nas suas maravilhosas
recompensas, desenvolva um espírito de alegria que o leva a se satisfazer na
alegria dos outros e compartilhá-la.
Um
coração autocentrado não será capaz de corresponder ao chamado do Evangelho que
é um chamado para servir ao outro. Para viver e lutar pela alegria do outro e
não a sua própria.
Ora, de um e
outro lado, estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o
que é incomparavelmente melhor. Mas, por vossa causa, é mais necessário permanecer
na carne (Filipenses 1.23 e 24)
Não tenha
cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos
outros (Filipenses 2.4).
Note
o exemplo do apóstolo Paulo e perceba a atitude de abnegado amor ao outro. Ele
vê o interesse e o progresso do outro como o alvo do seu ministério. Perceba
como isso é completamente diferente do modo como muitos vivem para Deus, sempre
na esperança de eles próprios alcançarem as graças de Deus.
Esta
é uma atitude de comunhão que revela muito sobre quem você é e o que é o Reino para
você. Esta atitude muda substancialmente as premissas que fazem você trabalhar
na obra e o modo como você recebe suas recompensas. As maiores recompensas que
receberemos no Reino Glorioso estarão ligadas ao nosso amor e entrega pelos
nossos irmãos aqui na terra.
SE VOCÊ DESEJA LUTAR PARA SE
ALEGRAR NA JUSTA RECOMPENSA QUE DEUS LHE DARÁ, APRENDA A QUE A RECOMPENSA
CONSISTE NO DAR E NÃO NO RECEBER
Enfim,
desejo observar como último aspecto, um fato que os primeiros trabalhadores não
perceberam, eles não perceberam quer o trabalho que prestavam a sua grande
recompensa.
Ao cair da
tarde, disse o senhor da vinha ao seu administrador: chama os trabalhadores e
paga-lhes o salário, começando pelos últimos, indo até os primeiros. Vindo a os
da hora undécima, recebeu cada um deles um denário. Ao chegarem os primeiros,
pensaram que receberiam mais; porém também estes receberam um denário cada um.
Mas, tendo-o recebido, murmuravam contra o dono da casa, dizendo: estes últimos
trabalharam apenas uma hora; contudo, os igualaste a nós, que suportamos a
fadiga e o calor do dia (Mateus 20.8 a 12).
Este
texto está inserido em um contexto maior. Um contexto em que Mateus está
tratando do modo como as pessoas esperam ser recompensadas no Reino. Você
poderá ler no início do capítulo e ler a história do jovem rico que considerou
as riquezas deste mundo, mais importantes que as da eternidade.
Em
seguida, Jesus oferece uma lição sobre sobre aprendermos a deixar tudo para
receber uma recompensa na vida eterna. Aí ele insere o dito: muitos primeiros serão últimos e últimos
primeiros.
Logo
após o nosso texto Mateus apresenta a
questão da briga dos filhos de Zebedeu e do pedido da mãe deles para que sejam
colocados à direita de Jesus no Reino. Ele aproveita o pedido para nos oferecer
a grande lição que no Reino, o maior é o que serve.
Então,
você perceberá claramente que este tema de todo este grande texto do Evangelho
não tem haver com chegar primeiro ou em último, não é uma corrida para ver quem
chega na frente, mas para quem é colocado em posição de trabalho pelo outro.
“Tendo recebido” murmuravam. Os primeiros trabalhadores não perceberam que
a grande recompensa foi a de terem sido chamados pelo dono da vinha para serem
úteis na sua vinha. Veja que o texto afirma que eles receberam, mas sua atitude
mostra que o foco egocêntrico não lhes permitiu perceber os privilégios que
tinham recebido.
Eles
tinham sido privilegiados ao receberem a incumbência de fazer a maior parte do trabalho
do Senhor e não perceberam o grande privilégio que isto significava. Fora-lhes
dada a compaixão de servirem mais, mas não desfrutaram da glória do servir.
Seus corações se perderam em seus egoísmos.
Você
deseja se alegrar nas recompensas de Deus, perceba todas as oportunidades de se
afadigar na obra e dar a sua vida para a construção de um reino. Eis o grande
privilégio: servir.
CONCLUSÃO
Somente
consigo concluir chamando você a considerar os privilégios que Deus lhe dá de
ser útil na obra do Senhor. A melhor atitude se deseja desfrutar da plena
alegria que é a recompensa que o Senhor nos dá, é a atitude de se entregar para
fazer a obra do Senhor.
Só
consigo entender que você não desfrutará desta alegria quando permitir que um
egocentrismo, que o faz mais focado em suas próprias coisas, o afastar da
beleza da glória que há em ser útil na seara do Senhor.
Uma
denúncia contra isso foi Jesus quem fez quando disse a Pilatos no momento da
sua condenação: Se o meu reino fosse
deste mundo, os meus ministros se empenhariam por mim (João 18.36). É a
mudança de pensamento que nos conduzirá à alegria. Aqueles que desejam apenas
receber se frustram, se decepcionam, se afastam e se entristecem. Os que
servem, se comprazem na Alegria do Senhor, na Alegria do Próximo e reconhecem o
Privilégio de Servir, possuem a alegria que vem do alto.
APLICAÇÃO PARA A IGREJA
PRESBITERIANA DE VILA FORMOSA
Se
você tem alguma dúvida do que Deus espera para você aqui em nossa igreja,
espero que tenha sido eliminada. Você não foi chamado para ser servido, mas
para servir. Você não foi chamada para uma Disneylândia da fé, mas para um
combate.
A
alegria da sua alma reside no fato de que você deve se conscientizar de que a
sua maior necessidade é a de ser útil. O quê? Você ainda está desocupado? O
Senhor te chama para a sua vinha e você precisa dispor-se, antes que seja tarde
e pouco mais de uma hora lhe reste para ser útil.
Quero
convocar a todos os que se acomodaram a ver a banda passar, para tocar na
banda, se é que me entendem! Convido e os convoco a erguerem seus arados e
voltarem a olhar para frente.
No
temor do Altíssimo e dAquele que nos chamou e nos recompensará!
Amém!
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